CAROS AMIGOS. SETEMBRO MOLHADO, FIGO ESTRAGADO
SÃO JOSÉ DE CUPERTINO.
JORGE SAMPAIO - POLÍTICO, PRIMEIRO MINISTRO E PRESIDENTE DE PORTUGAL - NASCEU EM 1939
DIA MUNDIAL DA MONITIRIZAÇÃO DA ÁGUA.
Atingido o número de 2 730 741 VISUALIZAÇÕES. Obrigado. Porto 18 de setembro de 2024. ANTONIO FONSECA
A cooperação Sul-Sul é um termo historicamente usado por formuladores de políticas e acadêmicos para descrever o intercâmbio de recursos, tecnologia e conhecimento entre países em desenvolvimento, também conhecidos como países do Sul Global. O Sul Global está fazendo contribuições cada vez mais significativas para o desenvolvimento global. A relevância econômica e geopolítica de muitos países tem crescido. No passado, a cooperação Sul-Sul concentrou-se no compartilhamento de conhecimento e na construção de capacidades, mas os países do Sul Global e as novas instituições financeiras recentemente também se tornaram cada vez mais ativos no financiamento do desenvolvimento.[1]
A cooperação Sul-Sul tem início com o processo de descolonização, ainda no contexto da Guerra Fria, entre o fim da Segunda Guerra Mundial e os anos 1970. Era "Sul-Sul" toda relação entre os países que tinham acabado de ficar independentes, a maioria deles em estágio de extrema pobreza. Isso se dava em contraste com as relações das ex-colônias com as potências (Norte-Sul) e entre os próprios países industrializados (Norte-Norte), fossem eles socialistas ou capitalistas. As relações Sul-Sul eram, muitas vezes, sob influência de interesses das duas grandes potências da bipolaridade: os Estados Unidos e a União Soviética.
A cooperação Sul-Sul tem origens ideológicas no anti-imperialismo, que por sua vez recebeu muita influência de correntes marxistas. A ajuda mútua entre os países pobres era uma forma de fomentar o desenvolvimento sem prejudicar sua soberania.
Um primeiro marco das relações Sul-Sul foi a Conferência Afro-Asiática de Bandung, na Indonésia, em 1955. Lá, ficaram definidos os princípios da ideologia diplomática do não-alinhamento, que em seguida daria origem ao Movimento dos Países Não-Alinhados. Esse movimento reuniu a maior parte dos países do mundo e representou os interesses das nações subdesenvolvidas em fóruns multilaterais (como a ONU), ao mesmo tempo em que promovia a cooperação entre esses mesmos países, dando origem à cooperação Sul-Sul.
Em 1978, a ONU criou a Unidade de Cooperação Sul-Sul para promover o comércio Sul-Sul e a colaboração dentro de suas agências. No entanto, a ideia de cooperação Sul-Sul só começou a influenciar o campo do desenvolvimento na prática no final dos anos 1990. A cooperação Sul-Sul tem conseguido diminuir a dependência dos programas de ajuda dos países desenvolvidos e na promoção de uma mudança no jogo de poder internacional.
O fim da Guerra Fria, entre 1989 e 1991, gerou um grande desafio para a cooperação Sul-Sul, que durante décadas se equilibrou sobre o jogo de forças entre as duas superpotências. Com o desaparecimento da União Soviética e do bloco socialista, os países em desenvolvimento perderam tanto o lastro da cooperação socialista quanto o interesse norte-americano em promover ajuda internacional para evitar que entrassem na esfera de influência soviética. Esse foi o caso de países da África, que deixaram de ser objeto de interesse geopolítico de EUA e URSS ao mesmo tempo. Nesse vácuo de poder e intercâmbio econômico, a China é uma potência que vem ocupando gradativamente maior espaço.
