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terça-feira, 31 de maio de 2016

OBSERVADOR - 31 DE MAIO DE 2016

360º - Acordo com a Grécia? O Diabo está nos detalhes (e são muitos)

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormiaPortugal desceu três lugares no chamado "ranking da competitividade". Este índice é publicado todos os anos pelo IMD World Competitiveness Center e agrega, no total, 61 economias. Estamos agora na 39.ª posição.

Mas também há outra forma de olhar para as coisas: o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, vê "sinais positivos" na economia portuguesa por causa do aumento do índice de melhoria de confiança dos consumidores, revelado pelo INE.

E uma chamada de atenção agora que já está acordado: termina hoje o prazo de entrega da declaração de IRS  para todos os que tenham rendimentos de trabalho independente ou outras categorias que não de trabalho dependente e pensões. Confirme lá se está tudo em ordem consigo.

O Gil Vicente pode estar de regresso à I Liga. O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa deu razão ao clube no caso Mateus, que tinha levado à sua despromoção. Agora, pode ser preciso fazer um alargamento da I Liga.

Informação relevanteAcordo com a Grécia? Qual acordo? A história mete um governo endividado com apenas 17,5% de intenções de voto nas sondagens, um ministro alemão sarcástico, polémicas com o FMI e 10,3 mil milhões de euros. A Grécia voltou a escapar do buraco? Talvez, talvez. Mas, pelo sim, pelo não, é melhor ler o artigo do Nuno André Martins sobre um enredo complicado que nos afecta a todos.

De qualquer forma, sobre a relação entre Portugal e a União Europeia e sobre a eventual aplicação de sanções há pelo menos uma pessoa optimista: o Presidente da República. Marcelo rebelo de Sousa saiu ontem  de uma reunião com Angela Merkel, em Berlim, e afirmou: "Não vi nenhum sinal de preocupação da chanceler em relação a Portugal, mas sim sinais de compreensão".

O antigo ministro das Finanças de José Sócrates, Teixeira dos Santos, junta-se às críticas a Bruxelas e afirma que a Comissão Europeia deve deixar de ser um "elemento desestabilizador constante": "Estamos a discutir imenso se a União Europeia vai ou não vai aplicar sanções a Portugal. (...) E, enquanto andamos nisto, desfocamo-nos do que é importante".

Há uma mudança no regime das 35 horas. Na última versão do PS, que será votada amanhã no parlamento, há uma reposição das 35 horas a 1 de julho, mas cai a data limite de 31 de dezembro para aplicação da medida. Os sindicatos estão divididos na reação à novidade.

É a primeira resposta a Francisco Assis. Depois de o crítico da coligação das esquerdas ter afirmado que o PS estava "manietado" pela ligação ao PCP e ao BE, Manuel Alegre veio agora dizer à agência Lusa que a realidade é exatamente ao contrário: " Se não houvesse esta mudança, o PS estaria capturado pelo PSD." O congresso do partido é já neste fim de semana.

Ainda à esquerda: o Público revela hoje que existe um pacto de não agressão entre PS e PCP para as eleições autárquicas. A ideia é evitar que os comunistas percam poder nas câmaras - se isso acontecesse, o partido poderia sentir-se ameaçado e romper a coligação de governo.

São os "caça-emelgas". Há um grupo no Facebook com o nome "Eu vi um gajo da EMEL" que se dedica a publicitar a localização dos funcionários que têm a função de multar e bloquear os carros mal estacionados. A sua palavra de ordem é “Bloqueia a EMEL antes que a EMEL te bloqueie a ti”. Sobre fenómenos como este, a empresa reage: “Há grupos [nas redes sociais] que funcionam como verdadeiras auditorias de qualidade, sinalizando alguns erros e oportunidades de melhoria. Outros não merecem comentários”.

O anúncio foi feito ontem: os jogos do Benfica vão continuar a ser transmitidos na BTV. O canal pago só está disponível na NOS (a Meo tem os direitos de transmissão dos encontros do FC Porto).

Mais uma demissão no novo governo brasileiro. O ministro da Transparência (sim, todos percebemos a ironia), Fabiano Silveira, foi apanhado numa escuta telefónica a criticar a Operação Lava Jato. Essa conversa aconteceu antes de chegar ao Governo, mas o calendário é irrelevante neste caso.Responsável pelo combate à corrupção no executivo de Michel Temer (olhem aí a ironia outra vez), Fabiano Silveira aparecia nas gravações a dar sugestões sobre como escapar à justiça.

Depois de Berlim, a Islândia: vêm aí novas restrições nos alugueres através do site Airbnb. Uma proposta de lei na Islândia pretende impedir que os residentes disponibilizem as suas casas a turistas durante mais de 90 dias por ano. Um dos objetivos é contrariar o enorme aumento nos preços das casas situadas no centro de Reiquiavique.

