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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

EXPRESSO

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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto
Henrique Monteiro
POR HENRIQUE MONTEIRO
Redator Principal
 
19 de Janeiro de 2017
 
Amanhã começa o fim do (nosso) mundo
 
E pronto, é já amanhã ao meio dia de Washington, cinco da tarde de Lisboa, que Donald J. Trump toma posse, jurando cumprir a Constituição dos Estados Unidos da América (aquela que começa por “Nós, o povo…”) perante o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. A fórmula, que a maioria dos presidentes terminaram com a expressão “So help me God” (Assim Deus me ajude), deveria terminar, neste caso, com “So help us God” (Assim Deus nos ajude). É um pequeno contributo do escriba para o verdadeiro sentimento de certas tomadas de posse.
Não digo que o mundo acabe, nem que comece outro. Mas há qualquer coisa na cerimónia de amanhã muito marcante, capaz de alterar o ecossistema em que nos habituámos a viver. Não é um homem qualquer que sobe ao mais elevado posto dos EUA e do planeta. E a sua singularidade é, aos olhos de muita gente negativa. Nunca, nos últimos largos anos, um presidente começou um mandato com índices tão baixos de popularidade.
O discurso já está feito. Quem o afirma é o próprio Trump num dos 33 500 twitts que já enviou aos seus 20,3 milhões de seguidores. Foi escrito há três semanas em Mar-a-Lago. O que considera serem "As oito promessas de Trump que ameaçam mudar o mundo" é o maior destaque no 'Público'. E quais são elas? Bem, é quase tudo - do comércio, à armas, passando pela China, o Médio-Oriente, o Irão, os refugiados e o consenso sobre as alterações climáticas.
A administração de Obama escreveu 275 memorandos (cerca de mil páginas ao todo), destinados ao presidente eleito, com material classificado, que vai desde o tema nuclear na Coreia do Norte, aos conflitos no Mar da China, passando pela campanha contra o Daesh. Mas não sabe se alguém do lado de Trump os leu. Ninguém acusou a receção. O mesmo não se pode dizer da última conferência de imprensa do ainda Presidente, ontem à hora do jantar em Portugal: foi bem recebida, sobretudo a parte em que pediu aos jornalistas para serem céticos e não servis.O balanço que fez do seu mandato foi positivo, mas não seria de esperar outra coisa. A despedida do Presidente é o que o 'Diário de Notícias' chama para assunto principal.
Já o discurso da ‘inauguration’, ou tomada de posse, de Trump é aguardado com ansiedade, embora Jurek Martin lembre, no ‘Financial Times’ que a maioria não foram memoráveis. Recorda apenas as frases de Roosevelt, em 1933, plena recessão – “A única coisa que temos de recear é o próprio medo” – e de Kennedy em 1961, em plena ‘Guerra Fria’ – “Não perguntem o que o vosso país pode fazer por vós, mas sim o que podem fazer pelo vosso país”.

Mas, antes do arrepio de amanhã, teremos o de hoje. É o dia mais frio dos últimos tempos (estão 3º C em Lisboa, cerca das oito da manhã). E, embora notícia fosse estar tempo de praia em janeiro, estamos repletos de recomendações. O Presidente da República aproveitou para expressar a sua solidariedade aos sem-abrigo no pavilhão do Casal Vistoso e saudar os voluntários ali presentes, seguindo depois numa ronda por outros locais de Lisboa.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
Ricardo Salgado
 é oficialmente arguido no mesmo caso do que José Sócrates e suspeito de ter dado as ordens para que dinheiro fosse transferido para o ex-primeiro-ministro (veja a conversa do diretor do Expresso, Pedro Santos Guerreiro, com o editor de Sociedade, Rui Gustavo). O Ministério Público, que baseou as suas investigações em notícias do Expresso sobre os ‘Panama Papers’, pediu medida de coação pesada, mas além do tradicional termo de identidade e residência Salgado apenas ficou impedido de se deslocar ao estrangeiro sem prévia autorização e de contactar com os restantes arguidos do processo (ao todo já são 20 na ‘Operação Marquês’), bem como algumas pessoas e entidades ligadas ao BES. O jornalista Hugo Franco, também em parceria com Rui Gustavo, explica-lhe por que motivo Salgado – já arguido em três processos – é uma espécie de ‘homem-velcro’. Já o 'Correio da Manhã' afirma em manchete que '19 milhões ligam Salgado a Sócrates", puxando por um assunto que o 'Jornal de Negócios' e o jornal 'i' também tratam como principal destaque.

E ontem António Costa, distanciou-se literalmente 2300 km do caso que anda a abrir as notícias, quando chegou a Davos, Suíça, para o 47º encontro do Forum Económico Mundial (ou do grande capital, como diriam os parceiros parlamentares do PS) para reuniões bilaterais, participar num almoço promovido pelo ‘Washington Post’ e ser orador numa sessão interativa intitulada “Shaping a national digital strategy” (Moldando uma estratégia digital nacional). Além de Costa, marcam presença com intervenções em Davos António Guterres, já como secretário-geral da ONU, o ministro da Economia, Caldeira Cabral, o Comissário Europeu Carlos Moedas e António Horta Osório, CEO do Lloyd’s Bank. Entre os três mil participantes na luxuosa estância de ski, está pela primeira vez o presidente da China, Xi Jinping, que na sessão de abertura fez um ataque cerrado à política internacional de Donald Trump.

Ao mesmo tempo, o Bloco de Esquerda, receando que a medida fosse já aplicada este mês antecipou a discussão sobre a baixa da TSU como compensação ao salário mínimo para o plenário do Parlamento de 25 deste mês. Os patrões enviam cartas a Passos Coelho, pedindo-lhe que recue e aceite a descida da TSU e a UGT pressiona no mesmo sentido..

Hoje seria o dia em que a AR devia eleger a nova composição da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), mas não há entendimento entre PS e PSD para os dois terços necessários.

Tribunal da Relação deu provimento a uma queixa da Assembleia da República e acordou que todos os organismos têm de entregar todos os documentos sobre a Caixa Geral de Depósitos, ainda que os considerem confidenciais. Dura lex, sed lex, que é como quem diz, a lei é dura, mas é a lei. O PSD e o CDS já saudaram a medida. O Banco de Portugal, a CMVM e a própria Caixa têm de entregar a papelada à Comissão de Inquérito.

Já o Ministério Público disse que é imprescindível o levantamento da imunidade diplomática dos filhos do embaixador do Iraque para averiguar criminalmente as agressões a Ruben Cavaco em Ponte de Sôr. Algo que já se sabia...

Uma avalancha de neve em Itália provocou vários mortos (talvez mais de 20) ao atingir um hotel na região de Abruzzo. O incidente pode estar relacionado com os três terramotos sentidos ontem, que arruinaram ainda mais o centro do país, fazendo desabar os escombro dos últimos abalos e provocando um morto. O maior dos termores teve a magnitude de 5,7 na escala de Richter. O ‘Observador’ tem uns bons gráficos explicativos.