Um dos principais objetivos da cooperação é fortalecer e melhorar as relações econômicas entre os países em desenvolvimento. Algumas das áreas em que as nações do Sul esperam melhorar são os investimentos conjuntos em energia e petróleo, o comércio diversificado e a criação de um banco comum. Entre outros acordos regionais de comércio fechados durante a cúpula de 2009 esteve um entre a Venezuela e a África do Sul no setor de petróleo e um memorando de entendimento com Serra Leoa para formar uma empresa de mineração conjunta. Enquanto isso, o Brasil desenvolveu um modelo cada vez mais bem-sucedido de ajuda exterior, com orçamento de mais de US$ 1 bilhão por ano (à frente de muitos doadores tradicionais), concentrado na troca de experiência técnica e em transferência de tecnologia. A forma brasileira de desenvolvimento Sul-Sul tem sido chamada de "modelo global em ascensão".
Os continentes africano e sul-americano têm, juntos, mais de um quarto dos recursos de energia do mundo. Isso inclui a reservas de petróleo e gás natural de Bolívia, Brasil, Equador, Venezuela, Argélia, Angola, Líbia, Nigéria, Chade, Gabão e Guiné Equatorial.
Articulação política
Outra área em que alguns dos líderes do Sul pretendem ver maior evolução é na arena política. Para eles, a cooperação deveria dar aos subdesenvolvidos maior poder político quando se trata de arena global. Por meio da articulação diplomática entre os governos dos países pobres, tem-se o objetivo de defender posições comuns, falando em uníssono e votando em bloco em fóruns multilaterais. Isso ficou evidente, por exemplo, nas negociações da rodada de Doha em que a Índia teve papel ativo e representou interesses de outros países do Sul frente às doutrinas liberais de comércio internacional de países do Norte.
Algumas lideranças também esperam que a cooperação ofereça maior liberdade na escolha de sistemas políticos. Por exemplo, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez esperava usar a cooperação Sul-Sul como um palco para ampliar o alcance de sua mensagem do socialismo do século XXI.
Segurança e defesa
As responsabilidades de paz e segurança também estão no topo da agenda para a cooperação. Durante a cúpula de 2009, o Coronel Ghaddafi propôs uma aliança de defesa entre os dois continentes, chamando uma aliança possível de "OTAN do Sul" (sendo que o N OTAN é referência ao Norte) ou OTAS. Este tipo de aliança pretenderia atuar como uma alternativa para o Conselho de Segurança da ONU, em que não há nenhum dos membros permanentes dos dois continentes.
Desafios e críticas
Independentemente de um contínuo interesse de muitos países da África e da América do Sul, a cooperação Sul-Sul ainda enfrenta grandes desafios. Um exemplo é a falta de capital suficiente para fundar um "Banco do Sul" como alternativa para o FMI e o Banco Mundial.
A crítica mais evidente é que há apenas algumas vozes ainda ouvidas. Essas vozes são, muitas vezes, partidas dos países relativamente ricos e mais poderosos do Sul (como Brasil, a África do Sul, o Irã e a Venezuela).
Enxaqueca é uma cefaleia primária caracterizada por dores de cabeça recorrentes, de moderadas a graves.[1] Geralmente a dor de cabeça afeta apenas um dos lados, é de natureza pulsátil e dura entre 2 e 72 horas.[1] Os principais sintomas associados são náuseas, vómitos e sensibilidade à luz, ao som e ao odor.[2] A dor geralmente agrava-se com a atividade física.[12] Cerca de um terço das pessoas com enxaqueca veem uma aura – uma perturbação transitória visual, sensorial, motora ou na linguagem, que antecede a ocorrência de uma enxaqueca.[12] Em alguns casos, a aura pode ocorrer sem ser seguida por enxaqueca.[13]
Acredita-se que as enxaquecas sejam causadas por uma combinação de fatores ambientais e genéticos.[3] Cerca de dois terços dos casos são familiares.[5] A alteração dos níveis hormonais pode também ter algum papel, uma vez que as enxaquecas afetam ligeiramente mais rapazes do que moças antes da puberdade, mas cerca de duas a três vezes mais mulheres do que homens adultos.[4][14] O risco de enxaquecas geralmente diminui durante a gravidez.[4] O mecanismo subjacente não é totalmente compreendido.[15] No entanto, acredita-se que envolva os nervos e vasos sanguíneos do cérebro.[5]
As enxaquecas afetam cerca de 15% da população mundial.[11] Geralmente têm início durante a puberdade e são mais intensas durante a meia-idade.[1] Em algumas mulheres a ocorrência diminui após a menopausa.[15] A condição é uma das causas mais comuns de incapacidade.[17] Uma das primeiras descrições médicas consistente com os sintomas de enxaquecas é dada no papiro Ebers, redigido no Antigo Egito por volta de 1500 a.C.[18]
Etimologia
A origem da palavra enxaqueca é árabe (الشقيقة, ax-xaquica) e significa "meia cabeça". Seu sinônimo, migrânea, vem do grego antigo ημικρανίον (hêmikraníon), "metade do crânio".[19] O termo cefaleia é utilizado para designar qualquer dor de cabeça, podendo ser ou não uma enxaqueca.
