Nota: Para outros usos de EDA, veja
AED.
Esquadrilha da Fumaça é o nome popular do "Esquadrão de Demonstração Aérea" (EDA),[2] um grupo de pilotos e mecânicos da Força Aérea Brasileira que fazem demonstrações de acrobacias aéreas pelo Brasil e pelo mundo.
As origens da Esquadrilha da Fumaça remontam ao início da década de 1940, quando foi criada a Escola de Aeronáutica na Base Aérea dos Afonsos, na cidade do Rio de Janeiro. A primeira demonstração aérea oficial do grupamento que formaria a Esquadrilha da Fumaça ocorreu em maio de 1952, para uma comitiva estrangeira que visitava a Escola. Formava-se ali o embrião da Esquadrilha, dentro da Escola de Aeronáutica.
Em 1969, a Escola de Aeronáutica foi renomeada para Escola de Aeronáutica da Academia da Força Aérea (AFA) permanecendo na Base Aérea dos Afonsos até 1971, quando foi transferida para a cidade de Pirassununga, no estado de São Paulo. Em 1982, depois de seis anos de inatividade, a Esquadrilha da Fumaça foi reativada como a nova denominação de Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA).
Sua missão, segundo a definição do EDA, é "realizar demonstrações aéreas a fim de difundir, em âmbito nacional e internacional, a imagem institucional da Força Aérea Brasileira (FAB)".[3][2]
A Esquadrilha originou-se pela iniciativa de instrutores de voo da antiga Escola de Aeronáutica, sediada na cidade do Rio de Janeiro. Em suas horas de folga, os pilotos treinavam acrobacias em grupo, com o intuito de incentivar os cadetes a confiarem em suas aptidões e na segurança das aeronaves utilizadas na instrução.[2]
Em 14 de maio de 1952, uma comitiva estrangeira em visita à Escola pôde apreciar a primeira demonstração oficial do grupo. Após algumas apresentações, percebeu-se a necessidade de proporcionar ao público uma melhor visualização das manobras executadas. Com isso, em 1953, acrescentou-se na aeronave utilizada a época, o NA T-6, um tanque de óleo exclusivo para a produção de fumaça.
Esquadrilha da Fumaça apresentando-se durante a Semana da Asa, Praia de Copacabana, 1958.
Arquivo Nacional.Com o tempo, as aeronaves e as acrobacias mudaram, mas a essência da Esquadrilha mantém preservado o espírito de arrojo e determinação do grupo.
No dia 28 de novembro de 1961, na cidade de Florianópolis em Santa Catarina. Durante uma solenidade militar, realizada na época do comando do coronel Lara Ribas. dois aviões modelo Texan T-6 se colidiram no ar. O avião pilotado pelo Capitão Durval Pinto Trindade perdeu o leme e caiu no Centro da cidade, O desastre foi nas proximidades do Largo Benjamin Constant. Por essa razão, o local ficou conhecido como Praça do Avião. O outro piloto com a asa danificada conseguiu fazer um pouso de emergência na Base Militar de Florianópolis.
No dia 1 de maio de 1995, o Capitão Cláudio Gonçalves Gamba, piloto da aeronave número 7 do EDA, morreu após não conseguir se recuperar da manobra Lancevak, na apresentação no município de Rio Negrinho.[4] Após esse acidente a manobra foi retirada do display do EDA por ser muito perigosa, substituída pela Grossura com efeito visual parecido.
No dia 2 de abril de 2010, o Capitão Anderson Amaro Fernandes, piloto da aeronave número 7 do EDA, morreu ao chocar sua aeronave contra o solo durante a manobra Snap Roll, na apresentação no município de Lages. [5]
No início de 2013, as demonstrações da Esquadrilha da Fumaça foram suspensas em eventos aéreos, o motivo foi a substituição dos Tucanos T-27 pelo Super Tucano A-29. As novas aeronaves produzidas pela Embraer estão passando por adequações técnicas necessárias para que possam participar de acrobacias aéreas.[6]
O então comandante da Esquadrilha da Fumaça, tenente-coronel Marcelo Gobett Cardoso, durante a cerimônia dos 62 anos de história da unidade, realizada no dia 14 maio de 2014, afirmou: "Vivemos uma rotina atípica totalmente voltada à implantação de um novo projeto. O desafio de adequar a doutrina, a logística e os processos do Esquadrão às características do A-29 Super Tucano caminha ao encontro da missão que ansiamos, com equilíbrio e paciência, retomar".[7]
Chegada de aviões T6 no Rio de Janeiro. Aeronaves encomendadas pelo Brasil aos Estados Unidos.
