Primeira frase: "Foi chato". Segunda frase: "O crime faz parte do dia a dia". Foi assim, como quem comenta uma manhã de chuva, que Bruno de Carvalho falou ontem ao fim da noite sobre as agressões em Alcochete. Na mesma altura, dois acontecimentos
relatados ao minuto no liveblog do Observador ultrapassavam o presidente do Sporting:
- Em Alcochete, os jogadores e o treinador prestavam declarações à GNR — essa sim, lida com o crime no "dia a dia";
- Em Alvalade, um grupo de adeptos achou que os acontecimentos foram mais do que apenas "chatos" e manifestou-se contra a violência.
Há sete frases -chave a reter das declarações de Bruno de Carvalho, que vão da inconveniência à vitimização. A Mariana Fernandes explica-as ao detalhe
aqui.
Também à noite, o ex-ministro da Administração Interna Rui Pereira defendeu que os encapuzados de Alcochete podem ser acusados de terrorismo, segundo uma lei aprovada em 2003, depois dos atentados do 11 de Setembro.
Quando abandonaram Alcochete, os agressores deixaram atrás de si o caos. Este vídeo de dois minutos mostra o estado em que ficou o balneário do Sporting.
As longas 96 horas que envergonham o Sporting começaram à meia-noite de sábado, quando foi divulgada uma entrevista de Bruno de Carvalho a criticar acidamente Jorge Jesus. Seguiram-se a derrota na Madeira, os insultos aos jogadores, as tentativas de agressão no parque de estacionamento de Alvalade, a reunião de emergência convocada por Bruno de Carvalho e, por fim, Alcochete. O Tiago Palma
conta todos os detalhes do que aconteceu.
Hoje de manhã, o Observador já abriu um novo liveblog para seguir a crise no Sporting. Primeiras novidades:
- A PJ está a fazer buscas na SAD do Sporting, supostamente relacionadas com as suspeitas de compra de árbitros no andebol;
- A Juventude Leonina acaba de rejeitar qualquer responsabilidade nas cenas de violência;
- Os jogadores ponderam acusar Bruno de Carvalho de "autoria moral" dos ataques.
Os fogos ainda não chegaram e já estamos atolados em contradições: o Governo diz ter 25 helicópteros preparados para combater os incêndios, mas a Proteção Civil
assegura só ter 13. A notícia é do Pedro Rainho.
Mário Centeno voltou a reforçar as cativações, apesar dos protestos à esquerda. O aperto apareceu ontem no decreto-lei que determina as regras de execução do orçamento. Há mais duas medidas a ter em conta: foram
apertadas as regras nas contratações para empresas públicas; e a
ADSE vai passar a fazer um maior cruzamento de informações e a apertar o controlo às facturas apresentadas.
Almeida Rodrigues deixa o cargo de diretor nacional da PJ ao fim de 12 anos. Falava-se do nome de Carlos Alexandre, o juiz do caso Sócrates, como possível sucessor — mas
quem vai mandar na Judiciária é Luís Neves, que estava à frente da Unidade Nacional Contra Terrorismo.
Luís Neves fez carreira a combater os crimes mais violentos: o mistério do corpo sem cabeça, a ETA, Mário Machado, Rei Ghob, o gangue do multibanco. A Sónia Simões conta
os principais casos do novo diretor da PJ.
“É provável que Portugal importe sarampo no Verão”. O
alerta é da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
A Coreia do Norte cancelou as conversações diplomáticas e ameaça anular a cimeira entre Kim e Trump. Motivo próximo: a realização de exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul. Motivo de fundo: o país não aceita a exigência de desarmamento nuclear unilateral. Os Estados Unidos, escreve o
New York Times, estão na dúvida sobre se é apenas
bluff.
O primeiro-ministro israelita já reagiu às críticas sobre a forma como foram travados, com munição real, as dezenas de milhares de palestinianos que tentaram passar a cerca de segurança em Gaza. "Tentámos de todas as maneiras. Testámos todos os tipos de métodos.
Você tenta métodos não letais e não funcionam. Só nos restam estas más opções", disse Netanyahu.
Os nossos Especiais
Uma leitura de desporto que vale a pena: Éder, o herói do Euro 2016, dá uma entrevista ao Rui Miguel Tovar. Além de ensinar como se come sopa em Moscovo, comenta:
"O Sérgio Conceição diz-te tudo na cara".
A nossa OpiniãoMaria João Avillez escreve "Poder e manipulação":"O mais interessante é que não estou a brincar. Pelo contrário: tamanhas tentações de poder, controlo e manipulação preparam para a guerra. Preparam-nos".
Eu escrevo "Agora o futebol quer chamar a polícia?": "É o novo mantra da intelligentsia futebolística: 'À Justiça o que é da Justiça, ao desporto o que é do desporto'. É apenas mais uma forma de cobardia: ninguém tem coragem de enfrentar clubes e adeptos".
Luís Aguiar-Conraria escreve "Entre Mário Centeno e Pedro Nuno Santos": "Se há muitos no PS que andaram a assinar manifestos, também há quem não tenha empatado o prestígio nessas actividades. Qual dos lados vai ganhar o partido será decisivo para o voto de pessoas como eu".
Maria João Marques escreve "Jorge Sampaio também está envergonhado?": "Sampaio tornou-se tão criador do socratismo como o próprio José Sócrates. E vai ser lembrado como o produtor da frase mais traiçoeira, ignorante, irresponsável e populista proferida por um Presidente".
Notícias surpreendentesMartín Berasategui, o chef espanhol com mais estrelas Michelin, está quase a abrir o seu novo projecto lisboeta. A partir de Outubro, o Fifty Seconds Martín Berasategui vai estar no topo da antiga Torre Vasco da Gama, atual hotel Myriad. O Diogo Lopes
apresenta a equipa portuguesa que lá vai trabalhar.
Depois de o pai de Meghan Markle ter anunciado que vai faltar ao casamento real, ficou a dúvida: quem leva a noiva ao altar? A mãe? O príncipe Carlos? Um amigo de infância?
A família de Meghan que não foi convidada para o casamento não se deixou abater e seguiu na mesma para Londres. A cunhada prepara-se para comentar a cerimónia num canal de televisão.
O casamento é já no sábado, por isso convém começar a olhar para a História. Hoje, mostramos-lhe
as tiaras de rainhas e princesas da família real britânica.
Morreu ontem o jornalista e escritor Tom Wolfe. Foi um dos criadores do "New Journalism" e
atingiu a popularidade com o romance "A Fogueira das Vaidades", que seria adaptado ao cinema. O
New York Times chama-lhe "romancista e escritor de não ficção pirotécnico". Está bem visto.
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