quarta-feira, 14 de outubro de 2020

ATAQUE EM MOGADÍSCIO - OUTUBRO DE 2017 - 14 DE OUTUBRO DE 2020

 


Ataque em Mogadíscio em outubro de 2017

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Atentado de Mogadíscio de outubro de 2017
2017 10 15 VBIED-8 (37666124646).jpg

Mogadíscio (Somália)
LocalMogadíscioSomália
Coordenadas2° 1' 57.12" N 45° 18' 16" E
Data14 de outubro de 2017 (UTC+03:00)
Tipo de ataqueCaminhão-bomba
Mortes587[1]
Feridos316[2]
Responsável(is)Al-Shabaab

ataque em Mogadíscio em outubro de 2017 foi uma enorme explosão causada por um caminhão-bomba ocorrido em Mogadíscio, capital da Somália, que deixou ao menos 587 mortos e centenas de feridos no dia 14 de outubro.[3][4][5]

Embora nenhum grupo tenha assumido responsabilidade,[6][7][8][9] as autoridades senegalesas acreditam que o ataque foi feito por uma célula do grupo al-Shabaab, por conta da prisão de um membro-chave enquanto dirigia um segundo veículo repleto de explosivos para a cidade no dia da explosão.

Em resposta aos atentados, o presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed declarou três dias de luto.

Pano de fundo

Durante o verão de 2011, a região da África Oriental enfrentou uma seca e houve escassez de alimentos, particularmente na região Somali, forçando dezenas de milhares de pessoas a atravessar a fronteira da Etiópia e do Quênia para se refugiarem.[10] O grupo Al-Shabaab ameaçou expulsar os grupos de ajuda que estavam trabalhando na área, ao que as tropas da AMISOM da União Africana entraram em ação para expulsar os guerrilheiros do Al-Shabaab da região.[11][12]

Em julho de 2010, o Al-Shabaab também assumiu a responsabilidade por um atentado em Kampala, Uganda, em retaliação ao apoio e presença de Uganda na AMISOM.[13]

Ataque

Em 14 de outubro de 2017, um caminhão cheio de explosivos foi detonado perto do Safari Hotel no distrito de Hodan.[14] Fontes próximas ao governo disseram que o caminhão continha uma mistura de explosivos de uso militar e explosivos caseiros. O caminhão tinha sido detido brevemente em um posto de controle, mas foi autorizado a prosseguir depois das autoridades locais o liberarem; em seguida, foi parado por agentes de segurança enquanto estava preso no congestionamento. Quando estava prestes a ser revistado, o motorista acelerou e colidiu com uma barreira, e o caminhão explodiu. Acredita-se que o alvo era um ministério do governo. O ataque foi agravado por um caminhão de combustível que estava estacionado próximo e pegou fogo na explosão. O prédio do Safari Hotel entrou em colapso, prendendo muitas pessoas sob seus escombros, e a construção da embaixada do Catar foi severamente danificada.

Um segundo caminhão-bomba também explodiu no mesmo dia, matando duas pessoas no distrito de Madina. Mais um veículo bomba foi interceptado e parado.

Reações

Internas

  •  Somália: Conforme o número de mortes foi aumentando no domingo, o presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, declarou três dias de luto nacional. Ele doou sangue para as vítimas e pediu a seus concidadãos para fazer o mesmo. "Os ataques terríveis de hoje provam que nada trava nosso inimigo na tentativa de causar dor e sofrimento ao nosso povo. Vamos unir contra o terrorismo," disse Mohamed no Twitter.[15] "Momento de se unir e orar juntos. O Terror não vai ganhar."[16]

Internacionais

  •  Brasil: O Ministério das Relações Exteriores expressou, por meio de uma nota, que "o Governo brasileiro condena o atentado terrorista" e que "ao transmitir sua solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao Governo da Somália, o Brasil reafirma seu repúdio a todos os atos terroristas, quaisquer que sejam suas motivações, e reitera seu apoio aos esforços de consolidação das instituições somalis".[17]
  •  Reino Unido: O ministro dos negócios estrangeiros britânico, Boris Johnson, disse que o Reino Unido "condena nos termos mais fortes os covardes ataques em Mogadíscio, que tiraram tantas vidas inocentes".
  •  Estados Unidos: O Departamento de Estado expressou condolências às vítimas e desejos de uma rápida recuperação para os feridos. Os EUA chamam o ataque de "absurdo e covarde" e diz que ficará ao lado da Somália em sua luta contra o extremismo.[18]

Vítimas

Em 16 de outubro, pelo menos 512 pessoas foram mortas no atentado. O total de mortes pode nunca ser conhecido com certeza, pois os restos de muitas pessoas podem não ser encontrados devido ao intenso calor da explosão, e outros podem ter sido enterrados rapidamente por parentes seguindo o costume islâmico. Por volta de 160 corpos não puderam ser reconhecidos e foram enterrados pelo governo um dia após o atentado. Mais de uma centena de feridos foram levados para o hospital de Madina.

