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Enquanto dormia
Eis os primeiros dados da célebre auditoria forense ao BES: os gestores do BES e ESFG, com Ricardo Salgado à cabeça, terão praticado quatro atos de gestão ruinosa e desobedecido a 21 ordens do Banco de Portugal. Uma conta, em particular, serviu para reembolsar 740 milhões a clientes do BES que não eram de retalho. O relato pormenorizado está aqui, contado pela Ana Suspiro.
Há mais um dado novo na comissão de inquérito ao BES: as respostas do agora comissário europeu Carlos Moedas, às perguntas dos deputados. Moedas admite ter percebido em maio que situação no GES era "preocupante", tendo receado na altura as implicações que poderia ter na saída limpa do programa da troika. Tendo "estanhado" o pedido de ajuda de Salgado, garante que só soube da resolução do banco "pela comunicação social". Notícia do Observador.
Ontem, naquela comissão Henrique Granadeiro foi o anti-Zeinal: assumiu responsabilidades sobre o investimento da Rioforte, acrescentando que não tinha a menor ideia de que a situação do GES fosse tão má e que foi Salgado quem aconselhou nesse sentido; Disse que muitos mais souberam e participaram na decisão (Zeinal incluído); lamentou sobretudo a fusão com a Oi. E saiu com um elogio da comissão.
José Sócrates voltou a escrever uma carta, mas agora o alvo não é quem conduz o seu processo, mas Passos Coelho. Assumindo-se como alvo de um discurso do primeiro-ministro, Sócrates diz que Passos "está próximo da miséria moral" e assume-se vítima de "perseguição política".
Sobre o caso Sócrates, a Sábado tem hoje uma edição especial na banca, com alguns dados novos do processo.
O caso Passos Coelho teve também novos desenvolvimentos: entre 2003 e 2007, Passos Coelho terá sido alvo de cinco processos de execução fiscal, todos já encerrados desde 2007. O PS, desta vez, não critica e admite que seja "deslize" que já foi regularizado.
Há mais um caso aberto de corrupção, o que ontem levou à detenção de responsáveis do Instituto de Segurança Social, acusados de passarem declarações falsas a empresas para que estas pudessem concorrer a concursos públicos sem dívidas. O DN de hoje diz que veremos mais detenções muito em breve. E o JN diz que há pelo menos 30 empresas na mira da PJ.
Para fechar este (longo) bloco judicial, anote estes dados: em 2014 o Ministério Público recebeu quase três mil denúncias de suspeitas de branqueamento de capitais e instaurou 60 processos-crime, diz o Diário Económico. Os números, parecendo curtos, representam um aumento face a 2013.
Passagem agora pela proposta de fusão BPI/BCP, avançada por Isabel dos Santos, para lhe contar que a administração do BPI esteve reunida todo o dia de ontem para decidir o que fazer (sobre essa proposta e a OPA do Caixabank). A decisão será con hecida hoje, mas há versões diversas nos jornais de hoje: os económicos falam de uma divisão interna sobre a fusão; o DN que o BPI contesta o preço da OPA.
Outro dado, também relevante: a disponibilidade do BCP para uma fusão com o BPI foi subscrita pelo seu maior acionista, a Sonangol, pelo que também pelas mãos de José Eduardo dos Santos, como explica esta manhã o Jornal de Negócios.
Termino com esta notícia, que faz manchete no JN:uma ambulância do INEM pôs uma doente em espera, para levar uma enfermeira ao hospital onde trabalha. Pormenor: a enfermeira é mulher do presidente do instituto.
Os nossos especiais
"Eu fui uma das vítimas de Pereira Cristóvão" é o relato de um empresário de Cascais que conheceu o ex-inspetor da PJ, agora detido, como negociante de jogadores de futebol. Tentou vender-lhe dois passes de futebolistas, percebeu que o negócio era falso e... foi assaltado em milhões. História (bem) contada pela Sónia Simões.
