sexta-feira, 28 de julho de 2023

DIA MUNDIAL CONTRA A HEPATITE - 28 DE JULHO DE 2023

Dia Mundial de Combate à Hepatite

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dia Mundial de Combate à Hepatite
O logotipo do Dia Mundial de Combate à Hepatite é o símbolo global para incentivar a conscientização, ação e apoio para prevenir e tratar a hepatite viral.
Nome oficialDia Mundial de Combate à Hepatite
TipoInternacional
Data28 de julho
Frequênciaanual

Dia Mundial de Combate à Hepatite é observado todos os anos em 28 de julho para informar e sensibilizar a comunidade global sobre a hepatite B e a hepatite C, encorajando prevenção, diagnóstico e tratamento.

Mais de 2 bilhões de pessoas já foram infetados com algum tipo de Hepatite. Aproximadamente 500 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com hepatite B ou com hepatite C,[1] o que representa 1 em 12 pessoas. Esses números surpreendentes foram usados na campanha de 2008 para o Dia Mundial das Hepatites com o slogan Sou o número 12? Se não for tratada ou controlada a hepatite B ou a hepatite C podem levar a um estado avançado de danificação do fígado (cirrose) e outras complicações, incluindo câncer de fígado e insuficiência hepática. Embora muitas pessoas se preocupem mais com a AIDS do que com as hepatites, a realidade é que todos os anos 1,5 milhão de pessoas morrem ao redor do mundo devido à hepatite B e à hepatite C, o que representa um número superior as mortes por HIV/AIDS.[2] A Hepatite C apenas é 10x mais contagiosa que a AIDS. Considerando todos tipos de vírus, a Hepatite é atualmente a sétima maior causa de morte a nível mundial.[3]

O Dia Mundial de Combate à Hepatite tem sido liderado pela Aliança Mundial das Hepatites desde 2008 e em maio de 2010 a Organização Mundial da Saúde endossou oficialmente a data, que se tornou um de apenas 4 dias relacionados com doenças específicas e que tem um mandato da organização, juntamente com maláriatuberculose e HIV/AIDS.[4]

História

Inicialmente vários grupos de pacientes na Europa e no Oriente Médio se juntaram para celebrar o primeiro Dia internacional para a Conscientização da Hepatite C no dia 1 de outubro de 2004. No entanto, muitos grupos de pacientes continuaram celebrando dias 'nacionais da hepatite' em datas distintas.[5]

Em 2007 foi formada a Aliança Mundial das Hepatites, o que facilitou a aglomeração de grupos de pacientes que trabalham com hepatite B e com hepatite C em uma única organização e criando um peso politico maior para a causa das hepatites.[6]

Com o apoio desses grupos de pacientes ao redor do mundo foi criado o primeiro Dia Mundial das Hepatites no dia 19 de maio de 2008. O slogan escolhido para a campanha de 2008, ‘Sou o Número 12?’, faz referência as estimativas de que 1 em 12 pessoas no mundo vive com hepatite B ou hepatite C. Este slogan foi traduzido para 40 línguas e foi usado em campanhas ao redor do mundo envolvendo pontos cartão-postal.[7]

‘Sou o Número 12?’ foi mantido como o slogan para a campanha de 2009 no dia Mundial das Hepatites e muitos membros da Aliança Mundial das Hepatites também utilizaram o tema das “12 Perguntas” com sugestões que deveriam estar presentes em políticas de saúde pública.[8]

Em 2010 o terceiro Dia Mundial das Hepatites teve um novo slogan, ‘Isto é a hepatite…’, focando em histórias de pessoas afetadas pelas hepatites virais.[9] Este tema foi mantido para a campanha de 2011.[10]

Em 2012 o slogan ‘Isto é a hepatite…’ foi atualizado para ‘Isto é a hepatite…Está mais perto do que você imagina’, que foca na prevalência das hepatites e alude ao fato de que 1 em 12 pessoas são afetadas pelas hepatites B e C.

Com a aprovação da resolução das hepatites virais[11] durante a 63º Assembleia Mundial da Saúde em 2010, o Dia Mundial das Hepatites foi reconhecido oficialmente por todos os países membros da Organização Mundial da Saúde e o dia foi transferido para 28 de julho. A nova data foi escolhida para honrar o aniversário do ganhador do prêmio Nobel, professor Baruch Samuel Blumberg, que descobriu o vírus da hepatite B.[12] A resolução determina que:

“1. 28 de julho seja designado como Dia Mundial das Hepatites com o objetivo de promover a educação e um maior entendimento das hepatites virais como um dos maiores problemas de saúde pública global e para estimular o fortalecimento de medidas de prevenção e controle nos países membros."[4]

Dia Mundial de Combate à Hepatite

O Dia Mundial de Combate à Hepatite proporciona uma oportunidade para concentrar esforços em ações para o fortalecimento da prevenção e controle das hepatites virais assim como de doenças relacionadas, estendendo os programas de vacinação para a hepatite B e integrando estes programas em políticas públicas de imunização. Além disso, o dia facilita a coordenação de uma resposta global contra as hepatites, estendendo o acesso ao tratamento.

As hepatites virais A, B, C, D e E podem causar infecção e inflamação aguda e/ou crônica do fígado e podem levar a cirrose e ao câncer de fígado. Estes vírus continuam a ser uma ameaça e são estimadas que 350 milhões de pessoas estejam infectadas com hepatite B crônica e 170 milhões de pessoas com hepatite C crônica.

O website da Aliança Mundial das Hepatites proporciona um espaço para todos que queiram participar das celebrações do Dia Mundial das Hepatites, oferecendo materiais de campanha e informação.

Temas

O Dia Mundial da Hepatite oferece uma oportunidade para se concentrar em ações como:[13]

  • Aumentar a conscientização sobre as diferentes formas de hepatite e como elas são transmitidas;
  • Fortalecer a prevenção, rastreamento e controle da hepatite viral e de doenças relacionadas;
  • Aumentar a cobertura e a integração de vacinas contra hepatite B nos programas nacionais de imunização; e
  • Coordenar uma resposta global à hepatite.

Cada ano se concentra em um tema específico. A lista de temas é a seguinte:

  • 2011: A hepatite afeta a todos, em todos os lugares. Conheça-a. Enfrente isso. Enfrente ela.
  • 2012: Está mais perto do que você pensa.
  • 2013: É preciso fazer mais para impedir esse assassino silencioso.
  • 2014: Hepatite: pense novamente.[14]
  • 2015: Prevenção de hepatites virais. Aja agora.[15]
  • 2016: Conheça a hepatite e aja agora.[16]
  • 2017: Eliminar a hepatite.[17]
  • 2018: Testar. Tratar. Hepatite.[18]
  • 2019: Invista na eliminação da hepatite.[19]
  • 2020: Um futuro livre de hepatite.[20]

Ver também

Referências

  1.  «Cópia arquivada». Consultado em 25 de julho de 2011. Arquivado do original em 26 de julho de 2011
  2.  «World Hepatitis Alliance Calls on Governments to Take Urgent Action to Tackle Chronic Viral Hepatitis B & C Epidemic; 2008» (PDF)World Hepatitis Day: Home Page (Nota de imprensa). World Hepatitis Alliance. Consultado em 18 de agosto de 2008
  3.  «Hepatite Zero - Hepatite Zero - Projeto mundial de erradicação»www.hepatitezero.com.br. Consultado em 27 de julho de 2017. Arquivado do original em 25 de julho de 2017
  4. ↑ Ir para:a b apps.who.int - pdf
  5.  «Roche Pakistan to sponsor Hepatitis C awareness campaign»Asia Africa Intelligence Wire. 21 de outubro de 2004
  6.  «Cópia arquivada». Consultado em 7 de junho de 2012. Arquivado do original em 3 de junho de 2012
  7.  «Cópia arquivada». Consultado em 7 de junho de 2012. Arquivado do original em 31 de julho de 2012
  8.  «Cópia arquivada». Consultado em 7 de junho de 2012. Arquivado do original em 23 de julho de 2010
  9.  «Cópia arquivada». Consultado em 7 de junho de 2012. Arquivado do original em 13 de março de 2012
  10.  pearl (17 de outubro de 2017). «World Hepatitis Day | Hemophilia» (em inglês). Consultado em 22 de julho de 2021
  11.  World Hepatitis Day provides an opportunity to focus on specific actions
  12.  «Cópia arquivada». Consultado em 7 de junho de 2012. Arquivado do original em 3 de junho de 2012
  13.  «OMS - Día Mundial contra la Hepatitis - 28 de julio de 2013»WHO. Consultado em 27 de julho de 2020
  14.  https://www.facebook.com/pahowho (24 de julho de 2014). «OPAS/OMS BIREME - Dia Mundial da Hepatite 2014: pense novamente - OPAS/OMS»Pan American Health Organization / World Health Organization. Consultado em 27 de julho de 2020
  15.  https://www.facebook.com/pahowho (23 de julho de 2015). «OPAS/OMS BIREME - Dia Mundial da Hepatite 2015 foca na prevenção da doença - OPAS/OMS»Pan American Health Organization / World Health Organization. Consultado em 27 de julho de 2020
  16.  Calò, Lilian; https://www.facebook.com/pahowho (28 de julho de 2016). «OPAS/OMS BIREME - Dia Mundial da Hepatite 2016:»Pan American Health Organization / World Health Organization. Consultado em 27 de julho de 2020
  17.  Bastos, Luís Felipe Cunha Sardenberg; https://www.facebook.com/pahowho (28 de julho de 2017). «OPAS/OMS Brasil - Esforços para eliminar hepatites estão ganhando impulso, afirma Organização Mundial da Saúde - OPAS/OMS»Pan American Health Organization / World Health Organization. Consultado em 27 de julho de 2020
  18.  OPAS/OMS (28 de julho de 2018). «Aumento do acesso a tratamento para hepatites poderá salvar milhares de vidas nas Américas»Pan American Health Organization / World Health Organization. Consultado em 27 de julho de 2020
  19.  Bastos, Luís Felipe Cunha Sardenberg; https://www.facebook.com/pahowho (26 de julho de 2019). «OPAS/OMS Brasil - OMS insta países a investirem na eliminação das hepatites virais - OPAS/OMS»Pan American Health Organization / World Health Organization. Consultado em 27 de julho de 2020
  20.  Calò, Lilian; https://www.facebook.com/pahowho (24 de julho de 2020). «OPAS/OMS BIREME - Dia Mundial da Hepatite 2020: "Um Futuro Livre de Hepatite" - OPAS/OMS»Pan American Health Organization / World Health Organization. Consultado em 27 de julho de 2020

