Paris. De pé. De luto.
Procurei as palavras certas, mas não há palavras que descrevam o que vimos. Basta dizer Paris e alguns destes 11 vídeos daquela noite de 6ª-feira vão voltar-nos à cabeça (e vai ser assim durante bastante tempo).
Foram horas terríveis (muito planeadas), das mais sangrentas de de sempre na Europa. A que se seguiram outras 20 horas de choque, medo e incerteza (registadas neste liveblog, aquele que preferíamos nunca ter feito).
Depois desse dia veio outro, pesado, a chorar os que morreram, a identificar muitos deles, a procurar as pistas dos atentados, a correr atrás dos responsáveis. E a ver o Estado francês a atacar o ISIS, em Raqqa, território sírio. Foi tudo isto.
E mais isto, uma mega-rusga, desencadeada em quatro localidades de França durante esta madrugada, notícia com que abrimos o liveblog do dia. Já lá está o aviso de Manuel Valls: "O terrorismo atacou e pode atacar de novo nos dias seguintes”.
Na sexta-feira, foi isto que aconteceu: 129. 129 pessoas que morreram. Cada um deles viveu uma vida, vivia a sua vida. Jantavam, cantavam, dançavam. Como estes portugueses, mas muito para lá deles.
É neles que pensamos quando pensamos em Paris. É para eles a nossa primeira homenagem (lembrando quem eram, um a um).
Houve mais heróis, os muitos que sobreviveram. E é também neles que pensamos, é também por eles que choramos - porque se deve chorar por quem sobreviveu a tudo aquilo. Chorar quando lemos o que escreveu Isobel, a mulher que sobreviveu à chacina do Bataclan e que nos contou como - e que agradeceu por tudo aos que a salvaram. No Bataclan, logo no Bataclan, que deu a Paris 150 anos de felicidades até esta sexta-feira, dia 13.
Paris. A investigação.
Os investigadores chegaram a um nome: Omar Mostefai, 29 anos, terrorista. O New York Times identificou-o como filho de uma portuguesa, cujos vizinhos contam uma história que mal conseguimos acreditar que acabou assim.
É possível dizer já alguma coisa sobre os outros terroristas. Um, por exemplo, que chegou a ser detido, mas está em fuga. Outros que a investigação segue, recorrendo novas pistas. Muitas dessas pistas levam-nos até uma cidade: Molenbeek. E até um país, a Bélgica, aquele que mais terroristas “exporta” para o Estado Islâmico.
Sabemos também que há cidadãos franceses entre os criminosos (metade dos estrangeiros que estão no EI são franceses). E, em qualquer caso, sempre a mesma pergunta: como explicar que cidadãos europeus, nascidos em liberdade e em paz, se sintam atraídos pelo ISIS? É o que os serviços de informações europeus (que já previam um ataque destes na Europa) têm tentado descobrir desde que o EI se tornou uma ameaça visível. Eestas são as respostas que conseguiram.
Paris. Síria. Estado Islâmico.Já lhe contei que França retaliou ontem com um ataque em Raqqa, na Síria. A França de Hollande, que logo falou da noite de sexta-feira como um "ato de guerra". E que agora recebe garantias de mais coordenação, de mais apoio, de mais ação, p.e., dos EUA.
Chegado aqui, é importante deixar-lhe este texto: o Estado Islâmico, aliados e inimigos no conflito da Síria em 16 gráficos. Para o ajudar a perceber o que se passa ali. Nestes dias vai ouvir falar muito nisto.
E também este: o Estado Islâmico estará a mudar estratégia militar. Vale a pena ver como.
E ainda este outro texto, que escrevemos há uns meses - mas muito, muito atual: onde é que o Estado Islâmico vai buscar dinheiro?
O que sobra, para nós pensarmos.Sobra uma dúvida: como contar tudo isto aos nossos filhos? (com estas respostas possíveis).
Sobram os cartoons, com uma tremenda homenagem a Paris e a todos os que viveram estes dias.
Sobra a opinião - e perdoe-me, mas vou destacar as da casa: José Manuel Fernandes ("Esta guerra, o islamismo e a nossa cobardia moral"); Rui Ramos ("Paris fica na Síria"); Helena Matos ("O principado de Zouheir"); Paulo de Almeida Sande ("Do fundo de um poço fundo"); João Marques de Almeida ("13 de novembro"); José Milhazes ("Será que o terrorismo vai vencer?"); e Lucy Pepper ("Nós somos os relações públicas do terrorismo").
Mas sobram sobretudo estes 4 debates que voltam em força com os atentados de Paris: Como devemos lidar com os refugiados? A extrema-direita vai ganhar? Já não vivemos seguros na Europa? O combate ao ISIS passa por uma intervenção militar? Ponto a ponto, obrigatório ler.
Procurei as palavras certas, mas não há palavras que descrevam o que vimos. Basta dizer Paris e alguns destes 11 vídeos daquela noite de 6ª-feira vão voltar-nos à cabeça (e vai ser assim durante bastante tempo).
Foram horas terríveis (muito planeadas), das mais sangrentas de de sempre na Europa. A que se seguiram outras 20 horas de choque, medo e incerteza (registadas neste liveblog, aquele que preferíamos nunca ter feito).
Depois desse dia veio outro, pesado, a chorar os que morreram, a identificar muitos deles, a procurar as pistas dos atentados, a correr atrás dos responsáveis. E a ver o Estado francês a atacar o ISIS, em Raqqa, território sírio. Foi tudo isto.
E mais isto, uma mega-rusga, desencadeada em quatro localidades de França durante esta madrugada, notícia com que abrimos o liveblog do dia. Já lá está o aviso de Manuel Valls: "O terrorismo atacou e pode atacar de novo nos dias seguintes”.
