terça-feira, 25 de novembro de 2014

"POLVO" - Semanário SOL - 25 de Novembro de 2014





Adriano Silva partilhou a foto de Semanário SOL.
Não vai ser fácil, porque não tirei o diploma ao domingo e depois é um organograma com demasiadas setas. (continuo a gostar muito de filmes de índios)




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ANTÓNIO FONSECA

NOTÍCIAS - OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 25 de Novembro de 2014


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
O debate continua, o Macroscópio continua atento. Ontem à noite, já tarde, foi conhecida a decisão do juiz Carlos Alexandre sobre as medidas de coação a aplicar a José Sócrates e aos restantes arguidos, e estas suscitaram novas ondas de choque. Vamos a elas, com uma selecção das melhores análises e opiniões.
 
Vou começar hoje pelo Público e por dois textos escritos ainda antes da decisão de manter o antigo primeiro-ministro em prisão preventiva. João Miguel Tavares, em “O incomparável José Sócrates”, volta a a um antigo argumento e à necessidade de “explicar pacientemente, persistentemente, teimosamente, que José Sócrates era diferente, que era único, que não se podia comparar a ninguém, que ele era a pior coisa que nos tinha acontecido desde o PREC”. Parte daí para contrariar algumas ideias sobre a crise do regime:
O regime tem imensas falhas e a política infindáveis problemas, mas Passos Coelho tem toda a razão quando afirma que nem toda a gente é igual. E José Sócrates, graças a Deus, não é igual a ninguém. Ele é o special one da indistinção entre verdade e mentira, pela simples razão de que nunca viu diferença entre uma e outra. A sua detenção não é o fim do regime. Pelo contrário: foi durante o seu consulado que o regime esteve quase morto. O que está agora a acontecer é o oposto disso: é o regime a funcionar outra vez.
 
Paulo Rangel, em “Decência, justiça, regime e presidenciais”, também aborda de passagem a questão da eventual crise regime, mas o ponto mais interessante do seu artigo é a discussão, suscitada por uma intervenção pública de Pedro Adão e Silva, sobre o equilíbrio futuro entre os poderes legislativo, executivo e judicial. Apesar de considerar que o caso Sócrates “inscreve-se numa competência tradicional do poder judicial”, não deixa de expor a sua visão do futuro:
Numa sociedade poliárquica, com múltiplos centros de poder, de fronteiras abertas e porosas, a capacidade de afirmação do eixo de poder legislativo-executivo diminuiu francamente. Daí que, diante dos problemas hodiernos, os governos e os parlamentos dos Estados nacionais revelem uma reiterada dificuldade de resposta. Nas democracias pós-territoriais, o lugar e o papel dos tribunais vai ser seguramente muito mais relevante e muito mais visível do que foi até aqui. 
 
Aqui no Observador Rui Ramos, que já escrevera sobre “a hora mais perigosa do regime”, volta a abordar o tema colocando uma questão pertinente: “Como poderão os cidadãos confiar outra vez num regime cuja classe política não parece ter meios ou vontade para escrutinar e filtrar os menos idóneos?” Esse é o ponto de um texto intitulado “Há vida para além de Sócrates?”, onde recorda a mudança da IV para a V República em França para defender que é possível mudar de regime em democracia:
É possível falar de um novo “regime” no sentido de uma nova fase da democracia, da mesma maneira que os franceses falam do “regime da V República”. Mas o fim de um regime pressupõe forças para construir outro. Haverá em Portugal essas forças – outras pessoas, outras disponibilidades, outros meios — para refundar a democracia, como o general De Gaulle fez em 1958 em França, perante o descalabro militar e financeiro da IV República? Não sabemos. 
 