O BCE começa este mês a compr ar dívida. Mas a quem?, questiona o Edgar Caetano. Ora veja por que ele faz a pergunta: "Coloque-se no lugar de um presidente de um banco um presidente de um banco e que tem na sua carteira títulos de dívida de Portugal ou de Espanha, por exemplo, que pagam um juro anual que pode subir aos 5% ou 6%. Por que razão quereria vender uma grande quantidade destes títulos ao BCE, perdendo esta fonte de rendimento que todos os anos ajuda à demonstração de resultados?". Isto é só o início. Acredite que vale a pena perceber o resto.
Há um bunker espacial (e especial) em Lisboa, descobriu a Vera Novais. E é o quê? Pergunta bem: é o Laborat&oa cute;rio de Plasmas Hipersónicos do Instituto Superior Técnico, que esta quarta-feira se inaugura, e que vai simular a reentrada de naves espaciais na atmosfera terrestre. Entre e descubra.
Perdeu um testículo, ganhou ao cancro e, 333 depois, voltou a jogar. Chama-se Jonás Gutiérrez, teve um problema que começou com um choque, uma dor e a despreocupação dos médicos. Mas Gutiérrez acabou a lutar contra um cancro num testículo. Ultrapassou-o e, quase um ano depois, voltou a entrar em campo, jogando pelo Newcastle. Uma história incrível2C escrita noite fora, pela pena do Diogo Pombo.
Notícias surpreendentes
O Departamento de Justiça decidiu não processar o polícia que matou o jovem Michael Brown em agosto do ano, passado emFerguson, EUA. Mas descobriu sete emails que comprometem a polícia da cidade com preconceitos racistas.
Começou a ser julgado o suspeito do duplo atentado, que pôs fim da pior maneira à maratona de Boston, há mais de um ano. A defesa admitiu a culpa do arguido, mas tentou atirar as principais responsabilidades para o irmão, já falecido, tentando assim evitar a pena de morte.
Outro tipo de maratona, mais prolongada, é a que discute o futuro da Grécia. Ontem a chanceler alemã pediu aos responsáveis políticos gregos qu e se foquem em terminar o segundo programa de assistência à Grécia, depois de Espanha ter admitido negociações para um terceiro pacote financeiro. “As nossas mãos estão ocupadas”, disse Merkel. Quanto ao presidente da Comissão, depois das críticas a Portugal e Espanha, disse noite fora, em Madrid, que nunca viu em "Mariano e Pedro" outra coisa que não "boas intenções" na relação com Atenas.
Informação relevanteComeçou a ser julgado o suspeito do duplo atentado, que pôs fim da pior maneira à maratona de Boston, há mais de um ano. A defesa admitiu a culpa do arguido, mas tentou atirar as principais responsabilidades para o irmão, já falecido, tentando assim evitar a pena de morte.
Outro tipo de maratona, mais prolongada, é a que discute o futuro da Grécia. Ontem a chanceler alemã pediu aos responsáveis políticos gregos qu e se foquem em terminar o segundo programa de assistência à Grécia, depois de Espanha ter admitido negociações para um terceiro pacote financeiro. “As nossas mãos estão ocupadas”, disse Merkel. Quanto ao presidente da Comissão, depois das críticas a Portugal e Espanha, disse noite fora, em Madrid, que nunca viu em "Mariano e Pedro" outra coisa que não "boas intenções" na relação com Atenas.
Eis os primeiros dados da célebre auditoria forense ao BES: os gestores do BES e ESFG, com Ricardo Salgado à cabeça, terão praticado quatro atos de gestão ruinosa e desobedecido a 21 ordens do Banco de Portugal. Uma conta, em particular, serviu para reembolsar 740 milhões a clientes do BES que não eram de retalho. O relato pormenorizado está aqui, contado pela Ana Suspiro.
