Se leu, aposto que a história lhe arrancou um sorriso. Nas primeiras páginas do livro que lhe sugerimos no mês passado —
Robôs, de Martin Ford — surge um conto delicioso que tem o economista
Milton Friedman
como protagonista. Reza a história que Friedman foi convidado pelo
governo de um país asiático para ajudar as autoridades locais a conceber
um plano económico que, além de fomentar o
progresso, privilegiasse o
emprego dos cidadãos. Uma vez chegado a uma obra pública, o economista norte-americano viu
muita gente a trabalhar com pás e pouca maquinaria
.
Friedman sugeriu que as autoridades deveriam fazer um maior investimento em inovação e maquinaria
mas a resposta do seu anfitrião não foi simpática. Não foi tanto a
ideia de ter de investir que desagradou mas, sim, a perceção de que a maquinaria tornaria obsoletos os empregos de muita daquela gente que ali trabalhava. Com a astúcia que lhe era reconhecida, Milton Friedman terá respondido: “então, se a sua preocupação é o emprego, elimine as pás e faça as pessoas usarem colheres“.
Espero que esta anedota (por sinal, real) lhe abra o apetite para ler o
artigo de opinião de Gonçalo Lobo Xavier, que na qualidade de
board advisor da
AIMMAP, escreveu no Observador sobre os impactos em Portugal da revolução sobre a qual discorreu Martin Ford. Um trecho: “
É fundamental uma visão inovadora para a formação profissional, que não pode estar subordinada às políticas de curto prazo do Ministério da Educação. As empresas pedem ao Estado que não atrapalhe“.
O nosso destaque principal desta edição:
a inovação está em todo o lado e é por essa razão que, este mês, lhe
trago um longo trabalho que parte da 4ª edição do relatório que os
analistas do
Citi preparam, anualmente, sobre as
10 inovações disruptivas que (já) que estão a mudar o mundo em que vivemos — em áreas que vão da saúde à eletrónica, passando pelo comércio e pela energia.
Mas há muito mais para ler nesta edição da
newsletter Inovação. O
Flávio Nunes e eu próprio fomos experimentar a próxima engenhoca que a Sony Playstation vai lançar já em outubro — o
PlayStation VR.
Eu fui à Sony para espairecer um pouco (e passar vergonhas com o meu
escasso talento para os jogos em realidade virtual) mas o Flávio foi com
a intenção de escrever o texto em que dá o seu veredito –
Vale a pena investir na realidade virtual da PlayStation?
Tenha um bom regresso ao trabalho, após as férias (se tiver sido caso disso).
Obrigado por nos ler. Voltamos a ver-nos no final de setembro.