Ucrânia diz que qualquer acordo com Moscovo "não vale um tostão"
O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak destacou ainda que a "Rússia provou que é um país bárbaro que ameaça a segurança mundial" e que um "bárbaro só pode ser detido pela força".
© Emin Sansar/Anadolu Agency via Getty Images
MUNDO GUERRA NA UCRÂNIA
Oconselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak, que é também um dos rostos envolvidos nas negociações de paz com a Rússia, disse este sábado que não se deve confiar em qualquer acordo feito com Moscovo. Segundo a Reuters, a mesma fonte acredita que as tropas do Kremlin apenas poderão ser travadas com recurso à força.
"Qualquer acordo com a Rússia não vale um tostão", afirmou Podolyak, através da rede social Telegram. "Será possível negociar com um país que mente sempre de forma cínica e propagandística?", prosseguiu.
O conselheiro presidencial destacou ainda que a "Rússia provou que é um país bárbaro que ameaça a segurança mundial" e que um "bárbaro só pode ser detido pela força".
Recorde-se que a Ucrânia e a Rússia têm vindo a culpar-se mutuamente pelo impasse destas conversações de paz, com as últimas negociações presenciais a terem decorrido, segundo as informações conhecidas, a 29 de março.
No início deste mês, o Kremlin disse mesmo que a Ucrânia não estava disposta a prosseguir com este processo de negociação, ao passo que funcionários de Kyiv vieram culpar Moscovo pela falta de progressos.
Na sequência de todos estes desenvolvimentos, o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, veio dizer, na segunda-feira, que o único funcionário russo com quem está disposto a encontrar-se para discutir o tema é com o seu homólogo, Vladimir Putin.
A 24 de fevereiro, as tropas de Moscovo deram início àquilo que apelidam como sendo uma "operação militar especial" com o intuito de "desmilitarizar" a Ucrânia e de "libertá-la dos nacionalistas radicais anti-russos". A Ucrânia, tal como os países aliados, afirmam por sua vez que tal se tratou de um falso pretexto para justificar a invasão sobre o país.
A ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de quatro mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade do número real ser muito maior.