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terça-feira, 12 de abril de 2016

OBSERVADOR - 12 DE ABRIL DE 2016

Startups - Declaração de amor a Lisboa

Observador

16:00

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Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

Cresci ao pé do mar, a cinco minutos da praia. E foi sempre esse o meu ponto de fuga. Estava a 200 quilómetros do Bairro Alto – de onde hoje vos escrevo – e a minha tecnologia de ponta resumia-se a um leitor de MP3, um Nokia 3310 e um Pentium (lembram-se?). Foi precisamente nessa altura que me apaixonei por Lisboa. Lembro-me do primeiro fim de semana que passei com amigas em casa da Rita, detalhadamente. E de como soube, logo ali, que era aqui que queria viver.

Se calhar é por isso que não me espanta quando Rohan Silva, ex-conselheiro de David Cameron e responsável pela Tech City londrina, me confessa que “Lisboa pode ser a cidade perfeita” para viver e lançar um negócio. Seja ele qual for. Que o setor tecnológico vai explodir e que se o Governo lançar incentivos fiscais para investidores, Lisboa se “torna enorme”. Foi por isso que na altura de internacionalizar a Second Home, não hesitou na escolha: Lisboa e Los Angeles.

E eu – que tenho por defeito querer sempre mais – não resisto em perguntar-lhe o que falta fazer, onde estamos a errar, e o que podemos aprender com Londres. Respondeu-me apenas “que era muito cedo”. Cedo ou não, em novembro há Web Summit em Lisboa. E até Paddy Cosgrave – para quem “Lisboa é um íman para atrair talento” – questiona: “Há tolerância para a criatividade? Há pessoas suficientes para criar coisas diferentes?”

Lisboa tem andado a conquistar corações por todo o lado. E não é só por causa da luz. É pelas pessoas. Hoje, o meu Nokia 3310 é um smartphone e eu estou (quase) sempre online. Em Lisboa ou no meu ponto de fuga. (Por muitos amores que se tenha, haverá algum como o primeiro?)

Quanto a nós, encontramo-nos na próxima terça-feira. Tenha uma ótima semana.

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