Arcos de Valdevez
Arcos de Valdevez | |
Rio Vez, em Arcos de Valdevez. | |
Gentílico | Arcuense |
Área | 447,60 km² |
População | 22 847 hab. (2011) |
Densidade populacional | 51 hab./km² |
N.º de freguesias | 36 |
Presidente da câmara municipal | João Manuel Esteves (PSD, 2021-2025) |
Fundação do município (ou foral) | 1515 |
Região (NUTS II) | Norte |
Sub-região (NUTS III) | Alto Minho |
Distrito | Viana do Castelo |
Província | Minho |
Orago | São Paio e Divino Salvador |
Feriado municipal | 11 de julho (São Bento) |
Código postal | 4970 Arcos de Valdevez |
Sítio oficial | http://www.cmav.pt |
Município de Portugal |
Arcos de Valdevez é uma vila raiana portuguesa no distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região do Alto Minho, sendo sede do município de Arcos de Valdevez.
O município de Arcos de Valdevez,[1] com 447,60 km² de área[2] e 22 847 habitantes (2011[3]), está subdividido em 36 freguesias.[1] O município é limitado a norte pelo município de Monção, a nordeste por Melgaço, a leste pela Galiza, a sul por Ponte da Barca, a sudoeste e a oeste por Ponte de Lima e a oeste por Paredes de Coura.
O chamado Torneio de Arcos de Valdevez também conhecido por "Recontro de Valdevez", foi um importante e decisivo episódio da História de Portugal ligado aos primeiros tempos da nacionalidade, sendo o antecedente da celebração do Tratado de Zamora em 1143.
No ano de 1662, durante a Guerra da Restauração, a vila foi incendiada pelo general governador de armas de Castela D. Baltazar Rojas Pantoja, que estabeleceu o seu quartel-general no Paço de Giela, numa enérgica ofensiva sobre o Minho.
O ponto mais alto do município situa-se na Pedrada,[4] com a altitude de 1416 metros, na Serra de Soajo.
População
Número de habitantes [5] | ||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
29 064 | 30 907 | 31 271 | 31 968 | 33 567 | 33 306 | 32 163 | 37 283 | 39 381 | 38 739 | 34 355 | 31 156 | 26 976 | 24 761 | 22 847 |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [6] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 9 900 | 10 653 | 10 633 | 11 217 | 12 782 | 13 052 | 12 990 | 11 485 | 8 542 | 5 371 | 3 184 | 2 579 |
15-24 Anos | 5 542 | 5 649 | 5 693 | 5 861 | 6 149 | 6 259 | 5 704 | 4 590 | 4 998 | 3 560 | 3 185 | 2 080 |
25-64 Anos | 14 068 | 14 394 | 14 296 | 14 369 | 15 304 | 16 300 | 16 260 | 14 375 | 12 617 | 12 093 | 11 762 | 11 131 |
= ou > 65 Anos | 2 091 | 2 321 | 2 274 | 2 436 | 2 705 | 3 201 | 3 785 | 3 915 | 4 999 | 5 952 | 6 630 | 7 057 |
> Id. desconh | 82 | 33 | 84 | 97 | 69 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Freguesias
O município de Arcos de Valdevez está dividido em 36 freguesias:
Política
Eleições autárquicas [7]
Data | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | Participação |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PPD/PSD | PS | CDS-PP | FEPU/APU/CDU | AD | PRD | CH | |||||||||
1976 | 43,81 | 4 | 23,72 | 2 | 21,11 | 1 | 4,31 | - | 55,51 / 100,00 | ||||||