Na área da opinião, há três artigos a ler esta manhã no Observador. Rui Ramos analisa a relação entre o PS, o BE e o PCP - e entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. Djaimilia Pereira de Almeida escreve sobre " a linguagem que nos fossiliza em tenra idade". E Laurinda Alves conta a singular história de uma mãe e um filho.

Os nossos Especiais

A acusação contra Pereira Cristóvão. É já amanhã que começa o julgamento do processo que envolve Paulo Pereira Cristóvão e vários polícias. A Sónia Simões consultou o processo e conta os detalhes de um caso impressionante, em que a dada altura vários homens arrancaram o soalho de uma casa à procura de milhões do BPN (não encontraram nada).

O que diz um escritor. John Banville, que venceu o Booker e o prémio Príncipe das Astúrias, esteve na Feira do Livro de Lisboa e falou com o Observador. O autor de A Guitarra Azul conversou sobre crises de meia idade, sobre a mania de vivermos presos ao passado e sobre a forma como gosta de escrever - como um homem amargo e descontente (calma, não é tão deprimente como parece).

Notícias surpreendentes

Um prémio aos 80 anos. O escritor brasileiro Raduan Nassar ganhou o Prémio Camões deste ano. Há duas décadas que não publica nada. "Essa fuga dos holofotes e dos salões da literatura fez dele um mito, um autor de culto”, diz Francisco José Viegas.

São 24 fotografias históricas onde aparecem crianças - infelizmente. Cenários de guerra, de fome e de destruição mostram-nos que nem sempre conseguimos proteger os mais fracos.

A vingança dos "desdentados". Há seis anos, num programa de televisão, José Cid descreveu os transmontanos como sendo "pessoas assim medonhas e feias, desdentadas". Agora, as imagens reapareceram e o cantor está a ter problemas: a sua página de Facebook foi suspensa por causa dos insultos que recebeu, formaram-se grupos nas redes sociais contra ele e um concerto que estava marcado para Alfândega da Fé acabou por ser cancelado pela câmara. José Cid já fez um "imenso pedido de desculpas".

O santo da sardinha. Pois, vem aí o Santo António e há sardinhas, arraiais e casamentos - e há também música, teatro e livros. Pegue lá na agenda, clique aqui e faça os seus planos com a ajuda da Rita Cipriano.

Duelo de chefs. O restaurante Bastardo, em Lisboa, serve de ringue. De um lado, o chef Luís Rodrigues, a defender a comida portuguesa; do outro, um chef, a representar uma cozinha estrangeira. Já passaram por lá o Japão, a França e o México e agora, revela o Tiago Pais, é a vez da Itália. Chiara Ferro, da Osteria, leva consigo, entre outras coisas, risotto di mirtilli e polpette di tonno. O recontro acontece a 1 e 2 de junho - e quem quiser assistir pode ver como aqui.

Cerveja para ouvir, não para beber (OK, também para beber). A Sara Otto Coelho foi visitar a Casa da Cerveja, na fábrica da Unicer em Leça do Balio. É um museu, onde pode conhecer a história da Super Bock - e tudo acaba, claro, numa sala para provas.

E com esta boa notícia pode avançar para um novo dia. Vá passando pelo Observador sempre que puder para se atualizar - nós vamos estar sempre aqui.
Até já
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OBSERVADOR - 31 DE MAIO DE 2016

Macoscópio – Francisco Assis, a natureza do PS e o debate sobre o futura da esquerda. Em Portugal e na Europa

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!


Nota: Por um problema temporário no nosso sistema de envio de newsletters, este Macroscópio que devia ter sido distribuído ontem ao fim do dia só agora segue para os nossos leitores, a quem pedimos desculpa pelo atraso.

Francisco Assis, a única voz socialista de peso que se tem oposto, desde o início, à solução governativa costurada por António Costa, deu este fim-de-semana três entrevistas – ao Observador, ao Diário de Notícias/TSF e ao Expresso – onde, uma semana antes do Congresso do PS, desenvolveu os motivos pelos quais pensa que a “geringonça” é uma má solução para o país. Vale a pena partir de algumas das suas afirmações para regressar ao tema do futuro do PS e, também, de uma esquerda que, em Portugal e na Europa, hesita sobre os caminhos a tomar.

