OBVIOUS - Escolhas do editor
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Por Bruno Calzavara em 3.12.2013 as 16:11
As pessoas fazem todo o tipo de escolhas bizarras. De uma família que escolheu viver como se ainda estivesse no ano de 1986 até um jovem que mora com mais de 200 mil baratas, conheça histórias pra lá de surpreendentes:
Sarah Chrisman nunca quis vestir um espartilho, mas depois que seu marido lhe deu um em seu aniversário de 29 anos, ela conta que a peça antiquada mudou sua vida. Ela se inspirou no corset para se aprofundar na moda feminina da era vitoriana e começou a se vestir exclusivamente dessa forma.
Hoje em dia, ela e seu marido, Gabriel, se comprometem a viver uma vida o mais vitoriana possível, dentro das limitações dos tempos modernos.
Isso significa que ela toma banho todos os dias “com uma jarra e bacia”, costura à mão todas as suas próprias roupas (de fibras naturais), não dirige um carro e usa lâmpadas de óleo para a maior parte da iluminação em sua casa vitoriana em Porto Townsend, no estado norte-americano de Washington.
Quando se trata de cozinhar, Sarah usa um livro de receitas do século XIX. Eles usam atualmente uma geladeira para armazenar a comida, mas pretendem mudar para uma caixa de gelo para levar a autenticidade ainda mais ao pé da letra.
Em seu livro, “Victorian Secrets: What a Corset Taught Me About the Past, the Present, and Myself” (“Segredos Vitorianos: O que um espartilho me ensinou sobre o passado, o presente e eu mesma”), Chrisman dá ideias e explica a sua escolha.
Boomer, o cão, fez uma escolha “osso duro de roer”. Ele quer ser aceito por seu estilo de vida de cachorrinho.
Nascido Gary Matthews, o trabalhador aposentado da área de tecnologia e “nerd” confesso pensa que é um cachorro. O homem, de 48 anos, usa uma coleira, uma roupa peluda, come comida de cachorro de uma tigela – sua favorita é Pedigree – e adora ossos e biscoitos de cão. Ele até late, persegue carros e cava esconderijos para os ossos no quintal como qualquer outro cão.
O norte-americano dorme em sua própria casinha de cachorro indoor, que, segundo ele, é muito mais confortável do que uma cama humana. Boomer, que reside na Pensilvânia, adotou sua persona canina depois de assistir ao programa infantil “Here’s Boomer”, da emissora NBC, quando ele era apenas uma criança. A popular série de TV era sobre um cão de raça mista chamado Boomer que viajava ajudando pessoas em dificuldades. Esta ideia chamou a atenção de Mathews, e em breve o seu fascínio por cães, especificamente a estrela do show, criou vida própria e se tornou sua maior obsessão.
Há outras pessoas como Boomer que se identificam com vários animais. Eles são chamados furries (algo como “peludos”) e são uma subcultura que foi reconhecida pela primeira vez nos Estados Unidos na década de 1980. Os furries acreditam que eles são animais antropomórficos com características humanas, tais como alta inteligência, a capacidade de falar, andar sobre duas pernas, fazer expressões faciais e assim por diante. Vestir-se com fantasias de animais é um hobby para a maioria deles, porém Boomer levou isso ao extremo, tornando-se o foco de sua vida.
Martha Mason era um ser humano extraordinário, que passou mais de 60 anos de sua vida imobilizada em um pulmão de ferro depois de ficar paralisada em seus anos de infância, como resultado da poliomelite. Apesar de sua situação aparentemente desesperadora, Martha viveu uma vida plena: se formou no colegial e na faculdade com as mais altas honras, foi anfitriã de muitos jantares e até mesmo escreveu um livro chamado “Breath: Life in the Rhythm of an Iron Lung” (“Respiração: A vida no ritmo de um pulmão de ferro”), no qual ela retratou os desafios e as alegrias de sua vida. Ela é a única pessoa nesta lista que não escolheu levar esse estilo de vida, mas a grandeza de sua realização lhe valeu um lugar aqui.
Martha nasceu em 31 de maio de 1937 em Lattimore, uma pequena cidade no estado norte-americano da Carolina do Norte. Ela ficou paralisada quando tinha apenas 11 anos de idade depois de sofrer com a pólio, muito pouco tempo depois de a doença ter matado seu irmão Gaston.
Após seu Gaston ser enterrado, ela percebeu que também tinha os sintomas da doença, mas manteve seus medos para si mesma, a fim de evitar perturbar seus pais. No entanto, ela logo se viu imobilizada em um pulmão de ferro, dependente dele para respirar. “Pulmão de ferro” é apenas um termo coloquial usado para descrever um ventilador de pressão, um tipo de dispositivo médico que ajuda pessoas paralisadas a respirar, diminuindo e aumentando a pressão do ar dentro de um grande tanque de ferro.
Martha viveu quase toda sua vida em tal tanque, com a pressão contraindo e expandindo seus pulmões. Os médicos acreditavam que ela só viveria um ano, mas ela sobreviveu por muito mais tempo, graças a uma ávida curiosidade e ao desejo de aprender sobre o mundo. Martha morreu em 2009.
