Demonstrava desde cedo interesse pelos estudos e pela cultura, sendo que essa curiosidade perante o Mundo o acompanhou até à morte.
Dificuldades económicas impediram José Saramago de fazer os estudos liceais, que o levariam a frequentar a universidade. Formou-se numa escola técnica e teve o seu primeiro emprego como serralheiro mecânico.
Depois de
Terra do Pecado, Saramago apresentou ao seu editor o livro
Clarabóia que, depois de rejeitado, permaneceu inédito até 2011. Persiste, contudo, nos esforços literários e, 19 anos depois, funcionário, então, da
Editorial Estudos Cor, troca a
prosa pela
poesia, lançando
Os Poemas Possíveis.[6] Num espaço de cinco anos, publica, sem alarde, mais dois livros de poesia:
Provavelmente Alegria (1970) e
O Ano de 1993 (1975). É quando troca também de emprego, abandonando a
Estudos Cor para trabalhar no
Diário de Notícias (DN) e, depois, no
Diário de Lisboa. Em 1975, retorna ao DN como Director-Adjunto, onde permanece por dez meses, até 25 de Novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses intervêm na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da
Revolução dos Cravos) demitindo vários funcionários. Demitido, Saramago resolve dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalista pelo ficcionista:
"(…) Estava à espera de que as pedras do puzzle do destino – supondo-se que haja destino, não creio que haja – se organizassem. É preciso que cada um de nós ponha a sua própria pedra, e a que eu pus foi esta: "Não vou procurar trabalho", disse Saramago em entrevista à revista Playboy, em 1995.
[7]
- Terra do Pecado, 1947
- Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
- Levantado do Chão, 1980
- Memorial do Convento, 1982
- O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
- A Jangada de Pedra, 1986
- História do Cerco de Lisboa, 1989
- O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
- Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
- Todos os Nomes, 1997
- A Caverna, 2000
- O Homem Duplicado, 2002
- Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
- As Intermitências da Morte, 2005
- A Viagem do Elefante, 2008
- Caim, 2009
- Claraboia, 2011
- Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas, 2014
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Entre as premiações destacam-se o
Prémio Camões (1995)
[14]– distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa, e o Nobel de Literatura (1998)
[15], o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.
“"Marx nunca teve tanta razão como hoje."
[16]”
— José Saramago, Público, 15/06/2008
A carreira de Saramago foi acompanhada de diversas polémicas. As suas opiniões pessoais sobre religião ou sobre a luta internacional contra o terrorismo são muito discutidas e algumas resultam mesmo em acusações de diversos quadrantes.
[carece de fontes]
Após a
Revolução dos Cravos, no dia 25 de abril de 1974, José Saramago ingressa na direcção do
Diário de Notícias como adjunto do director
Luís de Barros. Desde logo tornou claro que pretendia utilizar o posto concedido como ferramenta política no intuito de tornar Portugal um estado
socialista: “O DN vai ser o instrumento, nas mãos do povo português, para a construção do socialismo.”
[carece de fontes]
Com a nacionalização do jornal, após o 11 de Março de 1975, o jornal remodelou a sua direcção. Saramago manteve o seu cargo, mas para efeitos práticos, as suas funções assemelhavam-se mais ao cargo de director do que director-adjunto. Entre Abril e Novembro do mesmo ano, redigiu cerca de 95 textos na primeira página sob o título de “Apontamentos”, que acabavam por funcionar como editoriais do jornal. Nestes textos era possível denotar fortes críticas a
Mário Soares,
Freitas do Amaral, entre outros, e rasgados elogios a dirigentes conotados com o ideário comunista dos quais se destacam
Vasco Gonçalves.
[carece de fontes]
Estes textos não eram assinados, e por uma só vez surge a assinatura de José Saramago junto com a de Luís de Barros, nas páginas do DN num texto intitulado "Uma Direcção Nova" e publicado a 11 de Abril: "O DN é importante de mais para que os seus trabalhadores aceitem vê-lo transformar-se em feudo de alguém. Esta Casa precisa de todos e será obra de todos". Contrariando estas palavras, 22 jornalistas serão despedidos a 27 de Agosto por
delito de opinião. "Informação revolucionária não se faz com jornalistas contra-revolucionários. Por isso, os que o eram foram afastados", explicará o DN, a 4 de Setembro, em prosa não assinada.