Vladimir Putin mostrou-se indignado com as insinuações sobre o facto de o seu país ter segredos de alcova relativamente a Trump (os segredos de alcova seriam com senhoras demasiado dadas e de cama incerta). Mas o presidente russo, com a sua habitual subtileza aproveitou para fazer umas piadas com prostitutas russas, afirmando-as como as melhores do mundo.

O ano de 2016 bate o recorde e é o terceiro consecutivo com as temperaturas mais elevadas desde que há registo (não será o melhor dia para dar esta notícia, mas enfim...). Se quer perceber melhor, recomendo esta infografia do ‘The New York Times’.

Bruno de Carvalho assume as responsabilidades dos maus resultados no Sporting e prepara-se para mudanças. Em março há eleições no clube. Se quiser saber tudo é ver aquiaquiaquiaqui e podia continuar, claro… Ah! E O Benfica ganhou 6-2 ao Leixões... sem crises lá vai para as meias-finais da Taça da Liga.

Passam 30 anos (incrível como o tempo voa) sobre a morte de José Afonso já no próximo dia 23 de fevereiro. Há um conjunto de atividades programadas que encontra aqui, mas eu prefiro deixar-lhe o que eu penso ser um dos seus tesouros escondidos (ou vá lá, pouco mostrados). Redondo vocábuloOra ouça, mas com ouvidos de ouvir. E já que está aí ouça mais umas. Ou todas as que encontrar. Quase nunca se desiludirá.


FRASES
"Não vislumbro outra saída a curto ou médio prazo que eleições legislativas antecipadas"Francisco Assis no 'Público' explicando que a crise da TSU mostra que o PS só pode exercer em pleno o Governo caso pudesse contar com o apoio de duas maiorias alternativas e contraditórias.

"Está muito frio cá fora, tomem cuidado", Ricardo Salgado para os jornalistas, depois de ser ouvido no Tribunal de Instrução Criminal como arguido. Prometi a mim próprio não fazer uma piada fácil com a frase.

Nunca estive tão preocupado com o meu país. Por muitas razões, mas sobretudo pelo afã impulsivo, irrelevante e juvenil tuítar do presidente eleito durante esta transição”, Thomas L. Friedman, editorialista do ‘The New York Times’.

O Euro não tem sido usado como uma moeda, mas como uma arma – uma faca encostada às costelas de cada país para o forçar a ir para onde o seu povo não quer ir”, Marine Le Pen citada pelo “The Wall Street Journal” que afirma que a líder da Frente Nacional quer transformar as eleições de maio num referendo sobre a permanência da França na zona Euro.

Como adepto do Sporting, e apesar de ter um acordo até 2020, não podia fazer isto ao clube que adoro”, Abelardo Fernández, ao explicar porque tendo sido despedido de treinador não reivindica a indemnização de 4 milhões de euros do Sporting… de Gijón. Ainda há homens honrados.

O QUE EU ANDO A LER
Habituados à ideia antiga de que após o caos surgiu a ordem, como Hesíodo (séc. VIII a.C) celebrou na Teogonia e está no Génesis da Bíblia, os homens parecem sempre surpreendidos quando verificam que há períodos caóticos após largos séculos ordeiros. A Idade Média, por exemplo, deixou às aranhas o positivista e progressivista Auguste Comte (séc. XIX) por não entender como podia haver um recuo na História em relaçao ao que fora o esplendor de Roma. Porém, na Ciência, a progressão era visível e compreensível, até que a relatividade de Einstein, mas sobretudo os quanta de Max Planck veio travar alguma euforia. Porém, foi já nos anos 80 que a Teoria do Caos (ou do efeito borboleta, ou das equações de Lorenz) veio demonstrar (livro de divulgação de James Gleick, bastante acessível) que os nossos conceitos de ordem podiam (ou podem estar todos errados). Lorenz, meteorologista de formação, demonstrou como os sistemas climáticos são caóticos e que a sua previsão tem de ser feita com bases em equações que levem em conta a incerteza; outros diziam que o bater de asas de uma borboleta em Pequim pode provocar um tufão no Texas; outros, ainda, que uma corrente de água dividida rigorosamente ao meio não implicava a passagem da mesma quantidade de água em cada metade, sendo impossível prever em que lado passava mais. Tudo isto somado, dava a Teoria do Caos, que ainda hoje se discute na comunidade científica.
Mas eis que chega Federico Rampini, um jornalista e italiano (correspondente do ‘La Repubblica’ nos EUA), que escreve “A era do caos – uma viagem pela desordem mundial”, (debate com o autor aqui) considerando que, sobretudo na Europa, o caos é, de facto, a nova normalidade. Não concordo com ele em muitos pontos, nomeadamente, nas reticências que coloca à globalização, mas é um livro que merece a pena ler. Sobretudo porque desmente dois conceitos sócio-políticos muito divulgados: o primeiro é que o caos não transporta em si mesmo a resolução de problemas; o segundo é que, tendo em conta o caos, não vale a pena fazer previsões. O caos, como afirma Leonard Smith, professor de Oxford citado no livro, apenas nos diz que pequenas alterações no modo como as coisas são atualmente podem trazer enormes consequências no futuro. Para o bem e para o mal. E como este pensamento, esperemos por amanhã, o Dia T.

Porque, caros leitores, por hoje é tudo. Logo, às 18 horas o Expresso Diário já lhe dará mais informação, ao passo que o Expresso online vai atualizando as notícias ao minuto, ou mesmo ao segundo… Amanhã, pela fresquíssima matina, cá estará mais um Curto.
Tenha um excelente dia agasalhado.
 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

EXPRESSO


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto
Filipe Santos Costa
POR FILIPE SANTOS COSTA
Jornalista da secção Política
 
16 de Janeiro de 2017
 
Não faltam razões para perder o sono. Mas nenhuma é boa
 
Bom dia.
Dormiu bem?
Mesmo?
Sente-se descansado e de baterias recarregadas? Se não, é provavel que não esteja a dormir tanto quanto precisa. Se foram menos de sete horas, não foi mesmo o suficiente. Ah, é uma dessas pessoas que diz que "fica ótimo" com apenas seis, cinco ou menos horas de sono? Todos conhecemos essa conversa - sabia que está cientificamente demonstrado que "menos de um por cento da população se enquadra, realmente, na categoria de dormir pouco"? São "indivíduos raros capazes de viver com poucas horas de sono sem sofrerem consequências negativas" - e são raros porque não são pessoas normais. São, na verdade, mutantes (sabia, senhor Presidente da República?). "Embora muitas pessoas gostassem de acreditar que podem treinar para ter entrada nesse grupo de um por cento dos que dormem pouco, na realidade essa caraterística resulta de uma mutação genética."

As citações que acaba de ler são retiradas de "A Revolução do Sono", o livro de Arianna Huffington que acaba de ser editado em Portugal e andei a ler nos últimos dias. E se "o que ando a ler" saltou de lá de baixo, do final desta newsletter, onde é o seu lugar, para o início, não é por não haver notícias (já lá vamos), mas para, por uma vez, tirar o sono do fim da lista. A privação de sono é a nova epidemia global, com consequências sobre a saúde de cada indivíduo - desde a obesidade às doenças relacionadas com o stress, à maior propensão para diabetes, vários tipos de cancro, Alzheimer e outras sequelas na saúde mental -, mas também com consequências na economia - todos os estudos sobre os custos de produtividade associados a dormir pouco ou mal acabam em números assustadores. Parece-lhe importante? Então já voltaremos ao assunto.
Entretanto, isto é o que precisa de saber esta manhã, depois do seu sono.

NO MUNDO

Antes de mais, saiba que um acidente aéreo no Quirguistão, esta noite, provocou pelo menos 32 mortos. Um avião de carga da Turkish Airlines caiu sobre uma área residencial da capital, Bisqueque.

Na semana em que Donald Trump toma posse como presidente dos Estados Unidos da América (não há como isto não soar estranho...), não faltam razões para perder o sono. "Sim, isto é a vida real. Isto está mesmo a acontecer", dizia no último Saturday Night Live o ator Alec Baldwin, a parodiar a primeira conferência de imprensa de Trump.

Este fim de semana o presidente eleito confirmou que continua irascível e que ninguém está a salvo do seu Twitter afiadoatirou-se a John Lewis, congressista democrata que é um ícone vivo da luta pelos direitos cívicos. Lewis, um dos protagonistas da mítica marcha de Selma, no Alabama, e companheiro de luta de Martin Luther King, foi acusado por Trump de "falar, falar, falar", sem "ação nem resultados" - a realidade ultrapassa a ficção quando o presidente dos EUA se comporta como a personagem dos Gato Fedorento: "falam, falam, e não os vejo a fazer nada". Tudo porque, numa entrevista emitida ontem, o congressista acusou Trump de não ser um "presidente legítimo" e anunciou que não estará na tomada de posse. Em consequência de mais esta demonstração de temperamento de Trump, pelo menos 22 congressistas democratas já anunciaram que também faltarão à cerimónia de sexta-feira - um facto inédito.

Outro facto inédito: o diretor da CIA veio a público recomendar ao futuro patrão que tenha tento na língua - no caso, que tenha tento na ponta dos dedos, pois Trump quase só comunica por Twitter. "A espontaniedade não é algo que proteja a segurança nacional e, por isso, quando ele fala ou quando ele reaje, é bom que ele tenha a certeza das implicações do que diz e que o impacto nos EUA pode ser profundo", disse John Brennan numa entrevista.

O Público tem hoje um bom dossiê sobre o que se passa na política norte-americana nesta semana que vai mudar o mundo como o conhecemos e conta que "mais do que nunca, Washington prepara-se para ser campo de batalha política". Pelo que se viu de protestos no fim-de-semana, "batalha" pode não ser uma metáfora.

E quem diz Washington, diz o resto do mundo - Trump parece mesmo apostado em partir a loiça toda. Não só admite levantar as sanções de Obama à Rússia (e já falaremos da continuação do 'bromance' entre Trump e Putin), como deu uma entrevista a espicaçar a Europa: elogiou o Brexit e criticou a política da Alemanha para os refugiados. E mostrou, mais uma vez, que só sabe falar a preto-e-branco e em linguagem hiperbólica - "O Reino Unido foi tão esperto em sair da UE"; Merkel "comenteu um erro catastrófico que foi aceitar todos esses ilegais"...

Enquanto se acumulam evidências sobre a interferência da Rússia nas eleições de 8 de novembro (o Senado vai investigar as ligações de Trump à Rússia), Berlim quer evitar que o mesmo aconteça nas eleições alemãs. A comissão eleitoral já fez simulações para prevenir ataques cibernéticos durante a campanha eleitoral ou no dia das eleições.

Arranca amanhã a cimeira de Davos. O Miguel Prado conta-lhe quem são cinco portugueses em destaque entre os grandes do mundo. Já sem Obama e ainda sem Trump, as atenções estão centradas nas alterações climáticas - as tais que Trump considera que são uma invenção da China. Nem de propósito, o presidente chinês, Xi Jinping, vai estrear-se no Fórum Económico Mundial.

Teresa May será outra das vedetas de Davos. Esta semana a primeira-ministra britânica deverá anunciar que o Reino Unido está pronto para o Brexit na sua versão mais dura, o chamado "hard Brexit". Ao mesmo tempo, o ministro britânico da economia deixa um aviso muito claro: se o corte com a União Europeia for radical, o Reino Unido pode adotar um novo modelo económico, com uma política fiscal agressiva que transforme o país num novo paraíso fiscal. Sim, as coisas podem sempre piorar.

Em Paris, mais de 70 países apelaram ontem a israelitas e palestinianos para que se comprometam com a solução de dois Estados e se abstenham de ações unilaterais que possam condicionar o resultado da negociação, sobretudo sobre fronteiras, o estatuto de Jerusalém e a questão dos refugiados. Londres demarcou-se do comunicado e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já classificou a cimeira de Paris como "inútil" e avisou que vem aí "um mundo diferente" - o mundo de Trump.

No Brasil, pelo menos 30 detidos morreram, depois de mais um motim numa prisão, desta vez no estado de Rio Grande do Norte.

Leonard Cohen e David Bowie, ambos falecidos no ano passado, estão nomeados para os Brit Awardsgraças aos seus derradeiros álbuns, editados em 2016. Bowie está nomeado para dois prémios - melhor artista masculino britânico e melhor álbum solo britânico -, com o seu trabalho "Blackstar", enquanto "You Want It Darker", editado em outubro, valeu a Cohen a nomeação para melhor artista internacional masculino.
 


POR CÁ
Está visto, TSU e Novo Banco vão voltar a ser os temas da semana.
hipótese do Banco de Portugal avançar para uma venda parcial do Novo Bancoavançada no sábado pelo Expresso, teve resposta pronta dos lesados do BESQuase 500 clientes lesados pelo papel comercial vendido aos antigos balcões do BES colocaram uma providência cautelar para impedir que o supervisor possa vender o Novo Banco às postas, considerando que ficariam prejudicados no reembolso dos seus créditos. A novela continua e promete.

São cada vez mais as vozes ligadas ao PSD que contestam a decisão de Pedro Passos Coelho de se opor à redução da taxa social única (TSU) para os patrões. A medida, aprovada em concertação social como contrapartida pelo aumento do salário mínimo, será chumbada pelo PSD em apreciação parlamentar, apesar de no passado o partido ter feito e defendido isso mesmo.
Depois de críticas de Manuela Ferreira Leite, de Paulo Rangel e de Silva Peneda, ontem foi a vez de Pedro Roque, líder dos Trabalhadores Social-Democratas, lamentar a mudança de posição do PSDdefendendo que o partido devia abster-se na apreciação deste diploma. A posição dos TSD foi notícia logo de manhã, nas páginas do Público, e à noite, na SIC, Luís Marques Mendes confirmou os seus créditos como crítico de Passos Coelho, desfazendo a sua decisão em relação à TSU, que considerou "incompreensível" e "um monumental tiro no pé". O ex-líder do PSD foi mais longe e rotulou Passos como um "catavento", considerando que este é "o maior erro de Passos desde que está na oposição". Mendes puxou pela memória e lembrou que ainda há poucos meses, já com o partido na oposição e a "geringonça" no poder, Passos deixou passar essa mesma medida no Parlamento, abstendo-se sobre a mesma questão que agora lhe merece o voto contra.
António Costa não recua e, mesmo sem o apoio dos seus parceiros PCP e BE, e com a oposição do PSD, vai enviar já hoje o diploma para Belém. Sabe que terá o suporte de Marcelo Rebelo de Sousa e o aval dos parceiros sociais. O Eco faz aqui a análise comparativa entre o que Passos fez no Governo e o que Costa faz agora.

