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domingo, 1 de março de 2020

ALVARO RIBEIRO - FILÓSOFO - NASCEU EM 1905 - 1 DE MARÇO DE 2020

Álvaro Ribeiro (filósofo)

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Álvaro Ribeiro
Nascimento1 de março de 1905
Porto
Morte9 de outubro de 1981 (76 anos)
Lisboa
NacionalidadePortugal Português
OcupaçãoEscritor, filósofo e tradutor
Magnum opusO Problema da Filosofia Portuguesa, 1943.
Álvaro Ribeiro (Porto, 1905 - Lisboa, 1981) foi um filósofoescritor e crítico português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Álvaro de Carvalho de Sousa Ribeiro, filho único de José de Sousa Oliveira Guimarães Daun e Lorena Ribeiro e de Angélica Cândida de Carvalho de Sousa Ribeiro, nasceu em Miragaia, no Porto no dia 1 de Março de 1905 e morreu em Lisboa no dia 9 de Outubro de 1981.
Entre 1917 e 1919, foi aluno interno num colégio dominicano em Paris, só mais tarde ingressou no Curso Geral dos Liceus no Liceu Rodrigues de Freitas. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi discípulo de Leonardo Coimbra e condiscípulo de Adolfo Casais Monteiro e de Delfim Santos.
Fundou em Lisboa o movimento da Filosofia Portuguesa com a publicação, em 1943, do manifesto O Problema da Filosofia Portuguesa, grupo a que logo se juntou o seu amigo José Marinho e também Santana Dionísio, António Alvim, Miguel Summavielle, Eudoro de Sousa, entre outros. Aquele manifesto foi editado por Eduardo Salgueiro, que fora seu colega anos antes no movimento da Renovação Democrática[1].
Em Lisboa manteve animada tertúlia em torno do seu magistério durante décadas[2], renovando o seu movimento ao longo de sucessivas gerações, vindo a incluir Afonso BotelhoAntónio Braz TeixeiraAntónio Quadros, António Telmo, Pinharanda Gomes, Orlando Vitorino, Cunha Leão (filho), Francisco Moraes Sarmento, entre outros pensadores. Dirigiu a revista Princípio [3] (1930) e colaborou no Diário Popular, Acção Republicana, Atlântico, Democracia, jornal 57 [4] (1957-1962), Escola Formal e Ensaio, folha de cultura e opinião. Foi um dos sócios fundadores da Sociedade de Língua Portuguesa.
Um dos seus discípulos mais fieis, António Quadros, escreveria mais tarde: “Marinho era o contemplador do número, do espírito recôndito, na experiência anagógica da visão unívoca. Mas Álvaro Ribeiro era o operário de Deus, o trabalhador que, dobrado sobre a grande máquina do mundo e sobre o formigueiro dos homens, tentava fazê-los mover, arrolando cada um de nós para uma função própria e levando-nos as instruções deixadas pelo fabricante de origem. A cada pensador português, o seu poeta. Se Junqueiro para Bruno, Antero para Sérgio, Pascoaes para Leonardo e Marinho, Pessoa para Agostinho, o poeta de Álvaro Ribeiro era José Régio…” (Memórias das Origens Saudades do Futuro).

Obras[editar | editar código-fonte]

  • O problema da filosofia portuguesa (Lisboa, 1943)
  • Leonardo Coimbra: apontamentos de biografia e de bibliografia (Lisboa, 1945)
  • Sampaio Bruno (Lisboa, 1947)
  • Os Positivistas: subsídios para a história da filosofia em Portugal (Lisboa, 1951)
  • Apologia e Filosofia (Lisboa, 1953)
  • A Arte de Filosofar (Lisboa, 1955)
  • A Razão Animada: sumário de Antropologia (Lisboa, 1957)
  • Escola Formal (Lisboa, 1958)
  • Estudos Gerais (Lisboa, 1961)
  • Liceu Aristotélico (Lisboa, 1962)
  • Escritores Doutrinados (Lisboa, 1965)
  • A Literatura de José Régio (Lisboa, 1969)
  • Filosofia e Filologia (Braga, 1972)
  • Uma coisa que pensa: ensaios (Braga, 1975)
  • Memórias de um Letrado (três volumes - Lisboa, 1977)
  • Cartas para Delfim Santos 1931 - 1956 (Lisboa, 2001)
  • Correspondência com José Régio (Lisboa, 2008)

Traduções[editar | editar código-fonte]

  • Kant, de Émile Boutroux (Lisboa, 1943)
  • Do Hábito, de Félix Ravaisson (Lisboa, 1945)
  • Elogio da Loucura, de Erasmo (Lisboa, 1951)
  • Ensaios, de Francisco Bacon (Lisboa, 1952)
  • A Cidade do Sol, de Campanella (Lisboa, 1953)
  • O Banquete, de Kierkegaard (Lisboa, 1953)
  • A Origem da Tragédia, de Nietzsche (Lisboa, 1954)
  • A Verdade do Amor, de Vladimir Soloviev (Lisboa, 1958)
  • Os Heróis, de Tomás Carlyle (Lisboa, 1956)
  • Estética, Arquitectura e Escultura, de Hegel (Lisboa, 1962)
  • Estética, Pintura e Música, de Hegel (Lisboa, 1974)
  • Reorganizar a sociedade, de Augusto Comte (Lisboa, 1977)
  • Lucinda, de Schlegel (1979).

Bibliografia passiva[editar | editar código-fonte]

  • AAVV. O Pensamento e a Obra de José Marinho e de Álvaro Ribeiro. Lisboa: INCM, 2005.
  • RÉGIO, José. Correspondência com Álvaro Ribeiro. Lisboa: INCM, 2008.
  • TEIXEIRA, António Braz. "Ribeiro (Álvaro Carvalho de Souza)", Logos - enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Lisboa / São Paulo: Editorial Verbo, 1992, vol. IV, pg. 758-768.
  • TEIXEIRA, António Braz. "Álvaro Ribeiro", in: Pedro Calafate (organizador), História do pensamento filosófico português, Vol. V, tomo 1 - O século XX. Lisboa: Editorial Caminho, 2000, pg. 179-209.

Referências

  1.  Res publica, José Adelino Maltez, Tópicos Político-Jurídicos, 12-04-2009
  2.  Filipe Delfim SANTOS, org. (2012) Jorge de Sena e Delfim Santos, correspondência 1943-1959, Lisboa: Guerra & Paz, 108 e n. 56.
  3.  Rita Correia (11 de dezembro de 2008). «Ficha histórica: Princípio : publicação de cultura e política (1930)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de março de 2015
  4.  Álvaro de Matos (24 de Junho de 2008). «Ficha histórica: 57 : folha independente de cultura» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 30 de Janeiro de 2015

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