[carece de fontes]
Entre os vários textos que escreveu, nunca escondeu que acreditava na instauração de regime socialista recorrendo à força das armas. São dele as afirmações: “Ou esta Revolução se suicida (...) ou se recupera pela única via que lhe deixam aqueles que a querem liquidar”, "a violência revolucionária é uma legítima defesa quando está em causa a vida e o futuro de um povo inteiro" e "O regresso aos quartéis, que alguns teimam em preconizar, nada resolveria as Forças Armadas, tendo sido
MFA no seu sector progressista, não podem recuperar neutralidades utópicas: mais vale, portanto, que, mesmo em conflito, continuem no primeiro plano da acção política. Mas cuidado, o tempo não espera". Estas afirmações consistiam num apelo implícito ao
golpe militar, que poderia mergulhar o país na
guerra civil como preço a pagar para que continuasse a ser o povo a determinar os destinos do país. De facto, no dia seguinte à publicação destas afirmações, 25 de Novembro de 1975, sectores da esquerda radical levam a cabo uma
tentativa de golpe de estado falhada, assinalando também o fim da influência de Saramago no DN.
[17]
Críticas a Israel e acusações de anti-semitismo[editar | editar código-fonte]
Um caso que tem tido alguma repercussão relacionou-se com a posição crítica do autor em relação à posição de
Israel no
conflito contra os palestinianos. Por exemplo, a 13 de Outubro de 2003, numa visita a
São Paulo, em entrevista ao jornal
O Globo, afirmou que os sionistas não merecem a
simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto… Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós. A Anti-Defamation League (ADL) (Liga Anti-Difamação), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo
anti-semitas. Segundo as palavras de Abraham Foxman, director da ADL, "os comentários de José Saramago são incendiários, profundamente ofensivos e mostram uma ignorância destes assuntos, o que sugere um preconceito contra os judeus".
[carece de fontes]
Em defesa de Saramago, diversos autores afirmam que ele não se insurgiu contra os judeus, mas contra a política de Israel, como, por exemplo, num artigo publicado a 3 de Maio de 2002 no jornal
Público, onde, comparando o actual conflito com a cena bíblica de Davi e
Golias, o autor diz que Davi, representando Israel, "
se tornou num novo Golias" e que aquele "
lírico Davi que cantava loas a Betsabé, encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon, lança a "poética" mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinianos para depois negociar com o que deles restar".
[carece de fontes]
Em entrevista ao jornal
Diário de Notícias em 15 de Julho de 2007, Saramago afirmou que a integração entre Espanha e Portugal é uma forte probabilidade e que os portugueses só teriam a ganhar se Portugal fosse integrado na Espanha, país no qual se auto-exilou (na ilha de Lanzarote) e que viu como seu a atribuição do Nobel da Literatura.
[carece de fontes]
Em Setembro de 1997, a agência publicitária sueca, Jerry Bergström AB, de
Estocolmo, contratada pelo
ICEP (órgão estatal português para a promoção do comércio e turismo nacional), organizou uma visita de José Saramago a Estocolmo, incluindo um seminário na
Hedengrens, a principal cadeia de livrarias sueca, um discurso na
Universidade de Estocolmo e várias entrevistas a jornais, revistas e rádios suecas. Nesses mesmos dias, a televisão estatal sueca produziu um programa especial dedicado ao escritor.
[carece de fontes]
Segundo o
Diário de Notícias, o director da empresa sueca Jerry Bergström AB afirmou: "Portugal nunca tinha tido um Prémio Nobel da literatura e uma parte da nossa missão consistia em mudar essa situação".
[carece de fontes]
Comentando esta atribuição,
Sture Allén, então secretário da
Academia Sueca, negou que a decisão tenha sido afectada por "campanhas publicitárias, comentários de académicos ou escritores, ou qualquer outro tipo de pressão".
[carece de fontes]
Contradizendo Allén,
Knut Ahnlund e
Lars Gyllensten, membros da academia afirmaram que seria ridículo afirmar que os membros da academia sejam "imunes a agências publicitárias". Ahnlund foi crítico da atribuição do prémio Nobel a Saramago, que segundo ele foi o culminar de uma campanha profissional de
relações públicas.
[carece de fontes]
Saramago encontrou sempre fortes críticas e oposição na
Igreja Católica, facto pelo qual ele se refere a esta como "
fascista" com frequência. Alguns
protestantes (ou
evangélicos) já declararam publicamente apoiar a liberdade de expressão do autor.
[18] E essa relação de tensão com a Igreja Católica é agravada devido à origem portuguesa de Saramago, local onde o
catolicismo é muito forte e discuti-lo ainda é um tabu.
[19]
Devido à sua origem portuguesa e a toda a influência cultural exercida pelo catolicismo em tal contexto, Saramago sente a necessidade de abordar a
Bíblia no seu trabalho de escritor – esse texto faz parte do seu património cultural, ao contrário do
corão, que Saramago entende não ser a sua tarefa abordá-lo.
[20]
A interpretação que Saramago faz da Bíblia é a de que ela é um "manual de maus costumes", cheio de "um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana", e que para uma pessoa comum a decifrar, precisaria de ter "um teólogo ao lado". E cita para sustentar isso os episódios de violência relatados na Bíblia, como sacrifício de
Isaque, a
destruição de Sodoma ou a vida de
Jó, por exemplo. Para Saramago, todos eles revelam que "Deus não é de fiar". E Saramago diz, sobre a necessidade ou não da exegese, que tem que "interpretar a letra" do texto – um processo que, na interpretação bíblica, é chamado de literalista.
[20] E isso de modo algum impede que outra pessoa tenha a sua interpretação, ou que ele tente impor a sua interpretação como verdade absoluta. Muito pelo contrário, ele até mesmo estimula a leitura bíblica: "Sobre o livro sagrado, eu costumo dizer: lê a Bíblia e perde a fé!", diz Saramago.
[carece de fontes]
Porém, Saramago não deixa de reconhecer que a "Bíblia tem coisas admiráveis do ponto de vista literário" e "muita coisa que vale a pena ler", estando, dentre elas, os
salmos, com páginas "belíssimas", o
Cântico dos Cânticos, e a
parábola do semeador contada por Jesus.
[20]
A relação de tensão de Saramago com a Igreja Católica cresceu fortemente após a publicação do livro
O Evangelho Segundo Jesus Cristo em 1991, que foi adaptado para o teatro em 2001. O livro foi motivo de fortes críticas por parte de católicos que se consideraram ofendidos pela leitura secular que Saramago faz da personagem Jesus.
[21][22]
O lançamento do livro
Caim (2009) voltou a suscitar "incompreensões, resistência, ódios velhos", conforme Saramago. "Desperto muitos anticorpos em certas pessoas", acrescenta, acusando várias vezes responsáveis da Igreja Católica (mas não
protestantes ou
judeus) de terem comentado o livro que ainda não leram – de facto, as pessoas foram instadas a comentar as declarações sobre a Bíblia, feitas por Saramago.
[20]
E, realmente, após o lançamento de
Caim, várias vozes
católicas se insurgiram contra Saramago. Ele foi acusado pelo padre José Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, de fazer uma leitura "ingénua, ideológica e manipuladora" da Bíblia. O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, afirmou que José Saramago "revela uma ingenuidade confrangedora quando faz incursões bíblicas" e, como "exigência intelectual, deveria informar-se antes de escrever". Já o director da Faculdade de Teologia da
Universidade Católica de Lisboa, Peter Stilwell, considera que "seria espantoso" que José Saramago encontrasse algo divino na Bíblia e sublinhou que o escritor escolheu o fratricida
Caim e não
Abel, a vítima.
[carece de fontes]
O teólogo Anselmo Borges inicialmente afirmou que Saramago fez uma leitura "completamente unilateral" da Bíblia, que tem, como qualquer livro, de ser lida como um todo.
[24] Mais tarde, tal teólogo declarou ter opinião formada sobre Caim: "Gostei do livro e até digo que é importante." Dá três razões para justificar a sua opinião: a "Bíblia é um livro aberto; há liberdade de interpretação e obriga os crentes a reflectir".
[19] Para o biblista Fernando Ventura, José Saramago tinha a exigência intelectual de se informar antes de escrever. O religioso capuchinho referiu que "a Bíblia pode ser lida por alguém que não tem fé, mas supõe alguma honestidade intelectual de quem o lê", e acusou Saramago de "uma falta gigantesca" dessa honestidade.
[carece de fontes]
Sobre tais afirmações, Saramago, com sarcasmo, disse: "Dizem que li a Bíblia com ingenuidade porque é necessário fazer uma interpretação simbólica, ou seja, aquilo que ali está escrito não tem sentido por si. E levou mil anos a ser escrito!"
[25] Ainda sobre a alegação de "ingenuidade", respondeu: "Abençoada ingenuidade que me permitiu ler o que lá está e não qualquer operação de prestidigitação, dessas em que a exegese é pródiga, forçando as palavras a dizerem apenas o que interessa à Igreja. Leio e falo sobre o que leio".
[26]
É também por esses comentários que Saramago diz que os católicos "não leem a Bíblia".
