quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

EXPRESSO

Rui Gustavo
RUI GUSTAVO
JORNALISTA DE SOCIEDADE
 
Levante-se a toupeira
3 de Dezembro de 2018
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Não estou a brincar: “Toupeira” é uma das candidatas a palavra do ano de 2018. Não por causa do simpático mamífero que vive escondido à frente de todos nós, mas devido ao processo e-toupeira, a incrível história de um funcionário judicial que é acusado pelo Ministério Púbico de passar informação em segredo de justiça ao assessor jurídico do Benfica a troco de camisolas autografadas, refeições no camarote, um lugar no anel VIP do Estádio da Luz e selfies com os craques do clube de que é adepto desde menino.

INIMIGO PÚBLICO

Inimigo Público


Posted: 23 Nov 2018 03:11 AM PST
Podcast O Inimigo Público – Se não aconteceu, podia ter acontecido. Mais podcasts do PÚBLICO em www.publico.pt/podcasts.
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Posted: 23 Nov 2018 03:07 AM PST
O Observador avançou que há mais presenças mal-amanhadas na Assembleia da República, alegadamente dos deputados José Matos Rosa e Duarte Marques, e O INIMIGO foi investigar e descobriu que na sessão solene de recepção ao presidente de Angola, ontem, João Lourenço acedeu ao sistema informático e marcou o ponto por José Silvano. “Não confirmo nem […]
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Posted: 23 Nov 2018 03:05 AM PST
Um deputado do PSD, citado pelos nossos colegas da TSF, garante que a reunião do grupo parlamentar de ontem foi “uma bandalheira como nunca se viu”, com berros e levantamentos de rancho e Fernando Negrão a ser insultado de José Silvano para baixo. Mas houve vantagens: graças à autêntica tourada em que está transformado o […]
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Posted: 22 Nov 2018 06:13 AM PST
António Costa afastou a possibilidade de um Governo com o Bloco de Esquerda mas desejou uma nova geringonça, sendo que, se a actual é simbolizada pela famosa vaca voadora, António Costa que passou a detestar touradas quer que a nova seja simbolizada por um touro bravo com asas que voa para longe do forcado Manuel […]
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Posted: 22 Nov 2018 06:09 AM PST
A passagem do conservador Jordan Peterson por Lisboa ainda está a causar mossa e as centenas de pessoas que viram a sua palestra acham reforçaram a ideia que quem não é do Benfica não é bom chefe de família e que o casamento não serve para dar felicidade ao casal mas sim estabilidade aos filhos […]
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OBSERVADOR

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia... 
... Nigel Farage, uma das principais caras do Brexit, abandonou o UKIPAcusou a actual liderança de estar a mudar radicalmente o partido para a extrema-direita e ter uma "fixação" com a questão do Islão.

Ontem, o início da maratona de debates do Brexit até à votação de dia 11 foi marcado por várias derrotas para May. As dúvidas são se trata de um “compromisso digno” ou de um “salto no escuro”?  

greve dos guardas prisionais levou ao final da noite a um motim no Estabelecimento Prisional de Lisboa. 190 reclusos recusaram ser fechados nas celas depois de saberem que hoje seria o quinto dia sem visitas devido a um plenário motivado pela paralisação.

Foram queimados colchões e caixotes do lixo e destruídos alguns bens, mas a situação foi resolvida sem intervenção do corpo especial apesar dos momentos de tensão. De saída do jantar com o presidente chinês, Xi Jiping, Marcelo passou pelo local e falou com algumas famílias. O Sindicato da Guarda Prisional já veio entretranto rejeitar responsabilidades nos desacatos.

A segunda temporada da novela da reposição do tempo de serviço dos professores começa esta tardeO governo chamou os sindicatos para uma reunião no ministério depois da união da esquerda e da direita no Orçamento ter obrigado às renegociações.



Outra informação relevante 
O PSD reuniu ontem em Conselho Nacional e a divisão do partido continua bem evidente. Em entrevista à Rita Dinis, o deputado Miguel Morgado diz mesmo que “o risco de definhamento do PSD é pior do que as guerras internas”. Afirma ainda que as declarações do vice de Rui Rio foram as mais "desastradas" de sempre e sonha com uma federação das "direitas".