Classificação
As cefaleias (assim como várias outras doenças) podem ser primárias ou secundárias:
Primárias: quando tem características próprias e a recorrência da dor é a principal manifestação da doença.
Secundárias: quando são sintomas de outras doenças como infecções (sinusites, meningites), traumas, tumores, aneurismas, alterações metabólicas ou hormonais.
Outra classificação importante é a presença ou ausência de aura. A aura é um fenômeno neurológico que inclui a ocorrência de escotomas (alterações visuais), que em geral começam poucos minutos antes do aparecimento da dor. Nem sempre esse tipo de alteração ocorre - daí a ocorrência da chamada enxaqueca sem aura, por sinal mais comum. Tais alterações ocorreriam por distúrbios elétricos negativos ao nível do córtex cerebral, em especial na região occipital, responsável pela visão.
Sinais e sintomas
A migrânea é caracterizada por:
Dor intensa e pulsante usualmente em apenas um dos lados da cabeça;
Náusea e vômitos;
Sensibilidade à luz e ao som;
Irritabilidade e mau humor;
Incapacidade para realização de atividades cotidianas.
Os ataques ou crises de enxaqueca variam de pessoa para pessoa, com duração de 4 a 72 horas. Algumas vítimas apresentam manifestações que precedem a crise propriamente dita em várias horas ou até por período superior a 24 horas e podem funcionar como uma espécie de "aviso". Estas manifestações incluem: distúrbios do humor (ansiedade, euforia, depressão), distúrbios do sono (sonolência, insônia), distúrbio intelectivos (embotamento mental, diminuição da concentração) e distúrbios gastrointestinais.
A maior parte dos pacientes apresentam crises de enxaqueca com "aura", que são distúrbios visuais como flashes de luz, pontos escuros na visão ou linhas em ziguezague.
Exemplos de como a visão pode ser afetada em alguns casos:
Efeitos da enxaqueca na visão
Reforço do remanescente de uma estrutura em zigzag
Escotoma negativo, perda da percepção de estruturas locais
Escotoma positivo, percepção local de estruturas extras
Perda de percepção em um lado
Também são relatadas alterações como perda de parte da visão em vários pontos e ver vários pontos amarelados, além da perda de foco constante.
Causas
As enxaquecas são caracterizadas como dores de cabeça incapacitantes e persistentes, frequentemente acompanhadas por uma sensibilidade aumentada a estímulos visuais ou outros estímulos sensoriais. As razões específicas para essas enxaquecas certamente não são conhecidas, embora os cientistas aceitem que possam ser identificadas com alterações temporárias nos produtos químicos, nervos ou vasos sanguíneos no cérebro. Entretanto, geralmente a enxaqueca primária é causada pela vasodilatação de artérias e veias cranianas que resulta na compressão de nervos sensitivos,[20] mas pode também estar associado a regulação de serotonina pelo nervo trigêmeo (5º par cranial).[21]
Fatores que favorecem o desenvolvimento de enxaqueca incluem[20]:
São mais comuns em mulheres antes do período menstrual, quando o nível de estrógeno é mais baixo. É aconselhável procurar um médico neurologista para obter um diagnóstico correto.
