O único exemplo de arquitectura militar da ilha, o
Forte de Santa Catarina, foi recuperado e funciona actualmente como o Posto de Turismo da Vila.
Montanha do Pico, aspectos.
Montanha do Pico, os seus aspectos.
Montanha do Pico, aspectos.
Lagoa do Capitão com a montanha do Pico como pano de fundo.
Interior montanhoso da ilha do Pico, as nuvens descem a serra.
Interior montanhoso da ilha do Pico, terra verde.
Interior montanhoso da ilha do Pico, uma Gruta nas pastagens.
Zona de Protecção Especial para a Avifauna das Lajes do Pico.
Montanha do Pico, aspectos.
Lajes do Pico, vista parcial do casario em dia de tempestade.
Entre as várias figuras desta localidade que ao longo dos tempos se têm demarcado nos mais variados campos do saber. Entre eles encontram-se: o
historiadorFrancisco Soares de Lacerda Machado (Lajes do Pico,
29 de Janeiro de
1870 –
Santa Isabel,
Lisboa,
26 de Agosto de
1955, o
Monsenhor Pereira da Silva, Dom.
José Vieira Alvernaz (
Ribeirinha do Pico,
5 de Fevereiro de
1898 —
Angra do Heroísmo,
13 de Março de
1986), D.
João Paulino de Azevedo e Castro (Lajes do Pico,
4 de Fevereiro de
1852 -
Macau,
17 de Fevereiro de
1918), que foi o 19.º
bispo de Macau, tendo governado a
Diocese entre
1902 e
1918,
Garcia Goulart e mais recentemente o escritor
José Dias de Melo (
Calheta de Nesquim,
ilha do Pico,
8 de Abril de
1925 -
São José (Ponta Delgada),
Ponta delgada,
ilha de São Miguel,
24 de Setembro de
2008).
[3]
O clima nesta parte da ilha, particularmente neste concelho, apresenta-se
temperado marítimo, com as temperaturas médias a oscilarem entre os 14 °C e os 22 °C. A
chuva apresenta um carácter regular ao longo do ano, embora seja mais acentuada no
Inverno.
O espaço destinado ao uso
florestal ocupa uma área importante do concelho, abrangendo cerca de 35% da área total, percentagem que corresponde a 834 ha destinados a floresta. Esta floresta muito variada, tanto em
espécies como em riqueza das mesmas, encontra-se fortemente escalonada em altitude.
Esta cobertura florestal abrange tanto a floresta
endógena que apresenta uma extraordinária riqueza em espécies típicas das florestas da
Laurissilva características da
Macaronésia, como a floresta plantada.
O sector terciário apresenta uma actividade grandemente ligada ao
turismo, relacionada com o
mar e com a
montanha.
No mar as actividades ligadas à observação das
baleias, o
mergulho, os banhos em piscinas naturais, e
caça submarina apresentam-se como as mais destacadas.
Em terra destaca-se o
montanhismo, onde se destaca o ligado à
Montanha do Pico, a montanha mais alta de Portugal, a
espeleologia, os passeios panorâmicos e caminhadas
pedestres pelos trilhos tradicionais que antes da existência das estradas pululavam um pouco por toda a ilha e que por atravessarem montanhas,
valesprofundos, descerem ao nível do mar e voltarem a subir, passando junto a
lagoas, levam o caminhante a um mundo já extinto em outras partes do mundo, principalmente quando penetram nas milenárias florestas da Laurissilva.
[4]
O Povoamento da Ilha do Pico teve início no espaço territorial que
séculos mais tarde viria a dar origem a este concelho das Lajes, facto que também contribuiu para que este seja o concelho mais antigo da ilha.
O primeiro povoador foi somente um homem e o seu
cão que viveram sozinhos durante algum tempo, reza a história que cerca de um ano. A história não regista o nome do cão, mas sabe-se que o homem se chamava
Fernão Álvares Evangelho.
Este
exílio não foi voluntário, mas esteve relacionado com o facto de a quando da preparação do desembarque do referido homem e mais algumas pessoas, se ter levantado uma
tempestade que levou para o mar alto as
caravelas.
