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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

OBSERVADOR - 24 DE FEVEREIRO DE 2020

Observador 360º

360º

Fotografia de Pedro Jorge CastroPedro Jorge Castro
Diretor-Adjunto
Segunda-feira, 24 fevereiro 2020
Enquanto dormia…
… há 4 mortos e 212 infetados com o Coronavírus em Itália, o terceiro país com o maior número de casos, atrás da China e da Coreia do Sul. Assustados, os italianos correram para os supermercados e deixaram as prateleiras vazias, como contou ao Observador um português que vive na Lombardia há dez anos. A Diretora Geral de Saúde, Graça Freitas, disse à Rádio Observador que há uma reunião esta manhã para decidir o que fazer com quem chega de Itália. Em Portugal, continua por explicar exatamente o que fizeram as autoridades na madrugada de sábado para domingo, quando duas centenas de pessoas cortaram a segunda circular para homenagear as três vítimas do acidente de sexta-feira, que pouco antes se tinham filmado a alta velocidade. A primeira sondagem para as presidenciais depois de ter sido lançado o nome de Ana Gomes dá à ex-eurodeputada socialista 8,8% das intenções de voto (e 2,4% a Cristina Ferreira). FC Porto, Sporting e Braga venceram. Lá fora, Bruno Fernandes, João Félix e Diogo Jota marcaram e brilharam. E Harry e Meghan deixaram uma alfinetada à monarquia: em causa o facto de terem sido impedidos de usar a palavra “real”.

Prateleiras vazias em Itália: a “psicose” do coronavírus chegou de vez à Europa

O Observador continua a seguir as consequências da disseminação do coronavírus, com especial atenção agora para Itália, e também para os desenvolvimentos relacionados com Portugal.
  • “Temos de reagir. Não podemos entrar em pânico”, apelou Roberto Begnini, descrevendo o que se vive em Itália como “uma psicose”. Mas as prateleiras dos supermercados ficaram vazias, há muitas aldeias isoladas, o Carnaval de Veneza foi suspenso e na fronteira com a Áustria um comboio foi impedido de passar por suspeitas de que dois passageiros a bordo estivessem infetados. Filipe Batista, português que vive em Besozzo, na região da Lombardia, há dez anos, conta ao Observador: “Dizem-nos para não entrarmos em pânico, mas obviamente que quando as pessoas veem o que se está a passar, muitas entram em pânico à mesma.” As autoridades italianas reconheceram este domingo que, ao contrário do que tinha sido dito inicialmente, não saberem ainda quem é o “paciente-zero” no país — o que significa um total desconhecimento sobre como é que o coronavírus chegou a Itália.
  • Adriano Maranhão, o português infetado com coronavírus, continua sem saber quando sairá do cruzeiro Diamond Princess, onde trabalha como canalizador. Está confinado a uma cabine de 2,5 metros quadrados, tem sido alimentado apenas com bolachas e batatas fritas e descreveu assim a situação no navio: “Isto está mesmo o caos aqui dentro”. Em declarações à CMTV, fez um apelo: “Peço ajuda ao governo português, que me ajude nesta situação, estou de mãos e pés atados e não consigo fazer nada nesta cabine. Peço ajuda ao nosso governo, à nossa embaixada que ajudem a retirar-me daqui”.
  • Em declarações à Rádio Observador, a Diretora-geral de Saúde Graça Freitas revelou que o 13º caso suspeito de coronavírus em Portugal — um homem vindo de Milão — também deu resultado negativo. A DGS terá uma reunião a meio desta manhã para decidir se toma medidas de segurança adicionais a propósito do novo surto registado em Itália. Mas desde já apelou aos portugueses que regressem do norte de Itália para ficarem atentos aos sintomas.
  • No Irão, o coronavírus provocou 50 mortes desde 13 de fevereiro. Há escolas fechadas por todo o país. Vamos continuar a acompanhar tudo sobre o coronavírus no nosso liveblog.

A homenagem não autorizada que parou a 2ª circular e o submundo das corridas

Foi a história mais lida ontem no Observador: duas centenas de pessoas cortaram a circulação na Segunda Circular, em Lisboa, na madrugada de domingo, para uma homenagem não autorizada aos três jovens que morreram no local na sexta-feira, depois de se terem filmado a alta velocidade. Durante meia hora não passou ninguém e a fila chegou aos 3 km.
  • No Direto ao Assunto desta manhã na Rádio Observador, entrevistámos o subintendente Virgílio Sá, da Divisão de Trânsito da PSP. Confirma que foram alertados por condutores para a homenagem não autorizada e que entraram em contramão na segunda circular para tentar desbloquear a via. Sobre as corridas, diz que a capacidade de resposta da PSP é limitada.
  • Alfredo Lavrador, especialista do Observador em automóveis, critica a homenagem às três vítimas e diz que mais de 200 km/hora naquela via “é uma velocidade criminosa”.
  • No Zoom desta manhã na Rádio Observador, sobre street racing, o Miguel Cordeiro contou que houve 439 crimes de condução perigosa em 2018, segundo o Relatório de Segurança Interna. E mostrou o som captado no interior de um carro depois de um acidente nas corridas na Ponte Vasco da Gama, e onde se houve um dos ocupantes a pedir para continuar a acelerar: “Bora, bora, segue”.

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Temos de estar preparados para o pior, na expectativa de que o melhor aconteça. Com o norte de Itália em estado de emergência, o coronavírus chega violentamente à Europa. Pode tornar-se o cisne negro.
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Sempre que os “nãos inadiáveis” dão lugar a “sins convenientes”, os pais poderão imaginar que não só eles se transformam em melhores pais como os seus filhos serão mais felizes. Mas não é assim!
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Atacar impiedosamente o Tribunal de Contas, nomear descaradamente Centeno para o Banco de Portugal e indicar o ex-porta-voz de Sócrates para o Constitucional — eis o PS intolerante de regresso.
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A campanha de casos semanais não só corresponde à falta de políticas efectivas que dêem resultados a curto prazo como procura esconder a ausência delas.
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Algures entre chamar rei a Eusébio e sr. a Máŕio Coluna e guinchar diante de Marega, Portugal ajavardou. O PREC tornou-se no PGEC: Processo de Grunhificação em Curso. O amanhã que ia cantar é o hoje.
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Não quero parecer demasiado sentimental, mas a verdade é que Vasco Pulido Valente escreveu crónicas e livros de História e lutou e arriscou politicamente para nos tornar na melhor versão de nós mesmos
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Vasco Pulido Valente escrevia e dizia sempre o que pensava, e sempre sem qualquer medo e sem calculismos. Nada nem ninguém o condicionava.

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