O T-25 Universal foi utilizado entre 1982 e 1983.
Embraer EMB-312 (T-27) Tucano
- North-American T-6 Texan (1952 – 1976): as aeronaves North-American T-6, fabricadas sob licença no Brasil durante a 2° Guerra Mundial, tinham uma velocidade de 240 km/h em voo de cruzeiro, com uma autonomia de 750 km. Realizaram um total de 1225 demonstrações, tendo sido desativados em 1976, em decorrência do alto custo de manutenção. As atividades da Esquadrilha foram interrompidas até 1982, quando entraram em operação os Neiva T-25.
- Fouga Magister (1969 – 1972): para acompanhar a evolução dos equipamentos utilizados pelas outras esquadrilhas acrobáticas do mundo, que utilizavam aeronaves com motores a reação, a Esquadrilha da Fumaça recebeu os jatos de fabricação francesa Fouga Magister CM 170R, dominados T-24 na FAB. Devido às suas características de baixa autonomia e operação apenas em pistas pavimentadas, as demonstrações com o T-24 ficaram restritas aos grandes centros. Como os T-24 não satisfizeram os requisitos necessários ao tipo de missão da Esquadrilha da Fumaça, foram utilizados até 1972, simultaneamente com os North-American T-6 Texan, realizando 46 demonstrações.
- Neiva T-25 (1982 – 1983): em 21 de outubro de 1982, a Esquadrilha da Fumaça foi reativada com o nome oficial de "Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA)". Enquanto se aguardava o recebimento do T-27 Tucano, a aeronave T-25 Universal foi utilizada por um curto período, até o final de 1983, realizando 55 demonstrações no total. O T-25 ainda é utilizado na formação básica dos futuros oficiais aviadores da FAB.
- Embraer EMB-312 Tucano (1983 – 2013): os T-27 Tucano, fabricados pela Embraer, realizaram a primeira demonstração aérea no dia 8 de dezembro de 1983, nas festividades de formatura dos aspirantes.
- Super Tucano A-29 (2013 – atualidade): em 30 de setembro de 2012 foram recebidas as duas primeiras aeronaves Super Tucano A-29,[8] que, a partir dos anos seguintes, passaram a substituir os T-27 nas demonstrações aéreas. Os T-27 desativados pela EDA foram alocados para utilização pela Academia da Força Aérea, em Pirassununga.
A partir de 2002, as aeronaves passaram a exibir as cores da Bandeira Nacional. Já foram realizadas mais de duas mil demonstrações com essa aeronave.[carece de fontes]
Existem uma série de manobras que podem ser feitas.[9]
- Split
- Cruzamento Duplo
- Panqueca
- Looping em leque
- Coração
- Break
- Looping com desfolhado
- Looping coincidente com cruzamento lento
- Lancevak
- Bomba
- Bolota
- Espelhão
- Barril com seis aeronaves com meio looping
- DNA com duas voltas
- Snap Roll
- Grossura
- Bolota invertida (Curva de máxima performance em voo invertido)
- Tonneau simultâneo reverso
- Oito cubano
- Estol de badalo
- Chumbóide
Apresentação em Brasília no 7 de setembro de 2011.
Realizar demonstrações aéreas, em âmbito nacional e internacional, a fim de difundir a imagem institucional da Força Aérea Brasileira.
- Estimular e desenvolver as vocações e a mentalidade aeronáuticas;
- Valorizar a Força Aérea Brasileira (FAB) e o sentimento de nacionalismo;
- Expressar a afirmação e o profissionalismo de todos os componentes da FAB;
- Demonstrar o alto grau de treinamento e a capacidade dos pilotos brasileiros;
- Comprovar a qualidade dos produtos da indústria aeronáutica brasileira;
- Contribuir para uma maior integração entre a FAB e as demais Forças Singulares;
- Estimular o entrosamento entre os segmentos civil e militar ligados à atividade aeronáutica;
- Representar a FAB no exterior como instrumento diplomático;
- Difundir a Política de Comunicação Social do COMAER;
- Participar do processo de integração nacional, marcando a presença da FAB nos eventos realizados em todo o País.
Outros grupos de acrobacias aéreas pelo mundo:
Referências