Lindsay Hamon, hoje com 60 anos, passou os últimos 26 anos de sua vida transportando um crucifixo gigante pelo mundo todo e falando sobre Jesus para quem quisesse ouvir. Ele literalmente levou sua fé em seus ombros, fazendo caminhadas em 19 países, incluindo a Nova Zelândia, Romênia, Índia e Sri Lanka. Durante o curso de sua incrível jornada, ele teve alguns momentos verdadeiramente espetaculares, assim como alguns bastante difíceis. Apesar de ser atacado e baleado em Bangladesh e expulso da Praça São Pedro em Roma, Hamon não tem planos de parar seu trabalho em breve.
Ele assumiu a missão de levar a enorme cruz ao redor do mundo em 1987 e raramente a deixou de lado desde então. A cruz em si é feita de madeira de cedro e mede pouco mais de 3,5 metros altura e quase 2 metros de largura. Ela tem uma roda em sua base para tornar mais fácil de arrastá-la (o que Hamon faz por até 12 horas por dia, sem ter a menor ideia de onde vai passar a noite). Pai de dois filhos e trabalhador em tempo parcial, Hamon recebe doações de simpatizantes que o ajudam a continuar comprometido com o seu papel como um evangelista cristão. Afinal, mesmo ele precisa parar de vez em quando em sua cidade natal, na Cornualha, para trabalhar e pagar as contas de sua família.
Ficar presa em uma cadeira de rodas para o resto de suas vidas é a ideia do inferno para a maioria das pessoas, mas não para Chloe Jennings-White. Uma química de 57 anos de idade, de Salt Lake City, Utah (EUA), ela tem um desejo não natural para se tornar uma paraplégica (paralisada da cintura para baixo).
Chloe vive a vida de uma pessoa com deficiência. Ela se movimenta em uma cadeira de rodas e usa muletas longas que travam no joelho para capacitá-la a andar com muletas. Entretanto, quando precisa ir para cima ou para baixo um lance de escadas, ela simplesmente se levanta, retira seus aparelhos e caminha como uma pessoa normal. Como a maioria das pessoas paralisadas, ela adora atividades ao ar livre, só que ao invés de usar o equipamento especializado para permitir tais atividades, ela simplesmente vai a caminhadas de 12 horas na floresta, esquia encostas perigosas e sobe os picos das montanhas, como uma pessoa normal.
Chloe Jennings-White não é prejudicada fisicamente, ela só gosta de se sentir como se fosse. Em 2008, os médicos lhe diagnosticaram com BIID (sigla em inglês para transtorno de identidade da integridade corporal), um distúrbio psicológico grave que faz com que os doentes sintam que seriam mais felizes vivendo como amputados ou paraplégicos. Para que Chloe resistisse aos impulsos de danificar a espinha e cumprindo seu desejo de tornar-se paralisada, os médicos sugeriram que ela usasse uma cadeira de rodas e aparelhos especiais. Ser capaz de passar a maior parte de seu tempo como um paraplégico foi um alívio enorme para a norte-americana, mas ela admite que às vezes fantasia estar em um acidente ou uma batida de carro que realmente danificaria suas pernas.
A química ainda conta que recebe todos os tipos de comentários raivosos de pessoas que a consideram uma fraude, porém, eles não compreendem plenamente sua condição. Usar a cadeira de rodas, apesar de sua capacidade de se mover como uma pessoa normal, salvou sua vida.
Ao contrário de muitas pessoas, Kyle Kandilian, um estudante universitário de Dearborn, Michigan, não apenas não tem medo de baratas, como também vive com dezenas de milhares desses insetos. Atualmente, ele estima que mantém cerca de 200 mil em sua casa.
O homem de 20 anos de idade, coleta e cria baratas tanto para diversão quanto para o lucro. Aparentemente, este hobby incomum está ajudando a pagar por uma educação na Universidade de Michigan-Dearborn.
Nas prateleiras, ele tem exemplares do inseto com preços a partir de “um centavo por uma dúzia”, para raças comuns nos Estados Unidos, chegando a US$ 200 para aMacropanesthia rhinoceros, conhecida popularmente por barata-rinoceronte, que pode viver até 15 anos. Ele tem uma grande variedade de clientes, incluindo as pessoas com animais que se alimentam de baratas e universidades que compram os insetos para fins de pesquisa.
Enquanto o jovem ama suas baratas, viver com 200 mil delas apresenta seus problemas, especialmente para seus pais. Certa manhã, perto das 4 ou 5 horas da madrugada, Kandilian foi acordado por sua mãe, que o levou para o banheiro. “Kyl, precisamos acabar com isso”, ela teria dito, enquanto apontava para a barata que silvava enquanto relaxava no rolo de papel higiênico.
Seu quarto está cheio de caixas empilhadas, todas elas contendo colônias de baratas – ao todo, ele reuniu cerca de 130 variedades. Depois de quase oito anos criando baratas, ele ainda fica admirado por toda a variedade das espécies.
