Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto
Alexander Ermochenko - Reuters
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ao ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder durante uma reunião na semana passada que o gasoduto Nord Stream 2 está pronto para ser usado para compensar a falta de abastecimento à Europa, referiu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esta quarta-feira.
Segundo Peskov, Putin disse ainda a Schroeder que o fornecimento de gás russo caiu para cerca de 30 milhões de metros cúbicos por dia, ao invés dos anteriores 167 milhões de metros cúbicos, depois de a Polónia ter sancionado o gasoduto Yamal-Europa e a Ucrânia ter interrompido os fluxos por uma das rotas.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu hoje que “pode fazer sentido” estender a vida útil das três últimas centrais nucleares ativas na Alemanha, que está a ser parcialmente privada de gás russo e teme uma crise energética.
Estas centrais “só são relevantes para a produção de eletricidade e apenas para uma pequena parte”, mas “ainda podem fazer sentido”, afirmou o chanceler alemão.
A Alemanha tinha decidido eliminar gradualmente a energia nuclear até ao final deste ano, mas a escassez de entregas de gás russo ao país europeu trouxe de volta a questão de manter as últimas centrais a operar por mais tempo.
Olaf Scholz acusou ainda a Rússia de ser responsável por bloquear a entrega de uma turbina, sem a qual o gasoduto Nord Stream 1 - que fornece gás à Europa - não pode, segundo alega Moscovo, funcionar normalmente.
“Não há razão nenhuma que impeça a entrega” da turbina, disse o chanceler, depois de a Rússia ter cortado o volume das suas entregas de gás, argumentando que precisava da turbina.
(Agência Lusa)
O embaixador ucraniano no Líbano pediu ao principal procurador libanês para reabrir uma investigação sobre um navio acusado pela Ucrânia de transportar cereais roubados.
Três navios com cereais ucranianos podem hoje deixar os portos onde se encontram em vez de apenas um. A hipótese é avançada pela Turquia, segundo a qual a inspeção do primeiro navio ocorreu com sucesso.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou esta quarta-feira que os seus mísseis destruíram um depósito de armas fornecidas à Ucrânia pela Polónia.
O depósito encontrava-se na região de Lviv.
Um relatório da organização não-governamental World Vision alerta que os ucranianos que deixaram o país, face à invasão russa, podem tornar-se vítimas de tensões crescentes e campanhas de desinformação nos países de acolhimento.
9h23 - "Instalações nucleares transformadas em alvos e trampolins"
O vice-ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Mykola Tochytskyi, insistiu na defesa do fecho do espaço aéreo sobre instalações nucleares do seu país.
"A liderança russa ameaça abertamente o mundo com a sua capacidade de usar armas nucleares, apoiada pelos claros apelos nesse sentido por parte dos media estatais russos", afirma o governante ucraniano no Twitter.
"Pela primeira vez na história, instalações nucleares civis foram transformadas em alvos militares e trampolins para o exército russo, em violação de provisões de não proliferação sobre o uso pacífico de energia nuclear", prossegue.
8h55 - "Centenas de milhares de crimes militares"
O presidente ucraniano fez uma intervenção dirigida à Universidade Nacional da Austrália, agradecendo a este país o apoio contra a invasão russa, reporta a edição online do diário britânico The Guardian.
Volodymyr Zelensky denunciou "centenas de milhares de crimes militares", incluindo "execução em massa de uma população pacífica, pessoas algemadas, ajoelhadas, abatidas com um tiros pelas costas" e violações.
8h42 - Zelensky ensaia apelo à China
O presidente ucraniano veio afirmar que gostaria de ver a China a juntar-se ao bloco de países que condenam a invasão russa da Ucrânia. Uma tomada de posição de Volodymyr Zelensky que surge num momento de tensão acrescida entre Pequim e Washington por causa da visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.
8h23 - Bombardeamentos em Mykolaiv
Por sua vez, o governador de Mykolaiv, Vitaly Kim, adianta que a última vaga de bombardeamentos russos sobre a região não terá provocado quaisquer vítimas, embora estejam ainda a ser recolhidos dados no terreno.
