Penafiel
Nota: Para outros significados, veja Penafiel (desambiguação).
Vista panorâmica de Penafiel. Anos 1930 | |
Gentílico | Penafidelense; Penafielense (raro); Albardeiro (raro) |
Área | 212,24 km² |
População | 72 265 hab. (2011) |
Densidade populacional | 340,5 hab./km² |
N.º de freguesias | 28 |
Presidente da câmara municipal | Antonino Sousa (PSD/CDS) |
Fundação do município (ou foral) | 1519 |
Região (NUTS II) | Norte |
Sub-região (NUTS III) | Tâmega |
Distrito | Porto |
Província | Douro Litoral |
Orago | São Martinho |
Feriado municipal | 11 de Novembro |
Código postal | 4560 Penafiel |
Sítio oficial | http://www.cm-penafiel.pt/ |
Municípios de Portugal |
Penafiel é uma cidade portuguesa no distrito do Porto, região do Norte e sub-região do Tâmega e Sousa, com cerca de 18 950 habitantes.[1]
É sede de um município com 212,24 km² de área[2] e 72 265 habitantes (2011[3]), subdividido em 28 freguesias.[4] O município é limitado a norte pelo município de Lousada, a nordeste por Amarante, a leste por Marco de Canaveses, a sul por Castelo de Paiva e a oeste por Gondomar e Paredes.
Penafiel está situada no topo e encostas de uma pequena colina, conhecida como Arrifana, entre o rio Sousa e o rio Cavalum afluentes do lado direito do rio Douro. Penafiel foi em tempos diocese, e actualmente permanece como um dos principais eixos urbanos da região de Vale do Sousa e Tâmega. Esta cidade fica situada a 30 quilómetros a leste da cidade do Porto. É uma cidade muito antiga, dado que é a segunda cidade mais antiga do norte do país.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
Até ao reinado de D. José I, era conhecida como Arrifana de Sousa; por carta régia de 3 de Março de 1770, viu a sua designação alterada para Penafiel, e ser elevada à categoria de cidade. Também nesse ano foi, por bula do Papa Clemente XIV, erecta em sede da diocese do mesmo nome, ao mesmo tempo que a diocese de Pinhel; porém, teve curta duração, e apenas se conta um bispo na sua breve existência.
As 28 freguesias do concelho são na sua grande maioria bastante industrializadas, embora outras apresentem ainda um cunho bastante rural, tem também aldeias rurais preservadas. Aldeias que se apresentam com casas feitas com pedras de pequena dimensão, lascas de granito, material muito abundante na localidade até porque Penafiel é uma zona de extracção de granito e com os beirais dos telhados em xisto. Há cerca de 100 anos a grande maioria das casas tinham tectos exclusivamente feitos de xisto, no entanto e com o surgir de novos materiais e com a progressiva modernização esta tradição foi sendo abandonada em detrimento telha comum, sendo que actualmente o xisto só aparece nos beirais.
A origem do nome Penafiel é diferente em diversas lendas, sendo no entanto a mais comum a que afirma que a origem do nome surgiu de fortificações existentes na localidade.
Quando se deu a fundação da cidade, erguiam-se aqui dois castelos: um deles situava-se junto ao rio Sousa, a norte do seu leito, e chamava-se Castelo de Aguiar de Sousa; O segundo na margem sul denominava-se castelo da Pena (Pennafidelis). Atacado diversas vezes pelos mouros, esta última fortificação nunca se rendeu, o que lhe valeu o epítecto de "fiel" passando assim a ser conhecida por Castelo de Penafiel.
Apesar deste episódio, a povoação manteve durante séculos a sua antiga designação Arrifana de Sousa. Quanto à proveniência do nome Arrifana persistem dúvidas sobre se terá origem árabe ou se estará ligado ao nome de Arriana, filha do Hermenegildo Gonçalves e de D. Mumadona Dias. Após a morte do pai, Arriana herdou esta terra de que foi senhora no século X.
Diversos terrenos da região foram também propriedade de D. Mafalda na primeira metade do século XIII.