Já Morais Sarmento avisa que o interesse do PSD “obriga todos” a remar na mesma direcção. O vice-presidente do partido garante contudo que encarou a reunião do partido como "uma manifestação de maturidade e entusiasmo".

A primeira notícia do primeiro dia da visita do presidente chinês a Portugal foi a de que Marcelo vai à China em Abril 2019. Mas já houve um pequeno incidente diplomático. O diplomata Paulo Chaves, chefe de divisão de informação e imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, referiu-se a Xi Jinping, como “DDT [Dono Disto Tudo] no Faceboook. O MNE já mandou "averiguar" e admite "consequências".

Xi Jiping continua hoje os seus encontros voltando a provocar vários constrangimentos no trânsito. A curta estadia da sua comitiva fez com que reservasse todo o hotel Ritz, pagando dois milhões de euros: as limusinas blindadas que obrigaram mesmo a alargar o portão da garagem do hotel, contou o jornal i

A candidata a líder da JS com falsa informação no currículo entregue na Câmara arrisca um processo-crime. Maria Begonha pode incorrer numa “contraordenação muito grave” ao abrigo do artigo 456 do Código de Contratação Pública e pode ainda ser alvo de um procedimento criminal por “falsas declarações”

O governo quer aumentar as licenças parentais e os abonos de família. Segundo o DN, o alargamento da licença parental exclusiva do pai passa de 15 para 20 dias úteis mal o bebé nasça e os abonos sobem  em função da idade nos primeiros seis anos de vida e no caso das famílias com dois ou mais filhos.

O Tribunal de Contas já em 2017 criticava o Parlamento por falhas na fiscalização dos deputados. Um parecer desse ano, que o jornal i hoje recupera (sem linkdenunciava insuficiências no controlo e um relatório punha em causa viagens e seguros de saúde.

As faturas em papel vão acabar já em Janeiro. Apesar do parecer negativo da Proteção de Dados, só serão entregues se o comprador pedir e podem ser emitidas sem o NIF do cliente para o combate à fraude e evasão fiscais, noticia o JN.
O caso dos espancamentos a dez recrutas já teve a primeira consequênciaO diretor do centro de formação da GNR em Portalegre pediu a exoneração. E o governo aceitou.

A próxima sexta-feira promete ser de caos no trânsitoA greve da CP não terá serviços mínimos nem transportes alternativos

Em França, o recuo do governo francês na subida dos impostos sobre os combustíveis não travou os protestos dos 'coletes amarelos'Os estudantes juntaram-se às manifestações e provocaram incêndios nas escolas. O jogo entre PSG e Montpellier foi adiado. E o índice de popularidade de Emmanuel Macron já caiu 6 pontos.

Houve acordo para reformar a zona euro. Mas na realidade, o que decidiu mesmo o Eurogrupo? A divisão norte/sul continua a bloquear as questões mais importantes e a batata quente passou para o Conselho Europeu.



Os nossos Especiais
Mitchell Baker é o responsável pelo Mozilla Firefox. Em entrevista ao Manuel Pestana Machado diz que "o Chrome já foi o melhor browser", mas agora não é. E que “a Internet precisa de mudar drasticamente”.



A nossa opinião
  • Maria João Avillez escreve sobre António Patrício Gouveia: "Tínhamos a vitalidade e o convencimento intactos. Acreditávamos. Talvez porque após a tormenta da revolução soubéssemos o país bem entregue. E nós, com ele".
  • Miguel Pinheiro escreve "Deus nos ajude (em 11 pontos)": "Em França, a nostalgia da guilhotina. Em Portugal, a opção económica pela ditadura. Na Aliança, eurocalmos misturados com eurofuriosos. Nos media, o Estado. No PSD e na JS, o pântano. Deus nos ajude".
  • Luís Aguiar Conraria escreve "O sexo e a concorrência": "Se até algo como a simplificação burocrática na criação de empresas teve efeitos na redução da desigualdade de género dos salários, percebe-se o absurdo da ideia de que não há discriminação salarial". 
  • Maria João Marques escreve "Quando o PCP fala de ‘grande capital’ refere-se a si próprio?":  "Seria bonito termos eleitores que exigissem ao Estado que cumprissem aquilo que impõe aos privados. Ainda não temos. É por isso que os partidos, para os negócios próprios, fazem o que entendem".
  • Nuno Crato escreve "Curvas maravilhosas": "Ao contrário da presunção de alguma antiquada intelectualidade, os cientistas-autores portugueses dão lições de humildade e de capacidade de comunicação. E entre eles destaca-se Jorge Buescu".
  • André Abrantes Amaral escreve sobre "As mais-valias e o declínio do Estado social": "A isenção das mais-valias da venda de imóveis a quem tenha mais de 65 anos, aprovada com os votos do PS e do PSD, é um sinal do declínio do Estado social".