Há mais um dado novo na comissão de inquérito ao BES: as respostas do agora comissário europeu Carlos Moedas, às perguntas dos deputados. Moedas admite ter percebido em maio que situação no GES era "preocupante", tendo receado na altura as implicações que poderia ter na saída limpa do programa da troika. Tendo "estanhado" o pedido de ajuda de Salgado, garante que só soube da resolução do banco "pela comunicação social". Notícia do Observador.
Ontem, naquela comissão Henrique Granadeiro foi o anti-Zeinal: assumiu responsabilidades sobre o investimento da Rioforte, acrescentando que não tinha a menor ideia de que a situação do GES fosse tão má e que foi Salgado quem aconselhou nesse sentido; Disse que muitos mais souberam e participaram na decisão (Zeinal incluído); lamentou sobretudo a fusão com a Oi. E saiu com um elogio da comissão.
José Sócrates voltou a escrever uma carta, mas agora o alvo não é quem conduz o seu processo, mas Passos Coelho. Assumindo-se como alvo de um discurso do primeiro-ministro, Sócrates diz que Passos "está próximo da miséria moral" e assume-se vítima de "perseguição política".
Sobre o caso Sócrates, a Sábado tem hoje uma edição especial na banca, com alguns dados novos do processo.
O caso Passos Coelho teve também novos desenvolvimentos: entre 2003 e 2007, Passos Coelho terá sido alvo de cinco processos de execução fiscal, todos já encerrados desde 2007. O PS, desta vez, não critica e admite que seja "deslize" que já foi regularizado.
Há mais um caso aberto de corrupção, o que ontem levou à detenção de responsáveis do Instituto de Segurança Social, acusados de passarem declarações falsas a empresas para que estas pudessem concorrer a concursos públicos sem dívidas. O DN de hoje diz que veremos mais detenções muito em breve. E o JN diz que há pelo menos 30 empresas na mira da PJ.
Para fechar este (longo) bloco judicial, anote estes dados: em 2014 o Ministério Público recebeu quase três mil denúncias de suspeitas de branqueamento de capitais e instaurou 60 processos-crime, diz o Diário Económico. Os números, parecendo curtos, representam um aumento face a 2013.
Passagem agora pela proposta de fusão BPI/BCP, avançada por Isabel dos Santos, para lhe contar que a administração do BPI esteve reunida todo o dia de ontem para decidir o que fazer (sobre essa proposta e a OPA do Caixabank). A decisão será con hecida hoje, mas há versões diversas nos jornais de hoje: os económicos falam de uma divisão interna sobre a fusão; o DN que o BPI contesta o preço da OPA.
Outro dado, também relevante: a disponibilidade do BCP para uma fusão com o BPI foi subscrita pelo seu maior acionista, a Sonangol, pelo que também pelas mãos de José Eduardo dos Santos, como explica esta manhã o Jornal de Negócios.
Termino com esta notícia, que faz manchete no JN:uma ambulância do INEM pôs uma doente em espera, para levar uma enfermeira ao hospital onde trabalha. Pormenor: a enfermeira é mulher do presidente do instituto.
Os nossos especiais
"Eu fui uma das vítimas de Pereira Cristóvão" é o relato de um empresário de Cascais que conheceu o ex-inspetor da PJ, agora detido, como negociante de jogadores de futebol. Tentou vender-lhe dois passes de futebolistas, percebeu que o negócio era falso e... foi assaltado em milhões. História (bem) contada pela Sónia Simões.
O BCE começa este mês a compr ar dívida. Mas a quem?, questiona o Edgar Caetano. Ora veja por que ele faz a pergunta: "Coloque-se no lugar de um presidente de um banco um presidente de um banco e que tem na sua carteira títulos de dívida de Portugal ou de Espanha, por exemplo, que pagam um juro anual que pode subir aos 5% ou 6%. Por que razão quereria vender uma grande quantidade destes títulos ao BCE, perdendo esta fonte de rendimento que todos os anos ajuda à demonstração de resultados?". Isto é só o início. Acredite que vale a pena perceber o resto.
