Barrancos
Nota: Para outros significados, veja Barrancos (desambiguação).
Brasão | Bandeira |
280px Vista panorâmica de Barrancos | |
Gentílico | Barranquense, Barranquenho/a (popular) |
Área | 168,42 km2 |
População | 1 792 hab. (2016) |
Densidade populacional | 10,64 hab./km2 |
N.º de freguesias | 1 |
Presidente da Câmara Municipal | João António Serranito Nunes (PS) |
Fundação do município | 1295 |
Região (NUTS II) | Alentejo |
Sub-região (NUTS III) | Baixo Alentejo |
Distrito | Beja |
Antiga província | Baixo Alentejo |
Orago | Nossa Senhora da Conceição |
Feriado municipal | 28 de Agosto (Festa da Nª Sra da Conceição) |
Código postal | 7230 |
Site oficial | cm-barrancos.pt |
Municípios de Portugal | |
— Freguesia — | |
Brasão | Bandeira |
Freguesias de Portugal |
Barrancos é uma vila portuguesa raiana no distrito de Beja, região Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, com cerca de 1 800 habitantes (2016).
Com 1 792 habitantes (2016),[1][2] o município de que é sede é o de menor população do Continente e o terceiro menos povoado de Portugal,[3][4]tendo uma área de 168,42 km².[5] O município é limitado a norte e a leste pelos municípios espanhóis de Oliva de la Frontera e Valencia del Mombuey (província de Badajoz) e de Encinasola (província de Huelva), a sul e oeste pelo município de Moura e a noroeste pelo município de Mourão.
Barrancos é um dos seis municípios de Portugal constituídos por uma única freguesia. Dista 110 km da capital do distrito de Beja e o mesmo da cidade de Évora.
Índice
População[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes [6] | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2016 |
1 994 | 2 372 | 2 581 | 2 659 | 2 753 | 2 999 | 3 210 | 3 489 | 3 624 | 3 429 | 2 695 | 2 157 | 2 052 | 1 924 | 1 834 | 1 792 |
(Obs.: Número de habitantes que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [7] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 942 | 885 | 931 | 896 | 965 | 893 | 773 | 530 | 466 | 323 | 255 | 246 |
15-24 Anos | 425 | 526 | 550 | 579 | 583 | 626 | 531 | 330 | 268 | 324 | 228 | 164 |
25-64 Anos | 1 162 | 1 227 | 1 333 | 1 481 | 1 644 | 1 739 | 1 791 | 1 345 | 1 017 | 993 | 951 | 968 |
= ou > 65 Anos | 108 | 129 | 186 | 214 | 264 | 270 | 334 | 405 | 406 | 412 | 490 | 456 |
> Id. desconh | 2 | 2 | 0 | 6 | 11 |
(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no concelho à data em que eles se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)
História[editar | editar código-fonte]
O território que hoje pertence ao concelho de Barrancos foi ocupado por diferentes civilizações desde o período Calcolítico, sendo ocupado, depois, pelos romanos, visigodos e, posteriormente, conquistado aos mouros em 1167 por Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador.
Após o processo de conquista, D. Sancho I ordenou o repovoamento de Barrancos em 1200. Por essa época, a sede de concelho situava-se na vila de Noudar (dentro da fortaleza do castelo homónimo).
Em 1295, é concedida carta de foral por D. Dinis à vila de Noudar, altura em que seria definitivamente incorporada no Reino de Portugal. A vila de Noudar permaneceu estável durante cerca de 500 anos após a concessão do foral, no entanto, em 1825, iniciou-se um lento processo de despovoamento devido à perda da sua importância estratégica e militar, o que permitiria a transição da sede de município para a atual vila de Barrancos, assistindo-se ao desaparecimento gradual da sua população.
Barrancos resulta, então, de uma transferência de população e poder municipal da antiga vila de Noudar, tendo cumprido recentemente um século de restauração do município de Barrancos em 1998, fruto de uma reforma administrativa onde foi incorporado no concelho de Moura, de 1896 a 1898.[8]
Clima[editar | editar código-fonte]
O concelho possui um tipo de clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o verão, em que a temperatura média varia entre os 29 °C e os 31 °C. No inverno, as temperaturas são baixas (2 °C em média).
Barrancos tem uma temperatura média de 16.2 °C. A pluviosidade média anual é de 563 mm.[9]
Cultura[editar | editar código-fonte]
Barrancos possui grandes ligações culturais com Espanha, uma vez que a povoação de Encinasola dista de Barrancos apenas 9 km, ao passo que a localidade portuguesa mais próxima (Santo Aleixo da Restauração), se situa a 21 km. As manifestações mais visíveis deste parentesco cultural são o dialeto aí falado (e atualmente lecionado na escola local), o barranquenho, e na sobrevivência da tourada com os touros de morte até aos nossos dias, cuja exceção foi consagrada em 2002.
O facto de confinar com a fronteira espanhola levou ainda ao desenvolvimento, até finais da década de 1970, de uma intensa atividade de contrabando na vila.[10]
Mantêm-se ainda curiosas tradições de raiz comunitária, tais como:
- o baile da Pinha, realizado no sábado seguinte ao Carnaval
- a romaria do Dia das Flores, na segunda segunda-feira após o domingo de Páscoa
- a Expo-Barrancos
- a tradicional festa do Presunto e dos Enchidos que varia de ano para ano (em 2015 de 24 a 26 de Abril) e que se realiza no Parque de Feiras e Exposições de Barrancos
- as festas em honra de Nossa Senhora da Conceição, nos dias 28 a 31 de Agosto
- o dia de Nossa Senhora da Conceição, a 8 de Dezembro
- a fogueira de Natal comunitária, no largo principal da vila, na noite de 24 de Dezembro
Touros de morte[editar | editar código-fonte]
A vila de Barrancos é, a par de Reguengos de Monsaraz, um dos dois únicos locais de Portugal em que é legal matar o tourona arena aquando das corridas de touros, pois o parlamento português aprovou, em 2002, um regime de exceção para Barrancos que legalizou esta tradição.
Este evento vem desde os primeiros tempos da vila, constando ser as Festas de Agosto de Barrancos como uma das principais do Baixo Alentejo. Por isso, em meados do mês de Agosto, visitam a vila milhares de turistas, nomeadamente portugueses e espanhóis, curiosos ou amantes das tradições festivas de Barrancos, incluindo-se a lide a pé e a execução da sorte final da estocada do touro na arena.[11]
Gastronomia[editar | editar código-fonte]
Na gastronomia local, destaca-se o presunto de Barrancos, que constitui uma denominação de origem protegida (DOP), de acordo com as normas da União Europeia.[12][13] Também se pode destacar a açorda à moda de Barrancos. Apenas nesta vila são feitas as migas de uma forma tão típica.
Património[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Barrancos
Relativamente ao património edificado, destacam-se as ruínas do Castelo de Noudar e dos edifícios da antiga vila homónima.
O Dialeto Barranquenho também faz parte do património do município. Este dialeto é falado por todos os habitantes, nunca sendo esquecido.
Espaços públicos e museus[editar | editar código-fonte]
- Museu municipal
- Museu arqueológico e etnográfico de Barrancos
- Biblioteca Pública de Barrancos
- Cineteatro de Barrancos
Geminações[editar | editar código-fonte]
Heráldica[editar | editar código-fonte]
Armas: Escudo de prata com um sobreiro a verde com tronco negro e frutado de ouro sobre um terrado de sua cor, cortado por três faixas ondadas, duas de prata e uma de azul. No terrado, um javali passante de ouro realçado a negro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda a negro: "VILA DE BARRANCOS".[15] | |
Bandeira: Esquartelada de amarelo e azul, cordões e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.[15] |
Política[editar | editar código-fonte]
Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]
Data | % | V | % | V |
---|---|---|---|---|
APU/CDU | PS | |||
1976 | 49,95 | 3 | 37,70 | 2 |
1979 | 62,18 | 3 | 33,08 | 2 |
1982 | 63,08 | 3 | 32,98 | 2 |
1985 | 71,88 | 4 | 23,05 | 1 |
1989 | 53,19 | 3 | 37,34 | 2 |
1993 | 51,33 | 3 | 38,33 | 2 |
1997 | 47,05 | 3 | 46,44 | 2 |
2001 | 46,07 | 2 | 46,96 | 3 |
2005 | 52,43 | 3 | 43,47 | 2 |
2009 | 59,52 | 3 | 33,99 | 2 |
2013 | 54,41 | 3 | 39,45 | 2 |
2017 | 41,18 | 2 | 44,62 | 3 |
Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]
Data | % | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PS | PCP | PSD | CDS | UDP | APU/CDU | AD | FRS | PRD | PSN | BE | PAN | PàF | |
1976 | 40,84 | 37,99 | 5,99 | 3,42 | 2,85 | ||||||||
1979 | 35,47 | APU | AD | AD | 1,66 | 43,67 | 11,07 | ||||||
1980 | FRS | 0,95 | 38,41 | 13,96 | 36,83 | ||||||||
1983 | 27,27 | 5,45 | 2,23 | 0,15 | 58,91 | ||||||||
1985 | 20,49 | 5,47 | 1,77 | 0,54 | 50,77 | 14,10 | |||||||
1987 | 23,12 | CDU | 16,26 | 2,20 | 1,44 | 38,10 | 7,45 | ||||||
1991 | 37,38 | 26,88 | 2,08 | 19,19 | 1,36 | 0,90 | |||||||
1995 | 49,51 | 11,03 | 4,06 | 1,41 | 27,71 | ||||||||
1999 | 51,51 | 4,14 | 8,10 | 27,87 | 0,28 | 1,13 | |||||||
2002 | 49,64 | 22,21 | 5,73 | 15,25 | 0,61 | ||||||||
2005 | 54,01 | 11,98 | 3,15 | 21,02 | 2,84 | ||||||||
2009 | 37,07 | 10,37 | 9,42 | 33,40 | 5,34 | ||||||||
2011 | 27,87 | 21,40 | 14,93 | 20,74 | 2,77 | 0,40 | |||||||
2015 | 37,94 | PàF | PàF | 20,99 | 6,91 | 0,26 | 21,51 |
Acessos[editar | editar código-fonte]
Rodoviário[editar | editar código-fonte]
- EN386
- EN258
Galeria[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Alentejo. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 99. ISBN 978-989-25-0182-6. ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
- ↑ INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia»(XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALENTEJO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
- ↑ «Um terço dos municípios têm menos de 10 mil habitantes». Semanário Sol
- ↑ Conclusões a que se chega analisando os resultados dos Censos: INE (2013). «Censos 2011 - População residente por freguesia, CAOP 2013» (CSV). Dados populacionais de 2011, recalculados para os limites administrativos da Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 14 de maio de 2014
- ↑ Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»(XLS-ZIP). Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes