sábado, 1 de novembro de 2014

DIA DE TODOS OS SANTOS - Feriado espoliado - 1 de Novembro de 2014



Meus Caros Amigos: 


A propósito do feriado de TODOS OS SANTOS que decorre hoje em todo o mundo católico, - excepto em PORTUGAL por decisão dos "Iluminados" deste País e duma quantidade de "inteligentes" da União Europeia, em que estamos inseridos, que entenderam que temos demasiados feriados e a produtividade Per Capita é prejudicada por esse facto, e, antes de explanar as ideias que desde há dois anos venho colocando aqui no meu blogue (e não só) - e que se seguem, a este preâmbulo, - só quero dizer uma coisa.

É que além da decisão estapafúrdia que foi tomada, enquanto no ano de 2013, o dia 1  foi numa Sexta-feira (fim de semana, portanto) em que muita gente fez "ponte", este ano o feriado calha no sábado, que também é fim de semana, (em que pouca gente trabalha). Portanto, o "tiro saiu pela culatra" aos governantes mais uma vez, porque a retirada do feriado não tem resultados palpáveis. Aliás, os restantes feriados que nos foram retirados, também têm ocorrido praticamente em fins de semana ou em tempo de férias da maioria dos portugueses. Por isso, apetece-me perguntar mais uma vez: 

"Onde está o resultado da subida de produtividade nos dias feriados e Dias Santos que foram retirados?"


TODOS OS SANTOS  -  1 de NOVEMBRO - (Sábado)

RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL EM 1640 
– 1 de DEZEMBRO - (Segunda-feira)


CORPO DE DEUS – DIA SANTO - 22 de JUNHO (Domingo)


INSTAURAÇÃO DA  REPÚBLICA PORTUGUESA – 5 DE OUTUBRO - (Domingo) 



Meus Amigos:


Mais uma vez (e não me cansarei nunca), venho protestar veementemente pela “Confiscação” - “Cassação”, “Espoliação” ou “Roubo” que foi feito ao Povo Português com a cessação dos Feriados e Dias Santos, atrás apontados.

Pessoalmente (e profissionalmente também – dado que me encontro presentemente reformado –) a verdade é que o facto de tirar feriados ou Dias Santos do Calendário, não me faz grande diferença, pois pode-se dizer – sem errar muito – que para mim todos os dias do ano podem ser feriados ou não, principalmente desde Março de 2002, data em que me aposentei.

Também é um facto que reconheço que talvez haja demasiados feriados nacionais, ou feriados SEM RAZÃO DE SER, mas há países que têm muito mais feriados embora também existam outros em que há menos, e não é por isso que nesses países possam ter ou não ter melhores trabalhadores e mais produtividade do que outros. Toda a gente o sabe.

Aliás em Portugal, antes do 25 de Abril de 1974 haviam praticamente os mesmos feriados – talvez menos até – mas também se respeitavam os Domingos e até os Sábados, em que se trabalhava apenas meio dia, pois existia a célebre semana inglesa, e isso não fez mal a ninguém, antes pelo contrário.

Porém, os tempos mudam e hoje já não se respeitam os Domingos, nem Dias Santos de Guarda (… o que já vêm de longe) e tampouco os Feriados Nacionais (… A SÉRIO…). é uma “rebaldaria” e está tudo dito.

O facto de eu me mostrar “revoltado” com esta quebra de feriados, tem a ver apenas com o seguinte: que, aliás já expus aqui diversas vezes nas referidas datas. É que a “troika” – solicitada primeiro pelo Partido Socialista que governou o País até 2011, acompanhado pelo Partido Social Democrata e pelo Centro Democrático Social, para emprestar o dinheiro que lhe foi pedido, entendeu colocar várias condições para conceder esse empréstimo

(aproveito para abrir aqui um parênteses, para dizer o seguinte:

Quem empresta dinheiro, só tem que exigir ao devedor o cumprimento dos pagamentos durante um determinado período, em prestações, ou por inteiro, o que é lógico, quanto a mim;

mas acho que não tem de lhe ser dado o direito de se imiscuir nos processos que o devedor entenda levar a efeito para poder pagar essa dívida, portanto é IMORAL, ILÓGICO e não tem pés nem cabeça, que a troika imponha a sua presença no País durante diversas vezes e que imponha também os seus pareceres quanto ao modo que o Governo encontrar para resolver o problema.

Será que estou errado? )

É que me causa muita impressão, para não dizer Nojo ou Asco, que o credor queira mandar o devedor a fazer as coisas como ele quer
O que lhe deveria interessar apenas era aguardar pelos prazos contratados para serem pagas as prestações em dívida e MAIS NADA.

