sexta-feira, 28 de agosto de 2020

SEGUNDA GUERRA DOI CONGO - (1998) - 28 DE AGOSTO DE 2020

 


Segunda Guerra do Congo

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Segunda Guerra do Congo
Parte da Guerra Civil no Congo
DRC Rwanda line.jpg
Civis esperando para atravessar a fronteira entre a RD Congo e o Ruanda (2001)
Data2 de agosto de 1998 – 18 de julho de 2003
LocalRepública Democrática do Congo
DesfechoImpasse militar
Combatentes
Pró-governo:
Flag of the Democratic Republic of the Congo (1997-2003).svg República Democrática do Congo
 Angola
 Chade
 Namíbia
 Zimbabwe
Forças anti-Uganda:
Flag of Lord's Resistance Army.svg LRA
 Sudão (supostamente)

Milícias anti-Ruanda:
Flagge FDLR.svg FDLR

Milícias Anti-Burundi:

Milicias aliadas a Ruanda:

Milícias aliadas a Uganda:

Forças Anti-Angola:
Flag of UNITA.svg UNITA
Nações estrangeiras:
 Uganda
 Ruanda
 Burundi


Nota: Ruanda e Uganda lutaram uma breve guerra em junho de 2000 disputando uma parte do território congolês.
Líderes e comandantes
RD Congo:
Laurent-Désiré Kabila
(1997–2001)
Joseph Kabila
(2001–2003)
Namíbia:
Sam Nujoma
Dimo Hamaambo
Martin Shalli
Zimbabwe:
Robert Mugabe
Emmerson Mnangagwa
Constantine Chiwenga
Perence Shiri
Angola:
José Eduardo dos Santos
João de Matos
Chade:
Idriss Déby
MLC:
Jean-Pierre Bemba
RCD:
Ernest Wamba dia Wamba
Grupos Tutsi:
Laurent Nkunda
Uganda:
Yoweri Museveni
Ruanda:
Paul Kagame
Burundi:
Pierre Buyoya
2,7 – 5,4 milhões de mortos (1998–2008)[1][2]

Segunda Guerra do Congo, também conhecida como a Guerra Mundial Africana[3] ou a Grande Guerra de África, foi um conflito armado que se iniciou em 1998 e terminou oficialmente em 2003 quando o governo de transição da República Democrática do Congo tomou o poder. A maior guerra na história moderna de África, um dos conflitos mais mortíferos desde a Segunda Guerra Mundial, envolveu directamente oito países africanos, bem como cerca de 25 grupos armados. 3,8 milhões de pessoas morreram, a maioria de inanição e doenças. Vários outros milhões foram deslocados das suas casas ou procuraram asilo em países vizinhos.[4]

O conflito começou no contexto das tensões pós genocídio em Ruanda, logo em sequência da Primeira Guerra do Congo. Em 1996, o governo ruandês estava preocupado com a ascensão de milícias hutus na região, que utilizavam o Zaire (atual Congo) para atacar e recuar. Apoiados por Angola e por Uganda, soldados e milicianos de Ruanda partiram pelo rio Congo e eventualmente instauraram Laurent-Désiré Kabila no poder. Uma das suas primeiras ações foi mudar o nome do país de Zaïre para República Democrática do Congo. Corrupção, problemas econômicos e a visão de que Kabila era um peão de potências estrangeiras, puxou muito a popularidade do presidente para baixo, gerando muita instabilidade. Tentando demonstrar força, Kabila começou a tomar medidas nacionalísticas, em detrimento de Ruanda e dos outros aliados. Em 1998, ele exigiu que as tropas das nações africanas vizinhas se retirassem. Os tutsis de Banyamulenge ficaram tenebrosos com essa notícia, temendo que fossem alvos das milícias hutu. Isso escalou ainda mais a tensão na região, e ao fim de 1998, tropas de Ruanda invadiram o Congo. Logo outros países se envolveriam, como Burundi e Uganda, além de milícias como a UNITA, vindo em apoio de Ruanda, enquanto AngolaChadeZimbabwe e Namíbia apoiavam a República Democrática do Congo. A região foi mergulhada numa grande guerra, com milícias se formando para apoiar cada lado, milhares de mortes, falta de comida e remédios, enorme deslocamento de refugiados e regiões inteiras jogadas na anarquia. Em 1999 a guerra chegou no seu auge, com milhares de mortos. Ao mesmo tempo, iniciativas de paz começaram, como o acordo de cessar-fogo de Lusaka. Em janeiro de 2001, Laurent-Désiré Kabila foi morto, sendo logo depois sucedido por seu filho, Joseph. Em 2002, novas tentativas de paz, puxadas pela Comunidade Internacional, tentaram resolver a situação, sem muito resultado. Contudo, em 2003, um acordo mais definitivo foi assinado. Tropas de Uganda e Ruanda começaram a se retirar, as milícias congolesas foram, em contrapartida, desarmadas e um Governo de Transição firmado. Três anos mais tarde uma constituição foi outorgada no Congo.[5][6][7]

