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sexta-feira, 11 de março de 2016

ATENTADOS EM MADRID - FOI HÁ 12 ANOS - 11 DE MARÇO DE 2016

Atentados de 11 de março de 2004 em Madrid



Os atentados de 11 de março de 2004, também conhecidos como 11-M, foram atentados terroristas coordenados, quase simultâneos, contra o sistema de trens suburbanos da Cercanías, em MadridEspanha, na manhã de 11 de março de 2004, três dias antes das eleições gerais espanholas. As explosões mataram 191 pessoas e feriram 2 050.[1] A investigação oficial por parte do judiciário espanhol constatou que os ataques foram dirigidos por uma célula terrorista inspirada na al-Qaeda,[2][3] apesar de nenhuma participação direta do grupo extremista ter sido estabelecida.[4] [5] Embora de não terem tido nenhum papel no planejamento ou na execução dos ataques, os mineiros espanhóis que venderam os explosivos para os terroristas também foram presos.[4] [6]
A controvérsia sobre a autoria dos bombardeios por parte do governo surgiu depois que os dois principais partidos políticos da Espanha —Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Partido Popular (PP) — acusaram-se mutuamente de ocultar ou distorcer evidências por razões eleitorais. Os atentados ocorreram três dias antes das eleições gerais em que o PP, liderado por José María Aznar, foi derrotado. Imediatamente após o atentado, os líderes do PP alegaram evidências indicando a organização separatista basca Euskadi Ta Askatasuna (ETA) como a culpada pelos atentados.[7] [8]
No entanto, depois que uma conexão com o fundamentalismo islâmico foi estabelecida, o governo do PP colocou a Espanha na Guerra do Iraque, uma política extremamente impopular entre os espanhóis.[9] Manifestações e protestos nacionais pediram ao governo para dizer a verdade.[10] A visão predominante entre os analistas políticos é que a administração Aznar perdeu as eleições gerais por tentar manipular a responsabilidade dos ataques terroristas, e não pelos atentados em si.[11] [12] [13] [14]
Os atentados foram os piores ataques terroristas da história espanhola e da Europa. Foi o ataque que mais causou mortes no continente europeu desde o Atentado de Lockerbie, no Reino Unido, em 1988. Após 21 meses de investigação, o juiz Juan del Olmo processou o cidadão marroquino Jamal Zougam, entre vários outros, por sua participação na realização do ataque.[15] A sentença de setembro de 2007 não estabeleceu qualquer mentor conhecido nem uma ligação direta com a al-Qaeda, mas especialistas têm repetidamente advertido que não há a categoria de "autor intelectual" no direito espanhol.[16] [17]

Ataques[editar | editar código-fonte]

As explosões ocorreram entre as 7:39 e as 7:42 da manhã nas estações madrilenhas de Atocha (3 bombas), El Pozo de Tío Raimundo (2 bombas), Santa Eugenia (1 bomba) e num comboio a caminho de Atocha (4 bombas). As forças de segurança encontraram mais 3 bombas, que segundo o ministro do Interior Ángel Acebes, estariam preparadas para explodir quando chegassem os primeiros socorros às vítimas.[18]

A dificuldade inicial de atribuir a autoria dos atentados provocou aceso debate em Espanha e terá ultimamente contribuído para a mudança de governo. De notar que houve eleições legislativas apenas quatro dias depois da tragédia.
O governo espanhol inicialmente atribuiu o atentado à ETA[8] , argumentando que foi utilizado um explosivo normalmente usado pela ETA e a Guardia Civil já tinha evitado um atentado de grandes proporções em 29 de fevereiro, quando apreendeu 500 kg de explosivos e prendeu dois prováveis membros da ETA.
No entanto a esquerda abertzale, através de Arnaldo Otegi (dirigente do partido político Batasuna, ilegalizado por pela sua associação à ETA) recusou qualquer responsabilidade da ETA neste atentado e o condenou.
Num segundo momento, o governo espanhol admitiu como possível a hipótese de a Al Qaeda estar envolvida. Quatro provas apontaram neste sentido:
  • um grupo próximo da Al Qaeda, as Brigadas de Abu Hafs Al Masri reivindicou o atentado em nome da Al Qaeda.
  • os atentados têm características em comum com outros atentados da Al Qaeda.
  • na tarde do dia 11 de Março foi encontrada, na região de Madrid, uma fita cassete com orações em árabe numa carrinha com detonadores.
  • na noite de 11 de Março foi divulgada a suspeita de que um bombista suicida seguia a bordo de um dos comboios.
  • minutos antes das 19:00 de 12 de Março, num telefonema feito para a redacção do diário GARA, a ETA negou a autoria dos atentados. A frase exacta (em tradução) foi: "A organização ETA não tem nenhuma responsabilidade sobre os atentados de ontem."

Placa em memória às vítimas do atentado


Reações[editar | editar código-fonte]

Na França, o plano de emergência nacional foi elevado para o nível laranja.[19] Na Itália, o governo declarou estado de alerta máximo.[20]

Manifestação contra o terrorismo emBarcelona no dia seguinte aos ataques
Em dezembro de 2004, José Luis Rodríguez Zapatero afirmou que o governo do PP apagou todos os arquivos de computador relacionados com os atentados de Madrid, deixando apenas os documentos impressos.[21]
Em 25 de março de 2005, a promotora Olga Sánchez afirmou que os bombardeios aconteceram 911 dias depois dos ataques de 11 de setembro, devido à "carga altamente simbólica e cabalística para grupos locais da al-Qaeda" em relação aquele dia. Como 2004 foi um ano bissexto, 912 dias tinham decorrido entre 11 de setembro de 2001 e 11 de março de 2004.[22]
Em 4 de janeiro de 2007, o El País informou que argelino Daoud Ouhnane, que é considerado o mentor dos atentados de 11-M, tentou voltar para a Espanha para preparar novos ataques, embora isto não tenha sido confirmado.[23]
Em 17 de março de 2008, Basel Ghalyoun, Mohamed Almallah Dabas, Abdelillah El-Fadual El-Akil e Raúl González Peña, que tinham sido condenados pela Audiência Nacional, foram libertados depois de uma decisão do Tribunal Superior.[24]Esse tribunal também soltou o egípcio Rabei Osman al-Sayed.[25]

Monumentos[editar | editar código-fonte]


Monumento às vítimas do atentado


Em 11 de Março de 2007, foi inaugurado na Estação de Atocha um monumento às vítimas do 11 de Março[26] . A cerimónia de inauguração foi presidida pelo Rei Juan Carlos e pela Rainha Sofia.










Julgamento e condenações[editar | editar código-fonte]

Em 31 de Outubro de 2007 foi conhecida a sentença a aplicar aos membros sobreviventes da célula terrorista. Um dos autores materiais, Jamal Zougam, respondeu por 191 homicídios e 1856 tentativas de homicídio, e foi condenado a 30 anos de prisão por cada um dos homicídios e 20 por cada uma das tentativas, e ainda a 12 anos de prisão por associação criminosa. A mesma sentença foi aplicada a Otman el Gnaoui. Ambos recebem assim um máximo acumulado de 30 anos, segundo a lei espanhola. Outros membros foram condenados a penas menores.
O indivíduo tido como principal suspeito — Rabei Osman, de alcunha O Egípcio — foi inocentado por falta de provas.
Os elementos da alegada rede instalada nas Astúrias e que teria feito a venda de explosivos retirados de uma mina (Carmen Toro, Antonio Toro, Emilio Llano, Raúl González e Ibrahim Moussaten) foram todos absolvidos.

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Textos reciolhidos na Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

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