Ligações externas

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 crónica ou, raramente, resultar em insuficiência hepática aguda.[6] Ao longo do tempo, a hepatite crónica pode evoluir para cirrose, insuficiência hepática ou cancro do fígado.[3]

A causa mais comum em todo o mundo são vírus.[3][2] Entre outras possíveis causas estão o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, alguns medicamentos, toxinas, outras infeções, doenças autoimunes,[3][2] e esteatohepatite não alcoólica (NASH).[7] Existem cinco principais tipos de hepatite viral: hepatite ABCD e E.[3] As hepatites A e E são transmitidas principalmente por comida e água contaminadas.[3] A hepatite B é transmitida principalmente por via sexual, embora possa também ser transmitida da mãe para o bebé durante a gravidez ou parto.[3] As hepatites B e C podem ainda ser transmitidas através de sangue infetado, o que é frequente na partilha de seringas entre toxicodependentes.[3] A hepatite D só infeta pessoas já infetadas com hepatite B.[3]

As hepatites A, B e D podem ser prevenidas com vacinação.[2] Os casos crónicos de hepatite viral podem ser tratados com medicamentos.[1] Embora não exista tratamento específico para a NASH, é importante manter um estilo de vida saudável, incluindo a prática de exercício físico, dieta saudável e perda de peso.[7] A hepatite autoimune pode ser tratada com medicamentos imunossupressores.[8] Em alguns casos pode ser considerada a realização de um transplante de fígado.[4]

Em 2015 a hepatite A afetava cerca de 114 milhões de pessoas em todo o mundo, a hepatite B crónica cerca de 343 milhões e a hepatite C crónica cerca de 142 milhões.[9] Nos Estados Unidos, a NASH afeta cerca de 11 milhões de pessoas e a hepatite alcoólica cerca de 5 milhões.[7][10] A hepatite é a causa de mais de um milhão de mortes por ano, a maioria das quais ocorre de forma indireta como resultado da cicatrização do fígado ou do cancro do fígado.[3][11] O termo tem origem no grego hêpar, que significa "fígado", e -itis, que significa "inflamação".[12]

Hepatites virais

Considerada a maior epidemia ou pandemia mundial da atualidade e é a principal causa de hepatite. A hepatite A e a hepatite E são transmitidas pela via fecal-oral, logo são mais comuns nos países em desenvolvimento, geralmente melhoram mesmo sem tratamento e não levam à hepatite crônica.[13]

