terça-feira, 2 de dezembro de 2014

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 2 de Dezembro de 2014

Macroscópio – Regresso ao quadro geral: como vai a Europa?‏

Macroscópio – Regresso ao quadro geral: como vai a Europa?

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Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
De vez em quando precisamos de levantar os olhos da nossa agenda mais doméstica para olhar para o que se está a passar na Europa. Afinal é cada vez mais evidente que o nosso destino depende de decisões que são tomadas a muitos milhares de quilómetros de Lisboa. Para o bem e para o mal.
 
Desde esta segunda feira que a Europa tem um novo presidente do Conselho Europeu: Donald Tusk, ex-primeiro-ministro da Polónia, sucedeu a Van Rompuy e, como se escreveu no Observador, “as diferenças entre o novo presidente e o seu antecessor foram visíveis desde o dia um”. Enquando Van Rompuy “exerce o seu poder nos bastidores e nos tempos livres se dedica a escrever poesia japonesa”, Tusk “nunca se coíbe de partilhar as suas opiniões e defender as suas posições políticas, que geralmente são firmes”.
 
Para perceber melhor o que pode mudar na política europeia com a chegada a Bruxelas deste polaco vale a pela ler a entrevista que deu a semana passada ao Financial Times. Eis uma passagem, onde ele evoca as suas raízes familiares e em Gdansk e o que isso molda a sua forma de pensar:
“If you grow up in a multicultural or multilingual family, and if you feel the story of Gdansk, and the whole story of your ancestors . . . I remember I felt, even as a 12-year-old, that nothing is simple in life or in history. I was immune, even as a child, to every kind of simplification. And I realised, as a politician, as an adult, it was the best to be immune to every kind of orthodoxy, of ideology and most importantly, nationalism.”
 
Já o Wall Street Journal, num editorial intitulado “Polish Candor for Europe”, defende a ideia de que numa Europa que enfrenta “’difficult times’ ahead, as President Tusk said, at least it has a leader who seems to see clearly the dangers”. Para suportar essa ideia cita várias vezes Donald Tusk. Por exemplo:
As a Pole who grew up in politics through the anti-Communist Solidarity movement, Mr. Tusk hasn’t forgotten Europe’s recent dalliances with repression. “The threats” to the EU come from inside and outside, said Mr. Tusk in remarks Monday taking the EU post. “Not only are euroskeptics questioning the EU’s value, the Union has enemies. Politics has returned to Europe. History is back. And such times need leadership and political unity.”
 
Ao mesmo tempo que, à cabeça da União Europeia, se completa a renovação das lideranças, em alguns países também há novidades. Talvez as mais relevantes venham de França, onde Nicolas Sarkozy acaba de regressar ao primeiro palco da política ao ser eleito para presidente do grande partido da direita, a UMP. No entanto, como nota Teresa de Sousa no Público, “A longa marcha de Sarkozy pode não ser triunfal”. Nesse texto nota que na sua campanha ele se distanciou “de novo da Europa, ‘que não foi criada para se intrometer em tudo, e cujas competências devem ser reduzidas’. Nada de muito diferente de David Cameron.”Porém, acrescenta, um dos seus problemas é que “a realidade europeia é hoje muito diferente. A Europa “rendeu-se” às políticas da chanceler, pouco disposta a fingir uma entente com uma França que os alemães tratam cada vez pior. François Hollande já teve de fazer inversão de marcha, esquecendo o que disse na campanha e anunciando um programa de reformas que Berlim, por via de Bruxelas, lhe exige todos os dias.”
 
Com uma óptica diferente, céptica relativamente a muitas opções europeias, os editorialistas do Wall Street Journal também notaram as novas críticas de Sarkozy a Bruxelas. Só que… “France’s former president makes a good point about Brussels, but Paris is the bigger problem”. Pequeno extracto:
Mr. Sarkozy’s gambit is a half-step in the right direction. Contrary to Ms. Le Pen’s overheated rhetoric, the EU is no “European Soviet Union.” But it is infuriatingly unaccountable to voters. Blurred lines of responsibility between the EU and national governments make it too easy for politicians to evade responsibility for bad policies. Supranational courts routinely nullify the decisions of elected officials. And an army of regulatory busybodies feels empowered to meddle in too many aspects of Europeans’ social and economic lives.
 
Já o foco da britânica Spectator foram os problemas domésticos do antigo Presidente da França: “Is Nicolas Sarkozy headed back to the Elysée – or to jail?” Com o estilo directo que caracteriza esta que é a mais antiga revista em publicação contínua de todo o mundo, nota que “He is implicated in six criminal investigations, including charges of corruption and influence-peddling. In response he claims to be ‘a wounded animal hunted by Socialist judges’. The similarities with Silvio Berlusconi are striking.”Berlusconi? O paralelo é forte.
 