Ainda o PSD: Passos Coelho assumiu finalmente o que já se adivinhava - ficou pelo caminho a possibilidade do PSD apoiar em Lisboa a candidatura autárquica de Assunção Cristas. O PSD terá o seu candidato, garante o líder social-democrata. Resta saber quem será o voluntário à força - ontem, Marques Mendes "revelou" o que já se sabia: que uma das apostas falhadas do PSD foi José Eduardo Moniz. Entretanto, Fernando Medina já deve ter posto o champanhe no gelo.

Lembra-se de Lacerda Machado? António Costa, o amigo e afilhado, nunca o esquece. E, segundo o Público, acaba de prolongar por mais seis meses o contrato de consultadoria com o Governo, para que o advogado continue a fazer o que quer se seja que faz.

Lembra-se de Armando Vara? Como esquecê-lo, não é? O i foi falar com ele sobre a polémica história da sua nomeação para administrador da Caixa Geral de Depósitos. Luís Campos e Cunha disse há dias na comissão de inquérito à Caixa que em 2005 Sócrates o pressionou para correr com a administração então em funções e nomear Vara; Sócrates desmentiu e Vara, o amigo de Sócrates, vem agora secundar... Sócrates. Entre Campos e Cunha, Sócrates e Vara, como no velhinho programa da RTP, "você decide" em quem acredita.

Ainda no i, recomendo a leitura de um ensaio de Alfredo Barroso, um dos mais próximos colaboradores de Mário Soares, sobre as "razões pelas quais [Soares] entrou para a história".

Terminou o congresso dos jornalistas. Entre as apreciações fatalistas de quem vê a maior crise de sempre da profissão e as análises otimistas de quem vê na crise uma oportunidade, entre os que apontaram o dedo a tudo e a todos e os que se chicotearam por pensamentos, atos e omissões, ficaram pistas para meditar e um conjunto de medidas para implementar já. Como esta: o boicote dos jornalistas às conferências de imprensa em que não sejam autorizadas perguntas"Não há perguntas? Então não há jornalistas"como bem titula o Adriano Nobre. Veremos se a decisão, aprovada por unanimidade, resistirá à primeira conferência de imprensa sem perguntas, qualquer que ela seja.

Quinze "cidadãos comuns", um focus group representativo dos eleitores portugueses, estiveram reunidos durante um fim de semana, numa iniciativa da ONG Fórum dos Cidadãos, para refletirem sobre como melhorar a comunicação entre os cidadãos e os políticos. As conclusões desse debate serão apresentadas amanhã ao Presidente da República e divulgadas publicamente. Um conjunto de cinco recomendações com o saudável objetivo de "revigorar a democracia portuguesa".

No fim-de-semana futebolístico, só o Porto se ficou a rir. Ganhou ao Moreirense e, com isso, ganhou pontos ao Benfica e ao Sporting. Os encarnados sofreram para empatar com o Boavista e no fim ficaram aliviados, os verdes empararam com o Chaves e no fim ficaram em sofrimento. Sem surpresa, Bruno de Carvalho e Jorge Jesus dominam os desportivos desta manhã.

AS MANCHETES DE HOJE
Diário de Notícias: "Socialistas querem indemnizações para vítimas de assédio no trabalho"
Público: "Conta da Luz. Consumidores vão pagar 112 milhões para apoiar indústria"
Correio da Manhã: "Falhas de centros de saúde entopem urgências"
Jornal de Notícias: "Burla dos selos da Afinsa fica sem julgamento"
i: "Armando Vara quebra o silêncio sobre a CGD"
Negócios: "Autoeuropa já está a contratar 1500 para novo modelo"


O QUE ANDO A LER
Voltemos, então, àquele assunto. Já bebeu o seu expresso para pôr essa máquina a funcionar? E não acha estranho, ou pelo menos incómodo, que a máquina dependa da ingestão de estimulantes para arrancar de manhã? Sono e cafeína... pois... é "um romance complicado". E é ainda mais complicado se tivermos em conta que cada vez mais gente depende de comprimidos para dormir e de estimulantes para acordar. "O círculo perfeito de esgotamento mercantilizado", escreve Arianna Huffington. Quando algo tão natural e vital como o sono se torna uma indústria, algo está errado.
Breve enquadramento histórico: Arianna Huffington, empreendedora e fundadora de um dos mais importantes novos projetos de media norte-americanos - o Huffington Post -, teve há dez anos um colapso por exaustão provocada pela privação de sono e, desde então, tornou-se uma especialista na matéria e ativista contra a cultura atual, que admira quem dorme pouco e premeia a ideia tonta de que dormir é tempo perdido.
Vivemos, escreve Arianna Huffington, numa "ilusão coletiva de que o excesso de trabalho e o esgotamento são o preço que temos de pagar para termos sucesso. (...) Sentindo que o dia não tem horas suficientes, procuramos onde cortar. E o sono é um alvo fácil. Na verdade, perante esta definição implacável do sucesso, o sono não tem qualquer hipótese". A tese da autora é que precisamos de virar a equação. "Para prosperarmos de facto, temos de começar pelo sono."
Pense nisto: conhece de certeza pessoas que se gabam de dormir pouco - pode até ser o seu caso e é, todos sabemos, o caso de Marcelo Rebelo de Sousa. Pode ser o caso do seu chefe, do seu colega, do CEO da sua empresa. Ninguém os censura por isso, certo? Bill Clinton também era assim - dormia pouco e fazia gala disso. Até ao dia em que teve uma epifania: "Todos os erros importantes que fiz na minha vida foram feitos porque estava demasiado cansado." A autora de "A Revolução do Sono" tem uma tese radical: apesar desta glamourização testeronizada da ideia de dormir pouco, confiar em líderes (políticos, empresariais, seja de que setor for...) que se gabam disso é como confiar em líderes que se gabam de ser alcoólicos ou de tomarem drogas. Os efeitos são comparáveis, diz Huffington: a privação de sono, tal como o alcool ou as drogas, tolda o discernimento e leva a muitas decisões erradas (sem esquecer que todos provocam grande número de mortes, seja na estrada, seja no local de trabalho, sobretudo em ambiente industrial).
Mas a questão não é só a errada boa imagem da ideia de dormir pouco. A questão é também a pressão cada vez maior dos empregadores para que os funcionários estejam sempre disponíveis, e os avanços tecnológicos que fizeram com que muita gente passe a levar o emprego para casa, no smartphone. O "direito a desligar" vai ser um dos debates mais importantes dos próximos tempos do ponto de vista dos direitos laborais. Dormir voltará a ser uma reivindicação básica, como quando, depois da revolução industrial, os trabalhadores reivindicavam as 40 horas semanais com o slogan "oito horas para trabalhar, oito horas para descansar, oito horas para o que quisermos". A tese de Arianna Huffington é que a mudança de atitude passa pela consciência de cada um sobre a importância do sono, vai implicar provavelmente intervenções legislativas, mas também obrigará os empregadores a terem consciência de que cortar no sono dos funcionários tem mais custos que benefícios. O caminho, diz, é pela flexibilidade, incluindo a possibilidade dos funcionários trabalharem mais a partir de casa para evitarem as longas horas de deslocação nas grandes cidades. Mas não só. Há outras medidas "revolucionárias".
A Volkswagen passou a desligar os servidores de email da empresa trinta minutos depois de terminada a jornada de trabalho; outras empresas alemãs, como a BMW e a Deutsche Telekom, têm políticas semelhantes. O Huffington Post foi das primeiras empresas de Nova-Iorque a criar "salas de sesta" para os trabalhadores fazerem pausas durante a jornada de trabalho e a nova empresa de Arianna (Thrive) tem como política destruir os emails que os funcionários recebem durante as férias e fins-de-semana - quem envia a mensagem recebe um aviso de que "deve voltar a enviá-la a partir do dia X".
Ah, e convém resistir à tentação de estar sempre ligado - se não é o email do trabalho é a televisão, ou o Facebook, ou o Twitter, ou... Não só esta tentação cria um estado de ansiedade permanente, inimigo do sono, como os ecrãs dos telemóveis são especialmente eficazes a suprimir a vontade de dormir. A explicação é científica. "A luz suprime a produção de melatonina, a qual nos dá o sinal para dormirmos. (...) A luz azul, o tipo emitido pelos nossos omnipresentes dispositivos eletrónicos, é especialmente boa a suprimir a melatonina - o que a torna especialmente nociva para o nosso sono. Olhar para um dispositivo que irradia luz azul antes de ir para a cama pode servir como um estímulo de alerta que irá frustrar a capacidade do seu corpo para adormecer. (...) As pessoas expõem os seus olhos a este fluxo de fotões vindos destes objetos que dizem basicamente ao cérebro: 'fica acordado, ainda não é hora de ires dormir'. E depois são 22h00, são 23h00, é meia-noite, e você está a ver emails, a respoder a mensagens (...), à 1h00 vai ver mais coisas porque está acordado, portanto, porque não ver?, depois vai para a cama à 1h00, acorda às 6h00, porque são horas de ir para o trabalho, e isso dá cinco horas de sono. Soa-lhe familiar?"
À noite, durma sobre este assunto.

Fico por aqui. Bom dia e boa semana. E prepare-se, porque vêm aí dias de muito frio.
 

sábado, 14 de janeiro de 2017

EXPRESSO

José Cardoso
POR JOSÉ CARDOSO
Editor Adjunto
 
As Escolhas do Editor
Bom dia,

Na semana que ora finda, um dos temas que mais esteve presente nos noticiários foi o do Novo Banco. Afinal vai ser vendido ou não? Afinal, e tendo em conta que oferecem tuta e meia por ele, acabará por ser nacionalizado, possibilidade de que se fala cada vez mais? E, nesse caso, como se concretiza um processo destes? E quanto custa? E quem paga? Foi sobre tudo isto que escreveram na edição de terça-feira a Isabel Vicente, a Anabela Campos e a Sónia M. Lourenço. Um artigo que continua muito atual.

No campo internacional, o fluxo (des)informativo sobre os Estados Unidos aumenta à medida que se aproxima o último dia do mandato do atual Presidente e o primeiro do do seguinte. E a quarta-feira foi um dia política e noticiosamente agitado, por um lado porque Barack Obama fez o seu último discurso na qualidade de chefe de Estado – um discurso cheio de emoção - e, por outro, porque Donald Trump viu o seu nome ainda mais envolvido na questão do alegado relatório dos serviços secretos sobre material sensível que os russos terão sobre si. A Joana Azevedo Viana escreveu nesse dia no Expresso Diário sobre tudo isto – matéria sobre a qual vai correr ainda muita tinta.

Outro tema que publicámos esta semana no Expresso Diário cuja (re)leitura recomendo é sobre um daqueles assuntos de que os jornais vão falando regularmente mas raramente com grande destaque. No caso, trata-se da história de um cidadão saudita que criou um blogue no qual denunciava abusos e promovia a defesa dos Direitos Humanos. As palavras “denunciava” e “promovia” estão no passado porque ele está preso. Chama-se Raif Badawi e fez esta sexta-feira 33 anos. Uma amiga da família e cofundadora de uma Fundação que tem o nome do ativista aproveitou a ocasião para fazer um apelo - “Não podemos esquecê-lo...” – tanto mais que, como conta a Margarida Mota, que falou com ela, o maior medo de Badawi é que, mesmo na prisão, lhe deem as 950 chicotadas em falta da pena a que foi condenado.

Deixo para o fim o assunto dominante da semana: Mário Soares, tema que teve uma presença diária no Expresso Diário, passe o pleonasmo. Pode (re)ler as reportagens da ida da urna para os Jerónimos (na segunda-feira, pelo Ricardo Marques) e do funeral (na terça-feira, pela Maria João Bourbon). Mas, além dos muitos artigos de opinião, sugiro também a leitura das pequenas histórias sobre o antigo chefe de Estado e de Governo que o Henrique Monteiro foi contando ao longo da semana, que pode rever AQUIAQUIAQUIAQUI e AQUI .

Ainda sobre Mário Soares, fique a saber que a revista E que hoje está nas bancas com o semanário é uma edição especial sobre o antigo Presidente – e sim, ainda tem (muitas) coisas novas para ler, ver e ficar a saber.

E não se esqueça que com esta edição do semanário temos ainda duas ofertas aos nossos leitores. Nas bancas, juntamente com a edição em papel, oferecemos o segundo volume da biografia de Estaline. Na internet, na edição digital do semanário, publicamos o segundo número do novo caderno sobre tecnologia, um produto preparado pelos meus camaradas da Exame Informática ao qual pode aceder gratuitamente se for assinante do Expresso ou da Exame Informática ou se inserir o código que vem capa da revista E.

Boas leituras e um excelente fim de semana
LER O EXPRESSO DIÁRIO
Nacionalizar o Novo Banco: como e quanto custa? Ninguém sabe POR ISABEL VICENTE, ANABELA CAMPOS E SÓNIA M. LOURENÇO
Nacionalizar o Novo Banco: como e quanto custa? Ninguém sabe POR ISABEL VICENTE, ANABELA CAMPOS E SÓNIA M. LOURENÇO
O eixo da (pós) verdade: Obama, a democracia, Trump e os jornalistas POR JOANA AZEVEDO VIANA
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Faz esta sexta-feira 33 anos, na prisão. E vive no medo de ainda receber 950 chicotadas POR MARGARIDA MOTA
Faz esta sexta-feira 33 anos, na prisão. E vive no medo de ainda receber 950 chicotadas POR MARGARIDA MOTA

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

EXPRESSO

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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto
Miguel Cadete
POR MIGUEL CADETE
Diretor-Adjunto
 
13 de Janeiro de 2017
 
A política e a politiquice: a TSU, o salário mínimo, Mário Soares e o Tosão de Ouro
 
Ouve-se aqui e acolá, numa gritaria infernal ou num sussurrar reconfortante que por estes dias assistimos “ao regresso da política”. Será?