Luís Rosa, director do jornal I, utiliza argumentos semelhantes para defender que esta pode ser “Uma oportunidade para a regeneração”. Mas para isso será necessário que os partidos fundadores da Terceira República “percebam que nada voltará a ser igual. PSD, PS e CDS têm de ser mais exigentes com os seus dirigentes, têm de estar mais atentos à promiscuidade entre a gestão da coisa pública e os interesses económicos subjacentes, têm de impedir de facto que o financiamento partidário ilícito ou a corrupção possam marcar parte da condução do interesse público e têm de perceber que os servidores da causa pública não podem enriquecer ilicitamente à custa da política.” 
 
Passando às circunstâncias concretas deste caso, e em especial à decisão de decretar a prisão preventiva, noto que André Macedo, director do Diário de Notícias, está entre os que encontram motivos compreensíveis para o juiz Carlos Alexandre assim ter decidido. Escreve ele:
Estando sobre a mesa os crimes de corrupção e branqueamento de capitais -isto é, havendo factos considerados suficientemente fortes pelo juiz de instrução – e sendo o arguido um antigo primeiro-ministro (é evidente que o cargo importa) a prisão preventiva não se apresenta como excessiva ou desmesurada. O perigo de perturbação do inquérito era uma possibilidade, talvez uma tentação para Sócrates. A medida, em teoria, é proporcional. Esse risco não podia, por isso, ser desvalorizado por quem o julgou. 
 
O jurista e professor universitário André Ventura acrescenta, num texto publicado no jornal Oje, alguns argumentos a este ponto de vista. Para ele “a opção não poderia ter sido outra”. Isto porque o ex-primeiro-ministro poderia “perturbar o normal funcionamento do inquérito, seja através da mobilização de um conjunto de contactos naturalmente existentes ou de um amplo esforço de influências que se alastram desde os meios judiciais aos corredores parlamentares e ao universo empresarial”.
 
Já entre os que se mostram incomodados com o comportamento das autoridades judiciais, o destaque deve ir para Mário Soares e para o seu texto no DN de hoje intitulado “Uma semana difícil”. Lamenta aí “o que foi feito a um ex-primeiro-ministro com um anormal aparato fortemente lesivo do segredo de justiça não pode passar em vão”. E acrescenta: “Também não pode passar em vão o espetáculo mediático que a comunicação social tem feito, violando também ela o segredo de justiça ao revelar factos que era suposto só serem conhecidos quando um juiz se pronunciasse. O que não aconteceu.”
 
Esta linha de abordagem, muito crítica do poder judicial e muito solidária com o antigo primeiro-ministro, suscitou-me um comentário, aqui no Observador: “É talvez altura de nos curarmos de vez do socratismo”. Deixo-vos apenas uma passagem:
O que distingue o socratismo não é uma visão da forma de ser socialista, é uma visão schmittiana de exercício do poder. Compreendo que o seu estilo de líder forte possa ter fascinado quem cavalgou a onda, mas é bom que hoje olhem para o elixir que provaram e que os inebriou, e percebam que era um veneno. Ou seja: acordem para a realidade. Depois do que se passou nos últimos dias, do que já sabemos sobre os contornos do processo e das acusações, do que imaginamos mas ainda não sabemos, a pergunta que muitos têm de intimamente fazer é “como foi possível?”, “como é que acreditei?”. 
 
Termino chamando a atenção para uma perspectiva muito diferente, mas especialmente importante: a do embaixadorFrancisco Seixas da Costa que, no Diário Económico, chamou a atenção para os problemas de reputação que um caso deste tipo, em cima de uma sucessão de outros casos, pode acarretar para o país. Avaliando o impacto de crises como as do BES e da PT e de escândalos como os da rede de corrupção dos vistos gold e os que levaram à prisão de José Sócrates, conclui com uma perspectiva sombria:
Se, apesar do efeito reputacional destes eventos, o país não se afundar perante o mundo, só uma conclusão é legítimo tirar: já não somos nós que nos sustentamos perante o mundo, é apenas a nossa irrelevância no jogo global que nem sequer nos permite sermos sujeitos da nossa própria crise. Porventura, é melhor assim.
 
Termino por hoje, na expectativa de que amanhã já possa mudar de tema, até porque Portugal e o mundo não pararam de girar. Boas leituras e bom descanso. 

 
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ANTÓNIO FONSECA

Portugal não está preparado para sismos

HYPE SCIENCE - Vídeo: mancha solar em um timelapse incrível - 25 de Novembro de 2014


http://hypescience.com/





Vídeo: mancha solar em um timelapse incrível


Publicado em 23.11.2014
mancha solar
As manchas solares são regiões mais “frias” na superfície 
solar
, que produzem intensos campos magnéticos.
Recentemente, uma mancha solar, a Região Ativa ou Mancha Solar 2192, chamou a atenção dos astrônomos. Com mais de 100.000 km de diâmetro, maior que o planeta Júpiter, ela é, por enquanto, a maior mancha do ciclo solar atual.

Além do tamanho imenso, ela também criou algumas prominências solares com mais de 200.000 km de altura à medida que passeava pela superfície do sol.
Aproveitando as imagens do SDO, o Solar Dynamics Observatory (Observatório de Dinâmica Solar), que vigia o astro-rei do espaço, James Tyrwhitt-Drake pegou 17.000 imagens em ultra-violeta feitas entre os dias 14 e 30 de outubro e criou o incrível vídeo abaixo.
Na filmagem, o hemisfério sul está “em cima”, então a mancha solar aparece vindo da direita para a esquerda. Logo no início do vídeo, a mancha se revela na forma de uma prominência de plasma quente, que segue as caprichosas linhas do campo magnético.
A trilha sonora foi feita a partir de uma conversão dos dados do Helioseismic and Magnetic Imager do SDO, que mapeia os movimentos na superfície solar, em som. O autor é o astrônomo solar Alexander Kosovichev.
Se você tiver uma internet rápida, há uma versão do vídeo em 4K. Coloque em tela cheia e aproveite este espetáculo que aconteceu a meros 149 milhões de quilômetros daqui. [Bad Astronomy]


Sou formado em Engenharia Elétrica, mas trabalho no setor público, gosto de xadrez e fotografia.
Quer copiar nosso texto? Siga estas simples instruções e evite transtornos.


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ANTÓNIO FONSECA

JN - NOTÍCIAS - 25 de Novembro de 2014


Professor Universitário detido por burla ao Serviço Nacional de Saúde

25.11.2014 - 12:15
Um farmacêutico, professor universitário, foi detido pela presumível prática dos crimes de falsificação de documento agravada e burla qualificada, anunciou a Polícia Judiciária.
 
Em comunicado, a PJ revelou que, no decurso desta operação, foram ainda constituídos arguidos cinco pessoas (profissionais de saúde e outros), por suspeitas da prática dos crimes de crimes de falsificação de documento agravada, burla qualificada, associação criminosa, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Professor Universitário detido por burla ao Serviço Nacional de Saúde
FOTO GLOBAL IMAGENS/ARQUIVO
Foram realizadas "40 buscas em domicílios, farmácias, clínicas médicas, armazenistas de medicamentos e escritórios de contabilidade".
As autoridades investigam "um esquema fraudulento de obtenção de medicamentos comparticipados pelo Estado Português entre 95% e 100%, com base em receituário falso".
"Esses medicamentos são depois canalizados para armazenistas de produtos farmacêuticos, farmácias e distribuidores que depois os exportam, ou os introduzem novamente no mercado nacional, assim se obtendo ganhos ilícitos significativos", adianta o comunicado.
"A investigação prossegue com vista à continuação de recolha de prova e ao apuramento do prejuízo causado ao Estado Português através de comparticipações indevidas", prossegue o comunicado.
Esta operação, dirigida pelo Ministério Público, está relacionada com o processo principal, denominado "Remédio Santo", indicou ainda a fonte.
O "Remédio Santo" envolve mais de duas centenas de casos de fraude no SNS, no valor global superior a 200 milhões de euros.
Também no âmbito do processo "Remédio Santo", em outubro, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) comunicou o encerramento de um inquérito com a acusação de 20 arguidos, três dos quais pessoas coletivas, que "forjavam receitas" médicas.
As receitas, neste caso, eram depois submetidas ao "pagamento da comparticipação pelo SNS dos medicamentos, de elevado preço e comparticipados a 100 ou 95%".