Notícias surpreendentes 
E se a Apple comprar a Tesla, a General Electric falir (e abalar a Netflix), Trump despedir o líder da Fed e a Alemanha cair em recessão? Não se assuste, estas são apenas algumas das nove previsões insólitas da nova edição da "Outrageous Predictions" do Saxo Bank, para 2019. Mas não quer dizer que algumas delas não se concretizem...

Por falar em insólitos: Ryan tem sete anos de idade, é youtuber e já ganha milhões de euros. Aliás, lidera o top da lista da Forbes das estrelas de YouTube mais bem pagas de 2018: tem mais de 17 milhões de seguidores e ganha cerca de 19,2 milhões de euros.

É Natal, é Natal, e os excessos não acontecem nem só à mesa, nem só nas comprasHá decorações absolutamente exageradas, como pode ver neste vídeo.

Mas para abrir o apetite para as Festas, ficam duas sugestõesA selecção de pratos vindos diretamente dos anos 70 do restaurante panorâmicocom que o lisboeta Altis Grand Hotel comemora os 45 anos; e a alimentação mais saudável da Iara Kitchen que em vez de um chef tem uma nutricionista de serviço.



Além de toda a informação do dia, o Observador tem uma nova revista Observador Lifestyle nas bancas que não pode perder. E não deixe de conhecer também o nosso programa de assinaturas, o Observador Premium


Boa quarta-feira
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INIMIGO PÚBLICO

Inimigo Público


Posted: 04 Dec 2018 06:37 AM PST
André Silva está chocado com a visita a Portugal de Xi Jinping, o presidente de um país onde comem cães, cães que perseguem gatos, os gatos que não conseguirem subir a árvores e a velha que atira paus aos gatos. André Silva recusa-se a participar em cerimónias oficiais com Xi Jinping mas vários deputados do […]
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Posted: 04 Dec 2018 06:36 AM PST
A maior trufa branca encontrada esta década passou por Portugal e acabou na Ericeira, oferecida pelo primo de José Sócrates ao ex-primeiro-ministro para ele comer com ovos ao pequeno-almoço. A trufa foi entregue ao primo de José Sócrates como forma de pagamento por um cidadão angolano com dupla nacionalidade italiana que vive em Alba e […]
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Posted: 04 Dec 2018 06:25 AM PST
Xi Jinping está em Portugal, em visita oficial, e foi recebido com honras militares na sede da EDP pela quarta figura do Estado, António Mexia. De seguida, o presidente chinês foi a Belém, onde comeu pastéis e leu a contagem de electricidade do Palácio. Esta tarde, Xi Jinping vai à Reboleira ver jogar o filho […]
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Posted: 04 Dec 2018 05:54 AM PST
Martin Solveig, o indivíduo obtuso que ontem apresentou a cerimónia da Bola de Ouro e que pediu à primeira futebolista a arrecadar o prémio que desse às ancas e fizesse o twerk, foi condenado nas redes sociais mas recorreu para o Tribunal da Relação do Porto e já foi absolvido e mandado para casa em […]
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DIA INTERNACIONAL DOS VOLUNTÁRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL - 5 DE DEZEMBRO DE 2018