Referências

  1.  «Committee: 587 dead in Oct 14 terror attack». Hiiraan Online. 5 de março de 2018. Consultado em 29 de dezembro de 2018Cópia arquivada em 13 de março de 2018
  2.  «Un attentat en Somalie fait au moins 231 morts - Afrique» (em inglês). 15 de outubro de 2017. Consultado em 15 de outubro de 2017
  3.  Burke, Jason (16 de outubro de 2017). «Mogadishu bombing: al-Shabaab behind deadly blast, officials say»(em inglês). The Guardian. Consultado em 16 de outubro de 2017
  4.  «Somalia Declares Three Days of Mourning for Mogadishu Attack» (em inglês). Bloomberg. Consultado em 15 de outubro de 2017
  5.  «Hundreds dead in Mogadishu blast» (em inglês). BBC News. 15 de outubro de 2017. Consultado em 15 de outubro de 2017
  6.  «Somalia: At least 30 dead in Mogadishu blasts» (em inglês). BBC News. 14 de outubro de 2017. Consultado em 14 de outubro de 2017
  7.  Gayle, Damien (14 de outubro de 2017). «Somalia: deadly truck bombing in Mogadishu» (em inglês). The Guardian. ISSN 0261-3077. Consultado em 14 de outubro de 2017
  8.  Guled, Abdi (14 de outubro de 2017). «Blast rocks Somalia's capital; police say 20 dead» (em inglês). CTVNews. Consultado em 14 de outubro de 2017
  9.  «Somalia bomb attacks: Death toll rises to 85 in twin blasts in Mogadishu» (em inglês). The Independent. 15 de outubro de 2017
  10.  «Somalia fleeing to Kenya in large numbers» (em inglês). BBC News. 28 de junho de 2011. Consultado em 16 de outubro de 2017
  11.  Associated Press (29 de abril de 2013). «Famine Toll in 2011 Was Larger Than Previously Reported» (em inglês). New York Times. Consultado em 16 de outubro de 2017
  12.  Meleagrou-Hitchens, Alexander (26 de setembro de 2012). «Factors Responsible for Al-Shabab's Losses in Somalia»(em inglês). ctc.usma.edu. Consultado em 16 de outubro de 2017
  13.  Bariyo, Nicholas (12 de julho de 2010). «Deadly Blasts Rock Uganda's Capital» (em inglês). The Wall Street Journal. Consultado em 16 de outubro de 2017
  14.  «Truck Bomb Kills at Least 20 in Somalia's Capital» (em inglês). The New York Times. 14 de outubro de 2017. Consultado em 17 de outubro de 2017
  15.  Somalia, Villa (14 de outubro de 2017). «Pres Farmajo "Today's horrific attack proves our enemy would stop nothing to cause our people pain and suffering. Lets unite against terror.pic.twitter.com/YcMtV5TcOC» (em inglês). @TheVillaSomalia
  16.  Mohamed, Hussein; Schmitt, Eric; Ibrahim, Mohamed (15 de outubro de 2017). «Mogadishu Truck Bombings Are Deadliest Attack in Decades» (em inglês). The New York Times
  17.  «Atentado terrorista na Somália». Ministério das Relações Exteriores. Consultado em 21 de outubro de 2017
  18.  «The Latest: US calls Somalia attack 'senseless and cowardly'» (em inglês). ABC News

CRISE DOS MISSEIS DE CUBA - (1962) - 14 DE OUTUBRO DE 2020

 


Crise dos mísseis de Cuba

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Crise dos mísseis de Cuba
Parte da Guerra Fria
Soviet-R-12-nuclear-ballistic missile.jpg
Fotografia da CIA do míssil núclear "SS-4".
Data16 de outubro de 1962 – 28 de outubro de 1962
LocalCuba
Desfecho
  • Retirada dos mísseis soviéticos de Cuba
  • Retirada dos mísseis americanos da Turquia e Itália
  • Acordo de que nunca haveria invasão americana a Cuba
  • Criação de uma linha direta entre Moscou e Washington, D.C.
Combatentes
 Estados Unidos
 Turquia
 Itália