[27]
Devido aos acontecimentos, em uma conversa com o teólogo católico José Tolentino de Mendonça no final de Outubro de 2009, Saramago declarou: "A mim, o que me vale, meu caro Tolentino, é que já não há fogueiras em São Domingos".
[28]
O Papa Bento XVI, que em Abril de 2009 já havia afirmado que "os estudiosos católicos não podem interpretar a Bíblia de uma maneira independente, nem de um ponto de vista científico ou individual",
[29] após o episódio ocorrido no lançamento de
Caim voltou a afirmar publicamente que apenas a Igreja Católica pode interpretar a Bíblia.
[30]
Dias após a morte de Saramago, o jornal oficial do Vaticano chamou o escritor de
"populista extremista" e
"ideólogo anti-religioso".
[31]
Na sua passagem por
Roma em 14 de Outubro de 2009, Saramago chamou Joseph Aloisius Ratzinger, o
Papa Bento XVI, de "cínico", dizendo que a "insolência reaccionária" da
Igreja Católica precisa ser combatida com a "insolência da inteligência viva".
[32]
Dentre as suas principais declarações, estavam a de que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para "reforçar o seu
neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual" dele. Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só têm interesse no
poder".
[32]
Após ter enfrentado fortes críticas com o lançamento do livro
O Evangelho Segundo Jesus Cristo em 1991, mudou-se de Portugal para a
Espanha. Pouco depois,
[33] o lançamento de
Caim em 2009 voltou a render-lhe mais críticas.
O
eurodeputado Mario David, falando em nome pessoal e assumindo-se católico não-praticante, disse ter vergonha de ser compatriota do escritor, e escreveu no seu
blogue da
Internet, tendo-o repetido depois aos meios de comunicação, que Saramago devia renunciar à nacionalidade portuguesa.
[34] Apesar de tais declarações, o escritor esclareceu que jamais pensou em abandonar a
cidadania portuguesa.
[35]
Já
Sousa Lara, sub-secretário de Estado adjunto da Cultura de Portugal em 1991, que então vetou o livro
O Evangelho segundo Jesus Cristo de uma lista de romances portugueses candidatos a um prémio literário europeu, em Outubro de 2009 comparou Saramago com
Berlusconi (isto embora Berlusconi seja um político
direitista italiano conhecido por sua fé
católica[37][38][39][40][41] que até já foi responsável pela publicação de um livro de Saramago em
Itália por ser uma obra de "anticatólica", sendo que Saramago considerava que "O Estado de Berlusconi" era "católico e reaccionário"
[42]), sugerindo que ele deveria receber uma "punição" (não apenas divina) pelo que foi escrito em
Caim, declarando o que segue:
"Este senhor atingiu, não se percebe muito bem porquê, um patamar de impunidade que a humanidade concede, tipo Berlusconi. Há umas pessoas que podem dizer tudo, que podem fazer as coisas mais absurdas e as pessoas habituam-se a isso e não levam a mal. Só tenho pena que não enxovalhe, da mesma forma que enxovalhe o património católico, por exemplo os muçulmanos, porque esses não perdoam e vergam-lhes pela pele. Aí é mais difícil insistir muito numa gracinha reiterada contra a religião muçulmana. Calculo que depois não lhe corra bem o futuro depois".
[43]
O
poeta Manuel Alegre, sobre tais acontecimentos, declarou: "Isto é uma história portuguesa cheia de preconceitos e fantasmas. Em primeiro lugar é preciso ler o livro de José Saramago. Ele é um grande escritor, mas parece que não se perdoa a Saramago, ser um grande escritor da língua portuguesa, ser um
Prémio Nobel e não ser um homem religioso". "Ele escreveu um livro, mas não vejo ninguém discutir o livro. Só vejo discutir as opiniões que com todo o direito ele expressou sobre a Bíblia". Conforme questiona Alegre, "As pessoas podem não estar de acordo com aquilo que ele diz, mas como é que se pode pôr em causa a seriedade de um homem que diz aquilo que pensa". Ele considera tais acontecimentos como "um
preconceito" e "resquícios de
dogmatismo". "Não lhe podem negar o direito de escrever um livro e também não se pode crucificar o Saramago por exprimir as suas opiniões e menos ainda por ser um grande escritor, e menos ainda por ser um Prémio Nobel". Finalizando, disse que "ao Saramago não se perdoa ser um português que se atreveu a ganhar o Prémio Nobel da Literatura e que diz que não acredita em
Deus".
[44]
Referências