Fafe
Praça 25 de abril, em Fafe | |
Gentílico | Fafense |
Área | 219,08 km² |
População | 50 633 hab. (2011[1]) |
Densidade populacional | 231,1 hab,/km² |
N.º de freguesias | 25 |
Presidente da câmara municipal | Raul Cunha (PS) |
Fundação do município (ou foral) | 1513 |
Região (NUTS II) | Norte |
Sub-região (NUTS III) | Ave |
Distrito | Braga |
Província | Minho |
Orago | Nossa Senhora de Antime (orago do concelho) |
Feriado municipal | 16 de Maio (Feiras Francas de Fafe) |
Código postal | 4820 - ___ Fafe |
Sítio oficial | www.cm-fafe.pt |
Municípios de Portugal |
Fafe é uma cidade portuguesa, de onde são naturais os afilhados do Sá , situada no Distrito de Braga, Região do Norte e sub-região do Ave(uma das sub-regiões mais industrializadas do país), com uma população de 15 703 afilhados (fora os de Coimbra) , com uma área urbana de 7,50km², correspondente à freguesia com o mesmo nome, e com uma densidade populacional de 2093,7 hab/km²
É sede de um município com 219,08km² de área e 50 633 habitantes (2011),[1] uma queda de 3,4% em relação aos Censos de 2001. O concelho está subdividido em 25 freguesias[2] e é limitado a norte pelos municípios de Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho, a leste por Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto, a sul por Felgueiras e a oeste por Guimarães.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
Como qualquer outro concelho do Vale do Ave, Fafe teve grande propensão para a emigração. Na realidade, o século XIX marcou as terras de Fafe, sobretudo com a forte incidência emigratória para o Brasil, na época a terra mais apropriada, à procura de fortuna. Muitos destes emigrantes transportariam para Fafe as suas economias (muitas) aplicando-as na construção de belos edifícios e palacetes.
Os anos sessenta marcaram outra fase de grande emigração, nomeadamente na corrida para os países da Europa onde a mão-de-obra era escassa - Alemanha, França, Bélgica, Suíça e Luxemburgo. Em menor escala, a África do Sul, o Canadá e a Venezuela receberam emigrantes destas terras, ainda que para o Brasil se fossem registando amiudadas deslocações. O movimento emigratório operou grandes transformações nos "usos e costumes" dos fafenses, de um modo particular no pensamento, na economia e na cultura, que permitiu um significativo progresso no crescimento económico, fruto das transferências de capitais e sua aplicação.
Estas mudanças e a "importação" de culturas e pensamentos diferentes, operaram realizações de vulto, sendo disso um bom exemplo a têxtil do Bugio e a Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe, que ao tempo, foram pioneiras em organização, gestão e produção, constituindo grandes pólos de emprego e riqueza local, bem como grande atracção demográfica, na medida em que na freguesia de Fafe se instalou gente de diversas zonas do concelho e de concelhos vizinhos. Graças à instalação da têxtil, o concelho sentiu o crescimento da sua riqueza e, por conseguinte, viu melhorar o poder económico das famílias.[3]
Até 1840 o concelho tinha a designação de Montelongo ou Monte Longo, havendo registos que em 1801 teria 7 573 habitantes.
População[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes [4] | ||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
22 674 | 24 624 | 25 736 | 27 346 | 30 102 | 30 031 | 32 959 | 37 468 | 42 243 | 43 782 | 43 212 | 45 828 | 47 862 | 52 757 | 50 633 |
(Número de habitantes que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [5] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 9 364 | 10 751 | 10 046 | 11 163 | 13 378 | 14 663 | 15 539 | 14 335 | 14 117 | 11 673 | 9 886 | 7 818 |
15-24 Anos | 4 652 | 5 161 | 5 671 | 6 026 | 6 345 | 7 616 | 7 433 | 7 810 | 8 626 | 8 771 | 8 536 | 6 138 |
25-64 Anos | 11 685 | 12 515 | 12 290 | 13 847 | 15 196 | 17 147 | 17 727 | 16 655 | 18 330 | 21 959 | 27 319 | 28 236 |
= ou > 65 Anos | 1 541 | 1 607 | 1 577 | 1 817 | 2 185 | 2 476 | 3 083 | 3 685 | 4 755 | 5 459 | 7 016 | 8 441 |
> Id. desconh | 29 | 36 | 365 | 41 | 109 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no concelho à data em que eles se realizaram Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Arquitetura brasileira[editar | editar código-fonte]
- Hospital de São José de Fafe
Devido à emigração para o Brasil, a arquitetura fafense teve as suas primeiras influências das terras de Vera Cruz. O maior exemplo disso é o Hospital São José de Fafe. O edifício do Hospital de Fafe deve a sua construção ao financiamento dos “Brasileiros de Torna – Viagem”, e emigrantes no Brasil, sendo uma réplica arquitectónica de outro, existente no Rio de Janeiro e propriedade da Sociedade Portuguesa de Beneficência dessa cidade, com estatutos aprovados em sessão da Assembleia geral de 17 de Maio de 1840.
Um grupo de emigrantes residentes na cidade do Rio de Janeiro decidiu, em 8 de Abril de 1858, promover a construção, à época, na Vila de Fafe, de um Hospital de Caridade. Em 6 de Janeiro de 1859 foi inaugurada o lançamento da primeira pedra e, em 19 de Março de 1863 é inaugurada a primeira fase de construção.