A enxaqueca é uma doença multifatorial, várias são as causas conhecidas pela medicina. A soma de fatores genéticos, ambientais (cigarro, poluição, variação climática, odores de perfumes e produtos químicos), hormonais, comportamentais (alto grau de exigência, oscilação do humor, irritabilidade, ansiedade, depressão), sono (dormir muito, dormir pouco) compõem os aspectos mais importantes. Existem mitos como a enxaqueca ser causada por problemas do fígado, que não são cientificamente comprovados.
Recentemente, estudos mostraram que em torno de metade dos pacientes com enxaqueca com aura apresentavam um desvio (abertura) da direita para a esquerda nas câmaras superiores do coração em virtude de uma condição congênita denominada forame oval.[26][27][28] Uma cirurgia que envolve a inserção pela virilha de um mecanismo que fecha tal orifício cardíaco tem trazido bons resultados para cura do mal em muitos pacientes enxaquecosos portadores de tal falha congênita.[28][29]
Cientistas, em 2020, descobriram que pessoas com dores de cabeça de enxaqueca parecem ter um córtex visual hiper-excitável.[30] Os cientistas acompanharam e registraram os padrões de ondas cerebrais dos participantes quando os estímulos visuais foram apresentados - com um eletroencefalograma (EEG) e encontraram uma reação mais significativa no córtex visual entre o grupo de pacientes com enxaqueca quando os membros receberam os gradeamentos.[31]
Tratamento
O tratamento consiste em três vertentes principais: diminuição da exposição aos factores desencadeantes, controlo dos sintomas agudos e medicação de prevenção.[5] Quanto mais cedo são administrados os medicamentos durante uma crise, maior é a sua eficácia.[5] No entanto, o recurso frequente à medicação pode resultar em cefaleia por uso excessivo de medicamentos, situação em que as dores de cabeça se tornam mais intensas e frequentes.[12] Isto pode ocorrer com triptanos, ergotaminas e analgésicos, principalmente analgésicos opioides.[12] Dado estes riscos, é recomendada a administração de analgésicos simples até um máximo de três dias por semana.[32]
Outro tratamento eficaz com poucos riscos de efeitos adversos é a administração de paracetamol, tanto sozinho como em combinação com a metoclopramida.[36] A metoclopramida por via intravenosa é também eficaz por si própria.[37][38] Durante a gravidez, tanto o paracetamol como a metoclopramida são considerados seguros até ao terceiro trimestre.[10]
Triptanos
Os triptanos como o sumatriptano ou rizatriptano são eficazes para o alívio das dores e das náuseas em até 75% das pessoas.[5][39] O sumatriptano é mais eficaz quando administrado em associação com naproxeno.[40] São os fármacos de eleição para o tratamento inicial em pessoas com dores moderadas a graves ou pessoas com sintomas mais ligeiros que não respondem aos analgésicos simples.[10] Os triptanos são comercializados em soluções orais, injectáveis, spray nasal e pastilhas solúveis.[5] A generalidade dos triptanos aparenta ter eficácia e efeitos adversos semelhantes. No entanto, é possível que uma pessoa possa responder melhor a uns do que a outros.[10] A maior parte dos efeitos adversos são ligeiros. No entanto, já ocorreram casos raros de isquémia coronária,[5] pelo que não estão recomendados para pessoas com doenças cardiovasculares,[10] com antecedentes de AVC ou com enxaquecas associadas a problemas neurológicos.[41] Os triptanos devem ainda ser administrados com precaução em pessoas com fatores de risco para doenças vasculares.[41] Embora por precaução não sejam recomendados em pessoas com enxaquecas basilares, não há evidências específicas de malefícios neste grupo que apoiem esta precaução. Não causam adicção, mas causam mais efeitos colaterais, inclusive dor de cabeça, quando usados por muitos dias consecutivos.[42]
