A
Amadora é uma
cidade portuguesa pertencente ao
distrito e
área metropolitana de
Lisboa. com 175 136 habitantes, sendo a quarta cidade mais populosa em Portugal. É sede de um dos mais pequenos municípios de
Portugal, com apenas 23,79 km², mas 175 136 habitantes (2011), sendo o mais densamente povoado do país e a quarta cidade mais populosa de Portugal
[1], dividindo-se em seis
freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de
Odivelas, a sueste por
Lisboa, a sul e oeste por
Oeiras e a oeste e norte por
Sintra.
A Amadora constituiu-se em torno do lugar da
Porcalhota, servida pela
Capela de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, sede de irmandade própria que dispunha de avultados bens. Pertenceu, desde o século XIX até 1979, ao concelho de
Oeiras, ano em que se eleva a cidade e passa a dispor de município próprio em virtude do seu desenvolvimento demográfico.
O seu relevo, de altitudes moderadas, desenvolve-se maioritariamente entre os 50 e 200 metros de altitude, com um nível de rugosidade entre os 30 e 60%.
[2]É possível identificar, em traços gerais, três áreas morfológicas distintas no concelho, duas delas correspondentes às áreas mais elevadas (a norte e sul) e a terceira, uma depressão que ocupa a zona central e é confinada por estas áreas. Uma classificação mais detalhada permite a divisão em cinco unidades morfológicas. A primeira corresponde à Serra da Mira, de forma elíptica, localizada no extremo norte do concelho (
Mina de Água) e confinada pelo
rio da Costa e pela
ribeira de Carenque. Desenvolve-se de nordeste para sudoeste, num total de 4 km de comprimento por 2 km de largura, e é atravessada por falhas que apresentam esta mesma direção e também nor-noroeste–su-sudeste. Geologicamente, compõe-se de formações carbonatadas e detríticas do
Cretácico Inferior. É aqui que se encontra o ponto de maior altitude do concelho, de 273 metros.
[3]
Segue-se o Planalto da Mina de Água, imediatamente a sul. Apresenta uma altitide de 170 metros, estando inclinado para sul e sudeste. É constituído por formações cretácicas sedimentares e vulcânicas.
[3]
A Depressão Central ocupa o espaço entre o Planalto da Mina de Água e a Serra de Carnaxide. É um vale aberto, que se assume como um prolongamento do vale de Benfica, desenvolvido entre os 50 a 160 metros, de leste para oeste. O seu setor ocidental é mais elevado e é drenado para oeste pelos afluentes da
ribeira de Carenque e para leste pelos afluentes da
ribeira de Alcântara. Tem a sua origem no Complexo Vulcânico do Cretácico Superior e nas formações sedimentares terciárias sobre as quais assentam em discordância as formações sedimentares quaternárias. O seu ponto de menor altitude, que é também o do concelho, situa-se no fundo do vale do
rio da Costa (41 m).
[3]
Remata este conjunto a Serra de Carnaxide, de 211 metros de altitude máxima no sul da Venteira. Também de forma elíptica, prolonga-se de este para oeste, entrando depois em
Oeiras. Circunscrita pelo
rio Jamor e pela
ribeira de Algés, possui 3 km de comprimento por 2 km de largura.
[3]
Por toda a área concelhia predominam os declives fracos a moderados, e cerca de metade do município (53%) apresenta inclinações inferiores a 10%. As áreas de maior declive correspondem também às áreas de maior altitude (nos flancos da Serra da Mira e Planalto da Mina de Água). Os declives de menor expressão localizam-se no planalto e entre o sopé deste e a base do flanco norte da Serra de Carnaxide. A Amadora é um concelho com boa exposição solar, já que as vertentes soalheiras representam 41% da área total. As vertentes não possuem uma exposição dominante, se bem que o conjunto dos octantes S, SE, E e NE ocupa a maior parte da área do município (58%). Isto deve-se à inclinação do Planalto da Mina de Água e do fundo do vale da ribeira de Alcântara (sudeste), aos flancos sul e leste do planalto e à vertente sul da Serra da Mina. As umbrias ocupam 34% e as exposições intermédias os restantes 25%.
[3]
O município da Amadora está dividido, na sequência da reorganização administrativa de 2013, nas seguintes seis
freguesias:
Freguesias da Amadora a partir de 2013.
Águas Livres (correspondente, na anterior organização de freguesias, a quase toda a Damaia, à zona sul da Reboleira e norte da Buraca e ainda algumas partes do norte de Alfragide)
- Alfragide (integra, não só, quase toda a área de Alfragide, mas também, grande parte da Buraca, a leste)
- Encosta do Sol (inclui quase todo o território de Alfornelos, bem como a maior parte da Brandoa, e ainda uma pequena parte do nordeste da Venda Nova [a leste do túnel da CRIL], outra do norte da Falagueira e, a norte, uma outra do leste de São Brás)
- Falagueira-Venda Nova (para além das áreas da Falagueira e Venda Nova, com as limitações já referidas, a limitação a oeste estendeu-se para todo Parque Aventura; a norte, foram anexadas uma parte da Brandoa e outra da Brandoa e São Brás, correspondente ao Monte da Galega)
- Mina de Água (grosso modo, corresponde às antigas freguesias da Mina e São Brás – excetuando os territórios anteriormente referidos como parte de outras freguesias –, incluindo ainda uma zona do oeste da Brandoa e, a sul, o território da Venteira situado a norte da linha ferroviária)
- Venteira (para além da freguesia da Venteira, a nova organização administrativa englobou na nova freguesia o norte da Reboleira, fixando a sua fronteira a leste na Estrada Nacional 117, abarcando, por isso, partes de Alfragide, Damaia e Reboleira)
A Amadora é considerada um município de montante, visto que o seu território abrange os troços iniciais das quatro bacias hidrográficas que o drenam. A rede de drenagem concelhia é de pequena dimensão e reduzidos afluentes (baixa densidade), com um padrão tipicamente dendrítico e ângulos de confluência agudos. Todas as bacias que atravessam o concelho pertencem à
Região Hidrográfica do Tejo, sendo os cursos de água tributários desse
rio e desaguando no seu
estuário após atravessar solos geralmente pouco permeáveis. Os cursos de água apresentam vários sentidos de escoamento, sendo que na metade ocidental e sul-oriental o sentido dominante é norte–sul e nas restantes áreas é noroeste–sudeste.
[3]
A bacia que drena a maior parte do município é a da
ribeira de Alcântara (ou da
Falagueira), com uma área de 8,6 km². A sua bacia abrange o setor central e oriental do concelho, originando-se no Planalto da Mina de Água (
Moinhos da Funcheira) e atravessando depois a Depressão Central da Amadora em direção a
Benfica. Segue-se a bacia do
rio Jamor, representada pela ribeira de Carenque, que drena todo o terço ocidental do concelho (8 km²) e marca a fronteira em grande parte do seu percurso entre este município e
Sintra. Após nascer na zona de
Casal de Cambra, separa os dois concelhos até chegar a
Carenque, localidade que atravessa para depois se juntar ao curso de água principal do
Jamor em
Queluz.
[3]
O
rio da Costa, cuja bacia ocupa 4,7 km², nasce igualmente em
Casal de Cambra e possui algumas nascentes no Planalto da Mina de Água. Dirige-se para o concelho de Odivelas, onde se junta à ribeira da Póvoa e continua em direção à Várzea de Loures. Por fim, a bacia da
ribeira de Algés, de apenas 2,5 km², ocupa o setor sul-oriental do concelho. Nascendo na Depressão Central da Amadora, dirige-se do
Zambujal para a
Portela de Carnaxide, acabando por desaguar em
Pedrouços.
[3]
Muitos troços destes cursos de água encontram-se alterados pela ação humana, tendo sido artificializados e encanados. Tal é especialmente notório no caso das ribeiras de
Alcântara, de
Algés e do
rio da Costa, cujas bacias apresentam um grau de urbanização superior a 50%.
[3]
À escala da
Peninsula Ibérica, e segundo a
classificação climática de Köppen, o município da Amadora enquadra-se nos climas temperados de tipo mediterrâneo, encontrando-se numa área de transição entre dois subtipos climáticos mediterrâneos (Csa e Csb) com um pequeno ascendente de influências marítimas. A temperatura média anual situa-se nos 16.ºC e a precipitação média anual é de cerca de 740 mm. Deste modo, integra a Região Pluviométrica do Sul.
[2]
A região da Amadora serviu durante vários séculos de estância de veraneio para famílias abastadas de
Lisboa. A salubridade do sítio, a proximidade da capital, as facilidades de comunicações e vasta área disponível para urbanização estão na base de um potencial desenvolvimento de construções e reabilitação da cidade que, em determinadas zonas, ainda tem habitações clandestinas.
O actual território da Amadora nasceu da divisão da antiga freguesia de Benfica, cortada pela Estrada da Circunvalação aquando da redefinição dos limites de Lisboa, em 1885-1886. A freguesia extramuros, chamada
Benfica-Extra, ficou a pertencer ao concelho de Oeiras.
O principal núcleo da freguesia passou a ser o lugar da
Porcalhota. Em
1907, a população local pediu ao rei
D. Carlos que permitisse a mudança de nome, situação a que o Ministério do Reino deu despacho, renomeando a povoação de
Amadora em
28 de outubro de 1907.
Foi elevada a freguesia dentro do concelho de
Oeiras em 17 de abril de 1916, e foi elevada a vila em 24 de junho de 1937.
O
município da Amadora viria a ser criado 42 anos depois, em 11 de setembro de 1979, por secessão da freguesia da
Amadora, no
nordeste do concelho de
Oeiras. Dias depois, a 17 de setembro de 1979, a
vila da Amadora é elevada a
cidade, e a freguesia homónima é dividida em oito freguesias:
Alfragide,
Brandoa,
Buraca,
Damaia,
Falagueira-Venda Nova,
Mina,
Reboleira e
Venteira. Na ocasião agregou a si partes das freguesias de
Queluz e de
Belas, pertencentes ao concelho de
Sintra, e tendo cedido a localidade de Presa que passou a fazer parte da freguesia de
Odivelas, atual concelho de Odivelas.
Entre os seus símbolos contam-se o
Aqueduto das Águas Livres, bem como os campos de aviação que tiveram tanta importância na emergência da aviação em Portugal, sendo que ainda hoje o
Estado-Maior da
Força Aérea Portuguesa se situa no concelho, na freguesia de Alfragide. Ambos figuram nas armas da cidade.
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por
ANTÓNIO FONSECA