Posted: 05 Jun 2013 06:51 AM PDT
Religiosos realizaram uma marcha de protesto nesta terça-feira (4) em Brasília contra projetos de lei que propõem a legalização do aborto e do casamento entre os homossexuais. O foco do grupo foi pela aprovação do Estatuto do Nascituro, que garante direitos aos embriões e, assim, impede a realização de abortos. O texto está na pauta desta quarta (5) da Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados.
A manifestação foi convocada pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida e ocorreu às vésperas de um encontro organizado pelo mesmo grupo, que pretende reunir aproximadamente 100 mil pessoas. A ação de hoje reuniu 6.000 manifestantes, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal.
A lei brasileira proíbe o aborto, exceto se gravidez foi resultado de um estupro ou nos casos em que a gestação pode colocar em risco a vida da mãe.
Em ambas as situações, a interrupção da gravidez deve ser autorizada pela Justiça, mas o vice-presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida, Jaime Ferreira Lopes, afirmou que tal norma abriu espaço para "enganos" e "cumplicidades" que favoreceram as praticantes do aborto. Como exemplo dos "exageros" que a lei permite, segundo sua opinião, citou o caso de "uma mulher casada, que pode ter sido forçada a fazer sexo com seu marido, mas não foi vítima de um estupro" e "alega que foi violentada para ter permissão ao aborto".
Quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, Jaime reiterou que, do ponto de vista religioso, isso representa uma "afronta à vida e à família tradicional", e que tal assunto "não pode ser amparado pela Justiça", ainda mais quando o Congresso não legislou sobre o assunto.
O vice-presidente da organização fez alusão ao projeto criado no dia 14 de maio pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que legalizou judicialmente o casamento gay.
Até essa data, no Brasil só era considerada a "união estável" de homossexuais, equivalente a um casamento, embora seus membros sejam considerados solteiros e tenham limitações quanto a heranças e outras garantias reservadas aos casais heterossexuais.
Segundo a decisão do CNJ, as uniões estáveis agora devem ser transformadas legalmente em casamentos se isso for solicitado e os cartórios do país já não podem se negar a casar dois homossexuais.
AC
Revista Época
ANTÓNIO FONSECA