Ergotaminas
A ergotamina e a di-hidroergotamina são medicamentos de antiga geração ainda receitados para enxaquecas, estando o último disponível em spray nasal e em solução para injeção.[5][43] Aparentam ter eficácia semelhante aos triptanos.[44] Os efeitos adversos são geralmente benignos.[45] Aparenta ser também a opção de tratamento mais eficaz para os casos mais graves, como em pessoas com estado enxaquecoso.[45] No entanto, causam angioespamo, incluindo angioespasmo coronário, pelo que estão contra-indicados em pessoas com doença arterial coronária.[46]
Outros
Entre outras possíveis opções de tratamento estão a metoclopramida por via intravenosa, proclorperazina por via intravenosa ou lidocaína por via intranasal.[10][38] A metoclopramida ou a proclorperazina por via intarvenosa são o tratamento recomendado para pessoas admitidas em urgência hospitalar.[10][38] O haloperidol pode também ser benéfico para este grupo.[38][43] Acrescentar uma dose única de dexametasona ao tratamento de uma crise de enxaquecas está associado a uma diminuição de 26% na recorrência de dores de cabeça nas 72 horas seguintes.[47]
Não há evidências que apoiem a eficácia da manipulação vertebral no tratamento de enxaquecas.[48] Recomenda-se que não sejam usados opioides ou barbituratos devido à sua eficácia questionável, ao potencial de habituação e ao risco de cefaleia atribuída a uma substância.[10]
Em crianças
O ibuprofeno ajuda a diminuir a dor em crianças com enxaquecas.[49] O paracetamol não aparenta ser eficaz na diminuição da dor.[49] Os triptanos são eficazes, embora apresentam risco de efeitos adversos ligeiros, como perturbações no sabor, sintomas nasais, tonturas, fadiga, falta de energia, náuseas ou vómitos.[49]
Enxaquecas crónicas
Os únicos medicamentos que apresentam evidências de eficácia no tratamento de enxaquecas crónicas são o topiramato e a toxina botulínica.[50] Embora a toxina botulínica seja eficaz no tratamento de enxaquecas crónicas, não é eficaz no tratamento de enxaquecas episódicas.[51][52]
Prognóstico
O prognóstico a longo prazo de pessoas com enxaquecas é variável.[53] Existem quatro principais padrões de evolução da doença: ou os sintomas desaparecem completamente, ou os sintomas diminuem gradualmente com o tempo, ou os sintomas continuam com a mesma intensidade ou as crises tornam-se cada vez mais intensas e frequentes.[53] No entanto, a condição é geralmente benigna[53] e não está associada ao aumento de risco de morte.[54]
As enxaquecas com aura aparentam duplicar o risco de AVC isquémico.[55][56] Por outro lado, as enxaquecas sem aura não aparentam aumentar o risco.[57] Este risco é agravado se a pessoa é um jovem adulto, do sexo feminino, se usa contracepção hormonal ou se é fumadora.[55] A relação das enxaquecas com problemas cardiovasculares é inconclusiva, havendo apenas um estudo que apoia a existência de uma associação.[55] No entanto, a generalidade das enxauecas não aparenta aumentar o risco de morte por AVC ou por doença cardiovascular.[54] A terapêutica de prevenção de enxaquecas em pessoas com enxaquecas com aura pode prevenir a ocorrência de AVCs.[58] As enxaquecas estão também associadas à duplicação do risco de dissecção da artéria vertebral.[59] As pessoas com enxaquecas, principalmente as mulheres, podem desenvolver um número acima da média de lesões cerebrais na substância branca de significado clínico pouco claro.[60]