1979 | AD | 26,81 | 2 | AD | 4,59 | - | 64,88 | 5 | 65,20 / 100,00 | ||||||
1982 | 40,83 | 3 | 22,76 | 2 | 26,99 | 2 | 5,20 | - | 63,36 / 100,00 | ||||||
1985 | 51,80 | 5 | 19,34 | 1 | 18,42 | 1 | 3,40 | - | 3,13 | - | 62,29 / 100,00 | ||||
1989 | 51,80 | 4 | 31,85 | 3 | 8,86 | - | 3,39 | - | 62,02 / 100,00 | ||||||
1993 | 64,07 | 6 | 19,24 | 1 | 7,63 | - | 5,06 | - | 60,51 / 100,00 | ||||||
1997 | 59,12 | 5 | 27,85 | 2 | 5,87 | - | 3,52 | - | 60,12 / 100,00 | ||||||
2001 | 67,44 | 5 | 24,57 | 2 | 4,14 | - | 60,62 / 100,00 | ||||||||
2005 | 66,56 | 5 | 24,88 | 2 | 2,39 | - | 2,11 | - | 60,43 / 100,00 | ||||||
2009 | 68,29 | 6 | 19,81 | 1 | 6,39 | - | 1,90 | - | 52,51 / 100,00 | ||||||
2013 | 53,14 | 4 | 26,24 | 2 | 11,44 | 1 | 3,24 | - | 50,89 / 100,00 | ||||||
2017 | 67,81 | 6 | 17,68 | 1 | 5,62 | - | 3,86 | - | 53,63 / 100,00 | ||||||
2021 | 58,28 | 5 | 30,32 | 2 | 2,50 | - | 2,13 | - | 2,68 | - | 57,08 / 100,00 |
Eleições legislativas
Data | % | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PSD | PS | CDS | PCP | UDP | AD | APU/ | FRS | PRD | PSN | B.E. | PAN | PàF | L | CH | IL | |
1976 | 46,59 | 22,34 | 14,48 | 3,25 | 0,40 | |||||||||||
1979 | AD | 23,46 | AD | APU | 0,75 | 57,05 | 3,93 | |||||||||
1980 | FRS | 0,56 | 65,24 | 4,90 | 19,83 | |||||||||||
1983 | 42,68 | 28,43 | 16,07 | 0,26 | 4,42 | |||||||||||
1985 | 41,69 | 20,13 | 17,31 | 1,35 | 3,72 | 7,95 | ||||||||||
1987 | 58,80 | 20,72 | 7,78 | CDU | 0,48 | 2,03 | 2,25 | |||||||||
1991 | 65,37 | 21,21 | 5,74 | 2,18 | 0,84 | 0,80 | ||||||||||
1995 | 52,10 | 33,66 | 7,79 | 0,38 | 2,20 | |||||||||||
1999 | 50,04 | 36,05 | 7,47 | 2,02 | 0,42 | 0,61 | ||||||||||
2002 | 56,64 | 30,19 | 6,73 | 1,07 | 0,97 | |||||||||||
2005 | 44,56 | 39,30 | 6,96 | 1,61 | 2,65 | |||||||||||
2009 | 40,79 | 36,45 | 9,19 | 1,85 | 4,85 | |||||||||||
2011 | 54,41 | 25,71 | 9,56 | 2,11 | 2,49 | 0,64 | ||||||||||
2015 | PàF | 27,37 | PàF | 2,50 | 4,39 | 0,58 | 55,15 | 0,23 | ||||||||
2019 | 43,95 | 34,79 | 4,56 | 2,36 | 4,23 | 1,96 | 0,48 | 0,45 | 0,36 |
Toponímia
Esta localidade foi anteriormente conhecida como Arcobriga durante o períodos romano[8] e visigótico, sendo que este nome resulta da aglutinação dos étimos Arcus[9], que em latim significa para «arco», e Briga, que provém do celta antigo e significa «povoação fortificada».[10] A primeira parte do topónimo moderno, «Arcos», ainda preserva parte desse nome original.[8]
Quanto à segunda parte deste topónimo, "Valdevez", diz respeito ao vale do rio Vez.[8] Por seu turno, este rio tem um nome de origem céltica, sendo que há outros rios europeus, que também foram designados com base nesse mesmo étimo celta, designadamente o rio Bétis (hoje em dia designado Guadalquivir), em Espanha, e em França, os rios Bèze e Béziers, que por seu turno deram nome às respectivas localidades homónimas.[8]
Turismo
Arcos de Valdevez é uma das terras mais bonitas do Minho e com uma história ímpar, estando associada a um dos factos mais notáveis da história do nascimento da independência portuguesa.