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ANTÓNIO FONSECA

NOTÍCIAS - OBSERVADOR - HORA DE FECHO - 25 de Novembro de 2014


Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
OPERAÇÃO MARQUÊS 
O Ministério Público mandou a PSP fazer buscas numa herdade em Montemor-o-Novo, que pertence à ex-mulher de José Sócrates. Além do motorista, suspeita-se que Sócrates se socorria de Sofia Fava.
OPERAÇÃO MARQUÊS 
Criada apenas para receber polícias e detidos com necessidades de proteção especial, cadeia de Évora foi inaugurada por Governo de Sócrates. Há pouco tempo, houve revolta por causa da comida.
OPERAÇÃO MARQUÊS 
O ex-primeiro-ministro recebeu a primeira visita por volta das 15 horas. O socialista Capoulas Santos, que vive em Évora, disse estar "obviamente consternado" e que estava a visitar "um amigo".
OPERAÇÃO MARQUÊS 
A separação entre o coração e a política saiu por decreto. Costa proíbe a cabala e exige contenção aos deputados. Mas a justiça está no alvo dos socialistas.
OPERAÇÃO MARQUÊS 
Se o TC não tivesse chumbado a proposta de lei que criminalizava o enriquecimento ilícito, José Sócrates e Carlos Santos Silva teriam de provar a origem de bens e gastos acima dos rendimentos.
OPERAÇÃO MARQUÊS 
Várias personalidades ligadas ao PS manifestaram-se sobre a prisão preventiva de José Sócrates: acusações de "espetáculo mediático" e de "injustiça" por entre sentimentos de "consternação" e empatia
LISBOA 
A falta de herbicida levou a que diversos talhões de alguns cemitérios de Lisboa estejam cobertos de erva daninha. Em Benfica, alguma vegetação tem mais de meio metro de altura.
ORÇAMENTO 2015 
PSD Madeira diz que houve quebra de compromissos por parte de um secretário de Estado e por isso votaram contra. Montenegro diz que "vai haver consequências.
ORÇAMENTO 2015 
Maioria parlamentar PSD/CDS-PP aprovaram no Parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2015. Oposição votou contra, como já se sabia ainda antes do debate.
PAPA FRANCISCO 
No Parlamento Europeu, o Papa Francisco disse que as grandes ideias que impulsionaram a União Europeia deram lugar a "burocracias tecnocratas". Veja o vídeo e as fotografias. 
Opinião

Rui Ramos
Como poderão os cidadãos confiar outra vez num regime cuja classe política não parece ter meios ou vontade para escrutinar e filtrar os menos idóneos?

José Manuel Fernandes
Durante muitos anos muita gente não quis ver, não quis ouvir, não quis ler, recusou tomar conhecimento. Sócrates estava acima disso. Sócrates não tolerava dúvidas. Mas é altura de aceitar a realidade.

Helena Matos
Isto não tinha ser assim. Não tínhamos de ver um antigo primeiro-ministro a ser levado dentro de um carro pela polícia. Não tínhamos de ver o circo montado novamente à porta do DCIAP.

José Milhazes
A ambição: “O Império Russo ocupará o território da Euroásia histórica: quase toda a União Soviética (sem algumas das repúblicas da Ásia Central) mais a península à esquerda no mapa, chamada Europa".