A maior parte das pessoas com enxaquecas sofre períodos de baixa produtividade resultantes da condição.[5]
Epidemiologia
As enxaquecas afetam cerca de 15% da população mundial, ou cerca de mil milhões de pessoas.[11] É mais comum entre mulheres (19%) do que entre homens (11%).[11] Na Europa, as enxaquecas afetam entre 12 e 28% da população em dado momento da vida. Em cada ano, 6–15% dos homens adultos e 14–35% das mulheres adultas sofrem pelo menos um caso de enxaquecas.[14] A prevalência da doença é ligeiramente menor na Ásia e em África do que nos países ocidentais.[61][62] As enxaquecas crónicas aetam entre 1,4 e 2,2% da população.[63]
A prevalência varia significativamente com a idade. A idade mais comum para o início de enxaquecas é entre os 15 e os 24 anos de idade e são mais frequentes nas pessoas entre os 35 e 45 anos de idade.[5] A condição afeta 1,7% das crianças com 7 anos de idade e 3,9% das crianças entre os 7 e 15 anos de idade. Antes da puberdade, a condição é mais comum entre rapazes.[64] Durante a adolescência, as enxaquecas tornam-se progressivamente mais comuns entre as mulheres.[64] Em idosos, a condição é duas vezes mais comum entre mulheres do que entre homens.[65] Entre mulheres, as enxaquecas sem aura são mais comuns do que as com aura, embora entre homens a frequência seja idêntica.[61] Os sintomas geralmente agravam-se durante a perimenopausa, diminuindo de gravidade a partir daí.[65] Embora em dois terços dos idosos os sintomas desapareçam, entre 3–10% dos casos são persistentes.[66]
↑ Ir para:abAminoff, Roger P. Simon, David A. Greenberg, Michael J. (2009). Clinical neurology 7 ed. New York, N.Y: Lange Medical Books/McGraw-Hill. pp. 85–88. ISBN9780071664332
↑ Ir para:abArmstrong, C; American Academy of, Neurology; American Headache, Society (15 de abril de 2013). «AAN/AHS update recommendations for migraine prevention in adults.». American Family Physician. 87 (8): 584–5. PMID23668450
↑ Ir para:abLinde M, Mulleners WM, Chronicle EP, McCrory DC (junho de 2013). «Valproate (valproic acid or sodium valproate or a combination of the two) for the prophylaxis of episodic migraine in adults». Cochrane Database Syst Rev (6): CD010611. PMID23797677. doi:10.1002/14651858.CD010611
↑ Ir para:abcdefghijkGilmore, B; Michael, M (1 de fevereiro de 2011). «Treatment of acute migraine headache». American Family Physician. 83 (3): 271–80. PMID21302868
↑ Ir para:abcdVos, T; Flaxman, AD; Naghavi, M; Lozano, R; Michaud, C; Ezzati, M; Shibuya, K; Salomon, JA; et al. (15 de dezembro de 2012). «Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990–2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010». Lancet. 380 (9859): 2163–96. PMID23245607. doi:10.1016/S0140-6736(12)61729-2
↑ Ir para:ab«NINDS Migraine Information Page». National Institute of Neurological Disorders and Stroke. 3 de novembro de 2015. Consultado em 15 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 16 de fevereiro de 2016
↑Diener, HC; Charles, A; Goadsby, PJ; Holle, D (outubro de 2015). «New therapeutic approaches for the prevention and treatment of migraine.». The Lancet. Neurology. 14 (10): 1010–22. PMID26376968. doi:10.1016/s1474-4422(15)00198-2
↑Anderson, Kenneth; Anderson, Lois E.; Glanze, Walter D. (1994). Mosby's Medical, Nursing, and Allied Health Dictionary (4 ed.). Mosby. p. 998. ISBN 978-0-8151-6111-0.