Pelo menos, eu quando empresto (ou tomo emprestado) algo a alguém, não lhe vou dizer como é que deve fazer as coisas para arranjar o dinheiro para me pagar nos prazos devidos. 

devedor é que deve encontrar a melhor maneira para o fazer. 

E se por acaso não o cumprir, então aí sim, deve solicitar a ajuda que necessitar. 

Bem, fechemos o parênteses e vamos ao que interessa:

Como ia dizendo, não concordo com a exclusão dos feriados citados, porque no que se refere aos Dias Santos: Corpo de Deus e Todos os Santos e aos Feriados 5 de Outubro e 1º de Dezembro, qualquer pessoa minimamente inteligente !!! - pode encontrar os seguintes óbices:

Vejamos:

CORPO DE DEUS 

Significa Festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e foi designada há muitos anos pelo Vaticano que deveria realizar-se em todo o Mundo Católico na 1ª quinta-feira a seguir ao Domingo da Santíssima Trindade, que por sua vez se segue ao Domingo de Pentecostes.

Portugal - país católico, por excelência - devia seguir essa determinação, penso eu...

Trata-se por isso e não só, duma data muito importante para a Religião Católica e nunca ninguém teve a ousadia de acabar com ela, desde que foi implantada, mas este ano (2014), que deveria ter sido no dia 22 de Junho que por acaso foi no Domingo, e por isso deveria ter passado para a Quinta-feira a seguir, dia 25 de Junho.

Infelizmente com o beneplácito  da CEP a solicitação "imposta" pelo Governo e pela malfadada Troika, foi decidido suspender esta celebração durante 5 anos, ou seja até 2018, e transferiu-se a festa para o Domingo seguinte -  o que este ano não sucedeu, para azar dos já referidos "iluminados e inteligentes" já atrás citados, E FOI BEM FEITO.


TODOS OS SAN TOS


Em referência a esta Festa transcrevo o que escrevi  aqui em (2012):

Creio que o dia de 1 de Novembro em todo o Universo Católico, está definido desde o século IX, pelo Papa Gregório IV como Comemoração do Dia de TODOS OS SANTOS, e é uma das maiores solenidades da Igreja Católica e como tal é considerado DIA SANTO DE GUARDA.

Aliás, como também está descrito na página 1 deste blogue, de 2012, através do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt,

«(…) No Ocidente, começou também a celebrar-se a festa de todos os mártires, de todos os apóstolos e de todos os Anjos. No princípio do século VII, em Roma, purificou Bonifácio IV o Panteão do Campo de Marte e dedicou-o à Santíssima Virgem e a todos os mártires. A 13 de Maio o aniversário de tal dedicação constituiu a primeira festa dos Santos em geral. No século VIII, Gregório III erigiu na Basílica de S. Pedro uma Capela ao Divino Salvador, à Sua Mãe Santíssima, aos Apóstolos e a todos os Mártires e Confessores. O objecto da festa dos Santos ia-se cada vez ampliando mais. Compôs-se um ofício próprio e por volta do ano 737 inseriu-se no Cânone da Missa uma comemoração de Todos os Santos. A festa deles fixou-a definitivamente no 1º de Novembro, o Papa Gregório IV, no século IX. Por fim, o papa Sisto IV elevou-a a uma das maiores solenidades, com OitavaSolenidade ainda é agora.

Vamos ao resto: 

5 DE OUTUBRO – INSTAURAÇÃO DA REPÚBLICA

É o único dia que eu acho muito bem que tenham acabado com ele. Primeiro porque todos os que o fizeram foram “insurrectos” e nenhum deles está vivo hoje, passados 103 anos. Foi uma “revolução” não pacífica e se o país já não estava muito bem (segundo as crónicas) a partir daí não ficou melhor; antes pelo contrário;

Originaram a morte de um rei e de um príncipe às mãos de “bandidos assassinos” como todos sabem; o povo, em nome de quem se fez a “revolução” não ganhou nada com isso. 

Se estava pobre, pobre continuou ou mais pobre ainda:

Seguiram-se perseguições religiosas, principalmente sobre a Igreja Católica, roubando tudo o que lhe pertencia, conventos, igrejas, escolas, etc.,;
os padres e os leigos ligados ao Catolicismo, tiveram que fugir para não ser presos ou assassinados (a propósito disto há ainda algumas pessoas que viveram nos anos subsequentes que o podem atestar, como é sabido).