A Porta do Mezio[11], uma das cinco portas do Parque Nacional da Peneda Gerês[12], é o hall de entrada para a magnífica imensidão das montanhas e vales do Soajo e Peneda. Um território tão magnífico que a UNESCO o considera Reserva Mundial da Biosfera. Na Porta, para além de ficar a conhecer todos os pormenores necessários para se aventurar pelas florestas e montes, pode passar momentos de descontração e grande diversão com a família e amigos.
As vantagens naturais de um município integrado no singular Parque Nacional da Peneda-Gerês, declarado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, fazem também de Arcos de Valdevez um destino turístico que oferece uma riqueza ambiental, paisagística e a biodiversidade de um território de excelência no contexto nacional e internacional.
Este Parque prima pela riqueza das suas belíssimas paisagens, por entre serras, grandes altitudes, planaltos, vales, barragens, cascatas e uma fauna e flora riquíssima que se quer preservada.
Para além de toda a beleza natural, é igualmente uma zona de tradições e costumes, já habitada desde o período neolítico, de pequenas aldeias que sabiamente combateram o passar do tempo, encontrando-se importantes vestígios arqueológicos de tempos distantes (como os Dólmenes do planalto de Castro Laboreiro ou da serra do Soajo), e um espírito comunitário muito próprio, subsistindo mormente através da agricultura, da pastorícia e da pecuária.
Em termos de flora, as espécies mais características no Parque são o carvalho, o medronheiro, o azevinho, o azereiro ou o pinheiro e diversas espécies de arbustos como urzes e giestas, bem como espécies apenas encontradas na zona do gerês: o lírio-do-gerês, o feto-do-gerês e o hipericão-do-gerês.
Neste ambiente idílico, de abundância de água e floresta cerrada, a fauna que aqui encontra o seu habitat é, também ela, abundante e especial. Entre tantas outras, na área do Parque Nacional encontram-se o javali, o veado, o texugo, a lontra, a marta, o esquilo, o lobo, o corço, a águia-real, o falcão, a víbora negra, a cobra-d’água, o lagarto d’água, a salamandra, entre tantos outros.
Existem diversos percursos previamente elaborados e devidamente identificados para melhor usufruir da fantástica beleza natural deste idílico Parque, entre eles: Percursos pedestres de curta duração, com ou sem guia; Trilhos de longo curso, para percorrer a pé ou de bicicleta; Trilho histórico da Geira Romana; Trilho equestre de longa duração, com guia; Percursos de automóvel, para um reconhecimento rápido do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
O Parque oferece igualmente um Centro de Informação, um Centro de Interpretação e um Núcleo Eco-museológico.
O município é marcado por uma paisagem verde, com flora e fauna abundante, arquitectura solarenga e um rio que marca a vida arcuense. Segundo alguns estudiosos, o Rio Vez é o menos poluído da Europa. Com uma localização geográfica atractiva, o Turismo Rural também é muito frequente, e são muitos aqueles que não perdem uma visita ao Parque Nacional Peneda-Gerês, ao Soajo, e à Peneda. Envolta em montanhas, a vila apresenta recantos e miradouros de uma beleza única, realçando-se a Serra da Peneda e os miradouros de Adrão e Penedo da Meadinha. Sistelo, também conhecido como "o pequeno Tibete português", é famoso pelos seus socalcos, que surgem pela necessidade de aumentar a superfície agrícola e de contrariar os declives. No que se refere ao património cultural, destacamos os monumentos, a arqueologia, os valores artísticos e etnográficos relacionados com a arte popular, ofícios e utensílios, o folclore, as festas e exposições aliados a uma gastronomia típica e variada.