Por outro lado as hepatites B, C e D são transmitidas pelo contato com sangue, leite materno, sêmen ou secreções vaginais em contato direto com uma mucosa. Existe vírus na saliva, mas beijar ou compartilhar talheres só é contagioso se o vírus penetrar por feridas na boca.[14]

Apenas 5% dos casos de hepatite B se tornam crônicos, 1% evoluem para cirrose e 1% para hepatocarcinoma. A maioria dos casos de hepatite C (60 a 80%) se cronificam em 15 a 20 anos, evoluindo para cirrose hepática e em 1-2% para hepatocarcinoma. A hepatite D só pode se tornar crônica ou fulminante em co-infecção com o vírus da hepatite B.[15]

Quadro clínico (primeiros 3 a 10 dias – pródromo):

Quanto mais sintomática for a fase aguda da doença, maior a chance da doença hepática se cronificar

Hepatite A

Ver artigo principal: Hepatite A

É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode cursar de forma subclínica. Altamente contagiosa, sua transmissão é do tipo fecal oral,[16] ou seja, ocorre contaminação direta de pessoa para pessoa ou através do contacto com alimentos e água contaminados, e os sintomas iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento básico.

A falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos e ostras de águas contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez infectada a pessoa desenvolve imunidade permanente. Existe vacina segura para hepatite A. A transmissão através de agulhas ou sangue é rara. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarreia. A icterícia é mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em torno de duas a quatro semanas.

É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de cronificação e a mortalidade é baixa. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de higiene para prevenir a transmissão para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias das condições sanitárias, bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante. O período de incubação do vírus da hepatite A é de 30 dias.

Hepatite B

Ver artigo principal: Hepatite B

Sua transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também com as tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença sexualmente transmissível. Pode ser adquirida através de tatuagens, piercings, em procedimentos médicos e odontológicos onde existe falha no processo de esterilização do instrumental e até em sessões de depilação.[17] Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B pode cronificar e provocar a cirrose hepática. A prevenção é feita utilizando preservativos nas relações sexuais e não utilizando materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único. Quanto mais cedo se adquire o vírus, maiores as chances de ter uma cirrose hepática. Existe vacina para hepatite B, que é dada em três doses intramusculares e não precisa ser repetida, com as três doses aplicadas nas datas indicadas pelo laboratório, o indivíduo ficará imune pelo resto da vida. O período de incubação do vírus da hepatite B é de 90 dias. Pode passar também de mãe para filho no momento do parto.

Hepatite C

Ver artigo principal: Hepatite C

Hepatite que pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, uso de drogas, piercings, e em manicure, já foi comprovado que pode ser contagiosa por relações sexuais. É de grande preocupação para a Saúde Pública. A maioria dos pacientes é assintomática no período agudo da doença, mas podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. Estima-se que 3 % da população mundial esteja contaminada,[18] atingindo níveis dez vezes maiores no continente africano. A hepatite C é perigosa porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinomaneoplasia maligna do fígado.

A prevenção é feita evitando-se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único, bem como material próprio em manicures. A esterilização destes materiais é possível, porém não há controle e as pessoas que ‘dizem’ que esterilizam não têm o preparo necessário para fazer uma esterilização real. Não existe vacina para a hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a AIDS.

O anti-HCV positivo detecta infecção atual ou pregressa. Pode ser necessário biópsia hepática para descartar malignidade e determinar o grau da doença. A detecção do ácido ribonucleico (RNA) do vírus caracteriza a presença do vírus no hospedeiro.

Aproximadamente metade dos pacientes tratados irão se curar. Possuem melhores resposta ao tratamento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo feminino, com genótipos 2 ou 3, que não apresentem cirrose e de peso inferior a 85 quilogramas. O período de incubação do vírus da hepatite C é de, em média, 45 dias.[18]

Hepatite não A não B não C

Termo antigo muito usado para hepatites que não eram nem A nem B, que hoje se reconhece ser a maioria do tipo C, podendo ser também E.

Hepatite D

Ver artigo principal: Hepatite D

Causada por RNA-vírus (tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio envelope proteico e de infectar uma pessoa), só tem importância quando associada à hepatite B, pois a potencializa. Isoladamente parece não causar infecção. Geralmente encontrado em pacientes portadores do vírus HIV e está mais relacionado à cronificação da hepatite e também à hepatocarcinoma.

Hepatite E

Ver artigo principal: Hepatite E

É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que se pode curar de forma subclínica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e água contaminados, e os sintoma iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum após enchentes Não existe vacina para hepatite E. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos.

