segunda-feira, 7 de junho de 2021

LINHA AZUL (LÍBANO) ENTRE ISRAEL E O LÍBANO DEFINIDA PELA ONU EM 2000 - 7 DE JUNHO DE 2021

 


Linha Azul (Líbano)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Linha Azul abrange a fronteira libanesa-israelense; uma extensão abrange a fronteira libanesa-Colinas de Golã.

Linha Azul é a demarcação de fronteiras entre o Líbano e Israel estabelecida pelas Nações Unidas em 7 de junho de 2000 para determinar se Israel havia se retirado do Líbano.[1] Equivalente à Linha Verde que em 1949, tornou-se a linha de cessar-fogo após a Guerra de Independência de Israel de 1948.

A Linha Azul foi traçada após a retirada israelense do Líbano em 25 de maio de 2000, finalizando uma ocupação que começou em junho de 1982, com a ajuda da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) para confirmar a retirada israelense do sul do Líbano.[2]

Ver também

Referências

  1.  (em francês) Tensions palpables au Liban - FNAME (Fédération Nationale des Anciens des Missions Extérieures)
  2.  «Linha Azul ainda gera divergências entre Líbano e Israel». Terra. 3 de agosto de 2010

MONTE PINATUBO - ESTRATOVULCÃO ACTIVO DESDE 1991 - 7 DE JUNHO DE 2021

 


Pinatubo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Monte Pinatubo
Monte Pinatubo durante a erupção de 1991
Coordenadas15° 07,8′ 00″ N, 120° 21′ 00″ L
Altitude1.853 m (atualmente)
1.745 (antes da erupção) m
 (6 pés (atualmente)
(5.725) (antes da erupção)
 pés)
Localizaçãoprovíncias da ZambalesTarlac e Pampanga, ilha de Luzuta Filipinas
CordilheiraMontanhas Zambales
Primeira ascensão1991

Monte Pinatubo é um estratovulcão ativo localizado na ilha Luzon, nas Filipinas, na intersecção das fronteiras das províncias de Zambales, Bataan, e Pampanga.[1] O vulcão está localizado 87 km a noroeste de Manila, capital das Filipinas. Perto do Monte Pinatubo, os Estados Unidos mantiveram duas grandes bases militares.

História

A palavra pinatubo pode significar "um lugar fértil" ou também "fez crescer" em Tagalog e Sambal, o que pode sugerir um conhecimento de sua erupção anterior, em cerca de 1500.[2]

Antes de 1991, a montanha estava coberta de floresta densa que mantinha uma população de vários milhares de indígenas, os Aeta, que tinham fugido para as montanhas quando os espanhóis conquistaram as Filipinas em 1565.

A sua última erupção ocorreu em Junho de 1991 com a morte de 800 pessoas. Após 500 anos inactivo, o vulcão entrou em erupção produzindo a erupção mais violenta do século XX. Muitas vidas foram salvas pois as previsões no início da erupção permitiram evacuar alguns dos povoados que habitavam as áreas em redor do vulcão e que foram severamente destruídas pelo fluxo piroclástico, composto de uma mistura de lenhalama e cinzas, e mais tarde as chuvas ácidas. Milhares de casas foram destruídas.

Para complicar a erupção a chegada do tufão Yunya trouxe uma mistura letal de cinzas e de chuva. Previsões de sucesso no início da erupção climática levaram à evacuação de dezenas de milhares de pessoas das áreas circundantes, salvando muitas vidas, mas essas áreas foram severamente danificadas por fluxos piroclásticos, os depósitos de cinzas e, sucessivamente, pelos lahars causados ​​por rainwaters re-mobilização de anteriores depósitos vulcânicos destruindo milhares de infra-estruturas e alterando os meses de sistemas fluviais de anos após a erupção.[3][4]

Os efeitos da erupção foram sentidos em todo o mundo. Mandou grandes quantidades de aerossóis para a estratosfera (mais do que todas as erupções desde o Krakatoa em 1883). Os aerossóis formaram uma camada global de neblina rica em ácido sulfúrico. Devido à explosão do Pinatubo, durante os meses seguintes as temperaturas globais desceram aproximadamente 0,5 °C (0,9 °F) e isso se deve ao fato de que, as gotículas de ácido sulfúrico provocam a reflexão dos raios solares evitando que esses cheguem à Terra, ou seja, esfriando a Terra. O Monte Pinatubo tem 1 486 metros.