Na concertação social houve certamente habilidade política senão mesmo diplomacia para, ao fim de tanta negociação se chegar a um resultado que aparentemente agradava a gregos e troianos: o salário mínimo subia para €557 e, em troca, os patrões pagavam menos TSU (taxa social única). Todos concordavam. Isto é política.

Todos não? O Bloco de Esquerda, que faz parte do tripé que sustenta o atual Governo (nalguns meios também conhecido por “geringonça”, ver aqui o estudo de Henrique Monteiro sobre a palavra) prepara-se para levar esse decreto-lei a votação no Parlamento e diz estar contra a diminuição de 1,25% da TSUIsto é política no seio da “geringonça”?

O PSD sabe bem o que valem as descidas da TSU. No governo da troika, o povo saiu à rua quando esta foi prometida e as sondagens foram impenitentes para o executivo e para aquela ideia do ministro Vítor Gaspar. Se à época a proposta era boa, ficou provado que não tinha pés para andar. Mas hoje o PSD está na oposição e também ao lado do Bloco de Esquerda: já prometeu que também não vota favoravelmente pois está “frontalmente contra” nas palavras do seu líder parlamentar, Luís MontenegroIsto é política?

Os patrões estão com o PSD e pedem que a “geringonça” se organize. Lamentam que o acordo seja posto em causa devido a “rivalidades político-partidárias”. Mas, meus caros amigos, isso é política. Mas também o PSD entra na contradança e não está para ajudar o Governo, pois a verdade é que está na oposição. “Nós não seremos uma muleta do Governo, dando ao Governo o apoio que não consegue entre os seus parceiros”disse Luís Montenegro.

Ora, tudo isto é muito bonito mas os votos dos deputados do PS, que são 86, não chegam para os dos PSD e BE juntos, que são 108. Nesse sentido, para que o acordo da concertação social passe, seria necessário que o CDS e o PCP votassem ao lado do PS. Mas o PCP já disse que a descida da TSU era uma chantagem dos patrões e que não ia nissoOra, isto é uma jigajoga e pode também ser o primeiro revés da história da geringonça.

Cenas dos próximos capítulos: caso o acordo aprovado na concertação social não passar devido à aliança do PSD com a esquerda, o Governo pode de per se aprovar o aumento do salário mínimo nacional. Mas nesse caso, os patrões podem ficar furiosos e prometer retaliar pois ficam sem descida da TSU. Será possível então um novo acordo na concertação social? E em que condições será ele negociado? Não esquecer que António Costa, primeiro-ministro de Portugal, chegou esta madrugada da Índia, onde se emocionou, abriu portas a novos mercados , teve banhos de multidão e ainda convidou a super-estrela Modi para vir a Portugal.
 
OUTRAS NOTÍCIAS

Caso dos Comandos. 
tenente-general Faria Menezes escreveu ao DIAP a dizer que mandou suspender as atividades físicas no âmbito do 127º curso dos Comandos mas que as suas ordens, afinal, não foram respeitadas. A sua ordem veio na sequência da primeira de duas mortes, a do instruendo Hugo Abreu“cancelei toda a instrução prevista em horário do dia seguinte”, soube o Expresso, numa notícia que hoje é manchete no “Público”. Ainda assim, tiveram lugar mais duas provas, ginástica educativa e técnicas de Combate I, e sucedeu outra fatalidade. O militar faz parte da entidade que comanda o Regimento de Comandos e supervisiona o desempenho destas tropas especiais do Exército.

Caso Octapharma. Paulo Lalanda e Castro, o principal responsável da empresa que tinha o monopólio do mercado do sangue, ficou ontem em prisão domiciliária depois de ouvido por um juiz de instrução criminal. O gestor foi considerado arguido no âmbito da Operação “O Negativo”, e suspeito de “crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagens e branqueamento de capitais”Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e membro do júri que decidia os concursos do sangue, está detido há cerca de um mês. A representante da Associação Portuguesa de Hemofilia nesse mesmo júri, também foi constituída arguida.

Caso dos argelino que fogem no aeroporto de Lisboa. Dois argelinos fugiram e outros três foram detidos, ontem à tarde, quando iam a embarcar, saltando pelo gradeamento do Terminal 2 do aeroporto de Lisboa, pelo lado que dá acesso à Segunda Circular, disse o Expresso Online. Passa a seis o número de cidadãos magrebino que escaparam do aeroporto de Lisboa enquanto esperavam voos de escala. ÚLTIMA HORA: foram apanhados na Gare do Oriente durante esta madrugada, noticia o “DN”.

Caso Trump. Depois do dossiê controverso compilado por um ex-espião britânico, Donald Trump já está metido noutra. “Arrisca uma guerra caso bloqueie o acesso dos chineses ao sul do Mar da China”, noticia hoje o “Guardian”, depois de alertas publicados no “China Daily”, o jornal estatal da República da China. As ameaças de Rex Tillerson, o putativo secretário de Estado da administração Trump, no sentido de impedir o acesso às ilhas do sul do Mar da China podem conduzir a uma guerra entre os dois países, de acordo com as afirmações de Tillerson que preveem o impedimento dos chineses às fortificações e às ilhas artificiais montadas numa área que é reclamada também por Taiwan e cinco outros países do sudeste asiático. Tillerson considerou a posição chinesa similar “à ocupação da Crimeia por parte da Rússia”. 

Entretanto, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de Portugal, esteve ontem ao telefone com Trump durante 12 minutos numa conversa em que abordaram o “bom relacionamento” entre os dois países. Por sua vez, Marine Le Pen, a líder da extrema-direita francesa que vai disputar a eleição presidencial, foi vista, também ontem, na Trump Tower, em Nova Iorque.

Caso da dívida. A misteriosa agência de rating canadiana DBRS disse ontem à SIC, através de Adriana Alvarado, sua analista em Portugal, que a nacionalização do Novo Banco pode ser prejudicial para a notação da República de Portugal. A medida tem sido defendida pela esquerda e também por alguns nomes do PSD como Rui Rio ou Paulo Rangel, depois de levantada pelo ministro das Finanças Mário Centeno na semana passada.

“Não seria um processo sem dificuldades já que iria necessitar de aprovação da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu”, disse a representante da única agência que coloca Portugal acima de lixo permitindo a compra de dívida por parte do BCE. No último leilão de Obrigações do Tesouro a 10 anos, Portugal pagou mais de 4,2% de juros, onde se inclui um spread que é o segundo mais elevado dos últimos sete anos.

Caso Snowden. Não, ele não vai estar cá. Sim, tudo indica que estará através de vídeo-conferência nas Conferências do Estoril que terão lugar a 29, 30 e 31 de maio. À prédica de um dos mais famosos whistle-blowers do mundo juntar-se-ão as de juízes também famosos como Baltasar GárzonSérgio MoroAntonio di Pietro e o “nosso” Carlos AlexandreNigel Farage, que liderou a campanha do Brexit, e o realizador Oliver Stone também confirmaram a sua presença.

Caso da dívida do Benfica. O clube da Luz aparece no segundo lugar de uma tabela sobre os clubes mais endividados do mundo. O Manchester United segue na dianteira com €536 milhões.

