CAROS AMIGOS. SETEMBRO MOLHADO, FIGO ESTRAGADO
SÃO JOSÉ DE CUPERTINO.
JORGE SAMPAIO - POLÍTICO, PRIMEIRO MINISTRO E PRESIDENTE DE PORTUGAL - NASCEU EM 1939
DIA MUNDIAL DA MONITIRIZAÇÃO DA ÁGUA.
Atingido o número de 2 730 741 VISUALIZAÇÕES. Obrigado. Porto 18 de setembro de 2024. ANTONIO FONSECA
Liberdade de informação é uma extensão da liberdade de expressão, um dos direitos humanos reconhecidos pela lei internacional, que hoje em dia é geralmente melhor entendida como liberdade de expressão em qualquer meio, seja oralmente, na escrita, no formato impresso e na Internet ou através de formas de arte. Isto significa que a protecção da liberdade de expressão como um direito incluiu não só o conteúdo, mas também os meios de expressão.[1]
Liberdade de informação pode também referir-se ao direito à privacidade no contexto da Internet e das tecnologias de informação. Tal como o direito à liberdade de expressão, o direito à privacidade é um dos direitos humanos reconhecidos e a liberdade de informação actua como uma extensão desse direito.[2]
A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Durante as décadas de 1950 e 1960, na sua casa reunia-se uma das mais vibrantes tertúlias de Lisboa, onde compareciam as mais destacadas figuras das artes, das letras e da política (oposicionista) portuguesas e também internacionais. A partir de 1971, essas reuniões passaram a ter lugar no bar Botequim. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.
Biografia
Natália Correia nasceu na ilha de São Miguel, filha de Manuel de Medeiros Correia, de 32 anos, proprietário e comerciante, e de Maria José de Oliveira Correia, de 31 anos, professora primária, muito culta, sendo já nascida uma irmã, Carmen.
O pai era, segundo a própria Natália, um "playboy" que desbaratou os seus bens, endividando-se, e quando Natália tinha apenas 11 anos, emigrou para o Brasil, abandonando a família. A mãe e as duas filhas foram então viver para Lisboa, em 1934, cidade onde fez estudos liceais no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil, mas rapidamente se afirmou como poeta (como ela gostava de ser chamada, e não poetisa).[3]
Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poeta, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora,[8] tornou-se conhecida na imprensa escrita e, mais tarde, nos anos 80, na televisão, com o programa Mátria, onde advogou uma forma especial de feminismo (afastado do conceito politicamente correcto do movimento), o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria.
Foi igualmente coordenadora da Editora Arcádia, uma das principais editoras livreiras portuguesas do seu tempo.
Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes (1966) e processada por ter tido a responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta; processo que ficaria conhecido como Três Marias.
A sua intervenção política pública levou-a ao Parlamento, no período subsequente ao 25 de abril de 1974, eleita em 1980[8] nas listas do PSD,[9] motivada pela pessoa de Francisco Sá Carneiro, de quem era amiga, tal como de Snu Abecassis. Passaria, no entanto, a deputada independente durante a legislatura quando se chocou com as posições conservadoras em matérias de costumes do PSD, saindo do partido, afirmando ter acreditado num projeto reformista mas tendo-se deparado com conservadorismo. Foi autora de polémicas intervenções parlamentares e ficou célebre, durante um debate sobre o aborto, em 11 de novembro de 1982, pelo poema satírico que fez contra João Morgado, deputado do CDS, que afirmara que «o acto sexual é para ter filhos». O poema foi publicado dias depois pelo Diário de Lisboa.
A 13 de Julho de 1981 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Natália Correia recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos.
Natália Correia casou-se quatro vezes. O primeiro casamento foi com Álvaro dos Santos Dias Ferreira, a 2 de Setembro de 1942, tendo-se divorciado em data incerta.[nota 3] A 29 de Junho de 1949, casou-se em Tânger com o norte-americano William Creighton Hyller, metereologista em Lisboa.[nota 4] Natália Correia casou-se em Lisboa, a 31 de Julho de 1953,[nota 5] com Alfredo Luís de Lage Machado (n. 8-10-1904), gerente e dono do Hotel do Império, a sua grande paixão, bem mais idoso do que ela e já viúvo, casamento este que durou até à morte deste, a 22 de Janeiro de 1989. São notáveis as cartas de amor da ainda jovem Natália para Alfredo Machado.
A 17 de Março de 1990, tinha Natália 67 anos de idade, casou-se com Dórdio Guimarães, seu admirador de sempre, fiel colaborador e cineasta, filho de Manuel Guimarães. Tudo indica que foi um casamento de conveniência, de sua iniciativa, para assegurar o futuro de Guimarães, e nunca terá sido consumado, já que Natália dizia tratar-se de um "casamento entre irmãos", não de paixão, e tendo sempre mostrado aversão a qualquer ideia de intimidade com o novo marido.[13]
Morte
Desde jovem que Natália Correia era fumadora. Nos últimos anos sofria de insuficiência respiratória, devido a enfisema. Por recomendação médica deixou de fumar, o que, segundo Natália, agravou o seu estado de saúde. O problema respiratório foi piorando e na madrugada de 16 de Março de 1993, morreu,[1] subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim.
A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada.
↑Que lhe deixou a impressão de ser «um homem esquisito, incongruente, ao mesmo tempo querendo comunicar muito, mas era uma comunicação neurótica. (...) Era um homem que se dava muito, aparentemente, mas ao mesmo tempo escondendo muito...»
↑«A primeira vez que vi a Natália Correia foi no São Carlos. Eu estava na galeria ela no segundo balcão. Quando? Ui! Aí pelos anos 1950. Apesar de já não ter muito afecto a senhoras, ia caindo para o lado do espectáculo de beleza que ela apresentava. Era quase extra-humana, era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo. Era uma coisa impressionante. Mas era também uma mulher de um desdém muito grande. Cheguei a julgá-la assexuada ou frígida mas parece que não era bem isso…», Mário Cesariny entrevistado por Carlos Câmara Leme, jornal Público, 16.03.2003
↑Casados na 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa. No registo de nascimento de Natália Correia não consta a data da dissolução por divórcio deste casamento. Registo nº 499/1923, Conservatória do Registo Civil de Ponta Delgada, nascimentos de 1923.
↑No registo de nascimento este casamento e subsequente divórcio não foram averbados. Existe um recibo de Hyller, assinado em 1 de Maio de 1951, em que este se compromete a tratar do divórcio o mais brevemente possível.
↑"Em segundas núpcias e no estado de divorciada", na 7ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa