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Confessionário dum Padre |
Posted: 29 Mar 2020 02:00 PM PDT
Há uns quinze dias, quando nos começámos a isolar, quando as celebrações comunitárias foram suspensas e as igrejas fechadas, dei por mim, em casa, a perguntar-me que fazer para, com simplicidade e naturalidade, continuar a guiar estes meus rebanhos, estas minhas comunidades. Estava nisto quando uma catequista me contactou, porque precisava falar. Ter com quem trocar uns dedos de conversa. Ou melhor, ter quem a ouvisse. Falámos um pouco de muitas coisas relacionadas com este mal-estar. E, às tantas, manifestei-lhe a preocupação que carregava.
Como resposta a esta inquietação, olhem só o que o Senhor Deus tinha preparado para mim da boca desta minha paroquiana. Senhor padre, não queira carregar a cruz sozinho. Neste momento, os seus paroquianos querem apenas que continue a ser o nosso padre. Para ser mais claro, refiro que disse o meu nome próprio. Nós queremos que continue a ser o nosso padre tal. E continuou. Às vezes queremos fazer coisas que não dependem da nossa vontade. E nós precisamos de saber que está bem. Foi mais ou menos isto que ela disse ou quis dizer, ou eu interpretei. E não sabe o bem que me fez!
Ninguém tem de ser um super-herói diante destas contingências. Temos de ser quem somos. Não tenho de ser um super-padre. Eu tenho de ser o padre que tenho sido. Isso já é heroico.
A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O padre é o tem de" |
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