Enquanto dormia Mais uma nota de preocupação sobre Portugal (nos últimos dias, elas não param de chegar): Maurice Obstfeld, economista chefe do Fundo Monetário Internacional, dá uma entrevista ao
Jornal de Negócios onde
alerta para os "elevados níveis de crédito malparado"
em alguns países europeus. E dá dois exemplos: Portugal e Itália. Mas,
para Obstfeld, não há condições para um programa europeu de resgate ao
sector bancário.
Em Itália, a situação leva Matteo Renzi a desafiar a UE. Segundo o
Financial Times, o primeiro-ministro está a preparar-se para
ignorar as regras da união bancária, colocando fundos públicos nos bancos. (António Costa deve estar muito atento ao que se passa em Roma.)
Informação relevante Portugal vai ter mais três semanas para evitar as sanções europeias.
E assim, de repente, aquele que era um problema de Pedro Passos Coelho -
estava em causa o não cumprimento do défice em 2015 - passa a ser um
problema de António Costa - tudo depende agora do que fará
este governo e não do que fez o
anterior.
Além disso, se Costa tomar medidas, pode ter problemas com o BE e o
PCP; se não tomar, pode ter problemas com a UE. Ontem à noite, na SIC,
Marques Mendes fez a sua previsão: "António Costa nunca comprará uma guerra com Bruxelas, jamais".
A decisão final da Comissão Europeia sobre este assunto é tomada amanhã
(sendo que depois ainda tem de passar pelo Conselho da União Europeia).
Perceba, com o nosso
Explicador, tudo o que pode acontecer. São 10 perguntas e respostas para entender o que está realmente em causa.
Numa última tentativa de impedir o pior, António Costa envia hoje uma carta a Jean-Claude Juncker
(que, por acaso, até é contra as sanções). Nesse texto, o
primeiro-ministro argumenta que Portugal está a cumprir os seus
compromissos e que as sanções poderiam dificultar o nosso acesso ao
crédito. A notícia é do
Público.
Não é uma carta e não é em defesa do Governo. Pedro Passos Coelho publica um texto no
DN onde
avisa que “a desconfiança que se instalou, dentro e fora do país,
envolvendo cidadãos, investidores, instituições e parceiros resulta da
nova abordagem e da nova orientação política seguidas pelos socialistas e
seus aliados”
Já hoje de manhã, Alexandre Homem Cristo escreve um artigo de opinião sobre o tema no Observador com o título
"Portugal não merece sanções, mas o Governo sim":
"Bruxelas tem razões para duvidar enquanto António Costa mantiver a
ilusão de que é possível aplicar tantas reversões de políticas sem pôr
em causa os objectivos orçamentais e as regras europeias."
A Polícia Judiciária apreendeu em casa de Diogo Gaspar, diretor do Museu da Presidência, um quadro de Paula Rego. Tudo indica que se trata de uma das versões que a pintora fez para o
retrato oficial do Presidente Jorge Sampaio.
Marcelo Rebelo de Sousa começa hoje mais uma Presidência Aberta, a que chama "Portugal Próximo". Vai estar nos distritos de
Vila Real, Bragança e Guarda.
Uma notícia trágica, trágica: durante uma discussão conjugal, em Lisboa, um homem disparou contra a mulher mas
acabou por atingir o filho de 8 anos, que se pôs entre os dois para proteger a mãe. A criança está no hospital.
Foi bom mas acabou-se: a Islândia foi eliminada do Euro depois de se tornar numa das seleções mais comentadas do campeonato. Mas não teve hipóteses contra a França. O 5-2 explica-se por vários números, mas, na
crónica do jogo,
o Hugo Tavares da Silva destaca os de dois jogadores: Giroud deu 18
toques na bola, fez dois golos e uma assistência; Samuel Umtiti fez 77
passes e acertou em todos.
Seguem-se as meias-finais e, com elas, a continuação da Renatomania. Ou da
Renatometria: o Hugo Tavares da Silva foi olhar para os números do jogador no Euro para perceber de onde vem todo este talento.
Já o Tiago Palma falou com os rastafaris que já trataram do cabelo de Renato Sanches. E
eles asseguram que o rapaz é duro: “Fazer rastas pode ser um processo
longo e doloroso. Às vezes estás quatro ou cinco horas sentado, a ser
picado com uma agulha e com o cabelo a ser puxado.
Há uns que choram enquanto lhes cosem o cabelo. Mas o Renato nunca diz nem ai, nem ui."
Os nossos Especiais
Elvira Fortunato é uma das mais reconhecidas cientistas portuguesas.
Mas como é que as coisas teriam corrido se o Sporting a tivesse
aceitado como jogadora numa altura em que ainda não havia futebol
feminino? A jornalista Vera Novais foi procurar a resposta
nesta entrevista de vida.
Notícias surpreendentes
Foi um fim de semana de más notícias. Morreu o ator Camilo Oliveira (que, como pode ver
aqui, fez uma das melhores imitações do Presidente Ramalho Eanes) e, no Observador, recordámos os seus
personagens, as suas
frases mais marcantes e, num texto de Nuno Costa Santos, a sua
carreira.
Morreu o realizador Michael Cimino, responsável por "O Caçador", e
Eurico de Barros lembrou três filmes que o levaram do sucesso ao desastre.
Morreu o sobrevivente do Holocausto e Prémio Nobel da Paz Elie Wiesel e
Nuno Costa Santos escreveu sobre o homem que publicou 50 livros e lutou sempre para que o mundo não esquecesse.
Os pais podem fazer sexo no mesmo quarto onde dormem os filhos bebés? A Ana Cristina Marques pegou na pergunta incómoda e foi falar com especialistas. A resposta está
aqui.
São dezenas de edifícios abandonados. A
fotógrafa holandesa Marieke gosta de "ir corajosamente aos sítios onde
as raparigas decentes não iriam" e vem de lá com imagens
impressionantes, como pode confirmar
nesta fotogaleria.
Três mil livros da biblioteca pessoal de Miguel Esteves Cardoso foram postos à venda em Lisboa.
O crítico do Observador Carlos Maria Bobone esteve lá em várias lutas
corpo-a-corpo com outros bibliófilos determinados em conseguir trazer
para casa o máximo de livros possível. A hilariante história da sua
aventura está contada
aqui.
Agora já tem toda a informação de que precisa para começar o dia.
Mas vá passando pelo Observador para estar permanentemente atualizado
nestes dias em que o calor vai continuar.
E amanhã, se estiver em Lisboa, venha ter connosco ao Jardim da Estrela
às 18h00. O Observador organiza, conjuntamente com a Skip, uma conversa sobre crianças e brincadeiras ao ar livre.
Até já!