Desenvolvimento econômico

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Desenvolvimento econômico é o processo pelo qual ocorre uma variação positiva das "variáveis quantitativas" (crescimento econômico: aumento da capacidade produtiva de uma economia medida por variáveis tais como produto interno brutoproduto nacional bruto), acompanhado de variações positivas das "variáveis qualitativas" (melhorias nos aspectos relacionados com a qualidade de vidaeducaçãosaúdeinfraestrutura e profundas mudanças da estrutura socioeconômica de uma região e ou país, medidas por indicadores sociais como o índice de desenvolvimento humano, o índice de pobreza humana e o Coeficiente de Gini). [1] [2]
O "crescimento econômico" difere do "desenvolvimento econômico" em alguns aspectos, pois, enquanto o crescimento econômico se preocupa apenas com questões quantitativas, como por exemplo, o produto interno bruto e o produto nacional bruto, o desenvolvimento econômico aborda questões de caráter social, como o bem-estar, nível de consumo, índice de desenvolvimento humano, taxa de desemprego, analfabetismo, qualidade de vida, entre outros.
Ou seja, o desenvolvimento econômico é um processo pelo qual a renda nacionalreal de uma economia aumenta durante um longo período de tempo. A renda nacional real refere-se ao produto total de bens e serviços finais do país, expresso não em termos monetários, mas sim em termos reais: a expressão monetária da renda nacional deve ser corrigida por um índice apropriado de preço de bens e consumo e bens de capital. E, se o ritmo de desenvolvimento é superior ao da população, então a renda real per capita aumentará. O processo implica a atuação de certas forças, que operam durante um longo período de tempo e representam modificações em determinadas variáveis. Os detalhes do processo variam sob condições diversas no espaço e no tempo, mas, não obstante, há algumas características comuns básicas, e o resultado geral do processo é o crescimento do produto nacional de uma economia.

Como ocorre[editar | editar código-fonte]

O processo de desenvolvimento econômico supõe ajustes institucionais, fiscais e jurídicos, incentivos para inovaçõesempreendedorismo e investimentos, assim como condições para um sistema eficiente de produçãocirculação e distribuição de bens e serviços à população.
Uma analogia ajuda a entender o significado: quando uma semente se torna uma planta adulta, está exercendo um potencial genético: em outras palavras, está desenvolvendo-se. Quando qualificado pelo adjetivo "econômico", refere-se ao processo de produção de riqueza material a partir do potencial dado pela disponibilidade de recursos humanos e naturais e uso de tecnologia. No campo da economia, a palavra "desenvolvimento" vem, normalmente, acompanhada da palavra "capitalista", para mostrar que o desenvolvimento refere-se ao todo social. Esta noção está muito bem desenvolvida em diversos capítulos do livro de COWEN, M. P. e SHENTON, R.W. (1996, Doctrines of Development. London: Routledge). Especificamente sobre o desenvolvimento capitalista há um verbete no Dicionário do Pensamento Marxista de Tom BOTTOMORE (1988).

Teorias[editar | editar código-fonte]

O desenvolvimento comercial e industrial na Europa provocou o estudo clássico de Adam Smith sobre a riqueza das nações e partir daí esse tema esteve sempre presente na evolução do pensamento econômico. O desenvolvimento industrial no século XIX da Grã-Bretanha, Estados Unidos e Alemanha levantou novas questões sobre as causas desse enriquecimento mas no século XX a taxa de desenvolvimento decaiu ao mesmo tempo em que surgia o confronto das nações liberais com o rápido desenvolvimento da Rússia comunista.
Foram muitas as teorias voltadas para a promoção do desenvolvimento econômico. Como alternativa à crise de 1929, o economista inglês John Maynard Keynes formulou uma hipótese de que o Estado deveria interferir ativamente na economia: seja regulando o mercado de capitais, seja criando empregos e promovendo obras de infraestrutura e fabricando bens de capital. Essas medidas caracterizaram-se por serem de curto-prazo enquanto economistas reconheciam um desenvolvimento econômico quando taxas como a da produção nacional mostrassem tendência ascendente a longo-prazo
Os keynesianos foram muito populares até os anos 1980 quando - em parte devido à crise do petróleo - o sistema monetário internacional entrou em crise. Tornou-se então evidente a inviabilidade da conversibilidade do dólar em ouro, ruiu o padrão dólar-ouro, com inflação e o endividamento dos Estados por um lado, e uma grande acumulação de excedente monetário líquido nas mãos dos países exportadores de petróleo por outro. Em vista disso, sobreveio uma mudança de enfoque na política econômica.
Surge, então, a escola neoliberal de pensamento econômico, baseada na firme crença na Lei de Say, e cujos fundamentos já tinham sido esboçados em 1940 pelo economista austríaco Friedrich August von Hayek. Para corrigir os problemas inerentes à crise, os neoliberais pregavam a redução dos gastos públicos e a desregulamentação, de modo a permitir que as empresas com recursos suficientes pudessem investir em praticamente todos os setores de todos os mercados do planeta: tornar-se-iam empresas multinacionais ou transnacionais.