Referências

  1.  "Tarlac map". (em inglês) Biblioteca da Universidade de Austin no Texas. Página visitada em 07 de junho de 2012.
  2.  Rodolfo, K.S. & Umbal, J.V. (2008) "A prehistoric lahar-dammed lake and eruption of Mount Pinatubo described in a Philippine aborigine legend", J. Volcanol. Geotherm. Res., 176, 432-437
  3.  Rodolfo, Umbal, and Alonso. "Two Years of Lahars on the Western Flank of Mount Pinatubo: Initiation, Flow Processes, Deposits, and Attendant Geomorphic and Hydraulic Changes". (em inglês) USGS Publications. Página visitada em 07 de junho de 2012.
  4.  Rodolfo, Umbal, and Alonso. "Two Years of Lahars on the Western Flank of Mount Pinatubo: Initiation, Flow Processes, Deposits, and Attendant Geomorphic and Hydraulic Changes". USGS Publications. Página visitada em 07 de junho de 2012.
Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Pinatubo
PortalA Wikipédia possui o
Portal das Filipinas

EM TORDESILHAS (1494) É ASSINADO UM TRATADO QUE DIVIDE ENTRE PORTUGAL E CASTELA AS TERRAS DO NOVO MUNDO - 1494 - 7 DE JUNHO DE 2021

 

Tratado de Tordesilhas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tratado de Tordesilhas
Folha de rosto do Tratado de Tordesilhas (1494)
Assinado7 de junho de 1494
LocalTordesilhasEspanha
Ratificação2 de julho de 1494 (Castela)
5 de Setembro de 1494 (Portugal)
SignatáriosJoão II de Portugal e Fernando II de Aragão
PartesCoroa de Castela e Reino de Portugal
ArquivoArquivo Nacional da Torre do Tombo (Portugal)
Archivo General de Indias (Espanha)

Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa de Castela, resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica (1474-1504).

O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango"[1] e Antília.[2] Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, a Castela. O tratado foi ratificado por Castela a 2 de julho e por Portugal a 5 de setembro de 1494. Algumas décadas mais tarde, na sequência da chamada "questão das Molucas", o outro lado da Terra seria dividido, assumindo como linha de demarcação, a leste, o antimeridiano[3] correspondente ao meridiano de Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça, a 22 de abril de 1529.

Do lado português estiveram presentes Rui de Sousa, senhor de Sagres e Beringel, o seu filho João de Sousa, almotacém-mor, e Aires de Almada, corregedor dos feitos civis na corte e do desembargo real; a embaixada era secretariada por Estêvão Vaz e tinha como testemunhas João Soares de SiqueiraRui Leme e Duarte Pacheco Pereira. Por parte de Castela e Aragão, o mordomo-mor D. Henrique Henríquez, D. Gutierre de Cárdenas, comendador-mor, e o doutor Rodrigo Maldonado; secretariados por Fernando Álvarez de Toledo, levavam também três testemunhas, Pêro de LeãoFernando de Torres e Fernando Gamarra.[4]

No contexto das Relações Internacionais, a sua assinatura ocorreu num momento de transição entre a hegemonia do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do poder singular e secular dos monarcas nacionais – uma das muitas facetas da transição da Idade Média para a Idade Moderna.

Para as negociações do Tratado e a sua assinatura, D. João II de Portugal (1477, 1481-1495) designou como embaixador a sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de Sousa. Os originais de cada idioma encontram-se depositados no Archivo General de Indias, na Espanha, e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal.[5]

Antecedentes

Conforme o historiador brasileiro Delgado de Carvalho, transcrevendo Beatriz Souza:

"(...) subsistia ainda a tradição medieval da supremacia política da Santa Sé, que reconhecia a Roma o direito de dispor das terras e dos povos: Adriano IV, papa inglês (1154-59), havia dado a Irlanda ao rei da Inglaterra e Sisto IV as Canárias ao rei de Castela (1471-84). Baseava-se isso, em parte, sobre o fato de um Édito de Constantino ter conferido ao papa Silvestre a soberania sobre todas as ilhas do globo; ora, isso porque as terras a descobrir eram todas, então, supostas serem exclusivamente ilhas (LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. Livro do Centenário (v. III), Rio de Janeiro: 1900 apud: Carvalho, Delgado. História Diplomática do Brasil.)