O início da paróquia de Arrifana de Sousa data do século XVI. No mesmo século, em 1519, o rei Manuel I de Portugal concede-lhe carta de foral, sem, contudo, a elevar a Vila. No ano de 1723 a população pede ao monarca que o lugar fosse elevado a vila, com Juiz e Câmara próprios. O Porto, sentindo-se prejudicado, não gostou da ideia e pressionou para que que houvesse decisão negativa a este processo, só conseguindo adiar esta situação até 1741. É nesse ano, durante o reinado de João V de Portugal, que a paróquia é elevada a vila, por decreto de 7 de Outubro de 1741, tendo Câmara e Juiz de Fora e dos Órfãos.
Uma lei do rei José I de Portugal datada de 3 de Março de 1770, altera finalmente o topónimo da localidade para Penafiel e confere-lhe a categoria de cidade.
Ainda em 1770, é criada uma bula do Papa Clemente XIV, que criou a diocese de Penafiel, que foi assim separada eclesiasticamente da diocese do Porto. Foi nomeado bispo o carmelita Dom Frei Inácio de São Caetano, confessor de Maria I de Portugal, que na altura era ainda princesa do Brasil. Por se encontrar junto da futura rainha o bispo nunca chegou a administrar a diocese. D. Maria I quando foi eleita rainha convenceu o Frei a renunciar ao bispado e em 1778 o Papa Pio VI extingue a diocese, incorporando-a de novo na do Porto.
Este município integra a Rota do Românico do Vale do Sousa. A AGRIVAL, maior feira agrícola do Norte, realiza-se nesta cidade.
Durante o ano a Cidade de Penafiel é palco de várias festas, feiras e romarias. São destaque as celebrações da Semana Santa, o Corpo de Deus-Festas da Cidade e do Concelho com tradições únicas no país, a Noite Branca, Noite Vermelha, Penafiel Racing Fest, São Martinho de 10 a 20 de Novembro, a escritaria e a Penafiel Cidade Natal
Achados Pré-Históricos[editar | editar código-fonte]
Da cultura megalítica, resta, na freguesia de Santa Marta, o Dólmen da Portela também conhecido por "Forno dos Mouros". Monumento do mesmo período é o Menir de Luzim, marco sepulcral com dois metros e meio de altura que tem três mil a quatro mil anos. Ainda na freguesia de Luzim, encontram-se as Gravuras rupestres de Lomar, que perduram desde há três mil anos.
Abundam também vários castros, mas ainda sem nenhum estudo arqueológico efectuado. O único onde tem vindo a ser efectuadas escavações arqueológicas e que é o maior de todos, é a Citânia do Monte Mozinho, conhecida por "cidade morta". Este castro, um dos mais extensos da Península Ibérica, terá sido de acordo com alguns historiadores, a "Cividade Gallaeci", capital dos galegos. A citânia conserva vestígios de várias culturas: galaico-lusitana, romana, visigótica e árabe. Nela foi ainda encontrada uma estátua de guerreiro, característica da influência céltica.
Ainda há alguns anos quando se lavravam os campos, apareciam objectos da antiga cidade. Já se encontraram nos campos de lavoura, moedas cunhadas com a efígie do rei Constantino. Os objectos encontrados, encontram-se expostos no Museu de Penafiel. Mas antes de começarem a ser feitas as escavações arqueológicas, que só começaram há cerca 20 anos, a antiga cidade foi muito saqueada, havendo na maioria das casas existentes nas redondezas pias trabalhadas trazidas da cidade morta que utilizam para os animais beberem, é frequente ver-se também em muros pedras trabalhadas que também foram de lá trazidas.
Dos monumentos da cidade de Penafiel destacam-se Igreja Matriz de Penafiel (classificada como monumento nacional), em que sobressai a capela-mor gótica da primitiva igreja do Espírito Santo. Na igreja do Espírito Santo foi estabelecida, em 1540 a confraria do Santíssimo Sacramento, sendo a então Arrifana a primeira localidade, depois de Roma, a ter uma confraria desta invocação.
A igreja, edificada em granito, foi reconstruída no século XVI, devendo a estas obras a sua traça em estilo Renascentista.