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quarta-feira, 25 de julho de 2018

DIA DA GALIZA - 25 DE JULHO DE 2018

Galiza

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EspanhaGaliza
Galiza • Galicia
 
—  Comunidade autónoma  —
Bandeira de Galiza
Bandeira
Brasão de armas de Galiza
Brasão de armas
LemaHoc hic misterium fidei firmiter profitemur[nota 1].
Galicia in Spain (plus Canarias).svg
HinoQueixumes dos Pinos
CapitalSantiago de Compostela
Administração
 - PresidenteAlberto Núñez Feijóo (PPdeG)
Área
 - Total29 574 km²
População (2005)
 - Total2 762 198
    • Densidade93,4 hab./km²
Gentílico:galego, -ga
ProvínciasCorunhaLugoOurensePontevedra
Idioma oficialgalego e castelhano
Estatuto de autonomia28 de Abril de 1981
ISO 3166-2ES-GA
Congresso
Senado
25 assentos
19 assentos
SítioJunta da Galiza
Galiza [2][nota 2] é uma nação[3][4] organizada enquanto comunidade autónoma espanhola, com o estatuto de nacionalidade histórica.[5] Situada no noroeste da Península Ibérica, ocupa o território histórico da antiga Galécia e do Reino da Galiza (409–1833).
É formada pelas províncias da CorunhaLugoOurense e Pontevedra. Geograficamente, limita a norte com o mar Cantábrico, ao sul com Portugal(Minho e Trás-os-Montes), a oeste com o oceano Atlântico e a leste com o Principado das Astúrias e Castela e Leão (províncias de Samora e de Leão). À Galiza pertencem o arquipélago das ilhas Cies, o arquipélago de Ons e o arquipélago de Sálvora, bem como as ilhas de CortegadaArouça, as Sisargasou as Malveiras. Possuía em 2015 cerca de 2 726 291 de habitantes, com uma densidade demográfica elevada nas faixas entre a Corunha e Ferrol, a noroeste, e Pontevedra e Vigo a sudoeste. Santiago de Compostela é a capital política, com um estatuto especial, dentro da província da Corunha. É na sua capital que se situa um dos mais importantes santuários católicos do Ocidente, a Catedral de Santiago de Compostela.
O hino da Galiza, Os Pinos, elaborado por Eduardo Pondal, refere-se à Galiza como a nação de Breogão, herói celta.

Topónimo[editar | editar código-fonte]

Origem e evolução[editar | editar código-fonte]

O nome para o território atual da Galiza deriva da palavra latina Gallaecia (ou Callaecia), que significa literalmente «terra dos galaicos». Callaecia, «a terra dos Callaeci», poderia derivar de kallā- 'madeira',[6] juntamente com o sufixo complexo local -āik-. O topónimo transformou-se mais tarde em Gallicia, e daí para as formas atuais. Os galaicos[nota 3] foram o povo mais numeroso do noroeste da Península Ibérica antes da sua integração no Império Romano no século I a.C., apesar de alguns autores[quais?]considerarem que, originalmente, o termo «galaico» era empregue para denominar uma pequena tribo ao norte do Douro. Seja como for, o nome acabou por abarcar todo um grupo étnico de língua celta e culturalmente homogéneo, situado entre o Mar Cantábrico e o rio Douro.
Mapa da Europa de Estrabão, com a localização das Cassitérides.
A primeira referência histórica dos galaicos remonta-se ao ano 136 a. C., quando o general romanoDécimo Júnio Bruto Galaico regressa a Roma — depois da sua vitoriosa campanha bélica contra dois povos previamente desconhecidos: os lusitanos e galaicos — recebendo do próprio Senado romano o título de Gallaecus ou "galaico" em honra pela dura expedição militar contra estes.[8]Após estes primeiros contactos, o mundo grecolatino passa a denominar o seu país como Gallaecia, tal como o fizeram EstrabãoPlínio e Apiano, entre outros. Será este nome, Gallaecia,que irá evoluindo durante mais de treze séculos, e que acabará por adotar as formas «Galiza» e «Galicia».
Mais controverso é, porém, o significado original do termo Gallaicus (galaico) e consequentemente de Gallaecia. O primeiro autor que teorizou sobre isto foi Isidoro de Sevilha, que no século VIIexplicava que o nome "galaico" aludia à pele branca como o leite que tinham os seus habitantes, de jeito semelhante aos habitantes da Gália.[9] Serão muitos autores posteriores os que tentem procurar o significado deste nome, tais como Afonso X o SábioRamón Barros Sivelo ou Murguía, mas hoje tende a ser relacionado com étimos das línguas celtas, e indo-europeias em geral, de maneira que o significado exato da palavra é, hoje em dia, desconhecido.

Formas atuais[editar | editar código-fonte]

O nome oficial da comunidade é Galicia, forma considerada maioritária e preferente pela Real Academia Galega e também usada em castelhano.[10] No entanto, a Real Academia Galega e o Instituto da Língua Galega admitiram tanto Galiza como Galicia na sua normativa de concórdia do verão de 2003. Sobre este assunto, concretamente, as Normas Ortográficas e Morfológicas do Idioma Galego referem o seguinte:
«Teñen terminación -cia, entre outros, acacia, ... etc. Entre estas palabras está Galicia, voz lexítima galega, denominación oficial do país e maioritaria na expresión oral e escrita moderna. Galiza é tamén unha forma lexitimamente galega, amplamente documentada na época medieval, que foi recuperada no galego contemporáneo.»
Por sua parte, a Associação Galega da Língua, inserida na corrente reintegracionista, admite apenas a forma Galiza. O mesmo acontece no Brasil e em Portugal, onde as obras de maior renome, como os dicionários AurélioHouaiss, MichaelisCaldas Aulete, e os Dicionários Porto Editora, apenas aceitam a forma Galiza para o nome da região em português, reservando o termo Galícia para a região da Polónia. Existem porém minidicionários, entre os quais o Minidicionário Antônio Olinto, Soares Amora, Sacconi, ou Minidicionário Silveira Bueno, além de enciclopédias traduzidas, como a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, a Enciclopédia Geográfica Universal, que dão os termos como sinônimos.
Todavia, obras como o Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida ou «A imprensa e o caos na ortografia», de Marcos de Castro, afirmam, com veemência, a condição de barbarismo que representaria o uso do termo Galícia em detrimento do português Galiza. Outras obras, como o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, nem mesmo registram o referido termo, cujo uso, segundo alguns autores, teria sido disseminado no Brasil como adaptação do topônimo mais comum na Galiza, Galicia, por uma possível influência dos numerosos imigrantes galegos que chegaram ao país, ou, ainda, por influência do inglês ou do espanhol.[11]

História[editar | editar código-fonte]

Pré-história[editar | editar código-fonte]

Paleolítico[editar | editar código-fonte]

As primeiras provas líticas da presença humana na Galiza datam de há cerca de 300.000 anos, no Paleolítico Inferior, durante o Pleistoceno Médio. Deste período, que nesta zona perdura até cerca de 5000 a.C., existem diversos restos dos seus povoadores por todo o litoral, desde Ribadeu até à Guarda, que consistem em instrumentos líticos que demonstram uma indústria acheuliana à base de bifaces, fendedores e triedros feitos sobre uma base de quartzo ou quarcita. São também de destaque as descobertas na parte portuguesa do Rio Minho – de Caminha a Melgaço – e o da caverna Eirós, em Triacastela, no qual foram preservados restos de animais e líticos dos neandertais até ao Paleolítico Médio, graças ao seu ambiente básico. Também existem outras reservas deste período no Baixo Minho e na depressão de Ourense. Conhecem-se duas culturas, o Paleolítico Inferior Arcaico (ou "cultura dos cantos talhados", com uma técnica mais simples) e o Paleolítico Inferior Clássico. As indústrias são simples e o número de tipos reduzido.

Cultura megalítica[editar | editar código-fonte]

A primeira grande cultura claramente identificada se caracterizava por sua capacidade construtora e arquitetônica, juntamente com o seu sentido religioso, fundamentado no culto aos mortos como mediadores entre o homem e os deuses.
A sociedade estaria organizada num tipo de estrutura de clãs. Da época do megalítico depõe milhares de túmulos[12] estendidos por todo o território, escondendo no seu interior uma câmara funerária de dimensões maiores ou menores, edificada com brames de pedra, conhecidas como dólmen.

Idade do Bronze[editar | editar código-fonte]

É nesta época que se atinge o desenvolvimento metalúrgico, impulsionado pela riqueza mineira. Devido às mudanças climáticas, vários povos da meseta migraram para o território da Galiza, aumentando a população e os conflitos entre povos. É a época de produção de diversos utensílios e joias de ouro ou de bronze, que foram até levadas além-Pirenéus.

Cultura céltica castreja[editar | editar código-fonte]

Corresponde ao período de tempo desde a chegada dos celtas e seu assentamento até à fortificação nos seus castros. Floresceu na segunda metade da Idade do Ferro, resultado da fusão com a cultura da Idade do Bronze e outros contributos posteriores, coexistindo em parte com a época romana. Os celtas trouxeram novas variedades de gado, o cavalodomesticado e provavelmente o centeio.
O primeiro povo celta que invade Galiza é o dos Sefes, no século XI a.C.. Submeterá os Estrímnios, mas este influirá no primeiro sobretudo no terreno da religião, da organização política e das relações marítimas com a Bretanha e a Inglaterra.[carece de fontes] Segundo Estrabão, a topografia predominantemente montanhosa da Galiza fez com que os galaicos fossem o povo mais difícil de vencer da Península Ibérica e tivessem derrotado grande parte dos povos da Lusitânia.[13] É preciso dizer que a província romana dos galaicos, a Galécia (em latimGallaecia ou Callaecia), ainda não estava constituída política e administrativamente.
Os castros são recintos fortificados de forma circular, providos de um ou vários muros concêntricos, precedidos geralmente do seu correspondente fosso e situados, os mais deles, na cimeira de colina e montanhas. Entre os castros de tipo costeiro, destacam-se os de FazouroSanta TregaBaronha e Neixão. No interior, podem mencionar-se os de Castromau e Viladonga. Comum a todos eles é o facto de que o homem se adapta ao terreno e não ao contrário.
Quanto aos templos, a única construção encontrada é a de Elvinha. O de Meirãs conserva uma necrópole. Noutros castros existiam pequenas construções em forma de caixa onde eram guardadas as cinzas (cultura sorotápica, dos campos de enterro de furnas – urnenfelder em alemão). Existem também outras parcialmente enterradas, com um depósito para a água, nas quais os vestígios de fogo indicam que deveria ter como propósito a incineração de cadáveres.
A partir dos finais do Megalítico, aparecem inscrições sobre rochas graníticas a céu aberto das quais atualmente se desconhece a sua origem e significado, sendo de nota as do Campo Lameiro.

Da Idade Antiga ao século XIX[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Reino da Galiza

Século XIX[editar | editar código-fonte]

Até o século XIX, a Galiza estava dividida em sete províncias: Mondonhedo, Lugo, Ourense, Tui, Santiago, Corunha e Betanços. Desde essa época, as províncias foram reduzidas a apenas quatro e quatro capitais: CorunhaPonte VedraOurense e Lugo.
Tinha órgãos de governo próprios, sendo eles, a Junta da Galiza (em galegoXunta de Galicia) e o Parlamento Galego.
Portugal foi um destino migratório para muitos galegos, desde o tempo da reconquista.[14]

Política e governo[editar | editar código-fonte]

Administração autonómica[editar | editar código-fonte]

O Estatuto de Autonomia da Galiza estabelece que os poderes da comunidade são executados por via do Parlamento, da Junta e da Presidência.[15]
  • Parlamento da Galiza é o representante máximo da comunidade, e sobre o qual recai o poder legislativo. É composto por 75 deputados eleitos por sufrágio universal através de representação proporcional por um período de quatro anos, na qual está também garantido o voto da diáspora galega.
  • Junta da Galiza (Xunta de Galicia), órgão encarregue do poder executivo e administrativo do governo. Composta pelo presidente, vicepresidente e dez conselheiros. Coordena também as atividades das deputações provinciais.
  • O Presidente da Junta da Galiza dirige e coordena as suas ações e representa a comunidade autónoma. É membro do Parlamento e eleito pelos seus deputados.
Eleições ao Parlamento da Galiza
2016-2020
PartidoCandidatoVotosPercentagemNº de deputadosComposição parlamentar
People's Party (Spain) Logo (2008-2015).svgAlberto Núñez Feijóo682 15047,5641Escaños Parlamento Galicia 2016.svg
En Marea Glyph (political party).pngLuis Villares Naveira273 52319,0714
Logotipo del PSOE.svgXoaquín Fernández Leiceaga256 38117,8714
Bng-logo-primary.jpgAna Pontón119 4468,336
Ciudadanos-icono.svgCristina Losada48 5533,380
Logo Pacma.jpg15 1351,060
Democracia
Ourensana
Miguel Caride77230,540
Comprimiso.PNGXoán Bascuas41090,290
Partido Anticorrupción y Justicia
(PAYJ)
25350,180
Gañemos (GAÑEMOS)23440,160
Recortes Cero-Grupo VerdePastora Fernández22760,160
Fonte: Xunta de Galicia[16][17]

Nacionalidade galega[editar | editar código-fonte]

Atualmente, o Estatuto de Autonomia de Galiza define a Galiza como "nacionalidade histórica".
A "Defesa da Nacionalidade" foi assinada em público (Pacto de Governo), após o acordo de coligação.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Ver também: Praias da Galiza
O território galego confina-se entre 43º 48' N (Estaca de Bares) e 41º 49' N (Portela do Homem, na fronteira com Portugal) em latitude. Em longitude, entre 6º 44' O (limite entre Ourense e Samora) e 9º 18' O (cabo Tourinhão).
O concelho mais populoso é o de Vigo com 292 817 habitantes, e o menos povoado o de Negueira de Moniz com 215 habitantes em 2016. O concelho mais extenso é o da Fonsagrada, com uma superficie de 438,4 km², e o mais pequeno o de Mondariz-Balneário con 2,3 km². A Corunha é o concelho com maior densidade de população, com 6449,32 hab./km² e Vilarinho de Conso é o que tem menor densidade de população com 2,92 hab./km² em 2016.

Divisão administrativa[editar | editar código-fonte]

Durante a Idade Moderna e até à divisão territorial de Espanha em 1833, a Galiza esteve dividida em sete províncias: CorunhaBetançosLugoMondonhedoOurenseSantiago e Tui. Atualmente, a comunidade estrutura-se em quatro províncias, as da CorunhaLugoOurense e Ponte Vedra. Estas, por sua vez, dividem-se em comarcas (53), concelhos (313), seguindo-se as paróquias(3792) e, por último, as aldeias e lugares. A sua capital política é a cidade de Santiago de Compostela, na província da Corunha.

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ANTÓNIO FONSECA

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