Enquanto dormia
Os Estados Unidos viram Hillary a crescer e Sanders a surpreender.
O primeiro debate entre os candidatos democratas à Casa Branca mostrou
que quando Donald Trump não está em palco a conversa é mais construtiva.
O Diogo Queiroz de Andrade esteve a ouvir tudo, noite fora, e faz-lhe
o resumo. Se quiser perceber um pouco melhor os temas mais marcantes do debate à esquerda -
e conhecer os candidatos - o Tiago Palma fez o guião.
A Rússia levantou “sérias dúvidas” sobre a investigação ao voo MH17, depois de esta ter concluído que houve
mão russa
no míssil que abateu o avião em espaço aéreo ucraniano. "A forma como
[o inquérito] foi conduzido influenciou forçosamente o resultado”,
disse o MNE russo.
Dilma e Maduro estão sob pressão. No Brasil, a presidenta acusou a oposição de preparar um
"assalto ao poder"; enquanto na Venezuela, Nicolas Maduro
acusou o FMI de se aliar à oposição para o derrubar.
Sílvio Berlusconi foi 'apanhado'. Uma biografia do ex-PM italiano, que acaba de ser publicada,
mostra mais da sua vida do que ele gostaria.
O Man Booker Prize do ano já tem dono: "A
Brief History of Seven Killings", do jamaicano Marlon James, descreve as
lutas contra os traficantes de droga em 700 páginas que
não são meigas na linguagem, nem nas descrições de violência, como explica a Sara Otto Coelho.
Pós-legislativas
"As medidas do PS não são bolas de Natal na árvore". Foi
assim que António Costa deu, ontem à noite, um "chega para lá" à
coligação, mostrando que a sua vontade de negociar à direita é curta.
As declarações à saída da reunião no Largo do Rato indicam que o PS está
apostado num de dois cenários: conseguir um acordo à esquerda que lhe
permita governar, ou - na ausência desse acordo - ficar na bancada da
oposição, forçando a direita a negociar cada medida.
A síntese do que Passos disse, as medidas que o PS diz serem "imprescindíveis" e as pistas para o que fará Costa estão aqui, explicadas pela Liliana Valente.
Ontem, hoje e amanhã,
a prioridade de Costa é preparar os embaixadores, a Europa e os investidores para o seu plano A: um Governo com o PCP e BE.
O plano de tranquilização em curso está aqui, contado pelo Edgar Caetano.
E haverá razões para preocupação? O Público conta que
a agência de rating DBRS está em Lisboa e realmente preocupada com o cenário. Mais importante quando
é a única que tem Portugal em nível de investimento.
Mas cuidado, o plano A não é limpinho, limpinho - como diria Jorge Jesus. Ontem à noite,
o PCP fez uma declaração política que mostra que ainda não deu qualquer garantia para a aprovação de um orçamento do PS. E ouviram-se socialistas desconfiados - um dos quais a alertar para
"a fratura" que o plano pode provocar entre os socialistas.
A ver, aqui.
Em stand-by ficará agora a coligação,
esperando que o PS lhe envie "por escrito" o que disse ontem na reunião.
Mas para fazer uma avaliação correta do que propuseram Passos e Portas,
o melhor será
passar os olhos por aqui. Um detalhe importante: a coligação admite entrar numa fase de "austeridade mínima" para dar espaço a propostas do PS.
O liveblog do dia está já aberto aqui
- explicando não só as dificuldades nas negociações entre PS e PCP, mas
também a surpresa que pode vir da contagem de votos da emigração.
Pelo meio de tudo isto,
ainda foi apresentada a candidatura de Maria de Belém à Presidência, com muitos socialistas à volta. A mensagem essencial foi esta:
“Numa república democrática não há coroação para a presidência”.
Noite fora, na SIC-Notícias, um socialista muito mediático explicou,
mesmo assim, que o mais certo é Marcelo ganhar à primeira volta (momento
devidamente
registado no liveblog de ontem).
Quanto a Rui Rio, o JN diz que
decide esta semana se entra na corrida ou não.
Outras informações relevantesA privatização da TAP passa, mas com uma condição prévia:
o regulador quer que fique claro o controlo do português Humberto Pedrosa sobre a empresa.