O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, contornando a costa africana. Com a descoberta da Costa da Mina, iniciando-se o comércio de marfimescravos, a atenção de Castela foi despertada, iniciando-se uma série de escaramuças no mar, envolvendo embarcações de ambas as Coroas.

Portugal, buscando proteger o seu investimento, negociou com Castela o Tratado de Alcáçovas (1479), obtendo em 1481, do Papa Sisto IV,[6] a bula Æterni regis, que dividia as terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das Canárias, dividindo o mundo em dois hemisférios: a norte, para a Coroa de Castela; e a sul, para a Coroa de Portugal. Somando-se a duas outras bulas anteriores de 1452 (Dum Diversas) e 1455 (Romanus Pontifex), do Papa Nicolau V, Portugal e a Ordem de Cristo haviam recebido todas as terras conquistadas e a conquistar ao sul do cabo Bojador e da Gran Canária.

Preservavam-se, desse modo, os interesses de ambas as Coroas, definindo-se, a partir de então, os dois ciclos da expansão: o chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa garantia o seu progresso para o sul e o Oriente, contornando a costa africana (o chamado "périplo africano"); e o que se denominou posteriormente de ciclo ocidental, pelo qual Castela se aventurou no oceano Atlântico, para oeste. Como resultado deste esforço espanhol, Cristóvão Colombo alcançou terras americanas em 1492.

Ciente da descoberta de Colombo, mediante as coordenadas geográficas fornecidas pelo navegador, os cosmógrafos portugueses argumentaram que a descoberta, efetivamente, se encontrava em terras portuguesas.

Desse modo, a diplomacia castelhana apressou-se a obter junto ao Papa Alexandre VI, Aragonês de Valência (agora unificada com Castela), uma nova partição de terras. Assim, em 3 de maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabelecia uma nova linha de marcação, um meridiano que separaria as terras de Portugal e de Castela. O meridiano passava a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As novas terras descobertas, situadas a Oeste do meridiano a 100 léguas de Cabo Verde, pertenceriam a Castela. As terras a leste, pertenceriam a Portugal. A bula excluía todas as terras conhecidas já sob controle de um estado cristão.

Os termos da bula não agradaram a D. João II de Portugal, que julgava ter direitos adquiridos que a Bula vinha a ferir. Além disso os seus termos causavam confusão, pois um meridiano vinha a anular o que um paralelo tinha estabelecido. Complementarmente, a execução prática da Bula era impossibilitada por sua imprecisão e pela imperfeição dos meios científicos disponíveis à época para a fixação do meridiano escolhido. Assim sendo, D. João II abriu negociações diretas com os Reis CatólicosFernando II de Aragão e Isabel I de Castela, para mover a linha mais para oeste, argumentando que o meridiano em questão se estendia por todo o globo, limitando assim as pretensões castelhanas na Ásia. D. João II propôs, por uma missão diplomática aos reis católicos, estabelecer um paralelo das Ilhas Canárias como substituto ao meridiano papal. Os castelhanos recusaram a proposta, mas se prestaram a discutir o caso. Reuniram-se então, os diplomatas, em Tordesilhas.

O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava prometido desde a infância a Isabel de Aragão e Castela, ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão. Contudo o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, D. João II negociou o Tratado de Tordesilhas com os reis católicos. Morreu no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como Manuel I de Portugal (1495-1521).