FRASES

“Seria um sonho jogar no Benfica”Raphael Guerreiro, defesa da Seleção, atualmente a jogar na Bundesliga, em “A Bola”

“Quem diz que Soares não se aliaria ao PCP trai a sua memória”João Galamba, deputado do PS, ao jornal “i”

“Sem bom jornalismo, os cidadãos nunca terão a informação de que precisam para tomar decisões na vida pública” Michael Rezendes, jornalista vencedor do Prémio Pulitzer, no Congresso dos Jornalistas

“Foram enviadas 130 mil cartas para cobrar três milhões em taxas moderadoras” Henrique Martins, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde

“Portugal vai solicitar a intervenção de Bruxelas neste caso. Havendo um diferendo, ele tem de ser resolvido pelas instâncias europeias” João Matos Fernandes, ministro do Ambiente, após a reunião sobre Almaraz



O QUE EU ANDO A LER

Isto era política. Hoje é mais difícil aceitar que o casamento é uma decisão tomada por um interesse maioritariamente político. Mesmo que seja sempre um acordo comercial entre as partes.

Mas aqui há uns tempos não era tanto assim. “Casamentos da Família Real Portuguesa”, que acaba de ser publicado pelo Círculo de Leitores, com coordenação de Ana Maria RodriguesManuela Santos Silva e Ana Leal de Faria, não deixa muitas dúvidas. Mas questiona, e bem, se naquele tempo – refiro-me agora ao final da Idade Média – não existia amor.

“Não terei outra” foi a divisa instituída por Filipe, o Bom quando em 1429 casou com Isabel de Portugal. Mentiu descaradamente, pois entretanto os historiadores contaram dezenas de amantes. Mas isso não impediu o papel determinante da Duquesa Isabel de Portugal na gestão da política europeia, numa época muito difícil em que Filipe mantinha o sonho de reinar entre o Mar do Norte e o Mar Mediterrâneo.

Nem sequer o sonho de Dom João I, seu pai, de se lançar na Expansão. Antes pelo contrário. D. João, que se tinha casado com a filha de João de Gante, um dos reis mais poderosos da época, casou a filha com o Príncipe que reinava nas artes (Jan van Eyck esteve em Portugal para pintar o retrato da Infanta) e que lhe garantia apoio para outras façanhas.

É verdade que gastou um dinheirão: no orçamento do Reino de Portugal, só a conquista de Ceuta saiu mais cara que o casamento de Isabel mas certamente que a festa valeu a pena.
Melhor dizendo, as festas.

Depois do banquete na Ribeira, a comitiva de dois mil convidados partiu para Bruges (hoje na Bélgica) onde investiram uma semana inteira em folias que incluíam um leão em pedra que jorrava vinho tinto – presume-se que da Borgonha – para o povo saciar a sede. Um unicórnio era a fonte de onde brotava água de rosas para os comensais lavarem a boca, e as danças iam pela noite dentro, dando lugar às justas no dia seguinte e, não há bela sem senão, a intermináveis missas.

Por esses dias foi também fundada a Ordem do Tosão de Ouro, baseada em uma lenda antiga e pagã da Grécia, de Jasão, que juntava os cavaleiros mais distintos da Europa, ainda encantados com histórias do tempo do Rei Artur. O seu último e atual Grão Mestre esteve esta semana em Portugal. É Filipe de Espanha e não quis deixar de estar presente no funeral de Mário Soares. Isto sim, é política.

Por hoje é tudo. Tenha um bom dia.

Toda a informação será atualizada ao longo do dia no Expresso Online e isso inclui uma sondagem sobre a intenção de voto dos portugueses. Mais logo, lá pelas 18 horas, será publicado o Expresso Diário. Amanhã é dia de semanário e a Revista do Expresso é toda ela dedicada a Mário Soares. Nunca deixe de lutar.
 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

EXPRESSO


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto
João Vieira Pereira
POR JOÃO VIEIRA PEREIRA
Diretor-Adjunto
 
12 de Janeiro de 2017
 
Afinal, quem tramou Donald Trump?
 
A notícia caiu como uma bomba. Mais uma na explosiva sucessão de casos que afetam a imagem do novo presidente norte-americano nas vésperas da sua tomada de posse. FBI, NSA e CIA acreditam que a Rússia implementou uma estratégia que visava eleger Donald Trump e recolher dados comprometedores sobre ele para depois poderem chantageá-lo. Parte destas alegações têm como base um relatório que acabou por ser divulgado pelo BuzzFeed mas cuja autenticidade das acusações está por provar.

Esse dossier foi preparado por um ex-funcionário dos serviços de inteligência britânicos que é atualmente dono de uma empresa privada de segurança e informações sedeada em Londres. Christopher Steele lidera a Orbis e, segundo o The Wall Street Journalestava a trabalhar para os adversários políticos de Trump, quer democratas, quer republicanos.

Obama ainda não saiu e já deixa saudades. Mas mesmo para os mais pessimistas fica a certeza de que os próximos anos vão ser, no mínimo, interessantes.

Ontem Trump voltou às conferências de imprensa para fazer o que ele faz melhor: ser um ‘one man show’. Em poucos minutos disparou em todos os sentidos. Atacou a Rússia e Putin, os serviços de informação americanos, os jornalistas – em particular a CNN - e a administração cessante.

Apesar de admitir o envolvimento da Rússia, “As far as hacking, I think it was Russia,” Trump tentou desviar atenções, “But you know what, it could have been others also”. Sobre Putin guardou esta pérola: “If Putin likes Donald Trump, guess what, folks: That is called an asset, not a liability”. Mas acabou por deixar uma mensagem ao presidente russo: “He shouldn’t be doing it. He won’t be doing it. Russia will have much greater respect for our country when I am leading it (…) There’s no reset button. We’re either going to get along or we’re not.”

Para o fim deixou a razão pela qual convocou a conferência de imprensa. Anunciar que não irá vender as suas empresas mas que irá criar um trust para gerir os seus negócios e que esse será liderado pelos seus filhos, prometendo afastar-se de qualquer decisão.

Pode ler aqui todos os detalhes sobre a conferência de imprensa e as suas decisão num resumo imperdível feito pelo New York Times.

Por cá, dia negro para os juros. Pagar 4,227% para conseguir colocar 3 mil milhões de dívida pública a 10 anos é muito? A verdade é que a pergunta está mal formulada. Não interessa muito se o juro pago é de 4% ou 5%. Para onde temos de olhar é para o diferencial face aos outros países do euro, nomeadamente o prémio que temos de pagar em relação à Alemanha. Luís Aguiar-Conraria explica o porquê neste artigo .

É verdade que este registo é superior ao valor médio de juros pago pela dívida portuguesa (3,4%) mas estamos a falar de apenas €3 mil milhões. Uma ninharia nos mais de €240 mil milhões que, infelizmente, devemos.

Os juros estão a subir em toda a Europa, mas Portugal lidera os ganhos. Espreite este gráfico um pouco medonho. Na prática os investidores estão a exigir uma taxa cada vez maior para comprar dívida portuguesa indiciando que os riscos da nossa economia não param de crescer. O spread verificado na operação de ontem é o segundo mais elevado desde o início de 2010. É preciso recuar a 2013 para encontrar um registo pior.