Alexandre Homem Cristo
O que esta proposta para a subvenção vitalícia dos ex-políticos nos mostra sobre o presente é mau, mas o que nos diz sobre o futuro é ainda pior.
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ANTÓNIO FONSECA

MSN - Notícias do "I" - 25 de Novembro de 2014

Caso Sócrates. Cronologia dos acontecimentos da "Operação Marquês"

Jornal i
© Fornecido por Jornal i
Cronologia dos acontecimentos da "Operação Marquês", em que o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, foi detido numa investigação de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.O Tribunal Central de Instrução Criminal decidiu pela medida de coacção mais gravosa, a prisão preventiva, para José Sócrates e para o empresário Carlos Santos Silva, que foi administrador do grupo Lena entre Março de 2008 e Outubro de 2009, e para o motorista João Perna. Ao advogado Gonçalo Trindade Ferreira, o juiz Carlos Alexandre determinou a proibição de contactos com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar semanalmente ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).Principais acontecimentos:Sexta-feira, 21 de NovembroA Procuradoria-Geral da República (PGR) emite um comunicado em que confirma que José Sócrates e outras três pessoas foram detidas, na sexta-feira à noite, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que investiga "suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção".A PGR confirmava uma notícia avançada pouco antes pelas edições online do Sol e do Correio da Manhã e explicava que os detidos seriam hoje interrogados pelo juiz de instrução do inquérito, "que investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível", sendo "independente" do caso Monte Branco e não tendo tido sequer "origem no mesmo".Sábado, 22 de Novembro - A meio da manhã, Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, partido que está reunido em Convenção em Lisboa, recusou comentar a detenção de Sócrates, dizendo que é uma investigação que cabe às autoridades judiciárias: "À política o que é da política, à justiça o que é da justiça", afirmou.- Ainda durante a manhã, o candidato socialista a primeiro-ministro, António Costa, enviou uma mensagem aos militantes do PS, que elegem hoje em eleições directas um novo secretário-geral, em que lhes pediu para que não confundam a "solidariedade e amizade pessoais" em relação a José Sócrates com a acção política do partido, salientando que "só à justiça cabe conduzir, com plena independência" o processo e que "é essencial preservar" o partido na apreciação deste caso.- Perto do meio-dia, a RTP revelou que suspendeu o espaço de comentário que Sócrates tinha aos domingos no Canal 1. - Por volta da mesma hora, o ex-líder do BE, Francisco Louçã, à entrada para a Convenção do partido, recusou fazer juízos "precipitados" sobre a detenção do ex-primeiro-ministro. Louçã admitiu que este caso "terá um efeito no país inteiro", mas ressalvou que é preciso "prudência", que "só há casos julgados quando eles terminam" e que, quanto às questões políticas, "são de outra natureza" e só poderão ser avaliadas depois. Por fim, considerou que Portugal precisa de uma justiça "mais bem preparada" e com "mais meios" para combater "processos de extrema complexidade" como "o branqueamento de capitais, a corrupção e criminalidade dos bancos".- O vice-presidente e coordenador do PSD, Marco António Costa, disse, ao início da tarde, na Maia, que o partido não irá fazer “qualquer comentário político” sobre a detenção de José Sócrates por se tratar de um “tema de justiça”, acrescentando que se deve aguardar “serenamente que as instituições judiciais prestem os esclarecimentos que julguem convenientes em função do desenrolar dos acontecimentos”.- Por volta das 14:00, a PGR voltou a emitir um comunicado em que revela a identidade dos outros três detidos, no âmbito deste inquérito: o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista João Perna.A PGR adianta, por outro lado, que o inquérito teve origem "numa comunicação bancária" feita ao DCIAP em cumprimento da lei de prevenção e repressão de branqueamento de capitais".