Neoliberalismo[editar | editar código-fonte]

O neoliberalismo foi experimentado, primeiramente, por Augusto Pinochet, no Chile [1] na década de 1970, o qual foi seguido pela inglesa Margaret Thatcher e pelo americano Ronald Reagan nos anos 1980.
Chile tornou-se, então, uma espécie de vitrine mundial do modelo neoliberal. O crescimento do produto interno bruto chileno, na época, oscilou de uma taxa positiva de + 8 por cento a taxas negativas inferiores a -13 por cento. Entre 1975 e 1982, a média de crescimento foi de + 2,9 por cento ao ano.
No entanto, os custos sociais foram grandes. Mais de 200 mil chilenos tiveram que emigrar por razões econômicas. O Chile viu seu desemprego subir dos 4 por cento da era Allende para 18 por cento na era Pinochet, e a taxa de pobreza subir de 20 por cento para 45 por cento. Isso acabou por minar o apoio à ditadura e provocar a derrota de Pinochet em 1988, quando se iniciou a transição para uma democracia.
Embora os resultados a curto prazo da transição chilena para um modelo neoliberal de economia tenham sido ruins para a sociedade, ainda no início da década de 1990, o país se tornou a economia mais próspera da América Latina, crescendo a taxas superiores a 7 por cento ao ano, o que rendeu ao país o título de Tigre Asiático latino-americano, em clara referência aos países asiáticos cujas economias cresciam rapidamente. O país conseguiu reduzir a pobreza de 50% de sua população em 1987, para 18,3% em 2003, tornando-se assim o primeiro país latino-americano a cumprir as metas do milênio para a redução da pobreza.
De 1990 até 2004, as práticas neoliberais preconizadas pelo Consenso de Washington, em 1990), e pelo Fundo Monetário Internacional, durante a década seguinte, tornaram-se um modismo quase irresistível para os governantes, que acreditavam ter encontrado a fórmula para alcançar um maior desenvolvimento econômico. Reformas foram aplicadas em vários países, notadamente nos mais pobres, no pressuposto de que, com a liberalização dos mercados, fosse possível atrair um maior volume de investimentos. [2]
Entre algumas medidas consideradas necessárias para os neoliberais, estão as privatizações de empresas estatais, a abertura do mercado de capitais, a liberalização dos fluxos internacionais de capitais (inclusive para os investimentos de curto prazo, o hot money), o fim das reservas de mercado e a flexibilização de leis trabalhistas.
Uma das reações às práticas neoliberais foi a busca de alternativas de desenvolvimento econômico local, como forma de tentar suprir a incapacidade de promoção do desenvolvimento pelos Estados dos países subdesenvolvidos, nomeadamente em oposição às ideias e práticas neoliberais.

Desenvolvimento Econômico Brasileiro[editar | editar código-fonte]

O conceito de desenvolvimento é estudado em diversos campos do conhecimento e têm diferentes interpretações. Para o economista e ganhador do prêmio Nobel Armatya Sen, “O desenvolvimento consiste na eliminação das privações de liberdade que limitam as escolhas e oportunidades das pessoas de exercer preponderantemente sua condição de cidadão” (SEN, Amartya, 1973). Nesse sentido, o desenvolvimento não deve ser interpretado apenas no viés econômico (como comumente ocorre), mas também político, social e jurídico.
Na história recente brasileira, observamos várias interpretações de [3]desenvolvimento e, juntamente com isso, interpretações de qual é o papel do Estado na economia. O sistema jurídico foi (e ainda é) usado como um instrumento do governo para ditar o ritmo da economia. OK
Segundo a análise de Paulo Mattos (2006), as diferentes “visões de Brasil” influenciaram politicamente a tomada de decisão e culminaram na formação do Estado regulador brasileiro (ou Estado Desenvolvimentista). É possível concluir de seu trabalho que, historicamente, o controle do Estado e da economia sempre teve como ponto focal o poder Executivo, sendo o poder Legislativo um fator secundário. Excetuando-se, os “anéis burocráticos” (autarquias burocráticas especializadas oriundas da criação dos órgãos de planejamento econômico), que participavam e influenciavam algumas decisões. Esse quadro fica claro quando observamos, nas últimas décadas brasileiras, a relação entre governo e desenvolvimento.
Durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso (FHC), nos anos 90, há o desmonte do Estado planejador desenvolvimentista e a substituição deste por um novo Estado regulador, com clara descentralização do poder presidencial, criação de agências reguladoras independentes e pelas terceirizações das empresas estatais. Para FHC, o desenvolvimento estaria atrelado à liberdade empresarial e abertura para investimentos estrangeiros, por isso houve muitas privatizações e redução de impostas para empresas. Essa é uma visão focada no crescimento econômico como sinônimo de desenvolvimento.
A partir dos anos 2000,  o presidente Lula passa a recentralizar o poder na figura do presidente, atacando as agências reguladoras independentes criadas por FHC, redução das privatizações e concessões e alto investimento em política públicas. A interpretação de desenvolvimento trazida pelo governo Lula envolvia a redução das desigualdades sociais, com uma maior intervenção do governo na economia.
  • Ativismo estatal no Brasil
No Brasil, a partir segunda metade do século XX, a comunicação entre o direito econômico e a economia política deu margem para três momentos ou períodos distintos: o desenvolvimentismo e o direito econômico interventor; o neoliberalismo moderado e regulacionismo econômico; e o novo ativismo Estatal e seu direito econômico. (COUTINHO, Diogo R.; SHAPIRO, Mario G., 2013)
De acordo com Diogo Coutinho e Mário Schapiro (2013), o desenvolvimentismo e o direito econômico interventor ocorreram no Brasil entre a primeira e a segunda metade do século XX. Nesse período, países como México, Coreia do Sul, Taiwan e Brasil, passaram a apostar nas políticas industriais. Para isso utilizaram-se de dispositivos jurídicos-institucionais para mudar o rumo de suas economias. No Brasil, esse processo iniciou-se ainda no governo Vargas com a criação de políticas que deram abertura para a criação de um aparato burocrático profissional, como a DASP. Além disso, foi também nesse período que foram criadas as empresas Petrobrás, Vale do Rio Doce, CSN, Volta Redonda e BNDE, necessárias e estratégicas para as políticas de desenvolvimento industrial.  Mais a frente, o Plano de Metas, durante o governo de Juscelino Kubitschek e o Plano Nacional de Desenvolvimento I e II durante o governo militar, completaram o processo de substituição de importações, equipando o país de um parque industrial completo e integrado.
“Pode-se dizer que este processo de desenvolvimento contou com um tipo de configuração de economia política, segundo a qual, sinteticamente, coube ao Estado a organização da transformação econômica” (COUTINHO, Diogo R.; SHAPIRO, Mario G., 2013)
A partir dos anos 1980, o modelo de desenvolvimentismo e o direito econômico interventor perde fôlego e passa a ser substituído gradualmente pelo neoliberalismo moderado e regulacionismo econômico.  Surgem trabalhos, como os de Anne Krueger, George Stigler e James Buchanan, que passam a apontar falhas do Estado na regulação dos mercados. Os novos interesses, a partir desse período, apontam para uma maior liberdade econômica e menor ação do Estado. A crise econômica pela qual passavam os países da América Latina naquele momento também contribuiu para promover os espaços de mercado. Muitas das funções que antes eram desempenhadas pelo Estado, passaram a ser desempenhadas pelos mercados. Essas mudanças levaram a abertura econômica e redução da proteção industrial, criação de uma política macroeconômica em conjunto com uma estabilização monetária, além de privatizações de empresas estatais. (COUTINHO, Diogo R.; SHAPIRO, Mario G., 2013).
Com o início dos anos 2000, uma nova configuração de economia política tem se afirmado.  De acordo com Diogo Coutinho e Mário Schapiro (2013), percebem-se nesse momento nos países da América Latina, novamente soluções estatais sendo tomadas. No Brasil, esse processo teve início nos anos 1990, mas é a partir de 2005 que ganha força.  A abertura econômica dos anos 1980 passou a encontrar resistências a partir do final do governo de Fernando Henrique Cardoso, e com as eleições de 2002 se aproximando, os interesses industriais se organizaram e passaram a apoiar um redirecionamento das políticas até então adotadas. Passaram a apoiar uma agenda com políticas industriais e estímulos governamentais. O Estado retomou as políticas nas áreas industrial, tecnológica, e comércio exterior; infraestrutura; e social.
