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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

LOURDES E AS SUAS APARIÇÕES - 13 D EFEVEREIRO DE 2020


qui, 13/02/2020 07:02
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Lourdes e suas aparições

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Posted: 12 Feb 2020 12:30 AM PST
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Passou mais um 11 de fevereiro, comemoração festiva da primeira aparição de Nossa Senhora a Santa Bernadette em Lourdes.

Em todo o mundo, em grandes catedrais, em incontáveis igrejas, e numa quantidade insondável de capelas, uma multidão de almas foi a apresentar sua veneração e também suas chagas físicas e morais para pedir uma cura.

Uma cura que pode demorar na sua materialidade, mas da qual todos tem uma antecipação na suavidade especial com que Nossa Senhora afaga nossas almas.

O povo entra, o povo sai, a noite chega e a igreja fecha guardando a gruta quando está em seu interior.

Uma coisa não acaba, não para, no inverno e no verão, dia após dia, ano após ano, século após século: lá em Lourdes, no chão que Nossa Senhora mandou a Santa Bernadette raspar com as mãos, a fonte milagrosa não cessa de brotar.

É como Nossa Senhora, de cuja alma a graça divina nunca para de jorrar num manancial milagroso que faz bem a quem quer beber, tocar, se lavar, fazer o sinal da Cruz.

Nossa Senhora é a fonte onde emana toda graça divina criada pelo seu Divino Filho. Ela é a dispensadora incessante, universal, sempre à disposição, sempre propícia a nosso pedido de auxílio.

Voltamos aos nossos afazeres com um refrigério especial, um afago que tranquiliza, que dá a força e o ânimo que falta em toda parte.


Porque é inegável que o mundo navega em mares agitados onde triunfa a perda da esperança.

A percepção da proximidade de perigos é maior do que geralmente se pensa. Por vezes ficam rondando em volta como o ladrão da noite, por vezes nos assaltam, por vezes só fazem cara feia para nos desanimar. Mas sempre estão aí.
São as longas horas em que muitos acham que vão afundar irremediavelmente sem auxílio.

Mas ninguém atenta para um fato de importância primordial.

É verdade que o mundo vai sendo modelado para a realização de um sinistro desígnio. E, por isso mesmo, um profundo, imenso e indescritível mal-estar se vai apoderando dele.

É um mal-estar muitas vezes inconsciente, que se apresenta vago e indefinido, mas de um modo que ninguém ousaria contestar.

Dir-se-ia que a humanidade inteira sofre violência, que está sendo posta em uma fôrma que não convém à sua natureza, e que todas as suas fibras sadias se contorcem e resistem.

Há um anseio imenso por outra coisa que ainda não se sabe bem qual é.

Mas, enfim, fato talvez novo desde que começou, no século XV, o declínio da civilização cristã, o mundo inteiro geme nas trevas e na dor.

Foi-se a alegria de um futuro que prometia ser sempre mais prazenteiro, saudável e enriquecedor.

O mundo viu se desvanecerem as promessas ilusórias. Elas não se realizaram e o que ficou é o que está aí.
Tudo se passa precisamente como no momento em que o filho pródigo chegou ao último da vergonha e da miséria, longe do lar paterno.

Por isso, quando a iniquidade parece triunfar, há algo de frustrado na aparente vitória do mal que causa insatisfação e desprazer.

A experiência nos mostra que é de descontentamentos assim que nascem as grandes surpresas da História.

À medida que a contorção se acentuar, acentuar-se-á o mal-estar. Quem poderá dizer que magníficos sobressaltos daí podem provir?

No extremo do pecado e da dor, está muitas vezes, para o pecador, a hora da misericórdia divina...

Ora, este sadio e promissor mal-estar é um fruto da ressurreição da fibra católica. Restos de vida e de sanidade afloram um pouco por toda parte nas mais diversas áreas de cultura do mundo.

E Nossa Senhora está aí, como a fonte de Lourdes vertendo todas as graças que a gente queira pedir.

Lá vai mais um filho pródigo, cujo espírito embotado pelo vício adquiriu nova lucidez bebendo água da fonte.

Sua vontade ganha novo vigor, medita sobre a situação miserável em que caiu, sobre a torpeza dos erros que o fizeram abandonar a casa paterna.

Então, tocado pela graça se põe de frente à grande alternativa: ou arrepender-se e voltar para a casa paterna, ou perseverar no erro e aceitar as mais trágicas consequências.

O murmúrio da fonte de Lourdes faz renascer nele maravilhosamente tudo quanto outrora teve de bom.

O mundo está se aproximando a essa opção decisiva que pode ser salvadora. E precisamente numa hora em que a tirania dos maus hábitos se afirma nele quiçá mais terrível do que nunca.

O resto da história do filho pródigo, pelo Evangelho o conhecemos.
O que não conhecemos é o que acontecerá conosco, com nossa época em nossos dias.

Mas olhando para Nossa Senhora de Lourdes é lícito nos perguntar se não estaremos nos aproximando desse momento.

Todas as graças acumuladas para a humanidade pecadora prometidas por Nossa Senhora em La Salette e Fátima, para só mencionar essas, não descerão como esse dilúvio do Espírito Santo profetizado por São Luis Maria Grignion de Montfort?

Lourdes nos fala na alma que sim, e que a grande conversão virá precisamente nos lances trágicos de uma crise apocalítica que os homens vão tornando inevitável.

Na hora da dor e na hora da grande e imensa cura que é a conversão diremos: Nossa Senhora de Lourdes, rogou por nós!

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