Por evidente necessidade de abastecimento de água construiu uma casa junto à ribeira existente à saída da vila das Lajes que durante muitos anos foi conhecida por Ribeira de Fernando Álvares.
Junto a esta ribeira ainda hoje (2010) se conservam as ruínas da casa que então lá construiu, provavelmente não a original, mas a que mandou fazer quando a vida melhorou com a chegada de novos povoadores alguns anos depois.
Quando, pelo menos um ano depois os companheiros de viagem de Fernando Álvares regressaram ao Pico, desembarcaram no local que passou a denominar-se
Santa Cruz das Ribeiras, local da actual freguesia das
Ribeiras. Desses povoadores alguns fixaram a residência neste local, como foi o caso de Jordão Álvares Caralta. Outros desses marinheiros de antanho partiram para o sítio que passou a denominar-se como Maré, muito próximo ao local do primeiro desembarque.
Como era hábito quase em simultâneo com a construção das próprias habitações, procederam à edificaram de um templo religioso, nesta caso uma ermida, a
Ermida de São Pedro, templo este que teve como primeiro pároco, não só da ermida, mas da própria ilha, Frei Pedro Gigante, que é considerado pelos historiadores como tendo sido o introdutor da casta
Verdelho na ilha.
Mais tarde chegarem aqui outros povoadores, estes vindos da
ilha Terceira, geograficamente próxima. Igualmente chagaram também povoadores vindos do
Portugal continental, mais precisamente do norte do país, com especial ênfase para a cidade do
Porto.
Com o passar do tempo e com a organização social,
Álvaro de Ornelas foi feito por ordem real o primeiro
Capitão do donatário nomeado para a ilha do Pico, embora nunca tenha chegado a tomar posse do cargo. Foi assim o nobre de origem
flamenga, de seu nome
Joss van Hurtere, também grafado como
Jôs d’Utra ou
Jobst de Van Huertere], já então Capitão-Donatário na
ilha do Faial, que tomou o mesmo cargo na ilha do Pico
1482 e cujo nome estará na origem do nome da cidade da
Horta (
Hurtere - Horta).
Com o passar dos
séculos o então povoado das Lajes e apesar de não ter
foral desenvolve-se rapidamente. Assim em
1500é criada a
Câmara Municipal das Lajes do Pico, na altura com jurisdição sobre toda a ilha do Pico. Esta câmara constituía a sua primeira vereação pelos “
homens bons" do novo concelho.
No dia
14 de Maio de
1501 é dado o primeiro alvará nesta câmara, foi emitido pelo Capitão-donatário Jôs d’Utra que conferiu poder e autoridade a Fernando Álvares para que este pudesse dar licenças diversas aos povoadores, conforme as necessidades destes.
O edifício dos Paços do Concelho das Lajes do Pico, localizado na praça onde se encontra a Igreja Matriz das Lajes, a
Igreja da Santíssima Trindade, templo construído no
século XIX e que cresceu sobre o templo de
1503.
Apesar de o concelho ter sido criado em 1542, só em
1543 é que se procedeu à eleição da primeira câmara deste novo município.
Este concelho em
1895 foi extinto por força de lei, tendo novamente sido restaurado por Decreto de
13 de Janeiro de
1898.
Neste concelho, na freguesia das Lajes, encontra-se o mais antigo templo da ilha do Pico, a
Ermida de São Pedro, curioso templo com origem na
Ordem dos Frades Franciscanos. Este templo foi, afirma a tradição oral erguido no local onde desembarcaram os primeiros povoadores.
Igualmente neste
convento esteve durante alguns anos instaladas instituições de ensino, a primeira delas foi um Externato Particular, tendo depois sido aqui instalada a Sede do Ensino Oficial Público.
Neste convento ainda se encontra instalada a redacção do jornal "
O Dever", cuja fundação ocorreu em
2 de Junho de
1917 e que se encontra entre os mais antigos jornais dos Açores.
A denunciar o seu passado existe na vila um apreciável conjunto urbanístico, onde se destacam antigas
casas senhorias e outras, que mesmo de menos dimensão apresentam bons trabalhos em
cantaria e
varandas corridas.