Até 1932 (mais de vinte anos) o país entrou num colapso de problemas, que demonstrou que os vencedores e os que se lhe seguiram, não eram melhores do que a monarquia. E foi devido a essas coisas todas que resolveram que o 5 de Outubro deveria ser Feriado Nacional com direito a honras presidenciais, todos os anos, principalmente até completar 100 anos!!!

Se este dia fosse dedicado a ser Feriado Nacional, para comemorar a FUNDAÇÃO DE PORTUGAL em 5 de Outubro de 1143, então aí sim acho que não deveria acabar de modo nenhum. Porém, como não é essa a data que se comemora, ESTOU COMPLETAMENTE DE ACORDO com o seu fim. 

 1 de DEZEMBRO
RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL 

Quanto a este dia estou em DESACORDO COMPLETO, porque em 1640, (há 377 anos) também houve “insurrectos”  mas em vez de ser contra Portugal, foi contra Espanha (ou Castela) que se tinha apoderado durante 60 anos do nosso País, que momentaneamente tinha ficado órfão da monarquia e sem ninguém o poder guiar e os espanhóis resolveram anexar Portugal.

No entanto um punhado de portugueses à frente dos quais estava o Mestre de Avis, que depois foi D. João II, resolveram sublevar-se, mataram o Conde Andeiro que era amante de D. Leonor e posteriormente com a ajuda de D. Nuno Álvares Pereira (hoje São Nuno de Portugal) fizeram guerra a Espanha, em Atoleiros, Aljubarrota, Valverde, etc., libertando Portugal que voltou a ser uma Nação Independente que foi formada por D. Afonso Henriques em 5 de Outubro de 1143, conforme assinalei no Capítulo anterior.

Volto a referir, e, desculpem-me a repetição:

É que, por coincidência, e se calhar, por azar, - a queda destes feriados a partir de 2013, calharam:

VEJAM A IRONIA… 

CORPO DE DEUS que foi Quinta-feira, em 2013, houve imensa gente que aproveitou para fazer “ponte” ou até estavam de férias…(em 2014, como acima é dito, foi num Domingo.

5 DE OUTUBRO – foi num Domingo em 2013…e agora também;

1 de NOVEMBRO – foi numa sexta-feira, (2013) em que muita gente vai fazer também “ponte” – e este ano é no Sábado, o que é a mesma coisa.

1 de DEZEMBRO calhou num Domingo em 2013 e este ano calha numa Segunda-feira, o que acaba por ser um prolongamento de fim de semana, para muita gente.

Eu se fosse Governo, ou quem teve a ideia de acabar com os feriados diria apenas:

Para que raio é que nos metemos nisto? 

Para terminar, pois isto já está muito longo, gostava de fazer uma pergunta-desafio:

QUAL FOI A SUBIDA DE PRODUTIVIDADE QUE O PAÍS TEVE E ESTÁ OU VIRÁ A TER, COM A SUBTRAÇÃO DESTES FERIADOS?

SERÁ POSSÍVEL QUANTIFICAR?

ISTO RESOLVEU O PROBLEMA DA DÍVIDA EM PORTUGAL? 


Bom Dia Santo (ou Feriado) – que não é uma coisa nem outrasegundo os inteligentes deste País - e desculpem, qualquer coisinha…

P.S.: Peço licença para publicar um "rascunho" que eu tinha pensado editar em 5 de Outubro passado, mas que, por lapso, não foi possível fazê-lo.

Meus Amigos:


É verdade:  

Então este ano o Feriado de 5 de OUTUBRO foi transferido para um Domingo?


E por causa deste roubo descarado, o País ficou sem direito a trabalhar num dia feriado, que os nossos queridos Governantes juntamente com a Troika teve tanto trabalho para deixar de ser FERIADO, porque os Portugueses têm demasiados feriados, o que prejudica imenso o PIB, pois assim corre-se o risco de dentro de pouco tempo - talvez quem sabe, já Amanhã ou num dos próximos dias, não haver dinheiro para pagar.


Quero pedir desculpa a "QUEM MANDA NISTO TUDO..." Excelentíssimos Governantes, Deputados e aos Senhores da TROIKA, já para não falar nos outros, os que impunemente nos vêm roubando o dinheiro, os empregos, as reformas, etc., etc., há uma data de anos (mais propriamente há mais de  40 anos) que com tanto Carinho, nos tiraram  2 Feriados Nacionais (5 de Outubro e 1 de Dezembro) e 2 Dias Santos de Guarda, - CORPO DE DEUS e TODOS OS SANTOS - porque os Portugueses são "UNS MAL AGRADECIDOS", têm feriados a mais e o que é preciso é trabalhar (sem serem pagos) e criam maus vícios e depois não há dinheiro para pagar os empréstimos que os nossos ...Amigos... nos vêm emprestando sem ganhar nada com isso, para comprar muitos carros de alta gama, para darem de prémio todas as semanas aos lorpas que vão pedindo facturas por comprar jornais e tomar cafés; para poderem pagar uns míseros ordenados, pensões, subsídios, rendas de casa, viagens, etc., etc., aos senhores deputados que se fartam de trabalhar 3 dias por semana durante dez meses no ano (quando trabalham...) para levar Portugal para onde eles querem.

E as desculpas são pelo facto de alguém ter roubado escandalosamente o feriado de 5 de Outubro, fazendo-o calhar a um Domingo. É certo que por acaso os feriados do ano passado e alguns deste ano (excepto 1 de Dezembro...) também não resultaram porque calharam ou ao sábado ou ao Domingo ou então as pessoas estavam de férias.

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Post a colocar em 1-11-14  -  10,05 horas



ANTÓNIO FONSECA
http://es.catholic.net; http://santiebeati.it; http://jesuitas.pt; http://bibliaonline.com.br/acf


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Contas do Estado Português no decorrer de 10 anos... OBSERVADOR - 31 de Outubro de 2014

Logo Observador






Infografia interativa: as contas do Estado numa década

Há uma década que o país discute a evolução das despesas do Estado. O Observador preparou-lhe uma infografia interativa para que possa perceber o que é gasto em quê, com que impostos o pagamos.
Em dez anos, muito mudou na composição da despesa e receita do Estado — mas foi nos últimos anos que as maiores alterações se tornaram visíveis. Olhe para a fatura dos juros da dívida, também para a evolução dos gastos sociais, depois para a despesa com pessoal ou com custos intermédios. Passe os olhos também pelos impostos. E perceba melhor o que é isto a que chamamos o Orçamento do Estado. Basta clicar nos “mais”.  

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Macroscópio OBSERVADOR - 30 de Outubro de 2014




Observador (newsletters@observador.pt)







Observador (newsletters@observador.pt)
 

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!
 

Portugal é um país que muitas vezes nos desconcerta. Um país que uns dias nos surge irremediavelmente atrasado e provinciano, para noutros nos surpreender pela sua energia. Um país que tanto se perde em discussões bizantinas como, apesar de tudo, vai abrindo janelas para deixar ar fresco. Para hoje seleccionei alguns textos que, focando temáticas muito diferentes, são de alguma forma sinais do país que somos.

Abro com um texto de Bruno Faria Lopes no Diário Económico sobre o caso da penhora e venda em hasta pública de uma casapelo fisco por causa de uma dívida proporcionalmente irrisória. Vale a pena conhecer a história em detalhe, porque ficamos logo com vontade de fazer coro com o colunista:
É possível que o Estado que oferece uma multa de amigo às pessoas que ocultaram milhões de euros no estrangeiro, que os isenta de responsabilidades criminais e que ainda tem atenção suficiente para lhes proteger a identidade, é possível, dizia eu, que este mesmo Estado execute penhoras da única casa de quem deve dois mil euros ao Fisco e já tem o magro salário penhorado? É possível - e acontece em Portugal. 

Prossigo com uma reflexão de Maria João Marques aqui no Observador sobre esse fenómeno estranhíssimo que é começarem a aparecer queixas por haver em Lisboa turistas… a mais. A colunista não se queixa, bem pelo contrário. E nota, entre outras coisas:
Que tanto turismo é bom para a economia ninguém duvida. Tem sido nos últimos anos de crise um setor em crescimento assombroso, tanto em quantidade como em qualidade (…). A ação dos privados que permitiram este crescimento é protegida pelo único liberal do governo – o secretário de estado do Turismo Adolfo Mesquita Nunes – que tem simplificado licenciamentos, eliminado ou diminuído taxas e resistido a afogar novos negócios (como os tuktuks, os hostels ou os alojamentos locais) em regulamentação como querem, para benefício próprio, os concorrentes já estabelecidos no mercado.

Salto agora para o Diário de Notícias e para um texto – “A beata e o baeta” – de João Taborda da Gama onde este elogia dois portugueses, o Fábio e a Catarina, que têm sido muito atacados nas redes sociais. O Fábio por ter regressado do estrangeiro para abrir em Lisboa um barbeiro só para a homens. A Catarina por ter assumido publicamente o seu catolicismo e uma vida sexual vivida de acordo com a doutrina da Igreja. Eis a sua conclusão:
A Catarina e o Fábio são dois grandes exemplos de quem vive sem temer os apupos da plateia. Vivem de um modo integral, radical, ideias diferentes mas inofensivas para o resto dos mortais, por mais provocadoras ou minoritárias que sejam. Não quero aqui julgar as suas convicções, mas apenas louvar o facto de as terem com tanta determinação. A determinação que queria muito que os meus filhos viessem a ter na defesa das suas próprias convicções.