Olhando agora mais para a periferia da Europa, chamo a atenção para um tema que parece ter caído no esquecimento: a troika ainda não saiu de Atenas; e Atenas ainda necessita da ajuda dos empréstimos da troika. Para perceber o que se está a passar recomendo a síntese da Spiegel, “The Greek Patient: Europe Debates Third Bailout Package for Athens”. Por um lado, no que toca às negociações com a Grécia, “Progress is slow and tedious, and German Finance Minister Wolfgang Schäuble believes it has to be safeguarded with a third bailout package for Greece”. Por outro lado, as negociações podem complicar-se devido à situação interna no país: “Chatzimarkakis, the special envoy to Greek Foreign Minister Evangelos Venizelos, is currently calling on the Europeans to also bring populists with the leftist Syriza party to the negotiating table. The party is leading in all election polls with its fundamental opposition to the troika.”
 
De um outro país periférico, mas bem mais a norte, também nos chegam notícias relativamente surpreendentes. Refiro-me à Finlândia, que pode ser o país da zona euro a crescer menos em 2015. Tony Baber, no Financial Times, considera mesmo que “Economic chill set to make Finland the sick man of Europe”. Só que aqui as razões para a crise são bem diferentes – o que não quer dizer que sejam mais fáceis de superar. Ei-las:
Some causes of Finland’s difficulties are easy to identify. One is the decline of Nokia, the mobile phone company that contributed about a quarter of Finland’s economic growth between 1998 and 2007. Another is the slump in Finland’s pulp and paper industry. Finland’s manufacturing sector lost 76,000 jobs in the six years up to 2012 – a big number for a nation of only 5.4m. A third factor is the accelerating economic weakness of Russia, driven by falling oil prices and symbolised by its tumbling rouble. Russia is Finland’s largest trading partner, but Finland has signed up to EU sanctions imposed on Moscow over its actions in Ukraine. 
 
Mas os problemas da Europa não são apenas económicos. Ou institucionais. Há que não esquecer os grandes desafios políticos e geopolíticos. Por isso vos recomendo um magnífico texto de Mario Vargas Llosa no El Pais, “Ucrania: la pasión europea”. É um texto que nos permite olhar para a União Europeia pelos olhos de quem está fora dela: “Quienes se sienten desmoralizados con la construcción de la Unión Europea deberían ir a Ucrania; verían cómo este proyecto concita una enorme ilusión en muchos millones de ucranios”. É também um texto que inspira esperança:
Visitar esta casa, este país, aunque sea sólo por cinco días, me entristece, me alegra, me subleva. Una visita tan corta le llena a uno la cabeza de imágenes confusas y sentimientos exaltados. Pero de una cosa estoy seguro: los ucranios son ahora libres y a Vladímir Putin le costará muchísimo arrebatarles esa libertad
 
Antes de terminar, e este Macroscópio já vai longo, apenas duas breves referências a outras leituras. Primeiro para chamar a atenção para a entrevista de José Silva Pinto ao jornal i. Muito novo foi ministro de Marcello Caetano, depois conselheiro e amigo de Presidentes, muitos anos militante do PS. Agora que editou um livro - "Não se sai do pântano a nadar" - fala de tudo, com a franqueza e a crueza de quem tem quase 80 anos. A segunda sugestão vai para a continuação da controvérsia entre Ferreira Fernandes e João Miguel Tavares, com mais um artigo deste último: “As 50 sombras de Fernandes” (não confundir com este Fernandes que se assina, claro).
 
E por hoje é tudo. Bom descanso e boas leituras.
 
 
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OBSERVADOR HORA DE FECHO - 2 de Dezembro de 2014

Hora de Fecho: Obrigações do BES compradas e vendidas via Panamá‏

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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
COMISSÃO DE INQUÉRITO AO BES 
Presidente da KPMG Portugal, Sikander Sattar, fez uma longa exposição na comissão de inquérito e concluiu que o trabalho no BES "extravasou" muito o âmbito da auditoria.
COMISSÃO DE INQUÉRITO AO BES 
Vítor Bento disse esta terça-feira que o governo não recusou "taxativamente" a ajuda pública. Mas saiu de uma reunião com Maria Luís Albuquerque "com a impressão" de que havia "pouca disponibilidade".
LIGA DOS CAMPEÕES 
Administração da RTP diz que cumpriu o que devia, citando contrato de concessão feito pelo Governo. Cinco diretores de informação e programação perguntam à ERC quais são os poderes da CGI.
CONGRESSO DO PS 2014 
"Um erro". Maioria absoluta não é alcançável só falando com a esquerda, alertam ex-dirigentes, que se mostram surpreendidos com posição de António Costa.
ANTÓNIO COSTA 
"Não como criancinhas ao pequeno-almoço". Foi António Costa quem o disse. Os anos à frente dos destinos de Lisboa documentam a experiência de um político combativo, cuja principal arma é a ironia.
GOVERNO 
O primeiro-ministro considerou hoje que não é o momento de "contar espingardas", esperando que a nova liderança do PS dê "estabilidade" e "força" ao partido para assumir compromissos para futuro.
CIGARROS ELETRÓNICOS 
Cientistas ainda estão a debater quais podem ser os efeitos dos cigarros eletrónicos para a saúde. Mas surge agora o receio de que este esteja a ser um veículo para passar vírus informáticos.
EMPREENDEDORISMO 
Depois de ter sido selecionada para o programa de aceleração da Bayer, a PharmAssistant vai testar a caixa de medicamentos inteligente na Alemanha, em parceria com a farmacêutica germânica.
CHEFES DE ESTADO 
Mário Soares responsabiliza Cavaco Silva por permitir as políticas "neoliberais" e antidemocráticas" do Governo, durante o descerramento de uma placa com o seu nome numa rua e praça da Amadora.
GESTÃO DE CARTEIRAS 
Ulisses Pereira, o investidor mais conhecido nos fóruns financeiros, perdeu as rédeas das carteiras dos clientes. Os prejuízos chegam aos 90%. Antes dizia que era razoável ganhar 10% a 15% por ano.
Opinião