Comecemos pela entrevista ao Observador, onde Francisco Assis defendeu que “A coligação não trouxe nada de bom ao país”. Isto porque “Esta coligação, sendo contra-natura, é atrofiadora em relação ao PS. O PS mantém-se no poder, mas os partidos extremistas — BE e PCP –, alcançam algo ainda mais importante que é a possibilidade de condicionarem o poder do PS. Isso parece-me que se concretizou ao longo destes seis meses. E vai concretizar-se ao longo do tempo em que esta solução sobreviver. Esse é o grande problema. Nunca pensei que o PS viesse a radicalizar-se. Pareceu-me que o PS ficaria profundamente manietado devido a esta dependência de dois partidos que têm divergências profundíssimas em questões que não são menores e que se manifestam no dia-a-dia da governação.

Para Assis, o problema de o PS estar “manietado” pelo PCP e pelo Bloco é que “não crê “que com estes parceiros parlamentares seja possível fazer qualquer reforma.” Em contrapartida defende que, até pelo que se passa na Europa, o PS tem de negociar à sua direita: "Há aqui uma cisão histórica no relacionamento institucional com a direita em Portugal. Não precisamos de deixar de ser um partido de centro-esquerda para mantermos um diálogo sério com os partidos situados à nossa direita. São partidos de uma direita democrática e de uma direita liberal que nos devem merecer todo o respeito."

Na entrevista ao Diário de Notícias/TSF este tema da natureza da direita mereceu mesmo honras de título – É "uma deturpação da realidade" dizer que Passos é neoliberal –, tendo Assis explicado porque se opõe a uma frase chave da moção de António Costa ao congresso do PS – "O adversário principal da esquerda socialista, social-democrática e progressista não são as forças à sua esquerda, é o forte desvio neoliberal do centro-direita conservador e a emergência da direita populista, nacionalista, autoritária e xenófoba". Para o eurodeputado esta frase “reflete uma reorientação política, estratégica e não sei até que ponto programática do PS e instala uma situação de relativa esquizofrenia, na medida em que no espaço europeu nos entendemos preferencialmente com o centro-direita e depois aqui em Portugal queremos fazer do centro-direita o adversário absoluto e fazer da extrema-esquerda o nosso parceiro permanente.”

Mas há quem, no PS, já começa a procurar teorizar a mudança por que está a passar o PS. Foi isso que fez Pedro Adão e Silva ouvido num trabalho de São José Almeida no Público – Nova política de alianças pode significar fim do “partido charneira” – onde considera que “o arco da governação existia porque havia eleitorado do centro", o qual está "em erosão por toda a Europa, afastou-se e a única forma de reconstruir um espaço de compromisso é através da cooptação dos extremos". Ao mesmo tempo esse sociólogo defende que "O compromisso do Bloco Central era Estado Social e Europa Connosco, a partir do momento em que há degradação de condições materiais e a Europa deixa de estar connosco é natural que esse espaço deixe de existir", afirma. E questiona-se mesmo sobre por que razão "o PS continua a aparentemente defender o optimismo em relação à União Europeia". Isto quando, "pela primeira vez, os interesses do norte e da periferia são contraditórios". E há no PS uma "renovação geracional que corresponde a um euro pessimismo e a um euro cepticismo camuflado".

Resulta bastante evidente destas duas abordagens que há, no PS, visões muito diferentes, pelo que é interessante ver o que se passa noutros países, onde também há fortes clivagens na área que habitualmente identificamos com o socialismo democrático. No Diário de Notícias, Leonídio Paulo Ferreira fala do que se passa em França, em O estilhaçar do PS francês, enquadrando essa crise na crise mais geral da esquerda europeia: “É péssimo para a esquerda europeia este estado calamitoso do PSF? É. Até porque em geral a vida não corre bem aos socialistas e afins. No Reino Unido, têm um líder demasiado à esquerda para chegar a primeiro-ministro, em Espanha arriscam-se a passar a terceira força e na Alemanha são o apoio da direita. Sim, governam na Suécia, em Portugal e na Itália, mas em minoria.”

É um retrato pouco entusiasmante, se acrescentarmos o quase desaparecimento do PASOK, na Grécia. É interessante por isso ver um pouco sobre o que tem escrito em França, e sobre França, país que neste momento atravessa mais um período de forte contestação social, desta vez contra um pacote legislativo promovido por François Hollande onde se procura liberalizar um pouco mais o mercado de trabalho.

Natalie Nougayrède, antiga responsável do Le Monde e colaboradora do Guardian, escreve neste diário britânico que France’s chaos stems from its failure to adapt to globalisation. Na sua perspectiva “Within the French left old disputes have returned with a bang. Never before, under the Fifth Republic, has a socialist government been confronted with this degree of social unrest. It’s true there is political polarisation, as elsewhere on the continent. But one specific ingredient is that France has hung on rigidly to its welfare state, while other countries moved to reform theirs years ago. (…) France has been unable to adapt to globalisation in the way others in Europe have done, as if social rights could only be protected if nothing changes.”