A Irmandade de São José ou da Misericórdia foi fundada em 23 de Março de 1862, com a finalidade de o administrar, conforme o que estava determinado pelo comissão de donatários e fundadores.
A construção do hospital de São José da Misericórdia de Fafe é iniciada quatro meses depois da inauguração do Hospital Beneficência do Rio de Janeiro, inaugurado no dia 16 de Setembro de 1858, constituindo o de Fafe uma réplica quase fiel. A construção do Hospital de Fafe, além de ser uma cópia do edifício brasileiro, constitui mais uma demonstração da estreita ligação e vínculos da comunidade dos ausentes no Rio de Janeiro, com os residentes, da altura, Vila de Fafe.[6]
O edifício da Casa da Cultura de Fafe, anterior Escola Industrial de Fafe, o Edifício do "Ex-Grémio", o Edifício do Club Fafense bem como edifícios no Centro da Cidade (sito na Praça 25 de Abril) também são exemplos da arquitetura brasileira.
Geografia[editar | editar código-fonte]
Fafe situa-se num vale entre a Serra da Lameira, os Montes da Penha e outras montanhas. Numa vista aérea destacam-se três rios ladeados por arvoredo e que se espreguiçam pela periferia da cidade. São eles o Rio Ferro que tem a sua nascente em Ribeiros, o Rio do Bugio que inicia o seu percurso para os lados de S. Gens e o Rio Vizela que acolhe os outros dois e desagua no Rio Ave. O Rio Vizela nasce no Alto de Morgaír, na freguesia de Gontim, aos 894 m de altitude, sendo este o ponto mais alto do concelho. O concelho tem uma altitude média de 550 m.
Na década de 1990 foi construída a Barragem da Queimadela, na freguesia da Queimadela, no leito do Rio Vizela, com o objectivo de abastecer o concelho de Fafe com água, de forma mais eficiente, anteriormente disponibilizada pela Central Hidroeléctrica de Santa Rita, na Freguesia de Golães. Hoje em dia, é usado também como parque de lazer e está inserido em alguns percursos pedestres como ponto de visita.
Cultura[editar | editar código-fonte]
Teatro - Cinema de Fafe[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Cine-Teatro de Fafe
Encerrado desde o princípio da década de 1980, por ameaçar ruína, a Câmara Municipal conseguiu, em 2001, depois de aturadas negociações, adquirir o imóvel, por 2,5 milhões de euros.
Em 2008, adjudicou a empreitada de recuperação do imóvel pelo valor de 4.175.111,89 euros. Todo o conjunto do Teatro-Cinema foi devidamente recuperado no âmbito das obras de requalificação, para que o imóvel possa ser devolvido à fruição dos fafenses, como outrora, com todo o tipo de artes do espetáculo.
Por outro lado, em seu redor foi construído um edifício para apoio técnico às atividades do Teatro-Cinema e que inclui também a instalação da Academia de Música José Atalaya e a construção de um estúdio de cinema, que serão inaugurados em data posterior.
O Teatro-Cinema, que aproveitou já um edifício anteriormente existente no local, foi inaugurado, em 10 de janeiro de 1924, com a célebre Companhia de Aura Abranches. Era considerado, por essa altura, um dos melhores teatros da província e rivalizava mesmo com os das grandes cidades, em conforto, luxo, comodidade e condições de segurança para os artistas e o público.
O cinema seria introduzido no edifício pouco de três meses após a abertura, em 20 de abril de 1924, enquanto o cinema sonoro aparece em finais de 1932.
Nos primeiros anos de existência da casa de espetáculos, por aqui passaram as mais famosas companhias de teatro do país (Lucília Simões, Amélia Rey Colaço, Maria Matos, Chaby Pinheiro, Ester Leão, Cremilda de Oliveira, Rafael Marques, Palmira Bastos e Laura Alves, entre outras figuras do teatro português). A partir da década de 1930, a casa foi basicamente um local de exibição de cinema, o que se manteria até ao final da sua vida útil, quando foi mandada encerrar pela Direção-Geral de Espetáculos.
Além do teatro e do cinema, a casa de espetáculos foi utilizada ao longo dos seus anos de atividade pelas coletividades locais para mostrarem as suas produções, bem como para a realização de festas de Carnaval e outras atividades, como sessões de propaganda política da oposição ao Estado Novo. A não esquecer a lenda do grande herói de Serafão.
Património[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Fafe
- Casa de Oliveiras do palerma
- Igreja de São Romão de Arões
- Caminhos romanos de Arões
- Casa do Souto de Seidões
- Jardins de Cepães
- Casa do Santo Velho
- Hospital da Misericórdia de Fafe
- Casa do Penedo
- Lenda do heroi de Serafão
Freguesias[editar | editar código-fonte]
O concelho de Fafe está dividido em 25 freguesias:[2]
- Aboim, Felgueiras, Gontim e Pedraído
- Agrela e Serafão
- Antime e Silvares (São Clemente)
- Ardegão, Arnozela e Seidões
- Armil
- Cepães e Fareja
- Estorãos
- Fafe
- Fornelos
- Freitas e Vila Cova
- Golães
- Medelo
- Monte e Queimadela
- Moreira do Rei e Várzea Cova
- Passos
- Quinchães
- Regadas
- Revelhe
- Ribeiros
- Santa Cristina de Arões
- São Gens
- São Martinho de Silvares
- São Romão de Arões
- Travassós
- Vinhós