Os termos do tratado

Planisfério de Cantino (c. 1502), carta náutica portuguesa mostrando o meridiano de Tordesilhas e o resultado das viagens de Vasco da Gama à Índia, Colombo à América Central, Gaspar Corte-Real à Terra Nova e Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

O Tratado estabelecia a divisão das áreas de influência dos países ibéricos, cabendo a Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1 770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e a Castela as terras que ficassem além dessa linha.[7]

Como resultado das negociações, os termos do tratado foram ratificados por Castela a 2 de Julho e, por Portugal, a 5 de Setembro do mesmo ano. Contrariando a bula anterior de Alexandre VI, Inter Coetera (1493), que atribuía a Castela a posse das terras localizadas a partir de uma linha demarcada a 100 léguas de Cabo Verde, o novo tratado foi aprovado pelo Papa Júlio II em 1506.

Afirma Rodrigo Otávio em 1930 que o Tratado teria "um efeito antes moral do que prático"[carece de fontes]. O meridiano foi fixado, mas persistiam as dificuldades de execução de sua demarcação. Os cosmógrafos divergiam sobre as dimensões da Terra, sobre o ponto de partida para a contagem das léguas e sobre a própria extensão das léguas, que diferia entre os reinos de Castela e de Portugal. Já se afirmou ainda que os castelhanos cederam porque esperavam, por meio de sua política de casamentos, estabelecer algum dia a união ibérica, incorporando Portugal.[carece de fontes] O que é mais provável é que os negociadores portugueses, na expressão de Frei Bartolomé de las Casas, tenham tido "mais perícia e mais experiência" do que os castelhanos.

Consequências do tratado

Meridiano de Tordesilhas segundo diferentes geógrafos: Ferber (1495), Cantino (1502), Ribeiro (1519), os peritos de Badajoz (1524), Pedro Nunes (1537), Oviedo (1545), João Teixeira Albernaz, o velho (1631 e 1642) e Costa Miranda (1688).
O tratado em uso heráldico no brasão do município brasileiro de Santana do Parnaíba.

Em princípio, o tratado resolvia os conflitos que seguiram à descoberta do Novo Mundo por Cristóvão Colombo. Muito pouco se sabia das novas terras, que passaram a ser exploradas por Castela. De imediato, o tratado garantia a Portugal o domínio das águas do Atlântico Sul, essencial para a manobra náutica então conhecida como "volta do mar", empregada para evitar as correntes marítimas que empurravam para o norte as embarcações que navegassem junto à costa sudoeste africana, e permitindo a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança. Nos anos que se seguiram Portugal prosseguiu no seu projecto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499.

Em 26 de janeiro de 1500, o navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón atingiu o Cabo de Santo Agostinho, litoral sul de Pernambuco, tornando-se portanto o primeiro europeu a desembarcar na costa do Brasil.[8] Já a expedição portuguesa capitaneada por Pedro Álvares Cabral atingiu a costa brasileira em 22 de abril de 1500. Outras potências marítimas europeias (FrançaInglaterraPaíses Baixos) passaram a questionar a exclusividade da partilha do mundo entre as nações ibéricas. Esse questionamento foi muito apropriadamente expresso por Francisco I de França, que ironicamente pediu para ver a cláusula no testamento de Adão que legitimava essa divisão de terras.

Por essa razão, desde cedo apareceram na costa do Brasil embarcações que promoviam o comércio clandestino, estabelecendo contacto com os indígenas e aliando-se a eles contra os portugueses. Floresceram o corso, a pirataria e o contrabando, pois os armadores de HonfleurRuão e La Rochelle, em busca de pau-brasil fundavam feitorias e saqueavam naus. O mais célebre foi um armador de DieppeJean Ango ou Angot.

Posteriormente, durante a Dinastia Filipina (União Ibérica), os portugueses se expandiram de tal forma na América do Sul que, em 1680, visando o comércio com a bacia do rio da Prata e a região andina, fundaram um estabelecimento à margem esquerda do Prata, em frente a Buenos Aires: a Colônia do Sacramento. A fixação portuguesa em território oficialmente espanhol gerou um longo período de conflitos armados, conduzindo à negociação do Tratado de Madrid.