Do debate francês destaco dois textos do Le Monde:
  • « Les vraies ruptures qui attendent la gauche », do cientista político Vincent Tournier: “Croit-on vraiment que l’Etat-providence, projet éminemment national dans son essence, puisse avoir un avenir dans le monde globalisé ? Peut-on justifier des mécanismes de régulation comme la carte scolaire, le temps de travail, la protection de l’environnement, la laïcité ou la lutte contre l’obésité tout en vantant continuellement les vertus de la liberté ? Ce serait oublier que l’intérêt général ne peut se réalise pas sans contraintes, et même – disons le mot – sans autorité. Mais il suffit de relire les grands auteurs républicains et socialistes pour voir que certains mots ne sont pas infâmes en eux-mêmes : tout dépend de ce qu’on en fait.”
  • « La gauche a subi un hacking idéologique », de Jérôme Batout (paywall): “Hypothèse : à partir des années 80, au moment où le déclin puis la chute du communisme et la montée de la mondialisation ont marché main dans la main, quelque chose a eu lieu dans les profondeurs, qui est passé inaperçu. Cette chose, c’est l’appropriation par le néolibéralisme des prémices idéologiques classiques de la gauche”.

Como leituras complementares, sugiro mais duas reflexões no Observador e ainda uma recensão de um livro recentemente saído nos Estados Unidos. Começo por um texto que eu mesmo escrevi, A difícil relação da esquerda (alguma) com a liberdade, um texto onde parte de alguns exemplos portugueses recentes para reflectir sobre o historicismo da esquerda, a sua convicção de possui uma espécie de superioridade moral sobre os demais. Eis o meu argumento: “Vamos às origens, que é mais fácil compreender. E ir às origens é ir a Robespierre, para quem “o Terror é a luta da liberdade contra seus inimigos”. De novo parece estarmos perante uma evidente contradição: como é que, guilhotinando todos os que tinham opiniões diferentes, se estava, na opinião de Robespierre, a defender a liberdade? A explicação é simples: Robespierre achava que sabia o que era bom para o povo, pelo que aqueles que se lhe opunham só podiam ser contra o povo e, por isso, merecer a guilhotina. A única liberdade que considerava digna desse nome era a liberdade da sua facção revolucionária. Esta ideia de que há políticos que são melhores do que os demais porque são “progressistas” (uma palavra que diz muito), e que eles é que estão do lado certo da História e sabem o que é bom para o povo foi elevada a novos patamares quando o marxismo pretendeu interpretar “cientificamente” o sentido da História e determinar, por via do chamado “materialismo histórico”, não apenas quem representava o futuro, mas como seria essa futuro.”

Este fim-de-semana Gabriel Mithá Ribeiro defendeu mesmo que estamos perante O colapso moral da esquerda: Freud explica. O que este colunista estranha é que seja difícil a uma parte da esquerda tirar lições da história do século XX: “Será difícil as direitas retomarem a autoidentificação de ‘nacional-socialistas’ ou ‘nazis’, sintoma de uma relação moral saudável com o passado entre os que aprendem com os seus próprios erros. Em sentido contrário, as esquerdas persistem em autoidentificações como ‘socialistas’ ou ‘comunistas’ como se Estaline, Mao Tsé-Tung, Pol Pot e outros tantos ditadores não partilhassem essas identidades enquanto praticavam genocídios ou escapavam a responsabilidades diretas pela morte de milhões de seres humanos.”

Termino com a recensão do Wall Street Journal a um livro polémico, recentemente publicado nos Estados Unidos, The Closing Of The Liberal Mind, Kim R. Holmes. Em Progressivism’s Macroaggressions (Paywall) defende-se que “Perhaps the fundamental difference between yesterday’s liberals and today’s postmodern progressives is each side’s conception of truth. Liberals believe truth is external and can be determined through reason. A good liberal uses his reason to achieve justice and equality for all. But postmodern progressives are moral relativists. For them, truth is internal, discerned by and specific to particular individuals. Today a good progressive defends the individual’s internal truth—particularly if the person is an “oppressed minority”—against all foes, including reason. Small wonder that the postmodern left has turned on its own.”

O cisma a que assistimos nas primárias dos democratas, com Bernie Sanders a conseguir criar sérios problemas a Hillary Clinton, é mais um sintoma de como são de facto vários os caminhos que se abrem à esquerda (ou aos “liberals”, como são designados nos Estados Unidos). A discussão que Francisco Assis gostava que houvesse no Congresso do PS é uma discussão que está longe de ser caseira.

Tenham bom descanso, boas leituras, e reencontramo-nos amanhã.

 
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