A retomada do ativismo estatal nos anos 2000 possui semelhanças e diferenças em relação aos períodos anteriores. Em relação ao primeiro período (desenvolvimentismo), tem em comum o fato do Estado ser ativo na economia, não obstante, combina formas de atuação com o mercado. Em relação ao segundo período (neoliberalismo moderado), o ativismo estatal devolve ao Estado parte do poder de alocação econômica, no entanto, os arranjos institucionais construídos no período neoliberal, como as agências reguladoras e a autonomia dada ao Banco Central, continuam presente. Além disso, surgem algumas novidades durante a retomada do ativismo estatal, tal como as políticas sociais atreladas ao modelo de desenvolvimento, com a redução da desigualdade. Algumas dessas políticas são o aumento do salário mínimo, SUS, e Bolsa Família. (COUTINHO, Diogo R.; SHAPIRO, Mario G., 2013).
  • A política macroeconômica de FHC e Lula: continuação ou aprofundamento?
O modelo de política macroeconômica adotado pelo governo Lula, a partir de 2003, seguiu alguns traços de continuação e outros de aprofundamento do modelo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). A partir da publicação da Carta ao povo Brasileiro, apresentada em 22 de junho de 2002, Lula buscava tranquilizar os mercados, assumindo um compromisso com mudanças e melhorias ao mesmo tempo em que se comprometia cumprir os compromissos assumidos pelo governo anterior.
De acordo com José Marcos Nayme Novelli (2010), a política cambial do governo Lula, de apreciação do Real, e a política monetária, caracterizada por elevadas taxas reais de juros e com política fiscal, reproduzem a lógica do primeiro mandato de FHC. Para o autor, são inegáveis os traços da continuidade macroeconômica entre os governos, no entanto, Lula aprofunda o modelo herdado, superando a ortodoxia da política econômica de Fernando Henrique Cardoso.  Podemos notar esse aprofundamento, por exemplo, com o compromisso de Lula, assumido por conta própria, de um superávit primário de 4,25% do PIB. Além disso,
“o governo Lula escolheu o caminho do ajuste fiscal, das altas taxas de juros e optou por firmar, ele próprio, um acordo com o FMI em 2003, a fim de manter a conquista da “credibilidade” junto à comunidade financeira nacional e internacional”. (NOVELLI, 2010)
Outro traço comum à política macroeconômica entre os governos FHC e Lula é o mapeamento dos dirigentes estatais. Durante o governo Lula, os principais cargos do Ministério da Fazenda e do Banco Central do Brasil foram ocupados por economistas com formação ortodoxa, da PUC-Rio, ou por economistas provenientes de instituições financeiras nacionais e internacionais. Alguns desses dirigentes foram nomeados durante o governo Fernando Henrique e mantiveram-se durante o governo Lula, e outros que haviam saído durante o governo FHC, retornaram no Lula. Mesmo após a saída de Antônio Palocci do Ministério da Fazenda, envolvido em denúncias de corrupção, e com o Ministério da Fazenda passando a contar com economistas de formação não ortodoxa, os vínculos com o sistema nacional e internacional fortaleceram-se. (NOVELLI, 2010)
A institucionalização dos anos 90 e o papel do direito no projeto econômico internacional
Os ideais neoliberais são formalizados por meio do Consenso de Washington, em 1989 pelo então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan e pela líder do Reino Unido, Margareth Thatcher. Em suma, os procedimentos neoliberais transferiram responsabilidades do Estado para grandes empresas, dentre tais responsabilidades, a proteção social.
Vários compromissos foram firmados com as nações em desenvolvimento, que englobavam a desregulamentação da economia e inserção de capital estrangeiro. Tais iniciativas foram estabelecidas com o objetivo de assegurar o pleno emprego e o crescimento da economia. De fato, formalmente as nações em desenvolvimento estavam no escopo inicial do projeto neoliberal e esta é uma das bases para o conceito de globalização. Tendo o crescimento das ideias neoliberais em debate, se torna necessária uma análise dos anos 90 e a implementação deste projeto e, se ele de fato, significou um avanço para as nações mais pobres.
Como já visto, a manifestação de tal pensamento se deu por meio dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Neste momento, houve a implementação de privatizações e a criação de novas instituições reguladoras que tomaram o papel do Estado. O caso brasileiro, juntamente com a maioria dos países da América Latina, é utilizado de exemplo por Mario Gomes Schapiro (2011) para explicar como o desenvolvimento, a partir dos anos 90, está ligado com o papel das instituições.
Schapiro explica os efeitos da globalização nos países subdesenvolvidos pelo paradigma do “Rule of Law”. O paradigma consiste na transferência de “modelos de sucesso” de países desenvolvidos para subdesenvolvidos. As nações mais ricas têm seus projetos econômicos e sociais transferidos para as nações em desenvolvimento por meio das instituições. Neste processo, não são considerados fatores essenciais como a situação política, cultural e social dos países em que se implantam novas políticas. As instituições servem como ferramenta de transferência de projetos para os Estados subdesenvolvidos.
Neste contexto, o direito tem o papel de proteger as instituições. Por meio de normas, deixa de ter seu papel atrelado ao Estado e passa a ter seu papel focado no mercado. Por estas razões,  a ação do Estado deve ser realizada apenas em casos de falha de mercado. O Estado de direito é o Estado em que o direito significa a centralização da legitimidade destas instituições, o direito é o órgão que justifica a implementação do modelo neoliberal em nações mais pobres e, pode-se chegar à conclusão de que sem o direito, o projeto neoliberal não conseguiria se expandir da maneira que se expandiu nos anos 90.