Perdoem-me agora os leitores do Macroscópio por uma incursão por temas mais próximos da minha profissão e do que se passa no sector da comunicação social, mas não resisto a recomendar-vos também um texto de João Miguel Tavares no Público onde ele trata das incoerências de uma das vacas sagradas de um certo jornalismo português, o colunista Baptista-Bastos. Eis uma pequena passagem:
Custa-me ver um homem que tem tantas, tão profundas e tão apregoadas preocupações sociais manter-se muito caladinho quando dezenas de pessoas são despedidas no jornal onde colabora, para depois rasgar as vestes e perorar contra os “porta-vozes estipendiados” só porque desta vez lhe tocou a ele – sendo que a mudança de colunistas, ao contrário do despedimento colectivo, é um acto banal.

Salto agora para uma discussão que tem andado pelos jornais e pela blogosfera em torno do caso de um doente internado compulsivamente num hospital psiquiátrico. A história apareceu em primeiro lugar num texto de opinião no Público, no início de Outubro – “Voando sobre Um Ninho de Cucos num manicómio de Lisboa” –, teve sequência numa reportagem do jornal i – “Carlos ficou três meses num manicómio onde só ele não estava doido” e suscitou comentários de Vitor Cunha no Blasfémias (aquiaqui) e de Ana Matos Pires no Jugular. É uma discussão com várias componentes, podendo ser apenas “um vergonhoso momento de anti-psiquiatria, alimentado por um doenteparanóide, um advogado idiota e alguns psiquiatras imprudentes" (Ana Matos Pires) ou se “o internamento compulsivo não faz qualquer tipo de sentido se o objectivo é ‘garantir o tratamento adequado’, que não pode ser impingido coercivamente a quem quer que seja, só porque um serviço acha que é melhor para o indivíduo em questão” (Vítor Cunha). Uma discussão a seguir.

Tema que também deverá continuar a suscitar controvérsia é a decisão do diretor do Instituto de Ciências Sociais de mandar retirar de circulação o último número da revista Análise Social por causa de um artigo que não cumpria com os níveis de exigência académica daquela prestigiada publicação. Apesar de parecer mais ou menos evidente que o artigo em causa, assim como as imagens que o acompanhavam, pouco tinham a ver com as características de uma publicações vocacionada para publicar textos de investigação académica originais, houve logo quem viesse com acusações de censura. Acusações que mereceram de imediato o comentário de Gabriel Mithá Ribeiro, colaborador do Observador – “Esquerda e censura: a vítima sem-vergonha”. Eis um dos seus argumentos, que remete para o estado de muitas publicações académicas portuguesas da área das ciências sociais:
Outra característica que espelha o controlo ideológico do pensamento, com reflexo nas revistas científicas, para além de quem pode ou não publicar e como, é a das bibliografias dos artigos, teses e por aí adiante. Existem autores que aparecem vezes sem conta, ou têm de aparecer, e outros que não convém colocar em determinados ambientes. No meio africanista que conheço, Boaventura de Sousa Santos fica sempre bem. Jaime Nogueira Pinto não ajuda. Mesmo que a qualidade do trabalho do último seja muitíssimo superior à qualidade do trabalho do primeiro e não subsidiado nos avultados montantes do primeiro. 

Termino recuperando dois textos já da semana passada mas que uma notícia de ontem à noite volta a tornar muito actuais. A notícia é que o Metro de Lisboa vai voltar a fazer greve, agora a 13 de Novembro. Os textos que gostava de vos referir são o “Manifesto contra a greve do Metro” que eu próprio escrevi e “Pela libertação do Metro de Lisboa”, escrito por André Azevedo Alves. Extrato deste último:
No meio desta verdadeiramente deplorável situação – que nenhum Governo parece ter coragem para resolver – a CGTP tem ainda o descaramento de repetidamente invocar que a regular paralisação do Metro de Lisboa é feita em nome da defesa do “serviço público”. Na realidade, o que a CGTP realmente faz é aproveitar a circunstância de basicamente controlar uma empresa estatizada num sector onde é relativamente fácil por razões técnicas bloquear completamente o funcionamento do serviço.

E por hoje é tudo. Boas leituras.


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ANTÓNIO FONSECA  

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