↑Eken, C (março de 2015). «Critical reappraisal of intravenous metoclopramide in migraine attack: a systematic review and meta-analysis.». The American Journal of Emergency Medicine. 33 (3): 331–7. PMID25579820. doi:10.1016/j.ajem.2014.11.013
↑ Ir para:abcdOrr, Serena L.; Friedman, Benjamin W.; Christie, Suzanne; Minen, Mia T.; Bamford, Cynthia; Kelley, Nancy E.; Tepper, Deborah (junho de 2016). «Management of Adults With Acute Migraine in the Emergency Department: The American Headache Society Evidence Assessment of Parenteral Pharmacotherapies». Headache: The Journal of Head and Face Pain. 56 (6): 911–940. PMID27300483. doi:10.1111/head.12835
↑Law, Simon; Derry, Sheena; Moore, R. Andrew (20 de abril de 2016). «Sumatriptan plus naproxen for the treatment of acute migraine attacks in adults». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 4: CD008541. ISSN1469-493X. PMID27096438. doi:10.1002/14651858.CD008541.pub3
↑Tepper Stewart J., S. J.; Tepper, Deborah E. (abril de 2010). «Breaking the cycle of medication overuse headache». Cleveland Clinic Journal of Medicine. 77 (4): 236–42. PMID20360117. doi:10.3949/ccjm.77a.09147
↑ Ir para:abSumamo Schellenberg E, Dryden DM, Pasichnyk D, Ha C, Vandermeer B, Friedman BW, Colman I, Rowe BH (2012). «Acute migraine treatment in emergency settings». PMID23304741
↑Kelley, NE; Tepper, DE (janeiro de 2012). «Rescue therapy for acute migraine, part 1: triptans, dihydroergotamine, and magnesium». Headache. 52 (1): 114–28. PMID22211870. doi:10.1111/j.1526-4610.2011.02062.x
↑ Ir para:abMorren, JA; Galvez-Jimenez, N (dezembro de 2010). «Where is dihydroergotamine mesylate in the changing landscape of migraine therapy?». Expert Opinion on Pharmacotherapy. 11 (18): 3085–93. PMID21080856. doi:10.1517/14656566.2010.533839
↑Tfelt-Hansen, P; Saxena, PR; Dahlöf, C; Pascual, J; Láinez, M; Henry, P; Diener, H; Schoenen, J; Ferrari, MD; Goadsby, PJ (janeiro de 2000). «Ergotamine in the acute treatment of migraine: a review and European consensus.». Brain : A Journal of Neurology. 123 ( Pt 1): 9–18. PMID10611116
↑Posadzki, P; Ernst, E (junho de 2011). «Spinal manipulations for the treatment of migraine: a systematic review of randomized clinical trials». Cephalalgia : An International Journal of Headache. 31 (8): 964–70. PMID21511952. doi:10.1177/0333102411405226
↑ Ir para:abcRicher, Lawrence; Billinghurst, Lori; Linsdell, Meghan A; Russell, Kelly; Vandermeer, Ben; Crumley, Ellen T; Durec, Tamara; Klassen, Terry P; Hartling, Lisa (2016). «Drugs for the acute treatment of migraine in children and adolescents». Cochrane Database of Systematic Reviews. 4: CD005220. PMID27091010. doi:10.1002/14651858.CD005220.pub2
↑Jackson JL, Kuriyama A, Hayashino Y (abril de 2012). «Botulinum toxin A for prophylactic treatment of migraine and tension headaches in adults: a meta-analysis». JAMA. 307 (16): 1736–45. PMID22535858. doi:10.1001/jama.2012.505
↑Kurth, T; Chabriat, H; Bousser, MG (janeiro de 2012). «Migraine and stroke: a complex association with clinical implications». Lancet Neurology. 11 (1): 92–100. PMID22172624. doi:10.1016/S1474-4422(11)70266-6
↑Kurth, T (março de 2010). «The association of migraine with ischemic stroke». Current Neurology and Neuroscience Reports. 10 (2): 133–9. PMID20425238. doi:10.1007/s11910-010-0098-2
↑Hougaard, A; Amin, FM; Ashina, M (junho de 2014). «Migraine and structural abnormalities in the brain.». Current Opinion in Neurology. 27 (3): 309–14. PMID24751961. doi:10.1097/wco.0000000000000086
↑Wang SJ (2003). «Epidemiology of migraine and other types of headache in Asia». Curr Neurol Neurosci Rep. 3 (2): 104–8. PMID12583837. doi:10.1007/s11910-003-0060-7
↑Natoli, JL; Manack, A; Dean, B; Butler, Q; Turkel, CC; Stovner, L; Lipton, RB (maio de 2010). «Global prevalence of chronic migraine: a systematic review». Cephalalgia : An International Journal of Headache. 30 (5): 599–609. PMID19614702. doi:10.1111/j.1468-2982.2009.01941.x