Várias novidades sobre o caso BES. O Ministério Público fez a
primeira avaliação do prejuízo provocado pela gestão de Ricardo Salgado (alegadamente, com relevância criminal). O número é de
cerca de 1,8 mil milhões de euros - e está inscrito no acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, conta o Luís Rosa.
Ao mesmo tempo, o tribunal anulou a apreensão de bens a Morais Pires, decretada por despacho judicial.
Ricardo Salgado e José Manuel Espírito Santo podem também beneficiar da decisão.
De ontem à noite veio
outro despacho, mas do ministro da Saúde: Paulo Macedo instaurou um
processo disciplinar ao presidente do INEM,
com suspensão temporária de funções, depois de a Inspeção Geral o ter
acusado de usar meios do organismo para ajudar uma amiga.
Um alerta no hospital de Gaia:
uma bactéria resistente a antibióticos infetou já 30 pessoas, obrigando a reforçar medidas de segurança. A história vem no JN de hoje.
E uma relatório sobre Saúde, mostrando que os
portugueses continuam a não dispensar as urgências dos hospitais -
e não aos centros de saúde - quando têm um problema (via Público).
Um outro relatório importante, mas da OCDE e sobre o nosso dia-a-dia, mostra que
o aumento dos horários de trabalho longos tem sido enorme - e apenas ultrapassado pelo Chile. Há outras notas sobre a "insatisfação" nacional a registar.
Já na Educação,
Nuno Crato marcou para dezembro a prova de avaliação de professores - a mesma que a esquerda quer anular. A notícia está no DN.
Novidades em Lisboa: a Câmara está a avaliar
novas mudanças no trânsito da Avenida da Liberdade.
O João Pedro Pincha, muito a propósito, fez
uma infografia com as muitas obras que estão em curso na capital.
Os nossos Especiais
O que esperar de um Governo de esquerda? António
Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa estiveram (quase) sempre em
barricadas diferentes. Agora, podem ser aliados. Há cola que chegue
para os unir? O Miguel Santos e a Rita Dinis foram analisar os programas
dos três partidos, para
antecipar o que poderá ser o programa comum - se as conversas chegarem a algum porto.
E, afinal, quando é que vamos ter governo? Quando todos os cenários se baralham - e tudo se parece atrasar -, o melhor é voltar atrás. A Rita Dinis preparou-lhe
um Explicador, para que não tenha de ir ler a Constituição de modo a conhecer os passos que se seguem.
Na Frente Leste não havia Convenção de Genebra. A
II Guerra Mundial causou destruição e sofrimento a uma escala inaudita,
mas foi entre alemães e soviéticos que a brutalidade atingiu o zénite. O
José Carlos Fernandes pegou em "Guerra Total", de Michael Jones, e
descreve
a pior das estratégias de guerra já usadas.
Notícias surpreendentes
Há notícias que viram uma página do mundo - e que merecem um registo na história:
se ontem a Playboy anunciou que vai deixar de fotografar as mulheres nuas, nós decidimos por aqui
fazer uma viagem de 63 anos e recordar as melhores capas eróticas da revista. Acredite: é uma bela viagem no tempo.
Falando em privação,
e se deixasse de consumir álcool, açucares e "fast food" durante um mês? Um documentário acompanhou de perto um homem que passou pela experiência.
Quer apostar como acabou?
Talvez pior ainda.
E se os telemóveis nos desaparecessem das mãos? Quanto mudou o nosso dia-a-dia, mesmo em família, com o uso dos telemóveis? Um fotógrafo quis dar uma resposta original e
mostrar-nos as figuras que fazemos - mas, aqui, sem os telemóveis estarem nas nossas mãos. Ora veja.
Bom, talvez seja hora de lhe dizer que não estamos de má vontade, aqui
no Observador. Por nós, tem direito a tudo o que quer. E para o mostrar,
aqui está a prova de que continuamos
bem atentos ao que lhe pode ser útil. Eis
11 truques para tornar mais produtivo o seu iPhone, que não demoram mais de 10 segundos.
Despeço-me por aqui, com a promessa de nos mantermos atentos, produtivos
e procurando fugir a privações - não é disso que o jornalismo é feito.
As notícias continuarão atualizadas, os nossos olhos bem abertos - e
muito atentos à situação política e ao que acontecer no mundo.
Sempre por aqui, à distância de um clique.
Tenha um dia bom, feliz e com um sorriso nos lábios.
Até já!