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sexta-feira, 6 de março de 2020

MARIA HELENA VIEIRA DA SILVA - Pintora - MORREU EM 1992 - 6 DE MARÇO DE 2020

Maria Helena Vieira da Silva

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Vieira da Silva
Nome completoMaria Helena Vieira da Silva
Nascimento13 de junho de 1908
LisboaReino de Portugal Portugal
Morte6 de março de 1992 (83 anos)
Paris França
ResidênciaParis
NacionalidadePortugal França Luso-francesa
CônjugeArpad Szenes
OcupaçãoPintora
Maria Helena Vieira da Silva GCSE • GCL (Lisboa13 de junho de 1908 — Paris6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesanaturalizada francesa em 1956.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu no seio de uma família rica, filha única do embaixador Marcos Vieira da Silva, falecido em Leysin a 14 de Fevereiro de 1911, e neta materna de José Joaquim da Silva Graça, jornalista, fundador, proprietário e diretor do jornal O Século e proprietário da revista Ilustração Portuguesa, tendo vivido na casa do avô materno, em Lisboa.
Despertou cedo para a pintura. Aos onze anos ingressou na Academia de Belas-Artes, em Lisboa, onde estudou desenho e pintura. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Em 1928 foi residir para Paris, onde estudou com Fernand Léger, e trabalhou com Henri de Waroquier (1881-1970) e Charles Dufresne. Em Paris conheceu o seu futuro marido, o também pintor Árpád Szeneshúngaro, com quem se casou em 1930.
Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa
Realizou inúmeras viagens à América Latina para participar de exposições, como em 1946 no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Devido ao facto de o seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. Então, o casal decidiu residir por um longo tempo no Rio de janeiro - Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra. No Brasil, entraram em contacto com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira. Ambos exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.
Vieira da Silva foi autora de uma série de ilustrações para crianças que constituem uma surpresa no conjunto da sua obra. Kô et Kô, les deux esquimaux, é o título de uma história para crianças inventada por ela em 1933. Não se sentindo capaz de a escrever, a pintora entregou essa tarefa ao seu amigo Pierre Guéguen e assumiu o papel de ilustradora, executando uma série de guaches.
Mais tarde a artista viveu e trabalhou em Paris, no número 34 da rua de l'Abbé Carton, no XIV bairro da cidade.
A partir de 1948 o Estado Francês começa a adquirir as suas pinturas e em 1956 tanto ela como o marido obtêm a nacionalidade francesa. Em 1960 o Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts, a 9 de Dezembro de 1977 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 1979, torna-se Dama da Ordem Nacional da Legião de Honra de França e a 16 de Julho de 1988 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.[1]
Participou na Europália, em 1992, e veio a morrer nesse ano.

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa e a Escola Vieira Da Silva, em Carnaxide.
Em 2013, a União Astronómica Internacional deu o nome da artista plástica a uma cratera em Mercúrio.
Em abril de 2016, a sua obra Biblioteca em fogo (imagem ao lado) foi seleccionada como uma das dez mais importantes obras artísticas de Portugal pelo projeto Europeana.[2]
Em agosto de 2019 foi inaugurada em Paris uma rua com o nome da artista, situada no 14.º bairro[3].

Algumas obras[editar | editar código-fonte]

  • As Bandeiras Vermelhas (1939, 80 × 140 cm)
  • A Partida de Xadrez (1943, 81x100 cm)
  • História Trágico-Marítima (1944, 81,5 × 100 cm)
  • O Passeante Invisível (1949-1951, 132 × 168 cm)
  • O Quarto Cinzento (1950, Tate Gallery, Londres, 65 × 92 cm)
  • L'Allée Urichante (1955, 81 × 100 cm)
  • Les Grandes Constructions (1956, 136 × 156,5 cm)
  • Londres (1959, 162 × 146 cm)
  • Landgrave (1966, 113,6 × 161 cm)
  • Biblioteca em fogo (Bibliothéque en Feu) (1974, 158 × 178 cm)
  • Painéis de azulejo para as estações do Metropolitano de Lisboa do Rato[4] e da Cidade Universitária.
  • quarto manta de 1935

Leilões[editar | editar código-fonte]

  • A obra Saint-Fargeau (1965), foi vendida num leilão em Paris por 1,3 milhões de euros em 22 de Outubro de 2011, o valor mais alto para um quadro de um artista português. A pintura fazia parte de um conjunto de obras da colecção privada do coleccionador Jorge de Brito (1927-2006) que foram levadas a hasta em Paris, pela leiloeira Tajan.[5]
  • A pintura “L’Incendie 1” (“O Incêndio”), foi leiloada pela Christie’s em 6 de março de 2018 pelo valor recorde de 2,290 milhões de euros. A obra pertencia a uma coleção privada de arte, não identificada — que a tinha comprado aos herdeiros de Jorge de Brito, em 2008.
  • A obra, L’Incendie II, ou Le Feu (1944) foi leiloada, em 11 de fevereiro de 2020, em Londres, por 1,9 milhões de euros[6].

Referências

  1.  «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Maria Helena Vieira da Silva". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de fevereiro de 2015
  2.  Página da Europeana[1]
  3.  «Paris inaugura rua com nome de artista Vieira da Silva no sábado»
  4.  A Estação do Rato Arquivado em 22 de janeiro de 2011, no Wayback Machine. na página do Metropolitano de Lisboa] (consultado em 31 de Janeiro de 2010)
  5.  «Quadro de Vieira da Silva vendido por recorde de 1,3 milhões»
  6.  «Quadro da portuguesa Vieira da Silva leiloado por quase dois milhões de euros em Londres»

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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