A todos os Bancários e a
todos os funcionários dos SAMS-Serviços de Assistência Médico-Social
- seja do Porto, de Coimbra ou de Lisboa
Meus Amigos:
Conforme o prometido e, enquanto os responsáveis sindicais do SBN-Porto, SBCI-Lisboa e SBC-Coimbra, não se manifestarem (o que tenho quase a certeza não acontecerá, nos próximos tempos...) e enquanto FOR VIVO e me for possível, virei falar sobre a Fundação dos SAMS - Serviços de Assistência Médico-Social, sempre que ocorrerem passagens sobre datas significativas.
Hoje é uma delas (e talvez a mais importante), tanto no que se refere à data Nacional que ocorre (e que já referi anteriormente - sobre o golpe militar -) e, também, pelo facto de em 24 (noite) e 25 de Novembro de 1975 (durante o dia) se ter realizado no Porto, no 6º andar do Edifício Capitólio, na Praça Humberto Delgado, a penúltima reunião dos representantes das 3 Direcções sindicais (Norte, Centro e Sul e Ilhas) dos Bancários, coadjuvadas pelos seus Juristas e técnicos e, ainda pelos seus Chefes de Serviços Médicos (efectivos ou interinos - que era o meu caso), para se ultimarem e aperfeiçoarem os trâmites necessários para que os SAMS se iniciassem em Janeiro de 1976.
Foi uma reunião bastante produtiva na qual ficaram estabelecidas várias metas que seriam finalmente explanadas devidamente na última reunião que se ia realizar em Dezembro, em Lisboa.
Sucedeu que, enquanto se ouviam as notícias provenientes de Lisboa, sobre o golpe militar que estava a decorrer, com a instauração de estado de sítio na cidade; com o Aeroporto, porto de Lisboa; entradas e saídas da cidade rodeados por forças militares, chamei a atenção dos colegas de Lisboa - e em ar de brincadeira - (principalmente para o Dr. Barros - chefe de serviços do SBSI) para o facto de possivelmente não poderem regressar a casa nessa noite, por causa do estado de sítio.
Porém, de facto, acabaram por tomarem o avião à noite e chegaram sãos e salvos a suas casas, porque no meio da confusão instalada no aeroporto, encontraram amigos que os puseram a salvo, e tudo acabou por correr bem, para eles.
Sucedeu também que (e, por causa dos SAMS) e já a nível interno do SBN, na própria noite de 25 houve uma reunião geral (de todo o pessoal do Sindicato e dos Serviços Médicos (funcionários, enfermeiros e alguns médicos), com o Chefe de Serviços do Sindicato (Júlio Pereira) e comigo como Chefe dos Serviços Médicos (interino), para solicitar à Direcção do SBN a indispensável autorização para proceder rapidamente à admissão de uma telefonista, de uma empregada de limpeza e de um funcionário/a para uma das secções dos Serviços Médicos, além de Médicos, de várias especialidades, para poder dar a assistência necessária aos utentes a partir de Janeiro de 1976.
Foi uma reunião com discussão bastante acesa, principalmente entre mim (representante dos Serviços Médicos, interinamente e o referido Chefe de Serviços do Sindicato...) porque enquanto eu defendia ser absolutamente necessário que fossem efectuadas - pelo menos - as 3 admissões que propunha, o J. Pereira achava que não era necessário nenhuma ( a não ser a de Médicos ).
Acabou por ser feita uma votação que maioritariamemente - apenas com seu voto contra - entendeu que deveriam ser efectuadas tais admissões, com urgência e até ao fim do ano. O "engraçado" disto tudo é que as admissões que eu solicitava acabaram por se fazer, mas foram acrescidas de mais duas ou três para o Sector Sindical, que o Chefe dos Serviços patrocinou junto da Direcção (o que aliás, a mim, pouco me preocupou, pois não era assunto meu).
E pronto. Hoje 25 de Novembro, completam-se 43 anos sobre a penúltima reunião para que os SAMS iniciassem a sua actividade ao serviço da Classe bancária em todo o País, a partir de Janeiro de 1976. Entra-se no 44º ano e os responsáveis que têm dirigido os SAMS ao longo dos anos, fazem de conta que não sucedeu nada.
Por quanto tempo irá este silêncio continuar?
Evidentemente que a minha teimosia não resolve nada, mas prometo que se Deus quiser, em 13 de Dezembro próximo, voltarei a falar no assunto.
Os meus melhores cumprimentos
ANTÓNIO FONSECA
N O T A S
Trabalhador do Sindicato dos Bancários do Norte, desde 4 de Março de 1962 até 4 de Março de 2002.
Em 13 de Setembro de 1975 deu início aos trabalhos para a fundação dos SAMS, que após reuniões dos 3 Sindicatos (Norte, Sul e Centro) efectuadas em Outubro, Novembro e Dezembro (nas 3 cidades - Coimbra, Porto e Lisboa) entrou a funcionar em Janeiro de 1976 no Porto e em Fevereiro em Coimbra e em Lisboa).
Entretanto deu o nome de SAMS-SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-SOCIAL na reunião de 13 de Dezembro.
Dirigiu INTERINAMENTE os SAMS-NORTE até Maio de 1976 por ausência por motivo de doença do Chefe de Serviços Manuel Ricardo.
Até 1987 foi Chefe de Secretaria dos SAMS e substituiu em todas as ausências os Chefes de Serviços Clínicos e Administrativos MANUEL RICARDO e ANTÓNIO MOURA DE OLIVEIRA.
Em 1987 foi transferido a seu pedido para o SBN exercendo as funções de Chefe da Secretaria de Apoio à Direcção.
Porta, 25 de Novembro de 2019