Vale a pena acompanhar a zona verde junto ao rio Vez e parar numa esplanada. Na margem direita, caminha-se por simpáticas ruas pedonais.
O Circuito Bio Saudável[13] nas margens do Rio Vez promove a actividade física e o lazer de toda a família num ambiente saudável, bem como atrai mais e novos visitantes que cada vez mais procuram o contacto com a natureza e a descoberta das riquezas da região. Em simultâneo, também se praticam outras actividades desportivas ao ar livre, como as caminhadas, as corridas ao ar livre, os passeios de bicicleta, a prática futebolística, entre outras.
Em vários pontos, surgem as casas antigas, bem recuperadas, como a setecentista Casa do Terreiro, hoje Casa das Artes e Biblioteca Municipal. [14]
O Paço de Giela, um dos mais importantes monumentos do município e classificado como monumento de interesse nacional desde 1910, é um dos mais interessantes exemplos de habitação nobre em meio rural da Idade Média em Portugal. Composto por uma torre medieval e um paço quinhentista, foi adquirido pelo município arcuense e alvo de um projecto de valorização específico, que consolidou todo o seu potencial arquitectónico e histórico. A intervenção dotou o imóvel de valências culturais e de promoção turística, e foi inaugurado a 11 de Julho de 2015.
Os pratos típicos desta terra são a Carne da Cachena, o Cozido à Minhota, o Cabrito e os Rojões e papas de Sarrabulho, na doçaria é de referir o bolo de discos, os charutos dos Arcos, os rebuçados dos Arcos e o Pão-de-Ló de Soajo.
Património
- Igreja da Lapa (Arcos de Valdevez)
- Pelourinho de Soajo
- Pelourinho de Arcos de Valdevez
- Mosteiro de Ermelo
- Igreja do Espírito Santo (Arcos de Valdevez)
- Igreja Matriz de Arcos de Valdevez
- Espigueiros de Soajo
- Paço de Giela
- Igreja do Vale
- Santuário da Senhora da Peneda
- Casa das Artes
- Quinta do Couto
- Casa-Memória do Escritor Tomaz de Figueiredo (Casa de Casares)
Personalidades ilustres
Geminações
A vila de Arcos de Valdevez é geminada com as seguintes cidades:[15]
Ver também
Referências
- ↑ ab Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I. Acedido a 19 de julho de 2013.
- ↑ Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 Arquivado em 9 de dezembro de 2013, no Wayback Machine. (ficheiro Excel zipado). Acedido a 28 de novembro de 2013.
- ↑ INE (2012) – "Censos 2011 (Dados Definitivos)", "Quadros de apuramento por freguesia" (tabelas anexas ao documento: separador "Q101_NORTE"). Acedido a 27 de julho de 2013.
- ↑ «"12 Meses 12 Trilhos 2015" - Trilho da Pedrada | Porta do Mezio». web.archive.org. 3 de outubro de 2015. Consultado em 17 de fevereiro de 2022
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
- ↑ «Concelho de Arcos de Valdevez : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 18 de dezembro de 2021
- ↑ ab c d Infopédia. «Arcos de Valdevez | Dicionário Infopédia de Toponímia». www.infopedia.pt. Consultado em 17 de fevereiro de 2022
- ↑ «Arcus - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2022
- ↑ Editores (1968). «Anais». Lisboa: Academia Portuguesa da História: 167
- ↑ «Porta do Mezio». Porta do Mezio. Consultado em 17 de fevereiro de 2022
- ↑ Seegno. «Parque Nacional da Peneda Gerês - Natural.pt». natural.pt. Consultado em 17 de fevereiro de 2022
- ↑ «Circuito Bio Saudável: Município de Arcos de Valdevez :.». web.archive.org. 13 de agosto de 2016. Consultado em 17 de fevereiro de 2022
- ↑ Guia Visão Portugal Inesquecível (2008), pág. 30.
- ↑ http://www.anmp.pt/anmp/pro/mun1/gem101l0.php?cod_ent=M4970