segunda-feira, 14 de maio de 2018

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14 MAI 2018
José Cardoso
POR JOSÉ CARDOSO
Editor Adjunto
 
Edição Especial Israel
O Expresso Diário desta segunda-feira é uma edição especial sobre os 70 anos de um Estado cujos pais fundadores perseguiam uma utopia. Um Estado fundado há 70 anos, que aproveitou um pretexto surgido há um século, se baseou numa ideia lançada há 123 anos e se escora em documentos com mais de dois milénios. Eis as balizas, de jure, da construção do Estado de Israel, um dos países mais amados e odiados desde que foi autoproclamado, no dia 5 do mês de lyar de 5708 do calendário judaico.

Os documentos com mais de dois milénios são textos da Bíblia, mais em concreto o Antigo Testamento, que os judeus mais extremistas brandem como título de propriedade; a ideia lançada há 123 anos estava contida no livro “O Estado judeu”, publicado em 1895 pelo pai do sionismo moderno, o austro-húngaro Theodor Herzl; o pretexto surgido há um século foi a célebre declaração Balfour, a carta que o então ministro britânico dos Negócios Estrangeiros Lord Arthur Balfour enviou a 2 de novembro de 1917 ao barão Lionel Rothschild, líder da comunidade judaica do Reino Unido, na qual referia a intenção do Governo britânico de facilitar o estabelecimento de um Lar Nacional judeu na Palestina; o Estado nasceu no dia 14 de maio de 1948 do calendário ocidental.

Após séculos de perseguições, após as exações do fim do século XIX, à medida que se aproximava o ocaso do Império Otomano, após os pogrom antes e depois do nascimento do império soviético, após o Holocausto e as limpezas étnicas nazis e não só, os judeus tinham finalmente uma casa.

“Um povo sem terra para uma terra sem povo”, expressão que foi usada para justificar a criação do Estado. Mas não só a terra tinha povo, como o novo Estado foi erguido, também, na ponta da espingarda e à bomba.

Os seus pais fundadores sonhavam com um Estado sionista e socialista. Não socialista à moda soviética, não socialista versão maoista, mas sim socialista-idealista, quase a fazer lembrar “Utopia”, de Thomas More. Um socialismo idealista de que são exemplo os famosos kibutz, as quintas coletivas criadas pelos pioneiros (numa das quais vivia aliás o “pai” do Estado, David Ben-Gurion), ou o próprio sistema eleitoral, em que 1% dos votos permitia eleger 1 deputado, para que todos as comunidades judaicas tivessem representação política.

No entanto…

Desde o primeiro segundo que Israel é um Estado “impossível”. Impossível no sentido em que todos os prognósticos, todas as probabilidades de sobrevivência foram nesse sentido. Desde a sua criação, entrou em guerra pelo menos uma vez em cada década (1948, a chamada guerra de libertação; 1956, contra o Egito; 1967, contra todos os vizinhos árabes; 1973, contra o Egito e a Síria; 1982, invasão do Líbano; de 1988 até agora as várias “intifadas”).

Localizado no meio de um mar árabe e muçulmano, sobrepõem-se em Israel três conflitos: um conflito local, opondo os nacionalismos palestiniano e judeu; um conflito regional, opondo Israel aos países árabes (que bastas vezes se alimentaram do primeiro); e um conflito geoestratégico, seja a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética dos tempos da Guerra fria seja a atual entre EUA e Rússia — e respetivos aliados na região.

Neste estado de guerra quase permanente houve, porém, um ponto de viragem: a Guerra dos Seis Dias. É sob o espetro dela que Israel ainda hoje vive. Ao conquistar os territórios palestinianos da Cisjordânia, de Gaza e a parte leste de Jerusalém e os Montes Golã à Síria (a península do Sinai foi depois devolvida ao Egito), criou um dilema, que meio século depois não só persiste como está mais vivo do que nunca: o que fazer com mais de cinco milhões de palestinianos e respetivo território, que a ONU e quase todo o mundo defendem que deve ser um estado independente?

Israel opõe-se terminante e ferozmente, invocando razões de segurança (mas há também uma questão de “espaço vital”, para não falar em equações como as reservas aquíferas, um bem que na região é mais precioso do que o petróleo). E não podem anexá-los, porque deixaria de ser um estado judaico para passar a ter maioria muçulmana.

Israel vive, portanto, um paradoxo. É um país que é, politicamente, a única democracia digna deste nome numa vasta região que vai muito além do Médio Oriente. E é, ao mesmo tempo, um país que administra na prática um espaço físico com o dobro do seu tamanho onde promove todos os dias o apartheid e a repressão.

De que houve novos exemplos no próprio dia do 70º aniversário do país, dia em que a repressão de protestos palestinianos contra a mudança da embaixada dos Estados de Telavive para Jerusalém já tinha feito até meio do dia mais de quatro dezenas de mortos e centenas de feridos.

“Estou certo de que o mundo julgará o Estado judaico por aquilo que ele fizer com os árabes”, dizia em 1949 o primeiro Presidente de Israel, Chaim Herzog. Em 2018 isso é mais verdade do que nunca — e o mundo julga-o, hoje, quase exclusivamente por isso.

A utopia dos pais fundadores ficou há muito para trás.
Future
 
  
Assim serão os carros do futuro
Quer se trate de um carro ou de qualquer outro objeto, há que ter em conta as medidas e a matemática, não apenas as ideias. A magia é contribuir com ideias que se possam realizar.

