sábado, 12 de setembro de 2020

OBSERVADOR - DESPORTO - 12 DE SETEMBRO DE 2020

 

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Observador

Desporto

Fotografia de Bruno Roseiro
Bruno Roseiro
Editor de Desporto
Sexta,11 Set 2020
Foto da Newsletter

A menos de dois meses das eleições, que se deverão realizar no último fim de semana de outubro (embora não exista ainda uma data definida e anunciada em termos oficiais), Luís Filipe Vieira teve a sua primeira intervenção enquanto candidato. Ou recandidato, algo que se soube apenas por ter manifestado essa vontade numa reunião dos órgãos sociais, partilhando a reflexão que prometera fazer após a derrota do Benfica na Madeira. Daí para cá, teve um curto discurso na apresentação de Jorge Jesus e assinou o editorial de uma newsletter diária do clubeMais nada. Esta quinta-feira, através do porta-voz oficial da candidatura, João Gabriel (outra novidade em termos públicos nesta campanha), o líder dos encarnados reagiu à “campanha permanente de insinuações que visam um único objetivo, interferir de forma indevida no ato eleitoral”: “É insustentável continuar calado”.

Na véspera, o Observador tinha revelado que Rui Pinto acusou Luís Filipe Vieira de estar envolvido num caso de alegada corrupção em conjunto com a Odebrecht Brasil, a principal empresa brasileira visada da Operação Lava Jato. Segundo o hacker, a construção de um complexo hoteleiro situado numa zona muito privilegiada do litoral do Recife através de uma parceria entre o Grupo Promovalor (de Vieira) e a Odebrecht teve pelo meio alegados pagamentos de subornos para viabilizar a obra em questão. E uns dias antes houve mais notícias sobre a Operação Lex e a garantia de que o presidente dos encarnados será acusado em breve. “Ao contrário de tudo o que é dito, insinuado, plantado e sugerido, a verdade é que foram o Benfica e o seu presidente os alvos de práticas criminosas e continuadas com o único objetivo de denegrir publicamente a instituição e o seu líder, sem qualquer consequência criminal até agora”, destacou João Gabriel, num comunicado lido em conferência.

Depois de uma época que o próprio assumiu como frustrante no Relatório e Contas do exercício de 2019/20, que terminou com a SAD a cumprir a sétima temporada consecutiva a dar lucro naquele que foi o segundo melhor resultado da história da sociedade, os encarnados investiram como nunca no reforço do plantel, incluindo a forte aposta no regresso de Jorge Jesus e respetiva equipa técnicaJoão Noronha Lopes tem andado por várias Casas do clube, Rui Gomes da Silva reage de quando em vez em termos públicos, Francisco Benítez tenta apresentar as suas ideias nas redes sociais e em grupos de associados mas as eleições têm de longe um favorito claro (no plano teórico). O que poderá mudar essa condição ou pelo menos equilibrar essa balança? Os casos de justiça, propalados por uns e refutados por outro, e o arranque oficial da época. Quando o Benfica, que ganhou no último teste “aberto” ao Rennes na Luz com Pizzi em destaque, entrar em campo em Salónica na terça-feira (19h) para defrontar o PAOK na terceira pré-eliminatória da Champions, disputada apenas a uma mão, há muito mais do que uma qualificação para o playoff em causa. Esta partida vale já por uma época? Não, vale por quatro. Porque são muitos os casos no futebol português em que o que parece certo muda na bruma dos resultados desportivos.

Mais tarde, no início da Primeira Liga aprazado para a próxima semana, começará a temporada oficial para o FC Porto, que perdeu um avançado e rapidamente encontrou sucessor. Fábio Silva, um dos campeões europeus de juniores dos azuis e brancos em 2019, saiu para o Wolverhampton por 40 milhõescumprindo o sonho de jogar em Inglaterra – sendo que os dragões receberam apenas 75%, com o restante a ser dividido entre sete milhões para a Gestifute e três para a STV (Soccer Talent Vision), empresa do ex-jogador e campeão Jorge Silva, que é pai do jogador. Dias depois, Vítor Ferreira também foi confirmado nos Wolves mas por empréstimo com opção de compra. E entretanto chegou à Invicta Evanilson, avançado brasileiro que jogava no Fluminense mas que tinha o seu passe nas mãos do Tombense, modesto clube de Minas Gerais liderado por Lane Gaviolle, um dos proprietários da empresa Brazil Soccer, que terá recebido oito milhões. “Nem dormi direito”, admitiu o jogador de 20 anos na segunda aventura europeia, depois da breve passagem pelo STK Samorín, da Eslováquia.