- O líder da CGTP, Arménio Carlos, à margem de uma marcha no Porto, defendeu ser necessário “aguardar que a justiça funcione rapidamente”.- À margem de um comício em Albergaria-a-Velha, o secretário-geral do PCP, Jerónimo Sousa, disse não querer comentar a detenção do ex-primeiro-ministro, afirmando que deve haver "o apuramento de toda a verdade, o funcionamento da investigação e da Justiça e não apressar julgamentos ou condenações", acrescentando que "que ninguém está cima da Lei”.- Às 16:30, as autoridades que investigam o caso terminaram buscas que estavam a fazer na residência de Sócrates em Lisboa, que o ex-primeiro-ministro acompanhou, disse à Lusa fonte policial.- Às 16:45, José Sócrates chegou ao Campus da Justiça, em Lisboa, transportado, desde a sua residência, numa viatura descaracterizada e em marcha de emergência, para ser presente ao juiz Carlos Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal, para primeiro interrogatório judicial.- O CDS-PP, numa nota enviada à Lusa pelo vice-presidente do partido Nuno Magalhães, sublinha que respeita a separação de poderes e a independência da justiça e por isso não fará comentários sobre "investigações em curso no sistema judicial". - Também o ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa, na Mealhada, numa celebração dos 40 anos do partido, remeteu uma apreciação política e jurídica da detenção do ex-primeiro ministro para o seu espaço de comentário na TVI, no domingo, mas disse que, nalguns casos, a "solidez dos factos" pode justificar uma decisão desta natureza. No entanto, ressalvou que "para compreender o alcance jurídico deste caso", será preciso "ter o resultado do interrogatório e da decisão do juiz, que pode demorar mais ou menos tempo".- Na Guarda,à margem da Academia do Poder Local, promovida pelos Autarcas Sociais Democratas e pelo Instituto Francisco Sá Carneiro, o provedor da Santa Casa da Misericórdia e também ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, considerou na noite de sábado que a detenção do ex-primeiro ministro José Sócrates é um facto "triste para Portugal" e que levanta questões quanto ao "ponto a que o Estado chegou".- As notícias de detenção do ex-primeiro-ministro fizeram manchete na imprensa internacional, sendo tema de destaque, entre outros, nos espanhóis El Mundo e El País, no britânico Financial Times, no francês Le Monde ou no brasileiro O Globo.- Pelas 22:20, José Sócrates abandou o Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, em direcção ao Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, onde passou a segunda noite consecutiva desde a sua detenção. À saída do tribunal, o seu advogado, João Araújo, não esclareceu se já se teria iniciado o interrogatório ao ex-primeiro-ministro.- Pouco antes da meia-noite, no seu primeiro discurso perante os militantes socialistas depois de no sábado ter sido eleito como novo secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa afirmou que o PS "é um partido que não adopta as más práticas estalinistas de eliminação da fotografia deste ou daquele", acrescentando que o partido "assume toda a sua história, dos bons e dos maus momentos". Manifestou solidariedade para com o ex-primeiro-ministro detido, mas não quis fazer comentários à actuação das autoridades judiciais no caso.Domingo, 23 de Novembro- José Sócrates regressou ao TCIC pelas 08:35 para ser interrogado pelo juiz Carlos Alexandre.- Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, defendeu que "os políticos não são todos iguais", admitindo que casos como o de José Sócrates podem ser "um factor de descredibilização da política".- A empresa farmacêutica suíça Octapharma, para a qual o ex-primeiro-ministro trabalha como consultor para a América Latina, revelou em comunicado ter sido alvo de buscas na quinta-feira, dia 20 de Novembro, nas suas instalações em Portugal, das quais não resultou a detenção de qualquer colaborador, ao contrário do inicialmente avançado. Num primeiro momento, chegou a ser noticiado erradamente que entre os detidos estava Joaquim Lalanda de Castro, representante da multinacional farmacêutica Octapharma. A Octapharma manifestou-se ainda disponível para colaborar com as autoridades.- Em declarações à agência Lusa, a bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, admitiu que a detenção para interrogatório de José Sócrates poderia ser ilegal, sublinhando que o Código do Processo Penal estipula que nestes casos a detenção só pode ocorrer "havendo perigo de fuga, flagrante delito, perigo de continuação da actividade criminosa ou havendo o perigo de alguma intranquilidade na comunidade".- Por volta das 18:00, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em Aveiro, referiu-se à detenção de José Sócrates, dizendo que é um processo que cabe à justiça e não à política, admitindo que o que aconteceu "não foi uma coisa trivial". Apesar de não querer fazer comentários, perante a insistência dos jornalistas acabou por dizer que assuntos como a detenção do ex-primeiro-ministro não são de "estados de alma", frisando ainda não ser comentador, mas sim o primeiro-ministro, e, como tal, ter o dever de "assegurar que todas as instituições funcionam nos termos em que devem".- José Sócrates abandona as instalações do TCIC por volta das 21:45, em direcção ao Comando Metropolitano de Lisboa, da PSP, onde passa a terceira noite consecutiva. À saída do tribunal o advogado João Araújo adiantou que o interrogatório judicial ao ex-primeiro-ministro seria retomado na segunda-feira, pelas 09:15. O advogado de Sócrates referiu ainda que o interrogatório estava "a correr muito bem", e que Sócrates estava "óptimo" e com um estado de espírito "forte".Segunda-feira, 24 de Novembro- Por volta das 10:00 os advogados do ex-primeiro-ministro José Sócrates, e do empresário Carlos Santos Silva chegaram ao TCIC, onde o ex-primeiro-ministro era esperado para o retomar do interrogatório pelo juiz Carlos Alexandre.- A presidente cessante do Partido Socialista, Maria de Belém, recusou que a detenção de Sócrates fragilize o partido e defendeu a separação entre política e justiça. Jorge Lacão e Vieira da Silva, ambos ex-ministros dos Governos socialistas de José Sócrates, manifestaram-se "condoídos" e "consternados" pela situação vivida pelo ex-primeiro-ministro.- A Comissão Europeia recusou fazer qualquer comentário à detenção do ex-primeiro-ministro alegando que não se envolve em “procedimentos nacionais” que não estejam directamente relacionados com dinheiro ou actividades da União Europeia.- O interrogatório a José Sócrates foi interrompido por volta das 12:30, para almoço, e retomado às 14:30.- Em entrevista à RTP, o ex-procurador-geral da República, Pinto Monteiro, defendeu que está a ser feito "um aproveitamento político de um caso jurídico", que "prejudica o PS". Pinto Monteiro esclareceu ainda que durante o almoço que manteve com o ex-primeiro-ministro, dias antes de este ser detido, falou apenas sobre livros e sobre o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, garantindo que Sócrates não lhe perguntou "nada sobre justiça", e que ignorava que decorria um processo contra o ex-primeiro-ministro. O ex-procurador reconheceu que o almoço acabou por ser “uma coincidência complicada” e “desagradável”, assumiu "simpatia" por Sócrates e frisou que "enquanto cidadão livre" almoça com quem quer. - O advogado de José Sócrates, João Araújo, presta curtas declarações aos jornalistas, anunciando que José Sócrates ficou em prisão preventiva, medida que considera "profundamente injusta e injustificada" e aproveita para referir que irá recorrer da decisão.- A divulgação das medidas de coacção decretadas pelo juiz Carlos Alexandre, inicialmente prevista para as 18:30, verificou-se minutos depois da saída do advogado João Araújo, cerca das 22:30 pela voz de uma funcionária judicial. O TCIC decretou a prisão preventiva do ex-primeiro ministro José Sócrates, do seu motorista João Perna e do empresário Carlos Santos Silva por suspeitas de crime económicos. Ao advogado Gonçalo Trindade Ferreira, o juiz Carlos Alexandre determinou a proibição de contactos com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar semanalmente ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
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ANTÓNIO FONSECA

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