A União Ibérica não foi o motivo da expansão portuguesa ao interior do continente, mas ao Tratado de Saragoça que moveu a linha de Tordesilhas nos dois extremos. Com isto os irmãos Pero Lopes de Sousa e Martim Afonso de Sousa foram armados pelo rei de Portugal e enviados em uma expedição para demarcarem a nova fronteira conforme o novo Tratado. Em 12 de dezembro de 1531 Pero Lopes demarcou com duas pedras padrão gravados com a Ordem Militar de Cristo às margens do rio Paraná diante de Ibicuí, nas proximidades de Ibicuí a 33°45'. Pero Lopes não chegou ao limite estabelecido por motivos de segurança, pois havia sinais de fumaça nas imediações do rio e todos a bordo temiam um ataque semelhante ao sofrido por Juan Dias de Solis que juntamente com sua tripulação foram dizimados pelos Charruas. A demarcação de Pero Lopes tornou o rio Paraná como a fronteira entre Espanha e Portugal.

A "questão de Marrocos"

Ver artigo principal: Tratado de Sintra (1509)

A "questão das Molucas" (1524-1529)

Meridiano de Tordesilhas (roxo) demarcando os territórios a explorar por Portugal e Espanha e o seu antimeridiano (verde)
Ver artigo principal: Tratado de Saragoça

Inicialmente o meridiano de Tordesilhas não contornava o globo terrestre. Assim, Castela e Portugal podiam conquistar quaisquer novas terras que fossem os primeiros europeus a descobrir: Castela para Oeste do meridiano de Tordesilhas e Portugal para Leste desta linha, mesmo encontrando-se no outro lado do globo.[9][10] Mas a descoberta pelos portugueses em 1512 das valiosas "ilhas das Especiarias", as Molucas,[11][12] desencadeou a contestação espanhola, argumentando que o Tratado de Tordesilhas dividia o mundo em dois hemisférios equivalentes.

Em 1520, as ilhas Molucas, valorizadas como o "berço de todas as especiarias", foram visitadas por Fernão de Magalhães, navegador português ao serviço da Coroa de Castela. Concluída essa que foi a primeira viagem de circum-navegação (1519-1521), uma nova disputa entre as nações ibéricas se estabeleceu, envolvendo a demarcação do meridiano pelo outro lado do planeta e a posse das ilhas Molucas (atual Indonésia). Alegando que se encontravam na sua zona de demarcação conforme o meridiano de Tordesilhas, os espanhóis ocuparam militarmente as ilhas, abrindo quase uma década de escaramuças pela sua posse com a Coroa Portuguesa.[9]

D. João III de Portugal e Carlos I de Espanha (1516-1555) acordaram então não enviar mais ninguém buscar cravo ou outras especiarias às Molucas enquanto não se esclarecesse em que hemisfério elas se encontravam.

Para a realização dos cálculos da posição, cada Coroa nomeou três astrónomos, três pilotos e três matemáticos, que se reuniram entre Badajoz e Elvas. Estes profissionais, entretanto, não chegaram a acordo, uma vez que, devido à insuficiência dos meios da época no tocante ao cálculo da longitude, cada grupo atribuía as ilhas aos respectivos soberanos.[9]

O Tratado de Tordesilhas serviu como base para as negociações da Junta de Badajoz-Elvas (1524), quando Portugal e Espanha negociaram sobre as Molucas e as Filipinas, originalmente situadas na órbita portuguesa, consideradas castelhanas, em troca das pretensões portuguesas sobre a bacia do rio da Prata, no Brasil.[13]

Para solucionar esta nova disputa, celebrou-se o Tratado de Saragoça a 22 de abril de 1529. Este definiu a continuação do meridiano de Tordesilhas no hemisfério oposto, a 297,5 léguas do leste das ilhas Molucas, cedidas pela Espanha mediante o pagamento, por Portugal, de 350 000 ducados de ouro. Ressalvava-se que em todo o seu tempo se o imperador ou sucessores quisessem restituir aquela avultada quantia, ficaria desfeita a venda e cada um "ficará com o direito e a acção que agora tem".

Tal nunca sucedeu, entre outras razões, porque o imperador necessitava do dinheiro português para financiar a luta contra Francisco I de França e a Liga de Cognac, que o apoiava.