Passeio ao Topo da Europa - Tour du Mont Blanc

Quase todos já ouviram falar dos Alpes ao menos uma vez, já que abrangem áreas no centro-sul da Europa através da Eslovênia, Itália, Áustria, Alemanha, Liechtenstein, Suíça e França. Embora seja bonito ao longo de todo o seu comprimento, há uma seção que muitos turistas admiram: o Mont Blanc.
O Tour du Mont Blanc ou TMB é o passeio mais popular de longa distância na Europa, circulando o Mont Blanc e cobrindo uma distância de 170 quilômetros. Uma das pessoas que fizeram o TMB é Arune Meistaite. Demorou 9 dias para percorrer todo o percurso, e ela voltou com algumas fotos incríveis de sua jornada. Se você quer ver como é o pico mais alto da Europa, dê uma olhada nesta linda série de fotos.
 
O ponto de partida, na aldeia Les Houches, a 1.008 metros acima do nível do mar.
Uma ponte suspensa sobre a água que flui das geleiras do topo da montanha, a 1.650 metros acima do nível do mar.
Um belo vale perto do Refúgio de Miage, a 1.550 metros acima do nível do mar.
Perto da passagem de La Balme, 1.708 metros acima do nível do mar.
Mont Blanc
Ovelhas a caminho de Col de Fours, 2.665 metros acima do nível do mar.
Mont Blanc
A 1.864 metros acima do nível do mar, perto de Refuge des Mottets, há uma pequena casa aguardando os viajantes.
A caminho da fronteira entre França e Itália.
 
Col de la Seigne, uma área neutra entre as fronteiras da França e da Itália, a 2.516 metros acima do nível do mar.
Val Veny Valley, a 2.165 metros acima do nível do mar.
Refugio Giorgio Bertone, 1.996 metros acima do nível do mar.
A fronteira entre a Itália e a Suíça - o Grand Col Ferret - fica a 2.537 metros acima do nível do mar.
No caminho, eles passam por uma pequena aldeia suíça.
Champex Lake, a uma altitude de 1.466 metros acima do nível do mar.
Refúgio Les Grands, a 2.113 metros acima do nível do mar.
Lac Blanc, a 2.352 metros acima do nível do mar.

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Manhã de domingo

As principais notícias do dia
Bom dia!
FESTIVAL EUROVISÃO DA CANÇÃO 
Netta era uma das favoritas e conseguiu a vitória no festival. Na conferência de imprensa depois do evento, disse estar honrada por levar o evento para Israel, falou de Salvador Sobral e de "TOY".
FESTIVAL EUROVISÃO DA CANÇÃO 
A vencedora da 63ª edição do Festival Eurovisão da Canção, a israelita Netta, disse que em 2019 o concurso será em Jerusalém. Netanyahu disse o mesmo, mas a organização não confirma.
CRÓNICA 
Depois dos píncaros, caímos pelo Olimpo abaixo. A Eurovisão, versão Lisboa, pôs as coisas no devido lugar, consagrou um favorito e deixou poucas saudades.
FESTIVAL EUROVISÃO DA CANÇÃO 
Susana Romana viu a final da Eurovisão a partir do sofá e descobriu vampiros, vikings e cowboys. No meio daquilo tudo, até concluiu que "O Jardim", que ficou em último lugar, não era assim tão mau.
FC PORTO 
Os últimos cartuchos foram gastos. Cânticos sem fim, muita cerveja e algumas lágrimas no dia em que o campeão voltou a levantar a taça na Câmara, 19 anos (e uma Medalha de Honra) depois.
FC PORTO 
Em 2016, o V. Guimarães ganhou pela última vez ao FC Porto e o então treinador, Sérgio Conceição, chorou de emoção; hoje, já campeão pelos dragões, teve razões para sorrir. E que ficarão na história.
ANTÓNIO COSTA 
O primeiro-ministro considera mais prioritário contratar mais funcionários públicos para os serviços do Estado do que aumentar vencimentos dos atuais funcionários. Em entrevista ao DN, elogia Merkel.
EDP 
Uma maratona de autorizações regulatórias, entraves quase certos em Bruxelas, uma gestão com vontade própria e um preço baixo. Muito pode falhar na OPA chinesa à EDP. O jogo ainda agora começou.
PARIS 
Polícia abateu homem que matou uma pessoa e feriu quatro em Paris. O Estado islâmico reivindicou o atentado e falou em retaliação pelas ações da coligação na Síria. Atacante nasceu na Tchetchénia.
PRÉ-PUBLICAÇÃO 
Há 30 anos que a escritora Luísa Costa Gomes entra e sai da mesma casa na Costa da Caparica. E um dia perguntou-se: que sítio é este onde vivo? A resposta está no livro "Da Costa". Pré-publicação.
MARCELO REBELO DE SOUSA 
O Presidente da República recebeu um jornalista da France 2 em Belém e foi explicando, com detalhe, quais são as melhores técnicas para tirar uma boa 'selfie'. Ter um braço longo é importante.
Opinião

João Marques de Almeida
Numa Lisboa onde se sabe tudo, onde todos dizem tudo em privado, uma cidade onde não há segredos sobre as vidas dos políticos, nenhum dos envergonhados desconfiou sobre os hábitos de vida de Sócrates?

Alberto Gonçalves
O argumento central do Grupo de Lesados do “eng.” Sócrates passava por invocar, com voz firme, a presunção de inocência devida ao “animal feroz”. Agora exigem que se presuma a inocência deles próprios

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
A principal riqueza de uma nação não está nos seus bens patrimoniais, mas no aprumo e dignidade moral dos titulares dos órgãos de soberania e de todos os seus cidadãos.

João Vaz de Almada
Afonso Dhlakama era um político sem filtros, sem subterfúgios, sem artimanhas e isso tornava-o diferente dos demais políticos. Era, sem dúvida, um one man show.

Ruth Manus
É assim quem se passam todas as nossas semanas. Reunião em vez de filho. Cliente em vez de casamento. Burocracia em vez de saúde. Investidores em vez de amigos. Amigos distantes em vez de amores.
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