360º
Miguel PinheiroDiretor ExecutivoQuarta-feira, 25 março 2020
Enquanto dormia…
… houve mais problemas em lares de terceira idade. Em Vila Real, as funcionárias do Lar da Nossa Senhora das Dores, onde há várias pessoas infetadas, vieram à janela gritar ao presidente da Câmara: “Queremos ajuda! Queremos fazer os testes” — o lar começou a ser evacuado esta manhã. E na Santa Casa da Misericórdia de Resende, em Viseu, há uma “situação de catástrofe”, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Afinal, o que se passa? Vamos ver nos lares portugueses a tragédia espanhola? Como explicamos aqui, quem trabalha no setor ainda teme o pior.
Hoje, António Costa vai visitar o serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral. Em entrevista ao Observador, o diretor desse serviço, Fernando Maltez, comenta a possibilidade de Portugal vir a viver uma situação semelhante à de Itália ou de Espanha: “Há essa possibilidade, claro”.
Ontem, a política fez-se entre dois edifícios:
- De manhã, na sede do Infarmed, onde o Presidente, o primeiro-ministro, os líderes partidários e os parceiros sociais se juntaram com os especialistas para ouvirem as novidades sobre o surto — pode conhecer aqui os bastidores dessa reunião.
- À tarde, no palácio de S. Bento, para um debate parlamentar com desenvolvimentos inesperados, como pode ler aqui.
Nesta newsletter tem tudo o que de mais importante aconteceu nas últimas horas. E já sabe que também nós, mais do que nunca, precisamos dos nossos leitores. Neste vídeo, José Manuel Fernandes explica porquê. Se quer tornar-se assinante do Observador só precisa de vir aqui.
Até amanhã.
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O tempo é de espera mas não aquieta a dúvida: e depois? Que configuração moral guiará os passos dos homens, que novo mundo se reerguerá sob os escombros por entre os quais amanheceremos um dia?
Lidamos com uma crise nova, que a humanidade e as economias globalizadas nunca viveram. Uma crise que nos obriga a fazer perguntas sobre o que poderá acontecer e como a poderemos ultrapassar.
Estamos sempre a ser torturados. Quando não é com vídeos parvos, é com a tortura do sono, por não se poder deixar os miúdos que não dão uma noite sossegada a pernoitar em casa dos avós.
As empresas agora em dificuldades são as que tiraram Portugal da falência. Não necessitam de regulamentações e monitorizações centralizadas. Precisam de menos impostos e regras que as sobrecarreguem.
Ter feito mais testes, mais cedo, poderia ter servido para avaliar a dimensão do problema e interromper cadeias de transmissão, o que não seria pouco. Mais testes poderiam ter diminuído a incidência.
É irrecusável um sentimento de falta de organização e de meios de combate devido à forma pretensamente «optimista» como têm agido os principais responsáveis pela resposta do Estado.
Não sabemos quando é que os nossos filhos voltarão à escola, mas é bem possível que o terceiro período se processe inteiramente à distância. Ou seja, é melhor esquecermos as aulas este ano letivo.
O sentimento do mundo ou a metamorfose do medo, desimportâncias em tempo de retiro no campo.
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