Apesar do fim oficial da guerra em Julho de 2003 e de um acordo entre as partes beligerantes para criar um governo de unidade nacional, 1000 pessoas morreram diariamente em 2004 de casos de subnutrição e doenças facilmente evitáveis.[8] Um perito em direitos humanos da ONU relatou em Julho de 2007 que atrocidades sexuais contra mulheres congolesas vão "muito para além de violação" e incluem escravatura sexualincesto forçado, e canibalismo.[9] Uma nova pesquisa, em 2008, apontou que o conflito matava 45 mil pessoas por mês.[10]

Imagens[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  Coghlan B; Brennan RJ; Ngoy P; et al. (Janeiro de 2006). «Mortality in the Democratic Republic of Congo: a nationwide survey» (PDF)Lancet367 (9504): 44–51. PMID 16399152doi:10.1016/S0140-6736(06)67923-3. Consultado em 27 de dezembro de 2011
  2.  [Staff] (20100120) "DR Congo war deaths 'exaggerated'" BBC News
  3.  Government Accounting Office (GAO). U.N. peacekeeping executive branch consultations with Congress did not fully meet expectations in 1999-2000, 2000. Page 52.
  4.  Congo Civil War Global Security
  5.  Baregu, Mwesiga. "The Clones of 'Mr. Kurtz': Violence, War and Plunder in the DRC." (')
  6.  Berkeley, Bill. (2001) The Graves Are Not Yet Full: Race, Tribe, and Power in the Heart of Africa. Basic Books. ISBN 0-465-00642-6
  7.  Edgerton, Robert G. (2002) The Troubled Heart of Africa: A History of the Congo. St. Martin's Press. ISBN 0-312-30486-2
  8.  1,000 a day dying in Congo, agency says, December 10, 2004. CBC
  9.  Congo's Sexual Violence Goes 'Far Beyond Rape', July 31, 2007. The Washington Post.
  10.  War in Congo kills 45,000 people each month - 23 de janeiro de 2008

DESASTRE DE RAMSTEIN - (1988) - 28 DE AGOSTO DE 2020

 


Desastre de Ramstein

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Desastre de Ramstein
Acidente aéreo
Diagrama do acidente
Sumário
Data28 de agosto de 1988 (32 anos)
LocalAlemanhaBase Aérea de RamsteinAlemanha Ocidental
Mortos70 (3 pilotos e 67 em terra)
Feridosaprox. 500
Aeronave
OperadorItália Força Aérea Italiana

desastre de Ramstein foi um dos piores acidentes aéreos da história ocorridos durante um festival aéreo. Aconteceu frente a um público de 300 000 pessoas em 28 de agosto de 1988, durante a exibição aérea Flugtag '88, realizada na Base Aérea de Ramstein em Ramstein-Miesenbach (Condado de Kaiserslautern), na Alemanha Ocidental. Morreram 70 pessoas (67 espectadores e três pilotos) e ficaram feridas cerca de 500, devido ao fogo e explosões resultantes.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Dez caças Aermacchi MB-339 da equipa acrobática (Pattuglia Acrobatica Nazionale) da Aeronautica Militare Italiana, os Frecce Tricolori (Flechas Tricolores) realizavam uma demonstração de acrobacia que incluía o exercício "cardioide" (um coração atravessado). Durante este exercício, dois grupos de aviões criam a forma de um coração sobre a pista principal. No momento de fechar a figura (pela parte inferior do coração, a 45 metros de altura) os dois grupos cruzam-se paralelos à pista, enquanto que o "solista" (nome dado ao executante que faz manobras em solitário) atravessa o coração em direção aos espetadores.

O acidente[editar | editar código-fonte]

A colisão aérea ocorreu enquanto os dois grupos de aviões se cruzavam na parte baixa, momento em que o "solista" chocou contra uma das formações. O avião solitário despenhou-se chocando contra uma camioneta de gelados e formando uma grande bola de fogo. Outro dos aviões envolvidos despenhou-se contra o helicóptero de assistência médica que assistia o evento, ferindo o co-piloto, que morreu dias mais tarde. O piloto ejetou-se, mas morreu ao não se abrir a tempo o seu paraquedas. O terceiro aparelho envolvido, parcialmente desintegrado pela colisão, despenhou-se sobre a pista principal.[1] Depois do acidente, os aviões restantes reagruparam-se e aterraram na Base Aérea de Sembach.

Resposta das equipas de emergência[editar | editar código-fonte]

Das 67 vítimas mortais civis registadas, 28 foram atingidas pelos escombros (antes de arderem).[2] As restantes mortes foram devidas a graves queimaduras durante a tragédia e nos dias posteriores, sendo a última morte o co-piloto do helicóptero medicalizado. No total, cerca de 500 pessoas tiveram de receber tratamento hospitalar.[3]

A tragédia revelou sérios defeitos na gestão de emergências de grande escala por parte das autoridades civis alemãs e militares norte-americanas, e na sua cooperação. As ambulâncias alemãs tiveram que esperar na entrada da base aérea e não puderam ajudar de forma imediata. A equipa de resgate foi criticada pela falta de coordenação e eficiência. O centro de coordenação de resgates em Kaiserslautern não soube a magnitude da tragédia senão uma hora depois, embora vários helicópteros médicos alemães e ambulâncias já tivessem chegado à zona e saído com pacientes. Os meios norte-americanos (ambulâncias e helicópteros) foram os mais rápidos e de maior capacidade para evacuar as vítimas com queimaduras, mas não tinham suficiente capacidade para as tratar ou tiveram dificuldades para as encontrar. Mais de duas horas depois, as equipas médicas alemãs chegavam ao hospital militar norte-americano de Landstuhl, encontrando grande quantidade de vítimas gravemente queimadas ainda por atender. Um autocarro que transportava vítimas não-atendidas chegou ao hospital de Ludwigshafen, a 80 km de distância do lugar do acidente e que dispunha de uma unidade especializada em queimados, quase três horas mais tarde, com um condutor que não falava alemão e não conhecia a zona. As equipas de emergência alemãs usavam catéteres intravenosos e vias incompatíveis com as utilizadas pelos norte-americanos, facto que contribuiu para criar ainda mais confusão.

Investigação[editar | editar código-fonte]

Atuação dos Frecce tricolori.

Em vez de atravessar a figura, o avião que devia fazê-lo (Pony 10) chegou demasiado baixo e demasiado rápido ao ponto de cruzamento com os outros dos grupos (5 aviões pela esquerda e 4 pela direita), que estavam a fechar a figura. O tenente-coronel Nutarelli, piloto do "Pony 10" (o avião em solitário) foi incapaz de corrigir a sua altura ou diminuir a velocidade e colidiu com o avião líder (Pony 1) do grupo da esquerda (direita segundo a direção que tomava), atravessando a sua parte posterior com o nariz do seu avião, como se pode ver em várias gravações do acidente. O avião "Pony 1", comandado pelo tenente-coronel Mario Naldini, começou a girar fora de controlo e atingiu outro avião da formação (Pony 2, pilotado pelo capitão Giorgio Alessio) antes de se despenhar na pista. O terceiro avião envolvido, "Pony 2", despenhou-se também após o impacto.

Placa em memória das vítimas do desastre.

O avião que iniciou o acidente, com a secção dianteira destruída depois de colidir com o Pony 1, continuou na direção do público que assistia ao show aéreo. O trem de aterragem foi baixado, no que se sugere ter sido uma tentativa desesperada de Nutarelli para reduzir a velocidade e evitar a colisão, mas não há provas suficientes e o abaixamento do trem poderá ter ocorrido por outros fatores. O avião colidiu com o solo, diante dos espetadores, originando uma bola de fogo antes de chocar com uma camioneta de gelados que se encontrava estacionada. O incidente durou menos de 10 segundos, o que impediu os espetadores de fugir. A baixa altura com que concluía a manobra (45 metros aproximadamente) contribuiu para o escasso tempo de reação.

A investigação concluiu que uma melhor coordenação e organização dos esforços das equipas de resgate poderia ter prevenido algumas mortes. As autoridades alemãs propuseram evitar tais falhas realizando simulacros a grande escala, incluindo todos os serviços de emergência.

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

Diz-se que a banda alemã Rammstein adotou o nome depois da tragédia na base aérea, e escreveu uma canção intitulada do mesmo modo "Rammstein", a qual faz um resumo de tudo o que passou no acidente.

Referências

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Desastre de Ramstein

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