Na sexta-feira, foi isto que aconteceu: 129. 129 pessoas que morreram. Cada um deles viveu uma vida, vivia a sua vida. Jantavam, cantavam, dançavam. Como estes portugueses, mas muito para lá deles.
É neles que pensamos quando pensamos em Paris. É para eles a nossa primeira homenagem (lembrando quem eram, um a um).
Houve mais heróis, os muitos que sobreviveram. E é também neles que pensamos, é também por eles que choramos - porque se deve chorar por quem sobreviveu a tudo aquilo. Chorar quando lemos o que escreveu Isobel, a mulher que sobreviveu à chacina do Bataclan e que nos contou como - e que agradeceu por tudo aos que a salvaram. No Bataclan, logo no Bataclan, que deu a Paris 150 anos de felicidades até esta sexta-feira, dia 13.
Paris. A investigação.
Os investigadores chegaram a um nome: Omar Mostefai, 29 anos, terrorista. O New York Times identificou-o como filho de uma portuguesa, cujos vizinhos contam uma história que mal conseguimos acreditar que acabou assim.
É possível dizer já alguma coisa sobre os outros terroristas. Um, por exemplo, que chegou a ser detido, mas está em fuga. Outros que a investigação segue, recorrendo novas pistas. Muitas dessas pistas levam-nos até uma cidade: Molenbeek. E até um país, a Bélgica, aquele que mais terroristas “exporta” para o Estado Islâmico.
Sabemos também que há cidadãos franceses entre os criminosos (metade dos estrangeiros que estão no EI são franceses). E, em qualquer caso, sempre a mesma pergunta: como explicar que cidadãos europeus, nascidos em liberdade e em paz, se sintam atraídos pelo ISIS? É o que os serviços de informações europeus (que já previam um ataque destes na Europa) têm tentado descobrir desde que o EI se tornou uma ameaça visível. Eestas são as respostas que conseguiram.
Paris. Síria. Estado Islâmico.Já lhe contei que França retaliou ontem com um ataque em Raqqa, na Síria. A França de Hollande, que logo falou da noite de sexta-feira como um "ato de guerra". E que agora recebe garantias de mais coordenação, de mais apoio, de mais ação, p.e., dos EUA.
Chegado aqui, é importante deixar-lhe este texto: o Estado Islâmico, aliados e inimigos no conflito da Síria em 16 gráficos. Para o ajudar a perceber o que se passa ali. Nestes dias vai ouvir falar muito nisto.
E também este: o Estado Islâmico estará a mudar estratégia militar. Vale a pena ver como.
E ainda este outro texto, que escrevemos há uns meses - mas muito, muito atual: onde é que o Estado Islâmico vai buscar dinheiro?
O que sobra, para nós pensarmos.Sobra uma dúvida: como contar tudo isto aos nossos filhos? (com estas respostas possíveis).
Sobram os cartoons, com uma tremenda homenagem a Paris e a todos os que viveram estes dias.
Sobra a opinião - e perdoe-me, mas vou destacar as da casa: José Manuel Fernandes ("Esta guerra, o islamismo e a nossa cobardia moral"); Rui Ramos ("Paris fica na Síria"); Helena Matos ("O principado de Zouheir"); Paulo de Almeida Sande ("Do fundo de um poço fundo"); João Marques de Almeida ("13 de novembro"); José Milhazes ("Será que o terrorismo vai vencer?"); e Lucy Pepper ("Nós somos os relações públicas do terrorismo").
Mas sobram sobretudo estes 4 debates que voltam em força com os atentados de Paris: Como devemos lidar com os refugiados? A extrema-direita vai ganhar? Já não vivemos seguros na Europa? O combate ao ISIS passa por uma intervenção militar? Ponto a ponto, obrigatório ler.
O Impasse político & outra informação relevante
Aqui no Observador, a Liliana Valente entrevistou Pedro Nuno Santos, a nova rising star dos socialistas. Deixo-lhe alguns títulos:
"Não me passa pela cabeça que o PR prejudicará o seu país só para não dar posse a um Governo do PS"; "O PS negociará com o consórcio reversão da venda da TAP"; "O Novo Banco precisa de dinheiro”; “Não há ninguém que defenda uma rutura com a UE. Ninguém”; "Não podemos fazer de conta que a dívida externa não é um problema”; “A esquerda tem uma grande responsabilidade e não a pode desperdiçar”. Está tudo aqui.
Na SIC, Marques Mendes deixou 4 condições que Cavaco deve exigir a António Costa. Estão aqui.
Dos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa mandou recado para a Madeira: "É fundamental que haja um governo que governe, rapidamente, porque há muita coisa parada", disse ele.
A esquerda, essa, já enviou para o Parlamento uma avalanche de propostas. Algumas delas podem mostrar as primeiras divergências.
Sobre o Novo Banco. O Banco de Portugal classificou ontem como "remota" a hipótese de ser pedido mais dinheiro aos bancos, para colmatar o buraco potencial de 1,4 mil milhões - identificado pelos testes de stress feitos ao NB. A aposta do BdP é a venda da maioria do capital.
O PS já disse desconfiar que o banco represente um problema para os contribuintes (dizendo o Negócios hoje que o risco da CGD no processo supera os 1,5 mil milhões de euros). Quanto aos outros bancos, os problemas detetados são menores.
Como vai ser a TAP privada? A resposta curta é 53 novos aviões e bilhetes a 39 euros. A resposta longa está aqui.
O Julgamento de Luaty Beirão arranca hoje, sem que os advogados dos vários ativistas tenham a acusação, mas com uma notícia dando conta que uma conversa no Facebook é apresentada como ‘prova’ da rebelião, conta o Público hoje.
Notícias surpreendentes
Até já.
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