Há precisamente 629 anos teve lugar a Batalha de
ALJUBARROTA.
Como se fosse um repórter "freelancer" atrevo-me a fazer aqui um pequeno relato do que se passou neste dia.
Assim aqui vai:
NUN'ÁLVARES PEREIRA - Condestável do Reino de Portugal, capitaneando as suas tropas juntamente
com o exército real (D. JOÃO) seguiu por Ourém em direcção a Porto de Mós, onde passaram o dia 13 de Agosto que era domingo. Enquanto a tropa descansava, Nun'Álvares fez o reconhecimento do local onde a batalha havia de travar-se, «dali a uma pequena légua», perto de Aljubarrota, e possivelmente nesse dia mandou lançar abatizes no caminho pelo qual supôs se aproximaria o inimigo e executar no terreno apressadas obras de fortificação, fossos e covas de lobo, obras rudimentares sem dúvida mas eficazes, que ainda em parte lá existem e foram há anos descobertas.
No dia seguinte, celebrava-se a Vigília da festa de Nossa Senhora da Assunção, e era dia de jejum. «Bem cedo, de madrugada, mandou o Condestável dar as trombetas; e de noite, antes que amanhecesse começou a ouvir suas missas; e naquela tenda onde estava davam o Santo Sacramento a quantos comungar queriam clérigos que para aí eram prestes».
Logo que rompeu a alvorada, saiu a hoste para o campo de batalha. Ali chegado, Nun'Álvares formou os soldados, que se calculam em número aproximado de 7000 homens, segundo o dispositivo que adoptara, olhando ao norte, as alas num extremo e noutro da frente, cravadas nela como dois poderosos baluartes. Uma dessas alas, a da direita, era a famosa Ala dos Namorados.
Horas depois, já ia alto o sol, chegaram os castelhanos. O caminho de Leiria, donde vinham, era efectivamente, como constava, um rio caudaloso de gente de cerca de 32 000 homens. Mas à vista do campo português, o rio deteve-se obliquou o seu curso para poente, com o fim de contornar o nosso quadrado e atacá-lo pela retaguarda, na região planáltica mais acessivel. Com uma flexibilidade surpreendente, que marca as suas extraordinárias qualidades de comando, o Condestável mandou inverter a posição. E o choque entre os dois exércitos decorreu segundo o esquema previsto desde o início.
Os pormenores não vale a pena enumerá-los. Uma coisa, por todas, é digna de referência: a batalha foi fulminante, visto que demorou o curto espaço de meia hora. Os castelhanos, deixando a frente juncada de mortos e de feridos, retiraram em desordem.
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Posteriormente, logo que possível, farei novo relato mais circunstanciado.
AF