Pelo menos quatro mísseis de cruzeiro foram intercetados e destruídos às primeiras horas da manhã.
Pelas 5h00 (3h00 em Lisboa), em Mykolaiv, projéteis russos danificaram "edifícios de vários andares, uma farmácia e lojas", pavimentos de estradas e "o território de uma escola de desportos equestres".
8h02 - Bombardeamento russo a 75 quilómetros de Lviv
Maksym Kozytskyi, governador de Lviv, no oeste da Ucrânia, escreve na plataforma de mensagens Telegram que as forças russas lançaram um ataque com mísseis a uma infraestrutura militar perto de Radekhov, no distrito de Chervonograd: "Como resultado do impacto, um edifício ficou danificado. Felizmente, ninguém ficou ferido".
"Os ocupantes russos dispararam oito rockets a partir do Mar Cáspio sobre o território da Ucrânia. Seis foram abatidos por tropas com mísseis anti-aéreos, um outro foi abatido por um caça da Força Aérea. Agradecemos aos nossos combatentes pela proteção e pelo trabalho eficiente", escreve ainda o responsável.
Radekhov faz parte do oblast de Lviv e localiza-se a cerca de 75 quilómetros a nordeste desta cidade.
7h52 - Site governamental norte-americano bloqueado na Rússia
A embaixa dos Estados Unidos em Kiev saiu a público para criticar a decisão, por parte do regulador russo Roskomnadzor, de bloquear o portal governamental norte-americano share.america.gov.
Em comunicado, a representação diplomática cita o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, que acusa a Roskomnadzor de ser uma agência que "monitoriza, controla e censura" os media. Price diz ainda que o site em causa "espalha histórias sobre o engenho americano e valores e reporta a verdade sobre a guerra na Ucrânia".
"O Kremlin tem medo disto", conclui.
7h46 - Civis em fuga de Kherson
O último relatório do Ministério britânico da Defesa sobre a evolução da guerra dá como provável um aumento do número de civis que tentam abandonar Kherson e zonas circundantes desta cidade do sul da Ucrânia, à medida que se acentuam as hostilidades entre as forças ucranianas e russas.
Londres refere ainda que o recente ataque ucraniano contra um comboio com munições russas em Kherson terá interrompido a ligação ferroviária entre este oblast e a Crimeia.
7h31 - Zelensky espera que transporte de cereais se torne regular
Na última mensagem noturna em vídeo, o presidente da Ucrânia considera que os consumidores precisam de continuidade e de regularidade.
7h16 - Ponto de situação
- Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, desde o início da invasão russa, no final de fevereiro, mais de dez milhões de pessoas cruzaram as fronteiras da Ucrânia, em fuga à guerra.
- O antigo chanceler alemão Gerhard Schröder, que mantém uma relação de amizade com o presidente russo, alega que Vladimir Putin pretende uma solução negociada para a guerra na Ucrânia e que o acordo para a retoma das exportações de cereais do país invadido pode ser encarado como um primeiro passo. “A boa notícia é que o Kremlin quer uma solução negociada”, afirmou o antigo governante em declarações ao semanário Stern e à RTL.
- O primeiro navio carregado com cereais da Ucrânia para exportação, ao abrigo do acordo mediado pela Turquia e pelas Nações Unidas, alcançou costas turcas. O Razoni, registado na Serra Leoa, partiu na segunda-feira de Odessa com destino ao Líbano. A escala na Turquia visa uma inspeção da carga.
- As forças russas levaram a cabo mais bombardeamentos nas regiões de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, e de Mykolaiv, no sul, avança a agência Reuters.
- Um grupo de soldados russos veio acusar superiores hierárquicos de os terem aprisionado no leste da Ucrânia por se recusarem a combater. São cerca de 140 operacionais. Quatro avançaram com queixas junto de um comité de investigação.