Manuel Villaverde Cabral
Sócrates esteve presente durante todo o congresso e, pelo que se disse na maior parte dos discursos e pelos nomes do novo secretariado do PS, o seu fantasma continuará a assombrar o partido e o país.

José Milhazes
A visita do Papa Francisco a Istambul e os seus encontros com o Patriarca de Constantinopla não permite criar ilusões: a chave para a aproximação entre católicos e ortodoxos está em Moscovo.

Rui Ramos
A semana passada vimos toda a oligarquia, da esquerda à direita, colaborar para conter o escândalo da prisão de um ex-primeiro ministro. Foi a mais brilhante operação política em 40 anos de democracia

José Manuel Fernandes
Costa continua sem concretizar políticas e sem dizer como vai pagar o fim da austeridade, mas tal não evitará que lhe cobremos pelas ilusões que vai criando, sobretudo quando opta por virar à esquerda

Paulo de Almeida Sande
Afinal o que quer o Reino Unido? Que mensagem retirar da nova linguagem sobre a imigração? E como prevenir a irreversibilidade da ameaça de “britexit”?
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ANTÓNIO FONSECA

SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU! - 2 DE DEZEMBRO DE 2014


OLHA AGORA O SLOGAN É COMO SE DESTRÓI UM ESTADO
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  • Joaquim Carvalho Quando o próprio povo não presta, (ou não sabe o que quer), só com um homem como Salazar, pode isto endireitar 
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  • Mary Delphine Ferreira O maior cego e aquele que não quer ver... então não adianta malhar em ferro frio... 
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  • Fernando Serrano Sr. Joaquim a que escol, a que casta, a que raça a que elite pertence?
    É então o Povo que não presta...Este Povo que tem nove séculos de História.--O POVO de Cerneja...do Salado...de Aljubarrota...do Bojador...do Adamastor...de 1640...de Matapan ..Da R
    ...Ver mais
  • António Fonseca
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ESTE BANDIDO É DO MAIS NOJENTO QUE EXISTE AO CIMO DA TERRA..... JÁ DEVIA TER SIDO JULGADO À MUITOS ANOS
Ameaça os jornalistas dizendo que eles é que se lixam a eles próprios por andarem a informar o país. Diz ainda que quando havia democracia, não se tratava um politico assim. Pois não, na democracia dele jamais um politico...
PORTUGALGLORIOSO.BLOGSPOT.COM|DE HERMÍNIUS LUSITANO
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A hora é de luto com muita dor e sofrimento familiar extensível aos amigos
É com muita tristeza que vos informo que hoje o céu ganhou uma nova estrela.
Partiu hoje pela manhã para outra dimensão. Partiu rodeada de amor, e a sentir-se amada. Partiu em Paz.
Agradeço a todos que nos ajudaram, pela grande corrente humanitária que se gerou, mas infelizmente "A Guerreira" partiu, mas ela estava tão emocionada pelas vossas msg e pelo vosso apoio...muito obrigado!
hoje dia 02-12-2014...
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Os povos antigos ou são tristes, ou são cínicos. A nós, portugueses, coube ser tristes.
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  • Mary Delphine Ferreira NÃO ABANDONO ESTA BELA TROCA DE IDEIAS... TENHO É DE SAIR.... CONTINUEM.... BOA NOITE.
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  • José Salvado Eu nasci no final da II Grande Guerra, numa aldeia encravada na Serra da Estrela, onde a fartura não era muita, mas fome também não pode dizer-se que havia. Não com o luxo da carne do peixe, mas com osprodutos que a terra e as fruteiras davam. E também...Ver mais
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  • Fernando Serrano Srª Mary D.Ferreira...
    Eu não devo saber ler...mas creio que no que escreveu a Srª diz..cito
    Portugal tinha riqueza ...não tinha dívidas.
    ...Ver mais
  • António Fonseca
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12 h · 
O país é de todos mas a República é socialista ?!?!?!
As declarações de Mário Soares à porta da prisão onde está Sócrates mostrou a natureza do pensamento dos s...
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um pouco da história de "governação" em Portugal,!!!!
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ANTÓNIO FONSECA
  • António Fonseca
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