Há um bunker espacial (e especial) em Lisboa, descobriu a Vera Novais. E é o quê? Pergunta bem: é o Laborat&oa cute;rio de Plasmas Hipersónicos do Instituto Superior Técnico, que esta quarta-feira se inaugura, e que vai simular a reentrada de naves espaciais na atmosfera terrestre. Entre e descubra.
Perdeu um testículo, ganhou ao cancro e, 333 depois, voltou a jogar. Chama-se Jonás Gutiérrez, teve um problema que começou com um choque, uma dor e a despreocupação dos médicos. Mas Gutiérrez acabou a lutar contra um cancro num testículo. Ultrapassou-o e, quase um ano depois, voltou a entrar em campo, jogando pelo Newcastle. Uma história incrível2C escrita noite fora, pela pena do Diogo Pombo.
Deixem-me começar com esta pergunta: quantas vezes por semana devemos dar banho aos filhos? Agora a resposta... não. Deixo-vos só esta indicação: o texto é do João Miguel Tavares, que foi perguntar a quem sabe se faz sentido o que se ouve por aí: que dar banho aos filhos todos os dias é uma tarefa desnecessária, que dá cabo da paciência dos pais e da pele dos miúdos.
Outra pergunta: e se a fotografia do seu filho aparecer numa ca neca à venda na internet? Há uma loja holandesa que faz isso mesmo. E, anote bem, nada disto é ilegal. É um negócio, um desafio e um alerta, explica o Pedro Esteves.
Farfetch. É o nome de uma empresa lançada por um português, com sede em Londres e com tecnologia desenvolvida em Leça do Balio. Sabe em quanto foi avaliada agora? Quase mil milhões de euros. Mas afinal o que faz esta empresa de José Neves?
Outra pergunta: e se a fotografia do seu filho aparecer numa ca neca à venda na internet? Há uma loja holandesa que faz isso mesmo. E, anote bem, nada disto é ilegal. É um negócio, um desafio e um alerta, explica o Pedro Esteves.
Farfetch. É o nome de uma empresa lançada por um português, com sede em Londres e com tecnologia desenvolvida em Leça do Balio. Sabe em quanto foi avaliada agora? Quase mil milhões de euros. Mas afinal o que faz esta empresa de José Neves?
E já agora: se tivesse mil milhões, que carro destes compraria?
Despeço-me com um desejo habitual, mas sempre sincero: que tenha um dia produtivo e feliz. Acompanhe-nos nesta aventura pela atualidade, sempre que quiser saber as últimas e sem hora marcada.
Espere um minuto: talvez desta vez valha a pena marcar hora para duas coisas: para ver Mia Rose na estreia deste musical que fez sucesso na Broadway; e para ver este "Leviatã", que hoje estreia, de Andrei Zyvagintsev. É sobre a "longa tragédia da sociedade russa" e &eacut e; vivamente recomendado pelo Eurico de Barros. Se quiser enquadramento sobre o tema (A Rússia de Putin), a Catarina Martins deixou-lhe aqui um particularmente recomendável.
Já agora, parabéns também ao Público, que hoje faz 25 anos. Que venham mais. E bons.
Dia bom para si! Até já!
Despeço-me com um desejo habitual, mas sempre sincero: que tenha um dia produtivo e feliz. Acompanhe-nos nesta aventura pela atualidade, sempre que quiser saber as últimas e sem hora marcada.
Espere um minuto: talvez desta vez valha a pena marcar hora para duas coisas: para ver Mia Rose na estreia deste musical que fez sucesso na Broadway; e para ver este "Leviatã", que hoje estreia, de Andrei Zyvagintsev. É sobre a "longa tragédia da sociedade russa" e &eacut e; vivamente recomendado pelo Eurico de Barros. Se quiser enquadramento sobre o tema (A Rússia de Putin), a Catarina Martins deixou-lhe aqui um particularmente recomendável.
Já agora, parabéns também ao Público, que hoje faz 25 anos. Que venham mais. E bons.
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