Pode ocorrer diarreia. É considerada uma hepatite branda, apesar de risco aumentado para mulheres grávidas, principalmente no terceiro trimestre gestacional, que podem evoluir com hepatite fulminante. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber medicamentos sintomáticos e repousar. Pode ser prevenida através de medidas de higiene, devendo ser evitado comprar alimentos e bebidas de vendedores ambulantes.

Hepatite F

DNA-vírus, transmitido a macacos Rhesus sp. em laboratório experimentalmente, através de extratos de fezes de macacos infectados. Ainda não há relatos de casos em humanos.

Hepatite G

A hepatite G foi a hepatite descoberta mais recentemente (em 1995) e é provocada pelo vírus VHG (vírus mutante do vírus da hepatite C) que se estima ser responsável por 0,3% de todas as hepatites víricas. Desconhecem-se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe-se que a doença é transmitida, sobretudo, pelo contato sanguíneo (transmissão parenteral). Pode evoluir para infecção persistente com prevalência de 2% entre doadores de sangue.

Em análises feitas nos Estados Unidos da América aos doadores de sangue demonstrou-se que cerca de dois por cento já teve contacto com o vírus. Supõe-se que o VHG se encontre em 20 a 30% dos utilizadores de drogas injectáveis e em dez por cento das pessoas que foram sujeitas a uma transfusão de sangue. Em cerca de 20% dos doentes com infecção pelos VHB ou VHC é possível detectar anticorpos para o VHG, mas esta coinfecção não parece influenciar a evolução daquelas hepatites.

Não foi ainda possível determinar com exatidão — dado que a descoberta da doença e do vírus que a provoca foram recentes —, as consequências da infecção com o vírus da hepatite G. A infecção aguda é geralmente «suave» e transitória e existem relatos duvidosos de casos de hepatite fulminante (os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas destas hepatites fulminantes). Noventa a 100 por cento dos infectados tornam-se portadores crónicos mas podem nunca vir a sofrer de uma doença hepática. Até agora não foi possível comprovar que a infecção pelo VHG conduza a casos de cirrose ou de cancro no fígado. Diagnóstico: pesquisa HGV-RNA.

Outras hepatites virais

Outros vírus podem causar hepatites, porém sem ser causa comum. São potencialmente causadores de hepatite em pacientes submetidos a transfusões sanguíneas e imunodeprimidos o Epstein-Barr, o citomegalovírus e o herpes zoster. Outros agentes de importância são os vírus da dengue e febre amarela.

Hepatite medicamentosa

O fígado é um dos principais órgãos responsáveis pelo metabolismo e excreção de medicamentos e produtos tóxicos, podendo ser danificado por eles no processo.

Existe um grande número de drogas que são hepatotóxicas, ou seja, lesam diretamente o hepatócito. Tais drogas podem portanto causar hepatite. A droga antidiabetes troglitazona, por exemplo, foi retirada do mercado em 2000 por causar hepatite. O acetaminofeno (Paracetamol), substância analgésica muito utilizada por crianças e adultos, pode ser hepatotóxica em doses maiores a 4g/dia (cada comprimido tem apenas 500 mg ou 1g).[19]

Outras drogas associadas a hepatite:[20]

O progresso clínico de uma hepatite induzida por medicamentos é muito variável, dependendo da droga e da tendência do paciente a reagir à droga. Por exemplo, hepatite induzida por halotano pode ser moderada ou mesmo fatal, assim como a hepatite induzida por isoniazidaContraceptivos hormonais podem causar mudanças estruturais no fígado. Hepatite por amiodarona pode ser incurável, uma vez que a longa meia vida da droga (mais de 60 dias) significa que é muito difícil impedir exposição à droga. Além disso, a variação na forma de reagir do organismo humano é tão grande que qualquer droga pode vir a causar hepatite caso a pessoa tenha uma grave reação adversa a ela.

Hepatite autoimune

Ver artigo principal: Hepatite autoimune

As hepatites autoimunes (HAI) são hepatites causadas por uma auto agressão do organismo, que fabrica anticorpos que atacam e matam os hepatócitos. Isto pode acontecer porque uma bactéria, vírus ou um fungo pode conter uma porção muito parecida com a célula hepática, causando confusão do sistema imunológico. O tratamento é feito com corticoides e drogas imunossupressoras.

Essa forma de hepatite é mais comum em mulheres, e tem duas faixas etárias principais de acometimento: entre 10 e 30 anos (jovens) e por volta dos 50 anos (meia-idade).

