Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto
11h15 - Polícia alemã investiga centenas de possíveis crimes de guerra
A Polícia Federal alemã disse este sábado que está a investigar centenas de possíveis crimes de guerra russos na Ucrânia, revelando que procura líderes e militares e políticos uqe tenham patrocinado tais atos."Até agora recebemos centenas de pistas", explicou o presidente da polícia alemão, Holger Munch".
11h08 - Ucrânia tem o direito de organizar a Eurovisão
As palavras são de Boris Johnson depois de a organização do festival ter começado conversações com a Grã-Bretanha para mudar a Eurovisão do próximo ano para território britânico.Os organizadores acreditam que devido à guerra na Ucrânia, não estão asseguradas as condições de segurança.
"Claro que adoraria ter a Eurovisão aqui [no Reino Unido] mas o facto é que eles [Ucrânia] ganharam e merecem organizar. Acredito que Kiev ou outra cidade ucraniana seriam locais fantásticos para ter a Eurovisão".
Kiev mostrou-se desapontada depois de a EBU ter anunciado que estava em negociações com a BBC para que o espetáculo fosse organizado em terras de sua majestade.
10h19 - Negociador ucraniano prevê retomar conversações com a Rússia em agosto
O chefe da delegação ucraniana nas negociações de paz com a Rússia, David Arajamia, apontou a possibilidade de retomar as conversações no final de agosto, assim que Kiev conseguir reforçar a sua posição com uma série de contraofensivas.
Numa entrevista à emissora "Voice of America", que foi difundida hoje pelos órgãos de comunicação ucranianos, o chefe dos negociadores disse que Kiev não planeia retomar as conversações por enquanto, mas apenas no final do verão.
Questionado sobre o que vai mudar entre hoje e agosto, Arajamia recusou-se a dar detalhes, mas disse acreditar que haverá "operações de contraofensiva em alguns locais".
Para retomar as negociações, paralisadas desde o final de março, o negociador colocou a condição de as forças ucranianas conseguirem reforçar significativamente o seu controlo sobre o território ou que as tropas russas se retirem "voluntariamente" para as suas posições antes de 24 de fevereiro, dia em que a invasão começou.
Uma vez cumprida essa exigência, seria possível a Ucrânia sentar-se à mesa das negociações e lidar "através de canais diplomáticos e políticos" com questões como o regresso dos territórios separatistas no Donbass e na península da Crimeia.
(agência Lusa)
09h45 - Forças pró-Rússia dizem que não há acordo para evacuar fábrica de Azot
As forças aliadas do exército russo informaram hoje que ainda não foi alcançado um acordo para evacuar a fábrica de produtos químicos Azot, na cidade de Severodonetsk, um bastião das forças ucranianas que defendem a cidade.
"Ainda não há acordo sobre a abertura de um corredor humanitário de Azot para que civis e militares deponham as suas armas", disse Rodion Miroshnik, embaixador na Rússia da autoproclamada República Popular de Lugansk, aliada de Moscovo.
O embaixador acusou as forças ucranianas pelo atraso, porque "se recusam a garantir um cessar-fogo, sem o qual nenhuma evacuação é possível", de acordo com uma mensagem no seu canal Telegram, citado pela agência russa TASS.
A Ucrânia, por outro lado, garante que é a Rússia que está a impossibilitar a evacuação da fábrica, onde atualmente há "568 pessoas abrigadas, incluindo 38 crianças", detalhou o responsável pela Administração Regional de Lugansk, Serhiy Haidai.
"No mês passado, quando propusemos, essas pessoas recusaram-se a retirar. Uma saída da fábrica só é possível com um cessar-fogo total", disse Haidai, numa segunda mensagem no Telegram.
Na passada quinta-feira, as milícias de Lugansk conseguiram entrar na fábrica de produtos químicos, embora não tenham conseguido expulsar os soldados ucranianos.
(agência Lusa)
09h04 - Exportações de carvão russas vão cair 30 por cento
A agência de notícias Interfax anunciou este sábado que a produção de carvão por parte da Rússia para 2022 vai cair em mais 100 por cento.Citando o ministro russo da energia, as exportações russas podem vir a cair 30 por cento devido às sanções económicas impostas pelo Ocidente.
08h28 - Rússia consolida domínio na Ilha das Serpentes
Imagens de satélite mostram que os russos estão bem implementados na Ilha das Serpentes e não prentedem sair. A forças russas colocaram novos sistemas de defesa."Oa russos implantaram vários sistemas anti-aéreos na Ilha cobrindo diferentes tipos de ameaça", revelou Pierre Grasser, investigador e especialista em defesa russa.
08h21 - Guerra terá enorme impacto na circulação de pessoas, ideias e bens
A guerra na Ucrânia terá grandes impactos no futuro ao nível da circulação de mercadorias, pessoas e ideias, interrompendo as dinâmicas económicas e sociais das últimas décadas de globalização, defendeu o historiador e antropólogo José Manuel Sobral."Penso que vai ter um impacto enorme, na medida em que já está a ter", afirmou em entrevista à agência Lusa o investigador, aposentado, do Centro de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, observando que o conflito no leste da Europa acabou com "um certo convívio" e "uma certa normalidade" nas relações europeias com a Rússia.