No Sporting, a maior contratação acabou por ser o acordo com o Sp. Braga para o pagamento de Rúben Amorim até junho de 2021, assumindo os leões as penalizações e os juros previstos no anterior contrato não cumprido que deveria ter colocado dez milhões de euros mais IVA no Minho. Ao todo, os pouco mais de 12 milhões serão quase 14,5 milhões e uma qualquer falha no que está agora previsto levará não só a hipotecas sem necessidade de lutas nos tribunais como a nova penalização de 1,7 milhões (que, se acontecesse, faria do treinador o mais caro de sempre à frente de André Villas-Boas). Também esta semana a sociedade apresentou um lucro de 12,5 milhões no exercício de 2019/20 – o que mostra que o não pagamento do técnico foi mesmo opção própria – e com volume de negócios recorde de 175,5 milhões mas a situação financeira está muito longe de ser desafogada.

Nota ainda para o anúncio com pompa e circunstância (literalmente, neste caso) de Ricardo Quaresma pelo V. Guimarães. E antes tinha havido a contratação de Nico Gaitán pelo Sp. Braga ou de Javi García pelo Boavista. Pelo menos nos nomes o Campeonato promete ser muito mais do que os crónicos candidatos ao título.

Portugal's Cristiano Ronaldo celebrates after scoring a goal against Sweden, during the UEFA Nations League match at Friends Arena, in Stockholm, Sweden, 08 September 2020. MÁRIO CRUZ/LUSA

Ansu Fati tinha sido o grande destaque no regresso da Liga das Nações, com uma jogada fabulosa que originou o primeiro golo de Sergio Ramos frente à Ucrânia antes de se tornar o jogador mais novo de sempre a marcar na equipa principal de Espanha. E a exibição teve ainda mais impacto por surgir na véspera do regresso de Lionel Messi a Barcelona, depois de assumir que nunca iria a tribunal contra os blaugrana entre várias críticas a Josep Maria Bartomeu, presidente dos catalães. Depois, Ronaldo entrou em campo. Tudo mudou, para variar.

Depois de ter ficado na bancada por estar a recuperar de uma infeção no dedo do pé na goleada frente à Croácia no Dragão, que teve João Cancelo, Raphael Guerreiro e Diogo Jota como principais destaqueso capitão voltou às opções iniciais de Fernando Santos e decidiu em Solna o triunfo frente à Suécia, que se tornou uma das principais vítimas por Portugal. Mais do que isso, Ronaldo tornou-se o primeiro jogador europeu a passar a barreira dos 100 golos em seleções, ficando a oito do recorde de Ali Daei que um sorriso na zona de flash interview confirmou ser o próximo objetivo a alcançar. Os parabéns chegaram de todos os lados, do presidente da FIFA a Pelé, passando por antigos companheiros de Seleção e clubes entre os quais o sempre bem humorado Rio Ferdinand e o português agora nos EUA Nani, que definiu o número 7 como “o melhor de todos os tempos”.

Agora, e depois da Ligue 1, estão de regresso mais duas das principais ligas europeias: a Premier League e a La Liga. Se em Espanha Real Madrid, Barcelona e Atl. Madrid ainda não entram em ação nesta ronda inicial por terem terminado a temporada mais tarde (assim, os destaques vão para o Granada-Athl. Bilbao no sábado às 17h30 e para o Valencia-Levante no domingo às 20h), em Inglaterra, sem as duas equipas de Manchester para já a competir, há jogos interessantes e que envolvem portugueses: no sábado o Liverpool-Leeds (17h30); no domingo o Tottenham-Everton (16h30); na segunda-feira o Sheffield-Wolverhampton e o Brighton-Chelsea (20h). E como estamos a falar daquela que é considerada por muitos a melhor liga do mundo, nota ainda para a contratação mais cara de sempre do futebol feminino, feita pelo Chelsea ao Wolfsburgo, da dinamarquesa Pernille Harder.