Exames complementares

Testes laboratoriais úteis na avaliação hepática são:

  • as dosagens de:
    • bilirrubinas (principalmente bilirrubinas diretas indicando dano dentro da célula hepática),
    • transaminases (AST e ALT, antigamente denominadas respectivamente TGO e TGP),
    • aumento das enzimas canaliculares(fosfatase alcalinagama-glutamil-transpeptidase - antes denominada gama-glutamil-transferase e geralmente abreviada como gama-GT ou GGT),
    • proteínas totais e frações(albuminae globulina: alteração positiva se já apresenta lesão hepatocelular prévia),
    • atividade de protrombina,
    • coagulograma (TAP/KPTT alterados, geralmente em indivíduos com dano hepatocelular prévio),
    • hemograma (inespecífico, com preferencial de linfócitos)
    • amônia e ácidos biliares,
    • pesquisa de marcadores virais
    • execução de exames complementares de diagnóstico por imagem, como o ultra-som e a tomografia computadorizada.

Se for necessária a análise histopatológica do fígado, pode ser necessária a biopsia hepática, que pode ser feita por agulha, videolaparoscopia ou a céu aberto. Cada exame tem validade em situações específicas.

Notas e referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e f «Hepatitis»MedlinePlus. Consultado em 10 de novembro de 2016Cópia arquivada em 11 de novembro de 2016
  2. ↑ Ir para:a b c d e f g «What is hepatitis?»WHO. Julho de 2016. Consultado em 10 de novembro de 2016Cópia arquivada em 7 de novembro de 2016
  3. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o «Hepatitis»NIAID. Consultado em 2 de novembro de 2016Cópia arquivada em 4 de novembro de 2016
  4. ↑ Ir para:a b «Liver Transplant»NIDDK. Abril de 2012. Consultado em 10 de novembro de 2016Cópia arquivada em 11 de novembro de 2016
  5.  «Hepatitis (Hepatitis A, B, and C) | ACG Patients»patients.gi.orgCópia arquivada em 23 de fevereiro de 2017
  6.  Bernal W.; Wendon J. (2013). «Acute Liver Failure». New England Journal of Medicine369 (26): 2525–2534. PMID 24369077doi:10.1056/nejmra1208937
  7. ↑ Ir para:a b c «Fatty Liver Disease (Nonalcoholic Steatohepatitis)»NIDDK. Maio de 2014. Consultado em 10 de novembro de 2016. Arquivado do original em 11 de novembro de 2016
  8.  «Autoimmune Hepatitis»NIDDK. Março de 2014. Consultado em 10 de novembro de 2016Cópia arquivada em 11 de novembro de 2016
  9.  «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015»The Lancet388 (10053): 1545–1602. Outubro de 2016. PMC 5055577Acessível livrementePMID 27733282doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6
  10.  Basra, Sarpreet (2011). «Definition, epidemiology and magnitude of alcoholic hepatitis»World Journal of Hepatology3 (5): 108–13. PMC 3124876Acessível livrementePMID 21731902doi:10.4254/wjh.v3.i5.108
  11.  «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015»The Lancet388 (10053): 1459–1544. Outubro de 2016. PMC 5388903Acessível livrementePMID 27733281doi:10.1016/S0140-6736(16)31012-1
  12.  «Online Etymology Dictionary». Etymonline.com. Consultado em 26 de agosto de 2012Cópia arquivada em 20 de outubro de 2012
  13.  Dienstag, JL (2015). "Chapter 360: Acute Viral Hepatitis". In Kasper, D; Fauci, A; Hauser, S; Longo, D; Jameson, J; Loscalzo, J. Harrison's Principles of Internal Medicine, 19e. New York, NY: McGraw-Hill. ISBN 978-0-07-180215-4.
  14.  Centers for Disease Control & Prevention (June 2010). "When Someone Close to You Has Hepatitis" (PDF).
  15.  World Health Organization. Hepatitis Fact sheet. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs204/en/
  16.  Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de aconselhamento em hepatites virais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005. 52p. –(Série A. Normas e Manuais Técnicos). ISBN 85-334-1201-0
  17.  Dr. Stéfano Gonçalves Jorge. «Hepatite B»Hepcentro. Consultado em 22 de janeiro de 2012
  18. ↑ Ir para:a b Dr. Stéfano Gonçalves Jorge. «Hepatite C»Hepcentro. Consultado em 22 de janeiro de 2012
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