Boa tarde.
Uma entrevista ao bastonário da Ordem dos Médicos faz o tema de abertura do Expresso Diário desta terça-feira. Nas respostas às questões colocadas pela jornalista Vera Lúcia Arreigoso, Miguel Guimarães avisa que não é possível dar mais cuidados assistenciais à população sem reforçar o capital humano. O bastonário esteve esta terça-feira no Hospital Amadora-Sintra e confirma a “crise completa” na Urgência de ginecologia e obstetrícia – que na semana passada levou os chefes de equipa a ameaçarem com a demissão coletiva. E insiste que os problemas são transversais a todo o Serviço Nacional de Saúde: “Todos os anos o que é negociado são mais primeiras consultas, mais cirurgias, mais procedimentos e ainda não perceberam que não é possível produzir mais sem aumentar a capacidade. (...) O limite de acesso ao SNS, sem reforçar a capacidade de resposta, já foi atingido.”
Eryk Kugy. Quem? Bruno de Carvalho. Ah… O dia era de alguma expectativa no Sporting, por não ser totalmente claro quem seria o cabeça de lista do ex-presidente leonino: se o próprio ou Erik Kugy, apresentado na véspera como um seu testa de ferro. Esta manhã, a candidatura “Leais pelo Sporting” foi entregue à Mesa da Assembleia Geral do clube. Dúvidas desfeitas: Bruno de Carvalho é mesmo quem encabeça a lista. Ouvido pela jornalista Marta Gonçalves, Jaime Marta Soares explica que dispõe agora 48 horas para analisar a legalidade dos nomes apresentados: “Se o parecer for favorável, ótimo. Se o parecer não for favorável, ótimo na mesma”. Mas não é difícil antecipar qual será a sua decisão…
Na Argentina, no tempo da junta militar presidida por Jorge Rafael Videla, entre os anos 1976 e 1983 ver um Ford Falcon verde-escuro na rua era sinónimo de terror. Durante esse período, era naqueles modelos que os militares se deslocavam e efetuavam os sequestros, que na sua maioria culminaram em mortes e em pelo menos 30 mil desaparecimentos forçados. As ligações da marca americana ao regime de então estão neste momento a ser dissecadas na Justiça argentina. E o que torna este processo histórico é a possibilidade de finalmente se poder provar a participação de civis nos delitos cometidos durante a ditadura, como escreve a jornalista Luciana Leiderfab.
Voltamos hoje a abordar a tragédia que atinge os refugiados rohingya. Depois de no Expresso Diário de ontem termos falado das agressões sexuais contra milhares de mulheres e dos campos de refugiados no Bangladesh agora cheios de bebés que ninguém “quer ver”, esta terça-feira a jornalista Margarida Mota dá conta de como toda esses milhares de homens, mulheres e crianças obrigados a fugir de Myanmar (antiga Birmânia) enfrentam agora a época das monções. Recolhidos em “casas” feitas de plástico e bambu, (sobre)vivem vulneráveis a deslizamentos de terras e inundações. E também à visita, inesperada e por vezes mortífera, de elefantes que ali viviam em áreas onde outrora se erguiam densas florestas.
Outras temas que pode ler esta terça-feira:
Portugal a caminho do pleno emprego mas precariedade não diminuiu
O Instituto Nacional de Estatística divulga esta quarta-feira os dados sobre o mercado de trabalho. A expectativa unânime é de que o número de desempregados continue a cair e o país possa já estar abaixo da taxa natural de desemprego. Mas a precariedade laboral ainda está acima do início de 2015, quando o Governo PSD/CDS estava no poder, como analisa a jornalista Sónia Lourenço.
Ministério Público e PJ investigam fogo de Monchique, operação no terreno mantém-se “complexa”
“O Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Faro vai investigar os incêndios de Monchique, para determinar as suas causas e o seu eventual enquadramento legal”, refere uma nota da Procuradoria-Geral da República, e fonte oficial da Judiciária confirmou também que a polícia “está a investigar" o incêndio, no âmbito da investigação titulada pelo DIAP de Faro. A consumir mato e habitações há cinco dias, os pontos críticos do incêndio, na manhã desta terça-feira, estiveram localizados nas zonas de Casais e da barragem de Odelouca. O comandante operacional distrital, Vítor Vaz Pinto, refere que "a previsão meteorológica vai continuar desfavorável", com vento intenso a dificultar a atuação dos meios aéreos, e temperaturas a rondar os 35 graus durante o dia.
EUA-Irão: “Se apunhalas alguém com uma faca e depois dizes que queres falar, a primeira coisa a fazer é retirar a faca”
Com a reintrodução, esta terça-feira, das sanções económicas ao Irão, Donald Trump cumpriu o que tinha prometido, a Europa fez promessas que pode não conseguir cumprir e Teerão voltou-se para a China e Rússia. Estará Washington a ensaiar uma mudança de regime? “É improvável.” E o modelo de aproximação à Coreia do Norte pode ser replicado no Irão? Talvez, ainda que os EUA continuem a ser “o grande Satã” para Teerão, defende um investigador contactado pelo jornalista Hélder Gomes.
“Inconsequentes.” “Precipitados.” “Irresponsáveis.” Núcleo de Rio desvaloriza avanços de Santana e de Pedro Duarte
A saída de Pedro Santana Lopes do PSD e o desafio de Pedro Duarte a Rui Rio são vistos como fenómenos irrelevantes e inconsequentes pelo ciclo mais próximo do líder dos sociais-democratas. Dissidências são disparates de verão, disseram ao jornalista Miguel Santos Carrapatoso.
A intenção de Santana Lopes criar um novo partido é também abordada por Francisco Louçã na sua habitual coluna de Opinião às terças-feiras. Deixo-lhe este destaque: “Imitar Salvini e Trump pode parecer apetecível, mas duvido que seja eficaz para um novo partido. Um novo partido só para dizer o que o CDS pensa mas de que tem vergonha e para arrastar o PSD mais para a direita é um projeto sem chama. E, se o partido era para ser liberal, sair assim uma coisa penumbrenta e reacionária não lembra a ninguém. Nessa direita da direita não mora ninguém.”
Boas leituras.