Referências

  1.  «Economic Development vs Economic Growth - Difference and Comparison» (em inglês). Diffen2011. Consultado em 20 de junho de 2017Cópia arquivada em 9 de maio de 2014
  2.  Carlos Escóssia (25 de setembro de 2009). «O que é : crescimento e desenvolvimento econômico ?»Blog de Carlos Escóssia. Consultado em 20 de junho de 2017Cópia arquivada em 9 de maio de 2014
  3.  Gouvea, Áquila Lopes (2011-06). «Satisfação dos pacientes com a implantação do conceito dor o quinto sinal vital, no controle da dor pós-operatória»Revista Dor12 (2): 196–197. ISSN 2317-6393doi:10.1590/s1806-00132011000200019 Verifique data em: |data= (ajuda)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SEN, Amartya. Os fins e os meio do desenvolvimento. SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, p. 51-72, 1999.
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  • Novelli, José Marcos Nayme (2010). A questão da continuidade da política macroeconômica entre o governo Cardoso e Lula (1995-2006). Revista de Sociologia Política, v. 18, n. 36, p. 227-240.
  • Schapiro, Mario Gomes (2011). Repensando a Relação entre Estado, Direito e Desenvolvimento: os limites do paradigma Rule of Law e a Relevância das Alternativas Institucionais. Revista Direito GV, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 213- 252
  • Mattos, Paulo T. L. (2006). A formação do Estado regulador. Novos Estudos. CEBRAP, n. 76, p. 139-156
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  •   (em portuguêsSTIGLITZ, J.E. A Globalização e seus malefícios. A promessa não cumprida de benefícios globais. São Paulo, Editora Futura, 2002.
  • (em inglêsSTIGLITZ, Joseph E.Making Globalization Work. New York, London: W. W. Norton, 2006.
  • (em castelhano  VILLAROEL, Gilberto. La herencia de los "Chicago boys". Santiago do Chile: BBC Mundo.com.br - América Latina, 10/12/2006.

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