Soldado Milhões
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Aníbal Augusto Milhais | |
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Nascimento | 9 de julho de 1895 Valongo, Murça, Reino de Portugal |
Morte | 3 de junho de 1970 (74 anos) Valongo de Milhais, Murça, Portugal |
Nacionalidade | português |
Cônjuge | Teresa de Jesus |
Ocupação | Agricultor |
Serviço militar | |
Patente | Praça |
Aníbal Augusto Milhais CvTE • MPCG (Murça, Valongo, 9 de Julho de 1895 — 3 de Junho de 1970), mais conhecido por Soldado Milhões, foi o soldado português mais condecorado da I Guerra Mundial e o único militar português agraciado com a mais alta honraria nacional, a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, no campo de batalha em vez da habitual cerimónia pública em Lisboa.[1]
História[editar | editar código-fonte]
Na Batalha de La Lys a 2.ª Divisão do Corpo Expedicionário Português foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra.
No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o Soldado Milhões.
De seu verdadeiro nome Aníbal Augusto Milhais, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua arma, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os lusos como a Luísa. Munido de coragem, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e ingleses para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o Soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um médico escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldadotransmontano.
Regressado a um acampamento português, o comandante Ferreira do Amaral saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!".[2]
Homenagens[editar | editar código-fonte]
- Agraciado com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e várias condecorações estrangeiras[3]
- Em 5 de julho de 1924 o Parlamento alterou o nome da povoação de Valongo, para Valongo de Milhais.[4]
- Medalha do Soldado Milhões, Câmara Municipal de Murça do escultor Laureano Eduardo Pinto Guedes (1970)[5].
- Busto do Soldado Milhões, na Praceta Herói Milhões em Murça do escultor Laureano Eduardo Pinto Guedes (1972-1973)[6].
- Exposição permanente do espólio (pistola, caderneta militar e medalhas) no Museu Militar do Porto [7]
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ANTÓNIO FONSECA