Uma Via-sacra da pandemia [Imagens]
«Tubos e fios amarram-me à vida. Amarram-me também esta cama. O mesmo que me sustém, é isso que me prende. As artes da medicina fazem tudo por mim. O meu corpo já não responde. Eu já não respondo. Isto não tem cura. Faltam-me os meus. Onde estão? Não me podem visitar. Não os posso ver nem tocar. Imagino a sua angústia lá fora. Percebo. E não percebo. Também esta cura me falta. Um cuidado. Uma companhia. Uma palavra. Uma oração. Uma mão na minha mão. Um abraço. Um beijo. Porque me abandonaram?»
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O elogio das crises de fé (1/5) [Vídeo]
A pergunta ouve-se aqui e ali, repete uma inquietação milenar: onde está Deus neste tempo em que morrem milhares de pessoas por causa da pandemia? Onde está Deus nas multidões de crianças, adultos e idosos que desde há muito – desde sempre? – perdem a vida por causa da fome, guerra, migrações, exploração, fenómenos naturais…? Voltamos a propor a conferência proferida há oito anos pelo P. José Tolentino Mendonça, sobre o tema “O elogio das crises de fé”. A cada dia desta Semana Santa, até Sexta-feira, apresentamos um excerto de cerca de 10 minutos.
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Eduardo Lourenço é «mestre de um novo paradigma sociocultural»
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, primeiro proponente da candidatura de Eduardo Lourenço ao Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes 2020, sublinha que o ensaísta é um autor «dotado de excecionais faculdades de inteligência e de intuição, de generosa lucidez e de sedução discursiva, cultivado num inesgotável universo de referências e de interlocuções culturais».
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Eduardo Lourenço: O fascínio irónico da Verdade
Surgido e continuamente assumido contra as ilusões da racionalidade englobante, contra as pretensões dos sistemas totalizantes, contra as tentações de discursos apodíticos ou dogmáticos sobre a vida e a cultura, o autêntico espírito de heterodoxia não releva do puro gosto da diferença nem do paradoxo, mas do sentido da complexidade das coisas.
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Semana Santa [Imagens]
Acordo de madrugada e quero ir pr'á rua/ O Mestre vai passar/ Os caminhos estão verdes/ O povo vestiu-se de ramos/ Penso// E as ruas da pandemia/ Transbordam vazias/ «Hossana! Bendito o que vem!»/ As vozes espalharam-se/E não se ouvem/Tempo de revelação// Surpresa e aflita/ A cidade esconde-se e guarda-se/Hoje não há procissão
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Rumo ao amor, dia 39: Amor
Não nos faz bem este nosso fugir diante das primeiras dificuldades, este mudar de mulher, de ideias, de sonhos, sem amar nenhum, esta ternura sem laços, este procurar os outros não para os amar, mas para refugiar-se neles, este individualismo superficial e repleto de ânsia. O amor não liga, mas liberta. O outro não é a tua metade, nem complementar a ti, é uma identidade que se realiza só no respeito da diversidade, no permitir ao outro que permaneça carne, vivo, e sem o transformar naquilo que tu desejarias.
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