Este acontecimento associado à transformação industrial destes
cetáceos transformou-se numa das principais actividades durante quase duzentos anos.
Esta vila possui um museu dedicado à actividade da caça à baleia, o
Museu dos Baleeiros é o único do seu género em Portugal. Esta entidade museológica é detentora de uma apreciável colecção composta por várias centenas de peças trabalhadas em dente e osso de baleia, além dos vários utensílios usados na pesca artesanal.
A igreja Matriz da localidade,
Igreja da Santíssima Trindade, que teve a sua construção no
século XIX, em substituição do antigo templo que se encontrava muito arruinado, localiza-se no Largo General
Francisco Soares de Lacerda Machado, vulgarmente conhecido como Largo da Igreja.
[6] Este largo apresenta um conjunto arquitectónico digno de nota com construções que recuam ao século XVII e ao século XVIII.
[3]
As actividades culturais das Lajes do Pico são fortemente marcada pelas iniciativas e tradições populares, algumas centenárias, trazidas com os primeiros povoadores e que ao longo dos séculos sofreram as adaptações a que a mentalidade dos povos que as promovem foram sujeitos, seja a incutida pela
natureza ou a própria mistura de crenças e originada nas diferentes origens das populações chagadas às ilhas.
Dos acontecimentos ligados à natureza, o
mar e o
vulcanismo, associados ao isolamento causado pela insularidade estão entre os factores que mais moldaram a mentalidade do povo ilhéu e estão na origem dos seus sempre sentidos apelas aos
Deuses.
Este ritual inclui a coroação de uma criança, que deve ostentar um
ceptro e
coroa usualmente em
prata (embora as aja em ouro), como símbolos do
Espírito Santo.
Este acontecimento de cariz absolutamente popular, em que a igreja tem pouca intervenção, tem lugar uma grande festa realizada no sétimo
domingo depois da
Páscoa.
Neste concelho, e para além desta festa, decorre na última semana do mês de Agosto a festa dos Baleeiros, cujo início remonta a
1883, data em que os baleeiros se integraram nos festejos de
Nossa Senhora de Lourdes.
No
artesanato é de destacar as
rendas de
croché onde são trabalhados motivos tradicionais da ilha e dos Açores e também modernos. Surgem também os
chapéus de
palha, as esteiras feitas em
junco. Possivelmente um dos mais elaborados, caros e raros, são sem duvida as peças de arte esculpidas em dente de
cachalote. Nestas peças surgem representações de
veleiros, de cenas de
caça à baleia,
sereias e outros assuntos relacionados com a faina do mar.
Fora a agropecuária existe toda uma actividade que embora ligada ao amanho terra se diversificou com base nas próprias características do solo. Assim surgem um pouco por todo o concelho, embora predominantemente nas terras baixas uma miríade de pequenas explorações, onde se pratica uma
policultura que embora se destine principalmente ao auto consumo também procura abastecer o mercado local e por vezes as ilhas mais próximas.
Número de habitantes [7] |
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
10 976 | 11 811 | 10 146 | 9 371 | 8 325 | 7 457 | 7 796 | 8 168 | 8 539 | 8 186 | 6 605 | 5 828 | 5 563 | 5 041 | 4 711 |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [8] |
| 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
0-14 Anos | 2 796 | 2 550 | 2 267 | 2 148 | 2 368 | 2 331 | 2 100 | 1 690 | S/ dados | 1 057 | 797 | 623 |
15-24 Anos | 1 398 | 1 027 | 1 151 | 1 269 | 1 237 | 1 351 | 1 257 | 925 | S/ dados | 782 | 667 | 529 |
25-64 Anos | 3 876 | 3 469 | 3 121 | 3 400 | 3 546 | 3 837 | 3 959 | 3 160 | S/ dados | 2 648 | 2 588 | 2 524 |
= ou > 65 Anos | 1 220 | 1 210 | 1 186 | 910 | 914 | 915 | 870 | 830 | S/ dados | 1 076 | 989 | 1 035 |
> Id. desconh | 29 | 7 | 29 | 14 | 57 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
As freguesias de Lajes do Pico são as seguintes:
O concelho de Lajes do Pico é geminado com as seguintes cidades:
[9]
Referências