Apoio:

Flag of NATO.svg OTAN

 União Soviética
 Cuba

Apoio:

Warsaw Pact Logo.svg Pacto de Varsóvia

Líderes e comandantes
Estados Unidos John F. Kennedy
Estados Unidos Robert McNamara
Estados Unidos Maxwell D. Taylor
Estados Unidos Curtis LeMay
Estados Unidos George W. Anderson, Jr.
Itália Amintore Fanfani
Turquia Cemal Gürsel
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Nikita Khrushchev
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Rodion Malinovsky
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Issa Pliyev
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Georgy Abashvili
Cuba Fidel Castro
Cuba Raul Castro
Cuba Che Guevara
Vítimas
1 aeronave destruída, 1 aeronave danificada e 1 piloto mortoNenhuma

Crise dos mísseis de Cuba, também conhecido como a Crise de Outubro (em castelhanoCrisis de Octubre), Crise do Caribe (em russoКарибский кризис) foi um confronto de 13 dias (16–28 outubro de 1962) entre os Estados Unidos e a União Soviética relacionado com a implantação de mísseis balísticos soviéticos em Cuba. Além de ter sido televisionada em todo o mundo, foi o mais próximo que se chegou ao início de uma guerra nuclear em grande escala durante a Guerra Fria.[1]

Em resposta à fracassada Invasão da Baía dos Porcos de 1961 e a presença de mísseis balísticos estadunidenses PGM-19 Jupiter estacionados na Itália e na Turquia, o líder soviético Nikita Khrushchev decidiu concordar com o pedido de Cuba para colocar mísseis nucleares em seu território para deter uma futura invasão estadunidense. Um acordo foi alcançado durante uma reunião secreta entre Kruchev e Fidel Castro em julho e a construção de uma série de instalações de lançamento de mísseis começou depois do verão.

Uma eleição estava em curso nos Estados Unidos. A Casa Branca negou as acusações de que estava ignorando os mísseis soviéticos a 145 quilômetros do litoral da Flórida. Estas preparações de mísseis foram confirmadas quando um avião espião Lockheed U-2 da Força Aérea dos Estados Unidos produziu provas fotográficas claras de instalações de mísseis balísticos R-12 Dvina e R-14 Chusovaya. Os Estados Unidos estabeleceram um bloqueio militar para evitar que novos mísseis entrassem em Cuba e anunciou que não permitiria que armas ofensivas fossem entregues a Cuba, além de ter exigido que as armas já entregues fossem desmontadas e levadas de volta à URSS.

Depois de um longo período de tensas negociações, foi alcançado um acordo entre Kennedy e Kruschev. Publicamente, os soviéticos desmantelaram as suas armas em Cuba e as levaram para a União Soviética, sob reserva de verificação das Nações Unidas, em troca de uma declaração pública dos Estados Unidos de nunca invadir Cuba sem provocação direta. Secretamente, os Estados Unidos também concordaram que iriam desmantelar toda a rede de mísseis Júpiter que foi implantada na Turquia e Itália contra a União Soviética, mas que não era conhecida pelo público. Quando todos os mísseis ofensivos e bombardeiros leves Ilyushin Il-28 foram retirados de Cuba, o bloqueio foi formalmente encerrado em 20 de novembro de 1962. As negociações entre os Estados Unidos e a União Soviética destacaram a necessidade de uma rápida, clara e direta linha de comunicação entre Washington, DC e Moscou. Uma série de acordos reduziu drasticamente as tensões EUA-União Soviética durante os anos seguintes.

Início

Alcance dos mísseis soviéticos instalados em Cuba.

A crise começou quando os soviéticos, em resposta à instalação de mísseis nucleares na Turquia, Inglaterra e Itália[2] em 1961 e à invasão de Cuba pelos Estados Unidos no mesmo ano, instalaram mísseis nucleares em Cuba. Em 14 de Outubro, os Estados Unidos divulgaram fotos de um voo secreto realizado sobre Cuba apontando cerca de quarenta silos para abrigar mísseis nucleares. Houve uma enorme tensão entre as duas superpotências pois uma guerra nuclear parecia mais próxima do que nunca. O governo de John F. Kennedy, apesar de suas ofensivas no ano anterior, encarou aquilo como um ato de guerra contra os Estados Unidos.