Eis a lista de riscos que os investidores vêem quando olham para Portugal: pouco crescimento; elevado endividamento público e privado; vulnerabilidade a choques externos; situação do sistema financeiro; adiamento da recapitalização da Caixa; processo de venda do Novo Banco… Agora escolha.

Em Madrid discute-se esta manhã Almaraz. Com a presença do ministro português do Ambiente. João Matos Fernandes vai debater com a sua homóloga Isabel Tejerina, e o ministro da energia do governo espanhol, a opção de construir um novo armazém de resíduos radioativos na central nuclear de Almaraz. Matos Fernandes justifica a romaria pelas garantias dadas por Espanha de que “o processo não está encerrado”.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
Hoje é a vez de Teixeira dos Santos
 explicar a Caixa na Comissão Parlamentar de Inquérito. O ex-ministro das Finanças tutelava o banco público durante o tempo em que foram feitos alguns dos negócios mais desastrosos pela Caixa Geral de Depósitos.

António Costa continua a visitar a sua outra casa. Em Goa teve um dia em cheio. Helena Pereira está a acompanhar o primeiro-ministro e faz o relato de um dia de encontro com a saudade.

Paulo Lalanda e Castro, ex-administrador da Octapharma, continua a ser ouvido hoje pelo Juiz de Instrução Criminal depois de mais de 7 horas de interrogatório.

preço das casas registou o maior aumento dos últimos 15 anos. Um pressão sentida também no arrendamento que já levou a que várias associações de moradores e inquilinos de Lisboa exijam ao Governo uma solução para a escalada de preços.

Foi desmantelado um grupo que transportava ilegalmente migrantes entre França e Portugal. Só em 2016 terão sido realizadas cerca de 60 viagens que abrangeram 530 migrantes, com um benefício de 132 mil euros.

Na Madeira o presidente da associação dos carreiros do Monte foi morto a tiro na sequência de uma discussão com um ex-colega, que já foi detido pela PSP.

É um caso que está a chocar Inglaterra. Uma adolescente de 15 anos é suspeita de ter assassinado uma menina de 7 quando esta brincava num parque infantil. A adolescente foi presente ao juíz esta terça-feira e deverá voltar ao tribunal na próxima sexta-feira.

Brexit deixou de ser a maior ameaça para a economia britânica. A convicção é do governador do Banco de Inglaterra que considera que é a União Europeia quem tem mais a perder com a saída do Reino Unido.

justiça norte americana acusou seis atuais e ex-funcionários da Volkswagen pela sua alegada participação no escândalo de adulteração dos valores das emissões. Acusações surgem depois do grupo alemão ter acordado pagar 4,3 mil milhões dólares para encerrar o caso contra a empresa.

Na Alemanha poderá ser possível processar empresas que não consigam justificar a disparidade salarial entre homens e mulheres. Isto se o projeto de lei que visa assegurar que homens e mulheres recebem pagamento igual para trabalhos equivalentes for aprovado.

Marrocos proibiu a produção, importação e venda de burqas por motivos de segurança. Governo deu 48 horas para os comerciantes escoarem os seus stocks.

Altura para dar uma olhada aos destaques dos jornais de hoje.

Rui Rio defende a nacionalização temporária do Novo Banco. A notícia faz manchete do Público que adianta que o putativo candidato à liderança do PSD fez umas contas que mostram que a medida só custava €750 milhões. Altura para relembrar que em Portugal há uma tendência para que temporário se escreva da mesma forma que definitivo. A título de exemplo, o imposto de selo é temporário há 350 anos.

frio e a gripe estão a matar mais, escreve o Jornal de Notícias. Na primeira semana de janeiro morreram mais 49 pessoas por dia do que no pico de 2015.

O Correio da Manhã diz que Paulo Macedo está “apontado”, (seja lá o que isso for), na máfia do sangue. O ex-ministro da Saúde é acusado de ter pressionado o ex-presidente do INEM a contratar a irmã de Lalanda e Castro.

O Negócios destaca que o Banco CTT, que já tem mais de 100 mil clientes, vai fazer novo aumento de capital para suportar o crescimento.

O QUE DIZEM OS NÚMEROS
65 pessoas já morreram devido à vaga de frio que está a assolar a Europa central.

14,8 milhões foi o número de espectadores nas salas de cinema nacionais durante o ano de 2016.

18 milhões de euros. Foi quanto o custou o moderno e luxuoso iate construído totalmente em madeira por uma empresa turca a pedido de um cliente britânico.

6,6 milhões de euros. É o preço de uma pequena ilha na Florida que está à venda e que inclui uma casa com 290m2.

4,51 mil milhões de anos é a idade da Lua.

2 mil anos. A idade da famosa sequoia, conhecida como a Cabana do Pioneiro, que caiu na sequência das fortes chuvas que estão a assolar a Califórnia.

800 é o número de árvores que serão plantadas no nó do Regado, na VCI do Porto, no âmbito de um programa que visa plantar 100 mil novas árvores na Área Metropolitana do Porto.

200. Número de vagas de emprego que o Resort Pine Cliffs pretende preencher num processo de recrutamento a decorrer nesta unidade hoteleira no Algarve.

9381. O número de vezes que uma cidadã francesa chamou a polícia no espaço de 8 meses. Acabou internada num hospital psiquiátrico.

O QUE EU ANDO A LER
Edward Thorp
 nunca ganhou uma medalha Field, ou um nobel da economia. Mas podia. E talvez devesse.

Talvez por isso este nome muito provavelmente nada lhe diga. Mas se eu lhe disser que este matemático americano é o pai do sistema de contagem de cartas que mudou para sempre os casinos em todo o mundo; ou que se deve a ele, e a uma tentativa de mudar as probabilidades de ganhar na roleta, a invenção do primeiro computador wearable; que é considerado o primeiro quant (quantitative analyst), quando trocou as salas dos casinos de Nevada pelo jogo de Wall Street; e que foi dos primeiros a descobrir o esquema montado por Bernie Madoff, talvez o seu interesse seja suficiente para se colocar na fila para comprar “A Man for All Markets: Beating the Odds, from Las Vegas to Wall Street”.

O livro, que só estará disponível no final do mês nos EUA e no início de Fevereiro na Europa, conta a sua história. Como aos 28 anos, enquanto era professor no MIT, conseguiu pela primeira vez bater o dealer num jogo de blackjack usando a matemática. Estávamos em 1961 e o mundo dos casinos nunca mais foi igual. A sua teoria matemática foi até ridicularizada na altura, mas as suas descobertas tornaram-no famoso e o inimigo número 1 dos casinos.

No final dos anos 60 resolveu apostar noutro jogo, o da bolsa. E no coração de Wall Street dedicou-se a inventar fórmulas matemáticas para bater o mercado. Tornou-se o primeiro analista quantitativo e fundou um hedge fund conhecido pela sua excelente performance ao longo de quase 30 anos.

Este Expresso Curto termina aqui, tenha uma ótima quinta-feira. Amanhã é a vez de Miguel Cadete lhe servir as notícias logo pela manhã.
 

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