Ao mesmo tempo, segundo o historiador, o regresso da guerra à Europa, vem pôr em causa "o mundo do Interrail" das últimas gerações e a ideia de "uma paz perpétua".
"Há uma interrupção das comunicações a todos os níveis, desde logo de trocas económicas muito importantes entre a União Europeia, os Estados Unidos e a Rússia, mas também de circulação de pessoas", exemplificou José Manuel Sobral.
"Evidentemente que vão desaparecer os vistos, vão desaparecer as viagens, vai desaparecer essa importante circulação de pessoas, ideias e mercadorias que estava associada à globalização tal como a conhecíamos", estimou, expondo o caso do ministro do dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, que acabou por cancelar uma deslocação à Sérvia face aos impedimentos à circulação aérea. "As linhas aéreas russas não podem circular no espaço europeu, norte-americano. Está tudo interrompido. Isso acabou e vai ter consequências enormes".
- A Rússia diz que eliminou 19 mercenários portugueses que combatiam pela Ucrânia, desde o início da invasão. O ministério russo da Defesa garante que 68 outros combatentes de nacionalidade portuguesa ainda estão em território ucraniano. O Governo português diz que foi contactado apenas por sete combatentes voluntários e que não tem registo de que algum deles tenha morrido. Esta sexta-feira fica também marcada pela segunda visita de Boris Johnson a Kiev, onde prometeu mais ajuda militar e financeira e o treino de milhares de soldados ucranianos.
- O Ministério português dos Negócios Estrangeiros não confirma qualquer morte de cidadãos portugueses na Ucrânia, depois de Moscovo ter colocado Portugal na lista das baixas de mercenários estrangeiros com 19 combatentes mortos em confrontos na Ucrânia.
“Há registo de 7 cidadãos nacionais que contactaram os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros informando da sua deslocação para a Ucrânia a título de ‘combatente voluntário’”, respondeu o MNE à RTP, acrescentando que “não há registo de mortes”.
- A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta sexta-feira que o órgão irá propor a atribuição do estatuto de candidata à UE à Ucrânia.
Vestida de amarelo e azul, as cores da bandeira ucraniana, von der Leyen afirmou na conferência de imprensa desta sexta-feira que a Ucrânia "demonstrou claramente a aspiração e a determinação" em viver "de acordo com os valores e padrões europeus".
A proposta da Comissão será discutida na próxima cimeira europeia, que decorre nos dias 23 e 24 de junho. A atribuição do estatuto de candidata só poderá acontecer com a unanimidade por parte dos 27.
- Meios de comunicação russos mostraram esta sexta-feira imagens de dois alegados norte-amerianos capturados pelas forças russas enquanto lutavam na Ucrânia.
O jornal Izvestia mostrou um pequeno excerto do que diz ser uma entrevista com Andy Huynh, de 27 anos, e a RT pubicou uma imagem de um homem identificado como Alexander Drueke, de Tuscaloosa, no Alabama.
- O chefe da administração militar de Severodonetsk disse esta sexta-feira que estão em curso negociações para um cessar-fogo que permita a retirada de civis do complexo fabril químico Azot.
"Um cessar-fogo e um corredor humanitário estão a ser negociados, mas há muitas provocações e 'jogos' por parte dos russos", disse Roman Vlasenko, citado pela CNN.
Moscovo declarou no início desta semana que abriria um “corredor humanitário” para a retirada de civis da Azot, mas apenas para território controlado pela Rússia.
O governador de Lugansk, Sergei Haidai, disse esta sexta-feira que é "impossível e fisicamente perigoso" a retirada de civis da fábrica de produtos químicos em Severodentsk devido aos "constantes bombardeamentos e combates". Haidai sublinhou que a evacuação da fábrica “só será possível com um cessar-fogo completo”.
- Vladimir Putin começou por vincar os "novos centros de poder no mundo" que surgiram ao longo das últimas décadas, considerando que cada um desses centros tem "o direito de proteger e de demonstrar a força da sua soberania".
Alertando que "nada será como dantes na política global", o presidente russo diz que há alterações em curso que são "impossíveis de contornar" e que as "elites ocidentais" preferem ignorar as mudanças e "acreditar nos fantasmas do passado".
"Pensam que o domínio do Ocidente e que a política global ou a economia são constantes. Mas nada é eterno", alertou.
A falar para os Estados Unidos, Putin criticou os países que tratam outras nações "que ficam no seu quintal" como "suas colónias". De resto, o Ocidente procura "esmagar economicamente aqueles que se recusam a adotar a sua ética, as suas visões".
- O Festival Eurovisão da Canção de 2023 não será realizado na Ucrânia devido à guerra em curso no país, anunciou a União Europeia de Radiodifusão (EBU) esta sexta-feira, acrescentando que está a ser ponderada a hipótese de o evento ser realizado no Reino Unido, que ficou em segundo lugar no festival.
"As garantias de segurança e operacionais exigidas para o emissor hospedar, organizar e produzir o Festival Eurovisão de Canção sob as regras do próprio não podem ser cumpridas pela UA:PBC [emissora pública nacional da Ucrânia]", disse a EBU num comunicado publicado no Twitter.