Nikita Kruschev, o Primeiro-ministro da URSS na época, afirmou que os mísseis nucleares eram apenas defensivos, e que tinham sido lá instalados para dissuadir outra tentativa de invasão da ilha (dezoito meses antes, em 17 de abril de 1961, o governo Kennedy já havia empreendido a desastrada invasão da Baía dos Porcos, usando um grupo paramilitar constituído por exilados cubanos, apoiados pela CIA e pelas forças armadas dos Estados Unidos, na tentativa de derrubar o governo socialista de Fidel Castro). A situação rapidamente evoluiu para um confronto aberto entre as duas potências.

Segundo o governo Kennedy, os Estados Unidos não poderiam admitir a existência de mísseis nucleares daquela dimensão a escassos 150 quilômetros do seu território. O presidente Kennedy avisou Khruschev de que os EUA não teriam dúvidas em usar armas nucleares contra Cuba, se os soviéticos não desativassem os silos e retirassem os mísseis da ilha.

Sábado Negro

Vista aérea mostrando base de lançamento de mísseis em Cuba, novembro de 1962

O ponto culminante da crise foi o “sábado negro”, 27 de outubro, quando um dos aviões espiões americano foi abatido sobre Cuba e seu piloto morreu. A guerra parecia cada vez mais iminente e as negociações se tornaram muito difíceis.

Foram treze dias de suspense mundial devido ao medo de uma possível guerra nuclear, até que, em 28 de Outubro, Kruschev, após conseguir secretamente uma futura retirada dos mísseis norte-americanos da Turquia e um acordo de que os EUA nunca invadiriam a ilha vizinha, concordou em remover os mísseis de Cuba.

Na televisão, todos os canais federais dos EUA interromperam os programas e transmitiram o comunicado urgente de Kruschev, que dizia:

"Nós concordamos em retirar de Cuba os meios que consideram ofensivos. Concordamos em fazer isto e declarar na ONU este compromisso. Seus representantes farão uma declaração de que os EUA, considerando a inquietação e preocupação do Estado soviético, retirarão seus meios análogos da Turquia".

Consequências

Na década de 1960, havia uma clara tendência à proliferação dos arsenais nucleares. Por esta razão, e ainda sob o impacto da crise dos mísseis de Cuba, os Estados Unidos, a União Soviética e a Inglaterra assinaram, em 1963, um acordo que proibia testes nucleares na atmosfera, em alto-mar e no espaço (assim, apenas testes subterrâneos poderiam ser legalmente realizados). Em 1968, as duas superpotências e outros 58 países aprovaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O objetivo desse acordo era tentar conter a corrida armamentista dentro de um certo limite. Com ele, os países que já possuíam armamento nuclear comprometiam-se a limitar seus arsenais e os países que não os tinham ficavam proibidos de desenvolvê-los, mas poderiam requisitar dos primeiros tecnologia nuclear para fins pacíficos.

Participação brasileira

Segundo documentos revelados pelo National Security Archive em 2012, o Brasil participou secretamente das negociações durante a crise, ajudando a conter "o momento mais perigoso da história da humanidade", chegando a enviar um representante a Havana em 19 de outubro de 1962. Antes, o Departamento Americano solicitou uma aproximação com Castro, mediante intercessão brasileira.[3]

Após receber uma carta impessoal do presidente Kennedy conclamando que os chefes de estado da América Latina se juntassem aos Estados Unidos num eventual desenrolar militar em Cuba, o então presidente João Goulart, em carta redigida por San Tiago Dantas após longa reunião, se mostra contra uma invasão em Cuba, fica em favor dos princípios de autodeterminação dos povos e ainda declara a colaboração sincera do povo e governo Brasileiro em um esforço pela preservação da paz, sem quebra do respeito à soberania dos povos.[4]

Ver também

Referências

  1.  Len Scott; R. Gerald Hughes (2015). The Cuban Missile Crisis: A Critical Reappraisal. [S.l.]: Taylor & Francis. p. 17
  2.  Carlos Federico Dominguez Ávila. «Ensaio geral do fim». Revista de História
  3.  «Brasil agiu secretamente para tirar mísseis de Cuba, revela dossiê dos EUA»UOL. 12 de outubro de 2012. Consultado em 13 de outubro de 2012Cópia arquivada em 9 de julho de 2013
  4.  Charles Sidarta Machado Domingos (2019). «O dia em que o presidente João Goulart disse não para o poderoso JFK» (PDF). 16 páginas. Consultado em 2 de setembro de 2020Cópia arquivada (PDF) em 2 de setembro de 2020

Bibliografia

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