Ver também

Wikisource
Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Tratado de Tordesilhas
Commons
Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Tratado de Tordesilhas

Referências

  1.  Colombo tomara-as pelo Japão
  2.  Cuba e Ilha de São Domingos
  3.  Na zona das Ilhas Molucas. Sabe-se pela cartografia de hoje, que esse meridiano das Molucas é o 129°32' L, cujo antimeridiano, a 50°28'O, corta o território brasileiro.
  4.  O Tratado de Tordesilhas, Fonte: Luís de Albuquerque (dir.), Tratado de Tordesilhas e Outros Documentos, Lisboa, Publicações Alfa, 1989, Portal da História, Manuel Amaral 2000-2013
  5.  Davenport, pp. 85, 171.
  6.  Sobre a bula Aeterni Regis
  7.  Textualmente: "(…) que se trace e assinale pelo dito mar Oceano uma raia ou linha direta de polo a polo; convém a saber, do polo Ártico ao polo Antártico, que é de norte a sul, a qual raia ou linha e sinal se tenha de dar e dê direita, como dito é, a trezentas e setenta léguas das ilhas de Cabo Verde em direção à parte do poente, por graus ou por outra maneira, que melhor e mais rapidamente se possa efetuar contanto que não seja dado mais. E que tudo o que até aqui tenha achado e descoberto, e daqui em diante se achar e descobrir pelo dito senhor rei de Portugal e por seus navios, tanto ilhas como terra firme desde a dita raia e linha dada na forma supracitada indo pela dita parte do levante dentro da dita raia para a parte do levante ou do norte ou do sul dele, contanto que não seja atravessando a dita raia, que tudo seja, e fique e pertença ao dito senhor rei de Portugal e aos seus sucessores, para sempre. E que todo o mais, assim ilhas como terra firme, conhecidas e por conhecer, descobertas e por descobrir, que estão ou forem encontrados pelos ditos senhores rei e rainha de Castela, de Aragão etc., e por seus navios, desde a dita raia dada na forma supra indicada indo pela dita parte de poente, depois de passada a dita raia em direção ao poente ou ao norte-sul dela, que tudo seja e fique, e pertença, aos ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão etc. e aos seus sucessores, para sempre."
  8.  «Neste dia, em 1500, o Brasil era descoberto... por espanhóis». Aventuras na História. Consultado em 14 de fevereiro de 2019
  9. ↑ Ir para:a b c Tordesilhas A questão das Molucas. Página visitada em 7 de junho de 2012
  10.  Edward Gaylord Bourne, "Historical Introduction", in Blair.
  11.  Em 1511, Afonso de Albuquerque conquistara Malaca para a Coroa Portuguesa, à época o centro do comércio asiático de especiarias. Em Novembro desse ano, ficando a saber a localização das chamadas "ilhas das especiarias" nas ilhas Molucas, as ilhas Banda, enviou uma expedição comandada por António de Abreu para as encontrar. Pilotos malaios guiaram-nos via Java, as Pequenas Ilhas de Sunda e da ilha de Ambão até Banda, onde chegaram no início de 1512. Aí permaneceram, como primeiros europeus a chegar às ilhas, carregando os seus navios com noz moscada e cravo-da-índia. Abreu partiu então, velejando por Ambão, enquanto o seu vice-comandante, Francisco Serrão, se adiantou para as ilhas Molucas, vindo a naufragar, e terminando em Ternate.
  12.  Hannard (1991), page 7; Milton, Giles (1999). Nathaniel's Nutmeg. London: Sceptre. pp. 5 and 7. ISBN 978-0-340-69676-7
  13.  DIAS, Carlos Malheiro (Coord.). História da Colonização Portuguesa do Brasil (t. I). Porto: Litografia Nacional, 1922.

Bibliografia

  • CARVALHO, Carlos Delgado de (1884-1989). História diplomática do Brasil (ed. fac-sim.). Brasília: Senado Federal, 1998.
  • LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. in: Livro do Centenário (1500-1900) (v. III). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1902.
  • MAGNOLI, DemetrioHistória da Paz. São Paulo: Editora Contexto, 2008. 448p. ISBN 85-7244-396-7
  • SILVA, Luciano Pereira da. In: DIAS, Carlos Malheiros (coord.). História da Colonização Portuguesa do Brasil (v. I). Porto: Litografia Nacional, 1923.

Ligações externas

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue