quinta-feira, 12 de novembro de 2020

SISMO DE KERMANSHAH DE 2017 (IRAQUE-IRÃO) - 12 DE NOVEMBRO DE 2020

 

Sismo de Kermanshah de 2017

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Sismo de Kermanshah de 2017
Destruição causada pelo sismo em Sarpol-e Zahab, no Irão.
Mapa com a localização e intensidade do sismo..
Magnitude7,3[1] MW
TipoCavalgamento[1]
Data12 de Novembro de 2017
Zonas atingidasIraqueIrão
Vítimas530 mortos[2]
8 100 feridos[3]

O sismo de Kermanshah de 2017 foi um sismo que ocorreu a 12 de novembro desse ano, às 21:18 (hora local), junto à fronteira Irão-Iraque, do lado iraquiano, na província do Curdistão.

Tremor

O epicentro foi a cerca de 30 quilómetros a sul-sudoeste da cidade de Halabja, no Iraque, com uma magnitude de momento de 7.3,[1][4] e hipocentro a 25 quilómetros de profundidade.[5] Foi sentido no Iraque e Irão, e em locais tão distantes como os Emirados Árabes Unidos e Israel.[6] O sismo foi também sentido no Kuwait, com magnitudes variando de 4 a 5.[7] O sismo foi sentido nas capitais do Irão e do Iraque, Teerão e Bagdad, sem provocar danos.[8]

Edifício destruído na cidade de Sarpol-e Zahab

As zonas mais afectadas situam-se do lado iraniano, na privíncia de Kermanshah. Segundo a televisão do Irão, pelo menos oito aldeias fronteiriças foram devastadas. A electricidade foi cortada na área e muitas equipas de emergência dirigiram-se ao local.[8] A má qualidade das construções na região poderá ter contribuído para agravar a devastação.[9] Os padrões de construção de uma série de apartamentos recém-construídos que colapsaram, ou foram gravemente danificados, foram seriamente quastionados. O vice-presidente iraniano, Eshaq Jahangiri, afirmou que muitos desses apartamentos foram construídos no âmbito de um programa de habitação a custos reduzidos promovido pelo anterior presidente, Mahmoud Ahmadinejad.[2]

Segundo a agência noticiosa Irna, o sismo causou danos em 7 grandes cidades e 1950 localidades da província de Kermanshah. As autoridades dizem que doze mil habitações foram completamente destruídas, e outras quinze mil danificadas.[2]

No lado iraquiano, os maiores danos foram na cidade de Darbandikhan, a 75 quilómetros a leste de Sulaimaniyah, na região semiautónoma do Curdistão, ficando feridas mais de 30 pessoas naquela cidade. O principal hospital do distrito foi gravemente danificado, forçando a transferência dos feridos para outras cidades.[8] Na cidade de Kirkuk habitações ficaram danificadas, forçando os habitantes a abandoná-las.[7]

Vítimas

Vítimas do terramoto em Sarpol-e Zahab.

Pelo menos 530 pessoas morreram, a maioria na província de Kermanshah, no lado iraniano da fronteira, onde foram registrados 430 vítimas fatais,[2] entre elas o comandante do exército iraniano.[10] Estima-se que o número de vítimas naquela província possa atingir as 580. 316 vítimas mortais ocorreram na cidade de Sarpol-e Zahab, a cerca de 16 quilómetros da fronteira com o Iraque. Outras 28 pessoas terão morrido na cidade de Qasr-e-Shirin, outra cidade de Kermanshah, conhecida como entreposto comercial entre o Irão e o Iraque.[2]

Este foi o terremoto mais mortífero ocorrido em 2017. O número de feridos passa de 7400 e ainda há 70 mil desabrigados.[9]

Reação

A 14 de novembro o Irão decretou luto nacional, e o presidente Hassan Rouhani viajou para Kermanshah, a região mais afectada. Os jornais do país romperam com a tradição, publicando as primeiras páginas em língua curda, demonstrando a sua solidariedade para com a população das áreas mais afectadas, de maioria curda.[2]

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «M 7.3 - 30km SW of Halabjah, Iraq»earthquake.usgs.gov. Consultado em 12 de novembro de 2017
  2. ↑ Ir para:a b c d e f Dehghan, Saeed Kamali. «Officials raise Iran-Iraq earthquake death toll to at least 530»the Guardian. Consultado em 14 de Novembro de 2017
  3.  http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/11/1935229-ma-qualidade-das-construcoes-agravou-terremoto-no-ira-dizem-moradores.shtml
  4.  «Northern Iraq rocked by 7.2 magnitude earthquake»www.aljazeera.com. Consultado em 12 de novembro de 2017
  5.  RTP; RTP, Rádio e Televisão de Portugal - (24 de Outubro de 2017). «Sismo na fronteira do Irão e Iraque causa pelo menos 213 mortos»rtp.pt. Consultado em 13 de Novembro de 2017
  6.  «Earthquake of 7.2 magnitude hits Iraq»The National(em inglês). Consultado em 12 de novembro de 2017
  7. ↑ Ir para:a b Group, Global Media. «Terramoto - Sismo de magnitude 7,2 fez pelo menos 65 mortos no Irão e Iraque»DN. Consultado em 12 de Novembro de 2017
  8. ↑ Ir para:a b c «Expresso | Tragédia no Irão e Iraque: sismo faz pelo menos 65 mortos»Jornal Expresso. Consultado em 13 de Novembro de 2017
  9. ↑ Ir para:a b «Má qualidade das construções agravou terremoto no Irã, dizem moradores»Folha de S.Paulo. 13 de Novembro de 2017. Consultado em 14 de Novembro de 2017
  10.  «Terremoto na fronteira entre Irã e Iraque já é o que mais matou em 2017»BBC Brasil (em inglês). 13 de novembro de 2017

Ligações externas

COMETA - 67p/CHURYUMOV-GERASIMENKO - DESCOBERTO EM 2014 - 12 DE NOVEMBRO DE 2020

 


67P/Churyumov-Gerasimenko

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67P/Churyumov-Gerasimenko
Comet 67P on 19 September 2014 NavCam mosaic.jpg
Descoberta
Descoberto porKlim Churyumov e
Svetlana Gerasimenko
Data11 de setembro de 1969
Outros nomes
Informações orbitais
Excentricidade (e)0.64102
Semi-eixo maior (a)3.4630 AU (518,060,000 km)
Periélio (q)1.2429 AU
Afélio (Q)5.6839 AU
Período orbital (P)6,44 Aj
Inclinação (i)7.0405°
Último periélio
Próximo periélio13 de agosto de 2015
Propriedades físicas
DimensõesLóbulo maior:4.1×3.2×1.3 km
Lóbulo menor=2.5×2.5×2 km
Massa(1.0±0.1)×10¹³ kg
Velocidade de escape~1 m/s[1]

67P/Churyumov-Gerasimenko é um cometa do Sistema Solar com um período orbital atual de 6,45 anos.[2] Sua última passagem pelo periélio ocorreu no dia 13 de agosto de 2015.[3] Ele é o destino da sonda espacial Rosetta, que foi lançada pela Agência Espacial Europeia em 2 de março de 2004,[4] e que "acordou" de uma hibernação no dia 20 de janeiro de 2014[5] para monitorar o cometa e procurar um local adequado para o pouso.

Em 6 de agosto de 2014 a sonda encontrou-se com o 67P, passando a segui-lo em órbita no espaço.[6] Em 12 de novembro do mesmo ano, a Philae, o pousador da Rosetta, tornou-se o primeiro objeto construído pelo Homem a pousar na superfície de um cometa.[7]

O Cometa 67P/C-G passou pelo periélio em 13 de agosto de 2015, a cerca de 186 milhões de quilômetros do Sol. O período é crucial já que aumentará significativamente a atividade no interior do cometa, assim revelando aos instrumentos informações sobre o ciclo de vida do cometa e dados preciosos a respeito da origem do Sistema Solar[8].

Descoberta

O cometa foi descoberto no ano de 1969, quando diversos astrônomos de Kiev foram visitar o Instituto de Astrofísica de Alma-Ata para efetuar pesquisa sobre cometas. Em 20 de setembro Klim Churyumov estava examinando fotos do cometa 32P/Comas Solà feitos por Svetlana Gerasimenko, quando encontrou um objeto do tipo cometa em um canto de uma fotografia.[9]

Ele imaginou que o fraco objeto detectado fosse o cometa procurado, mas ao retornar a Kiev constatou após cuidadosos estudos que um novo cometa teria sido encontrado a menos de dois graus do cometa Comas Solá.

Este cometa apresenta algumas peculiaridades. Antes de 1840 seu periélio era de 4,0 UA (quatro vezes a distancia entre a Terra e o Sol, ou seja, 600 milhões de km), então não seria possível observá-lo da Terra.

Neste ano o cometa acabou se movendo para o interior do Sistema Solar, após um encontro com o planeta Júpiter, fazendo seu periélio cair para 3,0 UA (450 milhões de km), Durante um século, o periélio foi gradualmente diminuindo até atingir a 2,77 UA.[10] Então, em 1959, novamente ele reencontrou-se com Júpiter diminuindo seu periélio em apenas 1,29 UA. Atualmente este cometa completa a sua translação em torno do Sol em 6,57 anos.

O Churyumov-Gerasimenko foi observado da Terra em seis aproximações do Sol: 1969 (descoberta), 1976, 1982, 1989, 1996 e 2002. Ele é um objeto incomum bastante ativo por um curto período e apresenta frequentemente, cauda no seu periélio.

Durante a sua aparição em 2002/2003, sua cauda tinha o comprimento acima de 10 arco minuto de comprimento, com um núcleo brilhante que excedia o brilho da cauda. Mesmo após 7 meses de seu periélio, o cometa continuava a apresentar uma cauda bem desenvolvida, mas pouco depois ela rapidamente desapareceu.

Propriedades

Após o pouso da Philae em 12 de novembro de 2014, algumas propriedades do cometa foram inicialmente descobertas, ainda dependentes de maiores estudos. A mais importante delas foi a constatação da existência de moléculas orgânicas na superfície. Equipamentos do pousador como o SESAME e o MUPUS também descobriram a existência de gelo duro e alta compactação pouco abaixo da poeira que recobre seu solo. O resultado destes estudos pode ajudar a revelar uma antiga suposição da comunidade científica: se os cometas de fato trouxeram para a Terra parte da água e dos elementos básicos para a existência da vida, como aminoácidos.[11]

Estudos posteriores concluíram que a densidade do cometa é bem inferior à imaginada, cerca de apenas 470 kg/m³, menor do que a densidade da água – 999,97 kg/m³ – o que significa que ele flutuaria se caísse num oceano terrestre. Isso ocorre por que ele tem um interior poroso, como uma esponja. Esta diferença de densidade entre os cálculos anteriores e os estudos posteriores podem ter afetado o cálculo de sua gravidade, contribuindo para que o pouso da Philae não se desenrolasse como o planejado.[12]

O Churyumov-Gerasimenko também é um cometa mais escuro do que o anteriormente previsto. A quantidade de luz refletida por sua superfície é de apenas 6% com relação à recebida, metade do refletido pela Lua, o que o faz um dos mais escuros objetos do Sistema Solar. Isto também indica que há pouco gelo exposto em sua superfície. A escuridão provavelmente é provocada por minerais como sulfeto de ferro e compostos à base de carbono que o cobrem.[12]

Um estudo de 2015 sugere que as crateras são, na verdade, dolinas criadas de uma forma similar às da Terra quando a camada de superfície do solo sofre colapso súbito. Embora essas cavidades podem ajudar a mapear o terreno do cometa, elas também podem representar um risco para o módulo Philae[13].

Vida microbial

Em 2015, os dois dos principais astrônomos, Chandra Wickramasinghe, da Universidade de Buckingham, e Max Wallis, da Universidade de Cardiff, dizem que os dados enviados pela Philae indicam que o cometa poderia ser habitado por vida alienígena microbiana. A evidências demonstram que várias características do cometa, como sua crosta negra orgânica, são melhores explicadas pela presença de organismos vivos sob a sua superfície gelada. A sonda espacial Rosetta também confima ter pego estranhos "aglomerados" de material orgânico que se assemelham a partículas virais[14][15]. Entrentanto, Uwe Meierhenrich da Université de Nice Sophia Antipolis, França, o co-investigador do instrumento COSAC(instrumento concebido para analisar quimicamente o cometa) da Philae disse que "Nenhum cientista ativo em qualquer uma das equipes de ciência dos instrumentos da Rosetta assume a presença de micro-organismos que vivem abaixo da crosta da superfície do cometas". Ele afirma que a crosta negra da superfície do cometa foi uma previsão feita em 1986 por Greenberg na revista "Nature"[16], que calculou o que aconteceria com moléculas orgânicas que ocorrem naturalmente sobre um cometa quando elas forem atingidas por raios cósmicos e luz[17]. Apesar disso, em 2016, cientistas anunciaram que a nave espacial Rosetta fez várias detecções do aminoácido glicina, usados pelos organismos vivos para produzir proteínas, na nuvem de gás e poeira circundando o cometa. Detectando diretamente compostos orgânicos essenciais em um cometa, reforça a noção de que esses objetos celestes entregaram tais blocos de construção química para a vida há muito tempo atrás para a Terra e todo o sistema solar[18].

Referências

  1.  «Expedition primeval matter» (em inglês). Max-Planck-Gesellschaft. Consultado em 16 de novembro de 2014
  2.  «67P/Churyumov-Gerasimenko»(em inglês). NASA. Consultado em 24 de janeiro de 2014
  3.  «Returns and Appearances» (em inglês). Aerith. Consultado em 24 de janeiro de 2014
  4.  «Rosetta: To Chase a Comet»(em inglês). NASA. Consultado em 24 de janeiro de 2014
  5.  «Scientists hope comet-chaser spacecraft wakes up» (em inglês). Excite. Consultado em 24 de janeiro de 2014
  6.  «'We're in orbit!' Rosetta becomes first spacecraft to orbit comet». CNN. Consultado em 6 de agosto de 2014
  7.  «European Space Agency's Spacecraft Lands on Comet's Surface». The New York Times. Consultado em 12 de novembro de 2014
  8.  «Celebrando um ano no cometa». GOASA. 12 ago. 2015. Consultado em 12 de agosto de 2015
  9.  Kronk, Gary; Meyer, Maik. Cambridge University Press, ed. Cometography: Volume 5, 1960-1982: A Catalog of Comets. [S.l.: s.n.] pp. 241–245. ISBN 052187226X
  10.  «67P/Churyumov-Gerasimenko - Close-Approach Data». JPL NASA. Consultado em 19 de novembro de 2014
  11.  «Philae encontrou moléculas orgânicas e gelo duro em cometa». O Globo. Consultado em 18 de novembro de 2014
  12. ↑ Ir para:a b Santos, Juliana. «Missão Rosetta: cometa poderia flutuar na água». Veja. Consultado em 23 de janeiro de 2015
  13.  That sinking feeling – could cavities on comet pose yet another risk to Philae? The Conversation US, Inc. em 15 de junho de 2015.
  14.  Certain features of the comet suggest microbes could be present under its surface por Helen Regan na Revista "Times" em 6 de julho de 2015
  15.  Philae comet could be home to alien life, say scientists por Stuart ClarK"The Guardian" em 6 de julhode 2015
  16.  Predicting that comet Halley is dark por J. MAYO GREENBERG Revista Nature 321, 385 (Maio 22 1986); doi:10.1038/321385a0
  17.  No alien life on Philae comet por Stuart Clark (TheGuardian) em 6 de julho de 2015
  18.  Rosetta spacecraft finds key building blocks for life in a comet by IRENE KLOTZ, publicado pela "Reuters" (2016)

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