Nazário e Celso
Santos Nazário e Celso | |
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Nazário e Celso (ainda vivos) com os irmãos Gervásio e Protásio (já mortos), conhecidos como "Quatro mártires de Milão". | |
Mártires | |
Nascimento | Roma (Nazário) e Gália (Celso) |
Morte | Mediolano (moderna Milão) |
Veneração por | Igreja Católica |
Festa litúrgica | 19 de Junho |
Atribuições | Homem e garoto andando sobre o mar[1] |
Portal dos Santos |
Nazário e Celso (em italiano: Santi Nazaro e Celso; em latim: Nazarius et Celsus) foram dois mártires dos quais nada sabemos além da descoberta de seus corpos em Mediolano por Santo Ambrósio. Segundo Paulino, o Diácono em sua biografia do santo, o próprio Ambrósio, em algum momento nos três anos finais de sua vida, depois da morte do imperador Teodósio (m. 395), descobriu, num jardim fora das muralhas de Mediolano, o corpo de São Nazário, com a cabeça separada do corpo. Segundo a lenda, o sangue ainda estava líquido e vermelho quando seu corpo foi exumado.[1] O bispo então levou-o para a Basílica dos Apóstolos. No mesmo jardim, Ambrósio descobriu também o corpo de São Celso, que ele transportou para o mesmo lugar. Segundo a Enciclopédia Católica : "Obviamente a tradição sobre estes mártires ainda existia na comunidade cristã de Mediolano, o que levou à busca e à descoberta dos corpos".[2]
Lenda
Nazário era um cidadão romano filho de pai judeu[3] ou pagão. Ele teria sido aluno de São Pedro e batizado por São Lino. Durante as perseguições de Nero, Nazário fugiu de Roma e passou a pregar na Lombardia, visitando Placência e Milão, onde se encontrou com os irmãos Gervásio e Protásio, que haviam sido presos e que inspiraram Nazário com seu exemplo.[4] Nazário foi chicoteado e condenado ao exílio pelas autoridades. Ele então viajou para a Gália, onde um jovem garoto de nove anos, Celso, foi deixado aos seus cuidados depois que a mãe do garoto pediu a Nazário que o batizasse e ensinasse. Os dois foram depois presos e torturados por serem cristãos e só foram soltos depois prometerem que não mais pregariam na região. Os dois seguiram para os Alpes e construíram uma capela em Embrun, e continuaram até Gênova e Tréveris. Lá pregaram e converteram muitos, mas foram novamente presos. Celso foi deixado aos cuidados de uma senhora pagã, que tentou fazê-lo abjurar sua fé, mas ele se recusou e acabou sendo devolvido a Nazário.[4]
Uma outra versão conta que eles foram julgados por Nero em Tréveris, que teria ordenado que os dois fossem afogados. Nazário e Celso foram levados num navio e atirados no mar, mas uma tempestade subitamente surgiu, assustando os marinheiros, que puxaram os dois de volta para o navio.[5]
Os dois finalmente deixaram Tréveris, foram para Gênova e terminaram em Mediolano, onde foram presos pela última vez. Depois de se recusarem a sacrificar aos deuses romanos, foram decapitados.
Historicidade
Estas lendas, escritas muito depois, não tem nenhum fundamento histórico e datam o martírio de Nazário e Celso durante a perseguição de Nero. Paulino, o Diácono, porém, afirma que a data do martírio dos dois é desconhecida.[2]
Veneração
O sermão elogioso a respeito dos dois santos que era atribuído a Santo Ambrósio[6] não é legítimo.
Santo Ambrósio enviou algumas das relíquias de Nazário e Celso a São Paulino de Nola, que as colocou num local de honra em Nola. São Paulino também elogia São Nazário em sua obra.[7] Um magnífico relicário em prata do século IV foi encontrado na igreja San Nazaro Maggiore,[8] em Milão. Santa Maria presso San Celso, também em Milão, é dedicada a São Celso.
Referências
- ↑ ab «Saints Nazarius and Celsus (Regional Memorial): June 19» (em inglês). St. Patrick Catholic Church
- ↑ ab "Sts. Nazarius and Celsus" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
- ↑ «Four Martyrs of Milan - Nazarius, Gervasius, Protasius and Celsus». Arquivado do original em 24 de setembro de 2015
- ↑ ab «Santi Nazario e Celso» (em italiano). Santiebeati.it. 1 de fevereiro de 2001
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ Sermão LV na Patrologia Latina, XVII, 715ss
- ↑ Poema xxvii (Patrologia Latina, LXI, 658)
- ↑ Venturi, "Storia dell' arte italiana", I, Milan, 1901, fig. 445-49