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Novak Djokovic levava uma série de 26 jogos sempre a ganhar em 2020 e tinha igualado o número de vitórias em torneios Masters 1.000 de Rafael Nadal. O ano começou com um triunfo no Open da Austrália, houve a pandemia pelo meio, o erro de casting da organização do Adria Tour. O US Open parecia destinado a ser o terreno para a verdadeira redenção mas acabou por tornar-se num dos pontos mais baixos do sérvio: ainda no primeiro set da quarta ronda frente ao espanhol Pablo Carreño Busta, soltou a frustração por um ponto perdido e atingiu com uma bolada na garganta uma juiz de linha. Pediu de imediato desculpa, foi ver se estava tudo bem, argumentou de variadas maneiras que tinha sido um momento sem intenção (e sobre isso ninguém tem dúvidas) mas acabou por ser desqualificado, perdendo todos os pontos e o prize money conseguido até essa fase da prova.

Poucas horas depois, fez uma espécie de mea culpa pelo sucedido para arrumar com a questão. Mais tarde, teve de voltar às redes sociais para pedir compreensão pela juiz de linha, Laura Clark, que ao ver a sua identidade ser revelada por um jornal local de Owensboro, em Kentucky, ficou com a sua vida virada ao contrário e foi alvo de ameaças de morte que a levaram a encerrar a página pessoal no Instagram. Este sábado joga-se a final feminina (21h), entre Naomi Osaka Victoria Azarenka (que venceu de forma convincente Serena Williams nas meias), no dia seguinte é altura do encontro decisivo do quadro masculino (21h) mas o segundo Grand Slam da temporada, que terá vencedores diferentes do Open da Austrália, ficará marcado pelo episódio Djokovic.

Umas horas antes, Portugal tinha derrotado a Suíça por 5-4 e reconquistado o título de campeão europeu de futebol de praia, num triunfo muito assente no “espírito de entreajuda”. Mais um troféu coletivo para o currículo nacional, depois de mais um troféu individual para o currículo nacional: Vasco Vilaça sagrou-se vice-campeão mundial de triatlo em Hamburgo, numa prova onde foi apenas superado pelo francês Vincent Luis.

Este fim de semana, após três semanas de paragem, as atenções voltam a centrar-se no MotoGP e no Grande Prémio de São Marino (domingo, 13h) que será o primeiro desde que Miguel Oliveira alcançou o primeiro triunfo na categoria rainha na Áustria – e que continua a valer muitos elogios ao português, incluindo do ídolo Valentino Rossi. Pouco depois (14h10), e após a surpreendente vitória de Pierre Gasly no Grande Prémio de Itália, arranca o Grande Prémio da Toscânia em Fórmula 1 que será também a 1.000.ª prova da Ferrari no Mundial.

EU, A TV E UM COMANDO

12 de Setembro

17h30Premier League: Liverpool-Leeds

13 de Setembro

13hMotoGP: Grande Prémio de São Marino

15 de Setembro

19hLiga dos Campeões: PAOK-Benfica

O JOGO EM PALAVRAS

PÓDIO

1

Portugal é bicampeão europeu de futebol de praia

Madjer esteve presente fora da areia, o selecionador renovou uma promessa, Léo Martins assinou um hat-trick: na Nazaré, Portugal venceu a Suíça (5-4) e sagrou-se bicampeão europeu de futebol de praia.

2

Triatlo. Vasco Vilaça é vice-campeão do mundo

O português, campeão europeu de juniores em 2017, ficou este sábado a apenas dois segundos do título, em Hamburgo. Completou a prova em 49.15 minutos, atrás do francês Vincent Luis.

3

Pierre pôs o vermelho e azul na bandeira vermelha

Numa corrida que esteve interrompida depois de um acidente violento de Leclerc, Pierre Gasly aproveitou uma penalização de Hamilton para vencer o GP de Itália e ganhar pela primeira vez na Fórmula 1.

O CASO

Fotografia
US OPEN

Djokovic desqualificado por atingir juiz de linha

Djokovic, que não tinha perdido qualquer jogo em 2020, atingiu juiz de linha com uma bola na garganta, pediu logo desculpa mas foi desqualificado do US Open. Perdeu todos os pontos e o prize money.

TERCEIRO TEMPO

O JOGO - 12 DE SETEMBRO DE 2020

 

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