Quando Maria Butzki, mãe de duas crianças, deixou o marido Paul por outro homem, ela não percebeu o quanto sentiria a falta dele. Ao mesmo tempo, a mulher de 33 anos não conseguia imaginar a vida sem seu novo amor, Peter Gruman.
Assim, quando os dois homens iniciaram uma amizade extraordinária, ela teve uma ideia para a solução perfeita: convidou Peter para morar na casa da família em Barking, no leste de Londres. Agora Maria, Paul, suas duas filhas – Laura, de 16, e Amy, 12 – e Peter vivem como uma grande família feliz.
Em 2012, todos eles foram morar juntos após três anos de Maria indo e vindo entre o marido e o amante. Peter dorme no sofá enquanto Paul tem uma sala no andar de cima. Maria compartilha um quarto com sua filha mais velha.
Maria afirma que os três nunca dividiram a cama. Embora ela tenha relação sexual com cada um dos homens, este lado é mantido muito particular.
Ela também diz que há enormes benefícios para a convivência. As crianças se beneficiam de três adultos que são capazes de ajudar com o trabalho da escola ou lhes darem caronas. Também faz sentido financeiramente, já que as contas são divididas por três.
Se você precisar saber quem era o governante do seu país em 1960 e que estiver disposto a esperar 10 minutos pela resposta, Blair McMillan é o cara que você está procurando. Ele usa esse tempo para folhear cuidadosamente um volume de sua enciclopédia vintage, que foi doada por uma alma desnorteada que provavelmente se perguntou por que o homem de 26 anos, pai de dois filhos, não poderia apenas ter uma conexão com a internet. A questão é que Blair e sua namorada Morgan, de 27 anos, do Canadá, estão fingindo que estão em 1986.
Eles estão fazendo isso porque seus filhos – Trey, de 5 anos, e Denton, de 2 – não tiravam os olhos dos iPhones e iPads por tempo suficiente para chutar uma bola ao redor do quintal. Então, eles baniram de sua casa qualquer tecnologia pós-1986, o ano em que o casal nasceu.
Eles não têm computadores, tablets, smartphones, máquinas de café gourmet, internet, TV à cabo, e, do ponto de vista de muitas pessoas dependentes da tecnologia, vida. Eles estão criando seus filhos da mesma forma que foram criados, só para ver como é.
Eles tomam suas providências bancárias pessoalmente, ao invés de online. Eles revelam rolos de filme que custam US$ 20 cada, em vez de colocar no Instagram as travessuras de seus filhos.
Eles viajaram recentemente pelos Estados Unidos usando mapas de papel e entretendo seus filhos escandalosos com livros para colorir e adesivos, ultrapassando carro após carro com TVs embutidas nos encostos de cabeça e bebês satisfeitos sentados no banco de trás. A única exceção a seu estilo de vida retrógrado é o seu carro, um Kia 2010 sem GPS.
Conheça a definitiva “solteirona dos gatos”, uma mulher que tem mais de 700 bichanos.
Tudo que Lynea Lattanzio queria quando era pequena era um gato, contudo sua mãe não aprovava. Então, agora ela vive sozinha com centenas de felinos em sua propriedade de 522m² em Parlier, na Califórnia (EUA), onde ela comando um enorme santuário para os animais.
Ela começou a resgatar os gatos depois de seu divórcio, em 1981, e salvou quase 19 mil felinos. No entanto, ela insiste que não é a senhora louca dos gatos. A Cat House on the Kings é o maior santuário para estes animais que não adota gaiolas ou sacrifícios em todo o estado. Sua missão é colocar gatos e gatinhos resgatados em casas permanentes e evitar superpopulação dos animais de estimação através da esterilização e castração.
Há pelo menos 700 gatos sob seus cuidados, afirma ela, bem como 15 cães. Ela sobrevive graças a doações e subsídios.
Em diversos lugares do hemisfério norte, as pessoas estão tomadas de terror pela ameaça da falsa-viúva-negra, evitando seus galpões e porões com medo de encontrarem a criatura de oito patas. Porém uma mulher, Jay Reich, está desesperadamente tentando coletar as aranhas venenosas e até garante que quer ser mordida.
Jay vive na cidade de Bracknell, na Inglaterra, com uma crescente coleção das criaturas. Atualmente, a britânica tem três falsas-viúvas adultas e dez filhotes. Jay batizou a mãe de Cilla e diz estar impressionada com o quão “amável” a aranha é.
Em um feito incrível de dedicação, Jay planeja se submeter à picada de uma falsa-viúva-negra para provar que elas são inofensivas. [Oddee]
Bruno Calzavara Bruno Calzavara é recém-formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e está de volta à equipe do Hype após dois anos. Adora todos os esportes, exceto futebol (confira o blog!). Gosta de chocolate e de sorvete, mas não de sorvete de chocolate.
@brunocalzavarabruno@hiperciencia.comSite
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ANTÓNIO FONSECA