|
|
POR José Cardoso
Editor Adjunto
|
|
|
Bom dia,
A tranquilidade inquietante de um miúdo chamado Omran. Os morangos de
Auschwitz. As canoas voadoras (será que aportam hoje ao pódio?). Zedu,
“mais velho” há 37 anos. Paredes du coeur. Ser fiel sai bem mais barato
(e isto pode não ter nada a ver com o que possa estar a pensar…). É esta
a súmula dos temas que publicámos ao longo desta semana no Expresso
Diário cuja (re)leitura recomendo Desdobrando-os: A
imagem correu mundo na quinta-feira. Mas, mesmo correndo o risco da
banalização, tanto deste tipo de imagens como dos assuntos a que se
referem, é com ela e o respetivo tema que abro as sugestões do editor
deste sábado dos melhores trabalhos que publicámos no Expresso Diário ao
longo desta semana. Trata-se do vídeo de uma criança síria que é retirada de uma casa destruída por um bombardeamento aéreo em Alepo e colocada numa ambulância.
Pode dizer-se que é “apenas” mais uma imagem icónica de uma guerra
selvagem, devastadora (como se não o fossem todas), cujo curso também já
se tornou banal. Mas, como questiona a Helena Bento no artigo que publicámos na edição de quinta-feira, poderão fotos e vídeos como este ajudar a mudar o estado das coisas? Uma
pergunta tanto mais pertinente que surge praticamente na mesma altura
em que a Amnistia Internacional divulga informações aterradoras sobre o
que se passa nas prisões do regime sírio, onde desde o início da guerra
morrem ou têm sido mortas dez pessoas por dia, em média. Outro artigo, sobre outra guerra, cuja leitura recomendo, é a entrevista que a Luciana Leiderfarb fez a Rainer Höss, neto de Rudolf Höss, o comandante da maior fábrica de morte da Alemanha nazi, o
campo de concentração de Auschwitz. Rainer foi uma das várias pessoas
ouvidas para o trabalho que fez a capa da revista E do sábado passado.
No Expresso Diário de quarta-feira publicámos a versão integral, em
formato pergunta-resposta, da entrevista que a Luciana lhe fez. “Auschwitz é para mim o equivalente a visitar a casa dos meus avós”, diz Rainer Höss. Os avós viviam lá, numa moradia situada dentro do campo, bem perto de um forno crematório. E a avó de Rainer avisava os filhos para verem se não havia cinza nos morangos que colhiam no jardim. Os Jogos Olímpicos
têm sido uma presença diária no Expresso Diário. Pela atualidade,
recomendo o artigo que publicámos na edição de quinta-feira.
Intitulava-se “O persistente, o ambicioso, o tímido e o sonhador”.Chamam-se
Fernando Pimenta, Emanuel Silva, João Ribeiro e David Fernandes e são
os quatro canoístas que lutam ao início da tarde deste sábado por uma
medalha na final do K4, os mil metros em que quatro homens impulsionam
uma canoa, que “voa” a quase 20 quilómetros por hora. A Alexandra Simões
de Abreu conta quem eles são, como têm sido as suas vidas, que ambições têm. Uma delas é subir esta tarde ao pódio dos Jogos Olímpicos.
Nas propostas de (re)leitura de temas do Diário, uma chamada de atenção
para outro acontecimento que também chega este sábado à final: o congresso do MPLA, o partido no poder em Angola.
Para ficar a perceber o que (não) está em causa, leia o artigo sobre “o
Presidente que sucede sempre a si próprio”, do Nicolau Santos. Deixo
aqui a entrada do artigo, que resume bem tudo: “Pela sexta vez consecutiva, José Eduardo dos Santos é o candidato único à liderança do MPLA
– Movimento Popular de Libertação de Angola. Há 37 anos no poder,
depois de suceder ao histórico fundador e primeiro Presidente de Angola,
Agostinho Neto, Dos Santos enfrenta atualmente uma dificílima situação
económica, a contestação social de jovens ativistas e vozes críticas
dentro do seu partido, dando sinais de incapacidade para conseguir uma
renovação geracional no comité central do MPLA”. (já agora, sobre o mesmo assunto leia também, na mesma edição, a de quinta-feira, as crónicas do Ricardo Costa e do Henrique Monteiro.
O Ricardo com uma abordagem mais inesperada, em que fala de mortalidade
infantil, o Henrique em que analisa a vassalagem de um partido e de um
país a Zedu) E ainda mais outra proposta sobre outro acontecimento que chega hoje à final: o festival de Paredes de Coura.
A Lia Pereira, no texto, e a Rita Carmo, nas fotos, fizeram esta semana
várias reportagens para o Expresso Diário (além das que têm feito
diariamente para a revista Blitz). São todas boas leituras, claro, mas
chamo a atenção para o primeiro artigo. Publicado na edição de
terça-feira, era como que uma antevisão-explicação do festival que iria
começar no dia seguinte. Um texto tentando explicar porque é que é
diferente de todos os outros um festival que um participante batizou um
destes anos com uma expressão feliz, Paredes du Coeur.
Termino as sugestões do editor deste sábado com uma referência a um
artigo de “serviço público”, que publicámos na edição de terça-feira,
dia em que entrou em vigor a nova lei dos chamados pacotes tv+net+voz,
que obrigam as operadoras de telecomunicações a disponibilizar contratos sem fidelização.
Para saber com o que pode contar a partir de agora, (re)leia o artigo
da Carla Tomás, que fez uma ronda pelas quatro operadoras. A principal
conclusão é que ser fiel sai bem mais barato: se o cliente não quiser
fidelização, pode pagar mais do dobro em relação a um contrato com
fidelização. Boas leituras, (não se esqueça que nas
bancas está hoje uma nova edição do semanário, com a revista E - em cuja
capa está o código que lhe permite ler o Expresso Diário durante toda a
semana – e com “O que fazem mulheres”, o quinto dos oito volumes das
obras de Camilo Castelo Branco que estamos a oferecer aos nossos
leitores) e um excelente fim de semana, du coeur e com canoas
|
|
|